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Sete Lagoas 2020 CAMILA PEREIRA KHATLEEN MARCIA SILVA NATÁLIA VIEIRA DAS NEVES TATIANE GONÇALVES MOREIRA TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 1º SEMESTRE EMPREENDEDORISMO VERDE: EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Sete Lagoas 2020 EMPREENDEDORISMO VERDE: EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Trabalho do curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média nas disciplinas de Empreendedorismo; Gestão de Projetos; Modelos de Gestão; Homem, Cultura e Sociedade; Legislação Social e Trabalhista. Orientador: Prof. Ewerton Cangussú Profa. Natália Woitas Profa. Emília Okayama Profa. Maria Eliza Pacheco Profa. Janaína Vargas Testa CAMILA PEREIRA KHATLEEN MARCIA SILVA NATÁLIA VIEIRA DAS NEVES TATIANE GONÇALVES MOREIRA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 2 EMPREENDEDORISMO .................................................................................. 4 2.1 Caracteristicas do Empreendedor Social ......................................................... 4 2.2 Características da Economia ou Empreendedorismo Verde ............................ 5 2.3 Startup: Conceito e definições .......................................................................... 6 2.4 Intraempreendedorismo e fatores presentes dentro da organização ............... 7 3 GESTÃO DE PROJETOS ................................................................................ 9 3.1 Gestão da comunicação na Startup ................................................................. 9 3.2 Gerenciamento da comunicação .................................................................... 10 4 MODELOS DE GESTÃO ............................................................................... 12 4.1 Estrutura Organizacional Orgânica e suas características ............................. 12 4.2 Inovação e Tecnologia para Sustentabilidade Socioambiental ....................... 14 5 HOMEM, CULTURA E SOCIEDADE ............................................................. 16 5.1 Atividade econômica no capitalismo global e a preservação da vida..............16 6 LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA .................................................... 18 6.1 Trabalho Intermitente: Conceito e Utilização .................................................. 18 6.2 Direitos do empregado no trabalho intermitente ............................................. 19 6.3 Trabalho Intermitente: Instrumento de modernização ou Ferramenta de precarização do trabalho? ......................................................................................... 21 7 CONCLUSÃO ................................................................................................ 22 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23 3 1 INTRODUÇÃO Aliando os conceitos inerentes às disciplinas ensinadas, o presente trabalho tem o objetivo de aprofundar os conhecimentos obtidos nas disciplinas e atividades já realizadas. O empreendedorismo verde é um tema que está em alta não somente no Brasil, mas também no mundo. Neste sentido que este primeiro capítulo apresenta o tema com o foco em Empreendedorismo social e sustentável. O próximo capítulo busca explorar a gestão de projetos e tem o objetivo de explanar a startup e comunicação da empresa que a fizeram alcançar o sucesso esperado, como uma ação empreendedora saudável e genuína, que utiliza técnicas criativas, consegue gerar inovações, para alavancar o sucesso da empresa. O terceiro capítulo aborda um dos modelos de gestão que fala sobre a estrutura orgânica e de que maneira isso venha agregar valores fundamentais e relevantes para que a organização tenha um diferencial extremamente competitivo para a economia. Neste quarto capítulo traz uma reflexão acerca da destruição da natureza, sobretudo na sociabilidade capitalista. Tem como objetivo ressaltar as razões que indicam uma solução para tal problemática que aponta para a instauração de uma nova forma de sociabilidade que se baseia na preservação da vida e da atividade econômica de forma sustentável. E, por fim, o último capítulo e não menos importante, trata da reforma trabalhista e implementação da nova lei referente ao trabalho intermitente e o que essa nova lei poderá impactar na geração de novos empregos. Esta obra tem a pretensão de ressaltar ao leitor a importância e a infinidade de possibilidades que o Empreendedorismo Verde possibilita. Que os conteúdos aqui tratados, sirvam como reflexão e norteiem novas pesquisas e experiências. 