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AULA 4 - A epistemologia e a historicidade do conhecimento

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METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 
A EPISTEMOLOGIA E A HISTORICIDADE 
DO CONHECIMENTO 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
 
Epistemologia  Episteme (conhecimento) e Logos (teoria 
ou explicação)  Estudo filosófico da natureza, das fontes e 
dos limites do conhecimento. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
A epistemologia analisa o conhecimento a partir de três componentes 
essenciais (análise tripartite do conhecimento): 
 
1) Crença  A crença, apesar de ser necessária para o saber como um 
requisito para o conhecimento, não é, em si mesma, suficiente para 
caracterizar o conhecimento, pois a crença pode muito bem ser falsa. 
 
2) Verdade  Para se ter um conhecimento verdadeiro é preciso que a 
crença seja correta. O conhecimento é uma crença verdadeira. 
 
3) Justificação  A crença verdadeira também não é suficiente para 
se alcançar o conhecimento. É preciso apresentar razões que 
corroborem a crença. Assim, para que uma crença verdadeira seja 
conhecimento, ela necessita de justificação, que configura a terceira 
condição essencial do conhecimento. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Verificacionismo  Posição epistemológica segundo a qual o 
significado de uma proposição depende da possibilidade de sua 
verificação, ou ainda do método escolhido para sua verificação. 
 
Círculo de Viena  Formado por um grupo de intelectuais que se 
encontrava informalmente na Universidade de Viena entre 1922 e 
1936, liderado por Moritz Schlick  Positivismo Lógico ou 
Neopositivismo – estudo da sintaxe lógica dos enunciados científicos 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Karl Popper 
1902-1994 
Segundo Popper, Hume apresenta dois problemas: um 
lógico e outro psicológico. 
 
1) Se refere à necessidade que temos em raciocinar 
partindo de exemplos dos quais temos experiência para 
outros dos quais não temos. Para Hume, não importa o 
número de repetições observadas, não se pode 
extrapolar a experiência, e a situação não se modifica ao 
utilizarmos a probabilidade como justificativa de 
generalização. 
 
2) Hume se pergunta por que criamos expectativas em que 
depositamos grande confiança, e em resposta afirma que 
isso ocorre devido ao “costume ou hábito”, ou seja, 
porque somos condicionados pelas repetições e pelo 
mecanismo de associação de ideias. Portanto, Hume 
conclui que a repetição não tem qualquer força como 
argumento e que a razão desempenha apenas um papel 
menor em nosso entendimento. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Karl Popper, contudo, apesar de concordar que nenhuma quantidade de 
asserções de teste pode justificar a alegação de que uma teoria explanativa 
universal é verdadeira, propõe substituir a palavra “verdadeira” por 
“verdadeira ou falsa”. Assim, Popper reformula a questão e afirma ser, sim, 
possível admitir que as asserções de teste nos permitem alegar que uma teoria 
explanativa universal é falsa. 
“Pode uma preferência, com respeito à verdade ou à 
falsidade, por algumas teorias universais em concorrência 
com outras, ser alguma vez justificada por tais ‘razões 
empíricas’?” 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
• Segundo ele, as nossas asserções de teste podem, sim, refutar determinadas 
teorias ou correntes e, como estamos à procura de teorias verdadeiras, 
preferiremos aquelas cuja falsidade não foi estabelecida. 
 
 
• Popper propõe que encaremos todas as leis ou teorias como hipotéticas ou 
conjecturais, e que busquemos refutá-las, fazendo com que sua solução ao 
problema da indução permaneça no âmbito da lógica dedutiva, visto que, nesta 
perspectiva, há uma assimetria entre verificação e falsificação por experiência. 
 
 
Uma teoria científica pode ser falsificada por uma única observação 
negativa, mas nenhuma quantidade de observações positivas poderá 
garantir que a veracidade de uma teoria científica seja eterna e imutável. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Portanto, 2 condições precisam ser satisfeitas para que uma teoria seja digna 
da consideração de um cientista: 
 
1) Uma hipótese tem que ser falsificável 
 
2) Não deve ser falsificada 
Características da proposta de Popper: 
 
1) Uma teoria só tem caráter informativo se ela for falsificável e quanto mais 
falsificável ela for, mais clara e informativa ela será, visto que ela buscará ter 
maior precisão através de suas afirmações. Ex. Experimento com o Morcego. 
 
2) Não há perigo na proliferação de teorias especulativas porque qualquer uma 
que for inadequada como descrição do mundo pode ser impiedosamente 
eliminada como resultado da observação ou de outros testes. 
 
3) O conceito de progresso é central na explicação falsificacionista da ciência. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
“Portanto, na ciência, diferentemente da teologia, a comparação 
crítica das teorias concorrentes, das estruturas [frameworks] 
concorrentes, é sempre possível. E a recusa dessa possibilidade é um 
erro. Na ciência (e somente na ciência) nós podemos dizer que fizemos 
um progresso genuíno: que sabemos mais do que sabíamos antes” 
(POPPER). 
 
