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Patologias do Sistema Digestório Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 Revisando anatomia e histologia intestinal: Camadas: • Mucosa - vilosidades - epitélio cilíndrico simples (células absortivas e caliciformes) - Lamina própria - tecido conjuntivo frouxo - glândulas tubulares simples (criptas de Lieberkunh - Muscular da mucosa - músculo liso • Submucosa - tecido conjuntivo denso, glândulas tubulares, glândulas duodenais (muco alcalino) • Muscular - circular interna + longitudinal externa musculo liso • Serosa - fina camada de tecido conjuntivo recoberta por ep. pavimentos simples Intestino delgado: 1- camada mucosa 2- camada submucosa 3- camada muscular 1- criptas de Lieberkunh 2- muscular da mucosa 3- submucosa 4- camada muscular 1- lâmina própria 2- epitélio cilíndrico simples seta -> célula caliciforme retângulo -> borda em escova Doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição crônica, resultante da interação microbiota intestinal e resposta imune do hospedeiro em indivíduos geneticamente predispostos, que gera uma ativação imune inadequada da mucosa intestinal. Duas doenças principais: Doença de Crohn - pode envolver qualquer área do trato gastrointestinal, geralmente transmural. Colite ulcerativa - limitada ao cólon e reto, estende-se pela mucosa e submucosa. Epidemiologia: Mais comuns na adolescência e em adultos jovens. Segundo pico na quinta década de vida. Mulher > Homem. Mais comum em países desenvolvidos (hipótese higienista). Fatores genéticos (doença familiar em 5-10%). • Patogenia: Alterações nas interações do hospedeiro com a microbiota intestinal: Genética Disfunção epitelial intestinal (facilita entrada de componentes bacterianos no intestino). Resposta imune aberrante da mucosa (recrutamento de macrófagos, células dendríticas, CD4, culminando na liberação IL- 17,12 e 13, aumentando a resposta inflamatória contra camada mucosa). Composição alterada do microbiana intestinal. Patologias do Sistema Digestório Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 ➢ Doença de Crohn Acomete todo o trato gastrointestinal; sendo o íleo terminal o mais acometido e geralmente poupa o reto. Há períodos de doença ativa e intervalos assintomáticos. Reativação da doença ocorre por gatilhos externos (estresse, AINES, tabagismo). Doença inflamatória com acometimento transmural (todas as camadas do intestino). Progresso para 2 padrões: fibroestenótico obstrutivo ou fistulizante; • Características clínicas: Crises intermitentes iniciais - diarreia leve, febre e dor abdominal. Ileocolite: episódios recorrentes de dor em QID e diarreia. Pode simular apendicite. Febre leve. Obstrução intestinal (edema/espasmo; fibrose). Jejunoileite: desabsorção, esteatorreia, deficiência nutricional. Manifestações extraintestinais: Uveíte; Poliatrite migratória; Sacroileíte; Espondilite Anquilosante; Eritema nodoso. Pacientes com doença de Crohn de longa duração tem risco aumentado para adenocarcinoma de cólon ➢ Colite Ulcerativa Doença limitada ao cólon e reto. Sempre envolve o reto. Acometimento contínuo a partir do reto: 40-50%: reto e retossigmoide; 30-40%: extensão além do sigmoide, mas não pancolite; 20%: pancolite. Inflamação/úlceras em mucosa e submucosa (poupa muscular e serosa). A doença inicial pode ser uma emergência médico cirúrgica (enterorragia), mas metade dos pacientes apresenta uma doença leve e recidiva. • Manifestações clínicas: Dor abdominal em cólica: região inguinal esquerda/fossa ilíaca esquerda. Episódios de diarreia sanguinolenta ou enterorragia. Tenesmo. Doença recidivante, com crises de diarreia sanguinolenta com expulsão de material viscoso e mucóide, dor abdominal inferior e cólicas que são aliviadas temporariamente pela defecação. • Fatores desencadeantes: desconhecidos. Enterite infecciosa pode preceder o início da doença Início dos sintomas pode ocorrer logo após a cessação do tabagismo. * o tabagismo pode aliviar parcialmente os sintomas * estudos com nicotina como agente terapêutico foram desapontadores ➢ Neoplasia associada a colite: • O processo inicia-se com displasia: Duração da doença: após 8 a 10 anos de doença; Extensão do envolvimento: pancolite; Inflamação: maior frequência e gravidade da inflamação ativa. Acompanhamento para vigilância: biópsia regular e extensa da mucosa (displasia pode ocorrer em áreas planas que podem aparentar estar normais macroscopicamente. • Diagnóstico das DII: Colonoscopia + biópsia Patologias do Sistema Digestório Profª Dra. Natali Valim Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 Colite ulcerativa: redução de criptas, abscessos de cripta (invasão de neutrófilos), infiltrado inflamatório edema, hemorragia focal. Doença de Crohn: Uúlceras aftosas, fístulas, lesões descontínuas, sem acometimento de reto. • Tratamento: Mesalazina / sulfassalazina: Principalmente na colite ulcerativa. Glicocorticóides (prednisona ou budesonida): Indução de remissão – não usados como manutenção RU e DC moderada/grave. Imunossupressores: Azatioprina / Metotrexato / Ciclosporina / Tacrolimus Imunobiológicos (infliximab / adalimumab – anti-TNF). Tratamento Cirúrgico: Colite ulcerativa: Metade dos pacientes nos primeiros 10 anos de doença; Cura cirúrgica Doença de Crohn: Maioria dos pacientes durante a vida. Sem cura cirúrgica: principalmente para complicações
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