4 2 - EMPREENDEDORISMO 2.1 CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR SOCIAL Empreendedor social é aquele que desenvolve uma solução utilizando técnicas de gestão, inovação, criatividade, sustentabilidade, e outros com propósito de maximizar o capital social de uma comunidade, bairro, cidade, ou até mesmo o país. O objetivo de um empreendedor social é transformar e melhorar a vida das pessoas, utilizando métodos geralmente presente no cotidiano de empresas, mas prezando na melhoria e bem estar da comunidade. Algumas características que um empreendedor social possui: Focados na população de baixa renda; Foco em resolver problemas sociais; Solidário com o próximo; São empáticos; São realizadores; Acreditam no impacto social; Possuem responsabilidade com seu público e com seus resultados. Com essas características um empreendedor pode obter grandes resultados e um grande impacto na sociedade, servindo de exemplo para outras pessoas que podem ajudar e colaborar com projetos empáticos para uma sociedade. Onde um empreendedor pode agir para colaborar com a sociedade? Alguns dos Cenários Problemáticos em que o empreendedor pode atuar são: Moradia Saúde Emprego Meio ambiente Direitos humanos 5 A lógica do empreendedorismo social e oferecer produtos de qualidade a população que é mais excluída do mercado tradicional. Dessa forma, trabalha para combater a pobreza e diminui a desigualdade, seus objetivos são a inclusão social, geração de renda, e qualidade de vida, que também são rentáveis economicamente em algumas vezes. 2.2 CARACTERISTICAS DA ECONOMIA OU EMPREENDEDORISMO VERDE São ações empresariais, geralmente inovadoras ou que propõe melhorias, em prol da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade da humanidade. Motivos pelas quais as empresas devem investir em empreendedorismo verde: Melhoria na imagem perante ao consumidor; Aumento das vendas internas e externas; Melhoria da visão da empresa por parte dos stakeholders, implicando nas melhorias das relações comerciais; Redução de custo; Valorização dos mercados em capitais; Vantagem competitiva sobre concorrentes; O objetivo do empreendedorismo verde ou economia verde é possibilitar o desenvolvimento econômico e compatibilizando – o com igualdade social, e melhoria do bem estar das pessoas. Reduzindo os impactos ambientais negativos e escassez ecológico. Por tanto, existe uma nova economia para aquele que quer juntar algumas crenças e valores ambientais com o tipo de negócio que desenvolverá, e ele será o empreendedor da economia verde que crescerá ainda mais e passará a fazer parte da vida das próximas gerações. 6 2.3 O QUE É UMA STARTUP É uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora não se limita apenas em negócios digitais,uma startup necessita de inovação para não ser considerada em uma empresa tradicional. Também conhecida por ser uma empresa com custo de manutenção baixa, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez mais. Algumas pessoas se perguntam se qualquer empresa é considerada uma startup. A resposta é não, pois algumas características que definem esse tipo de empresa, excluem negócios tradicionais, elas são modelos de negócio inovadora, repetível escalável e cenário de incertezas. A startup nasce de uma ideia, o empreendedor que que teve a ideia e todos os envolvidos para o desenvolvimento acreditam que dará certo, mas como precação é muito interessante que o primeiro passo para empreender seja criticar a ideia, já que o startup é construído com cenários de incertezas. 7 2.3 INTRAEMPREENDEDORISMO E FATORES PRESENTES DENTRO DA ORGANIZAÇÃO O termo foi utilizado pela primeira vez em 1985, por Gifford Pinchot III, como “intrapeneur” e, posteriormente, adaptado para o português como intraempreendedorismo. Isso significa que o conceito já existe há bastante tempo, porém tem se tornado mais evidente nos dias atuais, à medida que o empreendedorismo ganha forças e se expande por toda a população mundial. O Intraempreendedorismo é a iniciativa empreendedora que não é focada em iniciar uma organização própria e nova, mas que é voltada a colaborar para uma organização na qual o indivíduo já está inserido e da qual ele não é, necessariamente, o fundador. Ou seja, quando um colaborador se predispõe a empreender dentro de uma organização que trabalha, usando suas habilidades e competência para melhorar os processos internos e participar da inovação de produtos e serviços. O conhecimento necessário para a atividade intraempreendedora reside nas pessoas. São elas quem de fato identificam problemas e criam soluções para eles, visando ganhos para a organização. Uma organização que estimula o intraempreendedorismo procura criar condições para que o funcionário se comporte como dono do negócio, construindo uma estrutura e um clima organizacional que apoiem e que permitam o desenvolvimento da inovação. Partindo da premissa de que o intraempreendedorismo é um grande acelerador de inovações, o desafio lançado às organizações de qualquer natureza ou tamanho é o de criar meios e dar oportunidades para que seus intraempreendedores persigam e realizem essas visões, que devem estar alinhadas à estratégia da empresa. Esse desafio toma proporções maiores em tempos de redução de mão de obra interna e sua consequente terceirização. Para que essa modalidade de empreendedorismo seja realmente efetiva e conquiste os objetivos esperados é preciso atenção quanto a três pontos essenciais: o perfil dos trabalhadores, a cultura organizacional e o papel da liderança nesse contexto. Entenda um pouco mais o papel de cada uma dessas variáveis: 8 1. Perfil dos colaboradores: as empresas buscam por profissionais proativos e que pensem em soluções inovadoras para os problemas enfrentados pelos diretores e gestores na realidade do mundo corporativo. 2. Ambiente e cultura organizacional: um ambiente propício para o empreendedorismo interno está diretamente ligado a cultura organizacional das empresas. Logo, é preciso que os diretores e gestores estejam atentos quanto à flexibilidade das hierarquias no sentido de não inibir os colaboradores a expor suas ideias e motivá-los a colaborar com o crescimento da organização. 3. Liderança: dentro desse contexto de construção de um ambiente intraempreendedor, o papel dos líderes é imprescindível para a legitimação e o respaldo das ações voltadas para a inovação e empreendedorismo dos colaboradores. O sentimento de pertencimento e a capacidade de ouvir as pessoas “de igual para igual” são fatores que motivam as equipes de trabalho em relação a conquista dos objetivos da empresa. 9 3 - GESTÃO DE PROJETOS 3.1 – GESTÃO DA COMUNICAÇÃO NA STARTUP O modelo de negócio denominado startup tem sido difundido no Brasil nos últimos anos impulsionado pelo empreendedorismo a definição deste modelo de negócio não delimita o tamanho da empresa, sua atividade ou o setor da economia. Ou seja: qualquer pessoa criando um novo produto ou negócio em uma condição de extrema incerteza é um empreendedor e não necessariamente sabe disso. Além disso, para o autor, os empreendedores estão diretamente ligados à inovação, com o objetivo de descobrir a coisa certa a criar (aquilo que os clientes irão pagar e querer) o mais rápido possível. O cenário de extrema incerteza, por sua vez, é um dos principais pontos que chama a atenção nas definições da concepção de startup que, apesar de ser comumente utilizado, possui características diferentes entre os autores. Porém, estas definições envolvem uma questão em comum: a inovação. Startup é como “um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”. Sendo o cenário de incerteza relacionado com a impossibilidade de afirmação sobre o sucesso da ideia e projeto de empresa. Já o fato de gerar valor refere-se a forma como o empreendedor transforma o seu trabalho em dinheiro. Esta é uma ferramenta essencial para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma empresa, utilizado como uma referência que auxilia na construção sucesso da mesma. 10 3.2 – GERENCIAMENTO DA COMUNICAÇÃO O gerenciamento da comunicação é o planejamento, a execução e o monitoramento de estratégias de comunicação. Portanto, tem o objetivo de garantir que as informações certas estejam disponíveis para as pessoas que precisam no momento em que elas precisam, através do canal mais adequado, para que a informação chegue com o mínimo de ruído possível. Existem basicamente dois tipos de comunicação: a verbal, que abrange tudo aquilo posto em palavras, na forma escrita ou falada, e a não-verbal, que inclui os gestos, a entonação da voz, a expressão do rosto, imagens etc. Tudo isso pode afetar a forma como uma mensagem é interpretada. Os projetos possuem diferentes necessidades de comunicação, dependendo da complexidade, da quantidade de pessoas envolvidas, da cultura, do momento político da organização e do tipo de projeto. Existem alguns passos que devem ser seguidos para evitar mal- entendidos na condução de um projeto. Confira quais são eles: 1. Elabore o plano de gerenciamento das comunicações: O primeiro passo para fazer o gerenciamento da comunicação de um projeto é construir um planejamento. Quais estratégias de comunicação serão adotadas no projeto, considerando os públicos aos quais as mensagens se destinam. 2. Execute as atividades de comunicação listadas no plano: Depois de montar o seu planejamento é preciso pôr em prática as ações definidas com base naquilo que foi discutido em grupo. É neste momento que realizará as atividades e garantir que as informações do projeto sejam coletadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas e disponíveis no momento certo para quem precisar. 3. Monitore a efetividade das atividades de comunicação: Nesta etapa você vai acompanhar o andamento das atividades de comunicação através de indicadores. As informações sobre o progresso da execução do plano de comunicação normalmente são compiladas em um 11 documento conhecido como relatório de desempenho. Por meio do monitoramento é possível verificar se as ações de comunicação realizadas estão sendo realmente efetivas, produziram os resultados esperados e contribuíram para o sucesso ou fracasso do projeto. 12 4 - MODELOS DE GESTÃO 4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ORGÂNICA E SUAS CARACTERÍSTICAS Quando falamos de uma organização orgânica, falamos de uma empresa que adotou um modelo de gestão focado no desenvolvimentohumano. Este tipo de gestão é indicado para empresa que lidam com alta competitividade e mudanças constantes no mercado em que estejam inseridas Empresas que adotam essa organização orgânica precisam ter um sistema descentralizado de decisões, bem como uma hierarquia flexível. Uma das principais vantagens deste modelo orgânico de gestão é o seu Potencial em poder desenvolver habilidades importantes de seus profissionais, uma vez que o foco deste modelo são as pessoas. Este tipo de modelo permite que seus colaboradores vivenciem novas experiências que contribuíram de maneira saudável e positiva com suas carreiras. Isso faz com que os gestores descubram novos talentos dentro da organização, e com isso, pensar em ações e estratégias inovadoras para o seu negócio. Outra vantagem da organização orgânica está em sua comunicação. Ela permite que a comunicação interna seja mais informal e confiável Este modelo de gestão garante uma interação maior entre as pessoas juntamente por ser pautado pelo bom relacionamento interpessoal. As pessoas da organização orgânica são vistas como seres humanos, e suas necessidades consideradas, pois influenciam diretamente no desempenho de suas atividades. O segredo da modificação das pessoas no sistema orgânico é o cultivo de um ambiente com autonomia, desafios, foco, onde todos possuem o mesmo nível de importância. A organização orgânica possui sete premissas que funcionam como engrenagem alinhada, ou seja, todas devem girar na velocidade e direção proporciona são elas: Propósito: empresas existem para servir, por uma causa nobre, para beneficiar todas as pessoas que interagem com ela de maneira equilibrada Estrutura: empresas são conjuntos horizontais de times, células ou pessoas onde ninguém é mais importante do que ninguém e todos se 13 interagem focados no propósito Funcionamento: empresas funcionam como organismos vivos, são adaptáveis, imprevisíveis e o todo nunca é igual a soma das partes. É preciso nutrir o ambiente para que seja saudável Pessoas: pessoas são “seres humanos" indivíduos únicos com emoção e experiências cruciais para os relacionamentos e consequentemente o desenvolvimento do organismo Motivação: seres humanos são naturalmente automotivados deste que estejam em um ambiente de autonomia, transparência, que estimula o autoaprimoramento movidos pela causa nova. Liderança: liderar significa ter paixão e ser exemplo. O líder é escolhido (ou aprovado) pela equipe por ser a maior referência e exemplo de doação a causa nobre da empresa. Um dos pontos defendidos por essa nova proposta é que a empresa se torna sustentável ao se libertar das pressões constantes em busca do resultado econômico, pois dessa forma atua com mais tranquilidade e promove uma série de ganhos: qualidade de vida, ambiente e clima agradável passam a reter colaboradores que se tornam mais comprometidos e criativos para lidar com as inconstâncias normais de mercado. Para realizar essa mudança não há como simplesmente implementar um modelo. É necessário que a mentalidade seja entendida, absorvida e praticada pela empresa, além de o líder e os liderados gostarem de pessoas, serem humildes e terem paixão pelo que fazem. A adoção das premissas orgânicas é uma quebra de paradigma e deve ser feita aos poucos, junto com as pessoas, na velocidade orgânica. Porém, é fundamental que todas as premissas orgânicas sejam trabalhadas ao mesmo tempo para que se tenha sucesso. A estrutura orgânica também possui algumas características. São elas: • Estrutura organizacional flexível e adaptável • Os cargos são continuamente modificados e redefinidos • Descentralização das decisões • Hierarquia flexível 14 • Amplitude de comando do supervisor • Maior confiabilidade nas comunicações informais • Predomínio da interação lateral e horizontal • Ênfase dos princípios do bom relacionamento humano 4.2 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA PARA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL O movimento pelo desenvolvimento sustentável parece ser um dos movimentos sociais mais importantes deste início de século e milênio. São incontáveis as iniciativas voluntárias, relacionadas com o desenvolvimento sustentável. A inovação tecnológica é cada vez mais relevante para que as organizações obtenham sucesso e diferencial competitivo. No entanto, as inovações vem desenvolvendo tecnologias focadas em sustentabilidade de modo a alcançar o equilíbrio entre o ambiente o social e o econômico. O Brasil é um país com vocação para a sustentabilidade, em razão de suas reservas naturais e biodiversidade, e apresenta grande potencial de contribuição para as mudanças climáticas. Diferentemente de países com economia madura, o Brasil possui uma infraestrutura industrial e tecnológica ainda em desenvolvimento, possibilitando a adoção de novas tecnologias para atender as exigências da sustentabilidade, sem demandar muitas reconversões de infraestrutura. Observa-se que a vantagem das organizações desenvolverem e lançarem novos serviços, produtos, processos e negócios detentores das modificações inovadores com abrangência ambiental, social e econômica, proporcionar vantagens competitivas no qual organizações inovadoras e sustentáveis ganham espaços para se tornarem líderes de mercado. Considerando a operacionalização do sistema produtivo aliado as inovações que vislumbram atender as dimensões da sustentabilidade que buscam atingir resultados ao mínimo eficientes ao meio ambiente como a redução de uso de seus recursos naturais não renováveis, emissões causadoras de poluição, entre outros, assim o aumento produtivo com a demanda de produtos novos pode incorrer na neutralização ou ainda na superação de simplesmente bons resultados. 15 Na sociedade atual, os valores ligados ao desenvolvimento sustentável e ao respeito às políticas ambientais têm sido institucionalizados em maior ou menor grau nos diversos países pela mídia, pelos movimentos sociais e ambientalistas, e pelos governos. Como resposta a essas pressões institucionais, surgem novos modelos organizacionais, vistos como os mais adequados para o novo ciclo que se inicia, como é o caso das organizações inovadoras sustentáveis. O modelo de organização inovadora sustentável é uma resposta às pressões institucionais por uma organização que seja capaz de inovar com eficiência em termos econômicos, mas com responsabilidade social e ambiental. Esse tipo de organização busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos, serviços, processos e negócios, novos ou modificados, com base nas dimensões social, ambiental e econômica. Ela reúne duas características essenciais: é inovadora e orientada para a sustentabilidade. Logo, institucionaliza-se uma nova lógica de produção na qual a sustentabilidade e a inovação caminham juntas. Desse modo, o aprimoramento dos modelos de organização sustentáveis, as diversas formas da sua institucionalização, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, a gestão de inovações para o desenvolvimento sustentável, serão temas cada vez mais importantes nos estudos futuros. Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado é um dos maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organização inovadora sustentável. 16 5 - HOMEM CULTURA E SOCIEDADE 5.1 ATIVIDADE ECONÔMICA NO CAPITALISMO GLOBAL E A PRESERVAÇÃO DA VIDA Ao longo do tempo, a realidade emergencial para a preservação do meio ambiente teve a incumbência de expor ao homem que os recursos naturais não eram inesgotáveis. Porém, essa verdade persiste em ser ignorada pela economia capitalista, que ainda utiliza apenas sua estratégia de adicionar riqueza aos países desenvolvidos. Tomando-se como referência o fato de a maior parte da população brasileira viver em cidades, observa-se uma crescente degradação das condições devida, refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea. A preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades. A complexidade desse processo de transformação de um planeta, não apenas crescentemente ameaçado, mas também diretamente afetado pelos riscos socioambientais e seus danos, é cada vez mais notória. Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza. 17 Na Rio 92, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global coloca princípios e um plano de ação para educadores ambientais, estabelecendo uma relação entre as políticas públicas de educação ambiental e a sustentabilidade. Enfatizam-se os processos participativos na promoção do meio ambiente, voltados para a sua recuperação, conservação e melhoria, bem como para a melhoria da qualidade de vida. O conceito de desenvolvimento sustentável representa um importante avanço, na medida em que a Agenda 21 global, como plano abrangente de ação para o desenvolvimento sustentável no século XXI, considera a complexa relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente numa variedade de áreas, destacando a sua pluralidade, diversidade, multiplicidade e heterogeneidade. A sustentabilidade como novo critério básico e integrador precisa estimular permanentemente as responsabilidades éticas, na medida em que a ênfase nos aspectos extra econômicos serve para reconsiderar os aspectos relacionados com a equidade, a justiça social e a própria ética dos seres vivos. O desafio é, pois, o de formular uma educação ambiental que seja crítica e inovadora, em dois níveis: formal e não formal. Assim a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva holística de ação, que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo em conta que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o homem. O principal eixo de atuação da educação ambiental deve buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença através de formas democráticas de atuação baseadas em práticas interativas e dialógicas. 18 6 – LEGISLAÇAO SOCIAL E TRABALHISTA 6.1 TRABALHO INTERMITENTE: CONCEITO E UTILIZAÇÃO Nos últimos anos, a sociedade brasileira vem se deparando, cada vez mais, com o problema do desemprego e com o avanço da chamada informalidade, empregos em que não há a assinatura formal de um contrato de trabalho. Por falta de opção, o trabalhado acaba, muitas vezes, se sujeitando a esse regime precário de trabalho, estando sujeito a diversas desvantagens que, normalmente, não acometem o trabalhador formal. A reforma trabalhista aprovada pela Lei nº 13.467/2017 trouxe, dentre outras inovações, a modalidade de trabalho intermitente, conhecido na Inglaterra como trabalho zero hora. Sua regulamentação se deu mediante os artigos 443, §3º e 452-A, §§1º ao 9º da CLT. Dentre as justificativas apresentadas para a reforma trabalhista, dois argumentos se sobressaem: o elevado custo do trabalho e a burocracia trabalhista. De acordo com os empresários, o descompasso entre o crescimento da produtividade e dos salários é incompatível com o padrão de retomada da atividade econômica e do emprego. Em conformidade com esse raciocínio, o desemprego se deve à ausência de mecanismos regulatórios que possibilitem maior flexibilidade nas regras de contratação, remuneração e uso da força de trabalho. Como bem ressalta Eliana dos Santos Alves Nogueira (2017, p. 131), a origem desse contrato de trabalho remonta a uma necessidade crescente de modernizar a legislação trabalhista, a fim de se adequar às necessidades atuais do empregado no mercado brasileiro. Para a autora, tal necessidade: “Fundava-se na existência de trabalhadores que não possuíam interesse em trabalhar a semana toda, seja para obter outros ganhos financeiros, seja para preparação intelectual ou profissional em outras áreas, bem como na existência de atividades econômicas que não demandariam um número fixo de empregados em tempo integral.” Para tentar regularizar essa situação, o legislador trouxe, através da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), diversos mecanismos de proteção, bem 19 como novas espécies de contrato de trabalho. Dentre essas espécies contratuais, destaca-se o trabalho intermitente, previsto no art. 443, § 3º, da CLT, o qual fora incluído, recentemente, pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017). Art. 443 § 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Com a advento da Reforma Trabalhista, o contrato de trabalho intermitente passa a ter características inéditas no Direito Trabalhista Brasileiro, possibilitando ao empregado a prestação de serviços de forma sazonal e, ao empregador, a presença de funcionários nos períodos de maior demanda na empresa, favorecendo, assim, a existência de novas formas de trabalho. Dessa maneira, o contrato de trabalho intermitente surge para flexibilizar ainda mais o mercado de trabalho brasileiro, a fim de se adequar às demandas trabalhistas, tanto do empregado, que necessita, cada vez mais, de horários flexíveis em sua rotina diária, quanto do empregador, que se vê, atualmente, em um mercado cada vez mais competitivo. 6.2 DIREITOS DO EMPREGADO NO TRABALHO INTERMITENTE Os argumentos de defesa do trabalho intermitente seguem duas direções: a primeira é que essa modalidade gerará novos empregos sem, entretanto, especificar de que forma; a segunda se refere aos supostos efeitos sociais desse tipo de contrato, que constituiria uma oportunidade para aqueles que estão acessando o primeiro emprego e/ou que precisam conciliar trabalho e estudo. Em um primeiro momento, poder-se-ia afirmar que o contrato intermitente é simplesmente uma regulamentação dos “bicos”. Ou seja, atinge aquele trabalhador que se envolve com trabalhos esporádicos, sem jornada bem 20 definida, de forma eventual. Mas em realidade o trabalho intermitente poderá ser um veículo extremamente eficiente na promoção da instabilidade e no rebaixamento da remuneração do trabalhador em diversos setores. Para além disso, poderá promover intensificação do trabalho, ou seja, aumento da carga de trabalho e redução de horas pagas. O contrato intermitente se torna um veículo para que trabalhadores antes regidos pela CLT em tempo integral se tornem “trabalhadores just in time”, trabalhandoe recebendo estritamente de acordo com as necessidades da empresa. Trata-se de legalizar o estabelecimento de uma nova lógica de subordinação, gestão e controle da força de trabalho, que pode se generalizar por diversos setores da economia. De forma geral, esse trabalhador tem os mesmos direitos de quem tem um contrato convencional. A exceção é o seguro-desemprego, vetado para quem tem contrato intermitente. Uma das (poucas) vantagens do trabalho intermitente consiste na possibilidade de o empregado poder exercer outro emprego, consoante preceitua o art. 452-A, § 5º, da CLT (“o período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes”). Contudo, há críticas quanto a essa suposta vantagem, uma vez que, em um universo de, aproximadamente, 12 milhões de desempregados, torna-se praticamente impossível para o trabalhador comum obter dois ou mais empregos, o que torna, na prática, bastante inócua tal previsão legal. O problema do contrato de trabalho intermitente, ao contrário do seu conceito, é muito claro: há relação de emprego, formalmente registrada em CTPS, mas sem garantia do pagamento de nenhum valor ao final de um mês. É o contrato de salário zero ou contrato zero hora. O empregador poderá ficar horas, dias, semanas, meses sem demandar trabalho, ficando o empregado, no mesmo período, aguardando um chamado sem receber salário. Trata-se claramente de se dividir os riscos do empreendimento com o empregado, sem que ele participe, obviamente, dos lucros. 21 6.3 TRABALHO INTERMITENTE: INSTRUMENTO DE MODERNIZAÇÃO OU FERRAMENTA DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO? Uma das críticas mais comuns acerca do trabalho intermitente é que, apesar de garantir a proporcionalidade salarial em relação aos demais empregados que não estão submetidos a este tipo de contrato, este não prevê um número mínimo de horas a serem trabalhadas. Neste sentido, observa-se que a legislação é omissa, não estabelecendo qualquer exigência quanto à jornada mínima e, consequentemente, não trazendo nenhuma garantia de que ao final do mês, o empregado terá trabalhado uma quantidade de horas suficiente para alcançar o salário mínimo. Tanto é assim, que há a previsão de que o trabalhador deve complementar o recolhimento à previdência social, caso o valor do seu salário não alcance o teto inicial da previdência, que é o salário mínimo. O rol de garantias asseguradas ao trabalhador intermitente é pífio e, antes das alterações promovidas pela MP, inexistia. É um contrato que protege muito mais o empregador do que o empregado. A falta de limitação quanto à sua utilização (seja quanto às atividades, seja quanto ao número máximo de horas, dias ou meses de trabalho dentro de um determinado espaço temporal, como ocorre, por exemplo no direito italiano) traz o risco de haver substituição dos contratos de trabalho tradicional por contratos formalmente precários. Isto deixaria ao livre critério do empregador a gestão do tempo de trabalho do empregado, que ficaria sempre em espera permanente. Questiona-se, dessa forma, se a bandeira da modernização das leis trabalhistas pode vir a causar uma precarização através do trabalho intermitente no Brasil. 22 7 - CONCLUSÃO Este trabalho teve como objetivo apresentar um caso de empreendedorismo sustentável, identificando elementos que configuram e norteiam a sustentabilidade no empreendedorismo. Nesse sentido, evidenciou-se que a ação de empreendedores sustentáveis vai além da própria empresa e do mercado, ampliando seus efeitos para o ambiente social e ambiental. Ao longo dos anos de atividades, empresas poderão construir uma identidade ambiental alicerçada em princípios ecoeficientes, aos quais produzirão efeitos econômicos, sociais e ambientais, evidenciando a tripla dimensão da sustentabilidade. Com isso, sugere-se que futuros estudos explorem o nível de institucionalização de experiências de empreendedorismo sustentável. Como contribuições do estudo, é importante salientar a importância do empreendedorismo sustentável para a sustentabilidade e para a construção de um ecossistema empreendedor sustentável. Não se trata apenas de melhorar aspectos nos processos produtivos, mas repensar coletivamente as estratégias governamentais, empresariais e os padrões de consumo das sociedades contemporâneas. 23 REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C et al. Inovação e sustentabilidade: novos modelos e proposições. Revista de Administração de Empresas, v.50, n.2, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003475902010000200002&script=sci_arttext& tlng=pt Acesso em: 18/04/2020 BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1993. Consolidação das Leis do Trabalho. CARVALHO, Sandro Sacchet de. Uma visão geral sobre a reforma trabalhista. Revista: Mercado de Trabalho n. 63, 2017. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8130/1/bmt_63_vis%C3%A3o.pdf Acesso em: 24/04/2020. CIZOTO, Sonelise Auxiliadora, DIÉGUEZ, Carla Regina Mota Alonso, PINTO, Rosângela de Oliveira. Homem, cultura e sociedade. 2016. Editora e Distribuidora Educacional AS, 2016. FERREIRA, Fabiana Mendonça. MEIO AMBIENTE X DESENVOLVIMENTO: a questão ambiental na sociedade capitalista. Revista: IV Jornada Internacional de Políticas Públicas. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIV/eixos/8_agricultura/meio-ambiente-x- desenvolvimento-a-questao-ambiental-na-sociedade-capitalista.pdf Acesso em: 20/04/2020 JULIANO, Marcio de Cassio. Empreendedorismo. 2016. Editora e Distribuidora Educacional AS, 2016. NOGUEIRA, Eliane dos Santos Alves. O Contrato de Trabalho Intermitente na Reforma Trabalhista Brasileira: contraponto com o modelo italiano. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, n. 51, 2017. 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