Revoluções científicas  Movidas pela racionalidade científica 
 
 
Revoluções ideológicas  Movidas por ideias não científicas 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Thomas Kuhn ocupou-se principalmente do estudo da 
história da ciência, no qual mostra um contraste entre 
duas concepções da ciência: 
 
Perspectiva Formalista  Ciência é concebida como 
uma atividade completamente racional e controlada. 
 
Perspectiva Historicista  Ciência é compreendida 
como uma atividade concreta que se dá ao longo do 
tempo e que em cada época histórica apresenta 
peculiaridades e características próprias. 
A Estrutura das Revoluções Científicas  giro histórico-sociológico da ciência: 
considera os aspectos históricos e sociológicos que fazem parte da atividade 
científica, e não só os aspectos lógicos e empíricos, como defendia o modelo 
formalista. 
Thomas Kuhn 
1922-1996 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Ciência  Deve ser vista como um tipo de atividade explicativa que 
desenvolve pesquisas submetidas a princípios e pressupostos organizadores 
daquilo que o autor chama de “paradigma”. 
 
Paradigma  Se refere às realizações científicas universalmente 
reconhecidas que, durante um certo tempo, fornecem problemas e soluções 
modelares para uma comunidade de praticantes. Assim, o paradigma é a 
própria cientificidade, pois inaugura uma tradição consensualmente 
empreendida e impõe um “framework” (dentre muitos), eliminando a atitude 
crítica permanente (característica do período pré-paradigmático). 
 
Criticabilidade  Para Popper, é o traço distintivo da cientificidade. Para 
Kuhn, ela acaba desaparecendo precisamente no momento em que uma 
disciplina ingressa na sua fase científica. Assim, quando uma disciplina entra 
em um período paradigmático (fase científica), seus pesquisadores passam a 
realizar aquilo que o autor chamou de “ciência normal”. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Ciência Normal  Tentativa de subsumir um maior número de fenômenos 
sob a visão de mundo básica proveniente da matriz disciplinar dominante, 
através da realização de experimentos estandardizados dedicados a resolver 
problemas padronizados. Consequentemente, a rotina de trabalho científico, 
segundo Kuhn (e diferentemente do que argumenta Popper), não se 
caracteriza pela busca de novidades capazes de ampliar os horizontes das 
perspectivas teóricas. 
“A ciência normal esforça-se (e deve fazê-lo constantemente) para 
aproximar sempre mais a teoria e os fatos. Essa atividade pode ser vista 
como um teste ou uma busca de confirmação ou falsificação. Em lugar 
disso, seu objeto consiste em resolver um quebra-cabeça, cuja simples 
existência supõe a validade do paradigma. O fracasso em alcançar uma 
solução desacredita somente o cientista e não a teoria” (KUHN). 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Segundo o enfoque historicista de Kuhn, a ciência desenvolve-se segundo 
determinadas fases: 
 
1) Estabelecimento de um paradigma  Marco ou perspectivaque se 
aceita de forma geral por toda a comunidade científica (conjunto de 
cientistas que compartilham um mesmo paradigma e realizam a 
mesma atividade científica) e a partir do qual se realiza a atividade 
científica, cujo objetivo é esclarecer as possíveis falhas do paradigma 
ou extrair todas as suas consequências. 
 
2) Ciência normal  Período durante o qual se desenvolve uma 
atividade científica baseada num paradigma. Esta fase ocupa a maior 
parte da comunidade científica, consistindo em trabalhar para mostrar 
ou pôr à prova a solidez do paradigma no qual se baseia. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
3) Crise  Quando o paradigma não é capaz de resolver todos os 
problemas, ele é gradualmente posto em cheque, e começa-se a 
considerar se é o marco mais adequado para a resolução de 
problemas ou se deve ser abandonado. 
 
4) Ciência Extraordinária  Tempo em que se criam novos 
paradigmas que competem entre si tentando impor-se como o 
enfoque mais adequado. 
 
5) Revolução científica  Um dos novos paradigmas substitui o 
paradigma tradicional. A cada revolução, o ciclo se inicia de novo 
e o paradigma que foi instaurado dá origem a um novo processo 
de ciência normal. 
 
Estabelecimento de um novo paradigma. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Comunidade científica 
 
• Comunidade especial que congrega os cientistas é aquilo que concede uma 
unidade mínima às atividades de seus praticantes e não a existência de um 
método científico. 
 
• A competição entre segmentos da comunidade científica é o único processo 
histórico que realmente resulta na rejeição de uma teoria e na adoção de outra. 
 
• Os primeiros estágios do desenvolvimento da maioria das ciências se 
caracterizam pela contínua competição entre diversas concepções de natureza 
distintas, e cada uma delas é parcialmente derivada e todas são apenas 
aproximadamente compatíveis com os ditames da observação do método 
cientifico. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
“(...) o que diferenciou essas várias escolas não foi um ou outro insucesso do 
método – todas elas eram “científicas” – mas aquilo que chamaremos a 
incomensurabilidade de suas maneiras de ver o mundo e nele praticar a 
ciência. A observação e a experiência podem e devem restringir drasticamente 
a extensão das crenças admissíveis, porque de outro modo, não haveria 
ciência. Mas não podem, por si só, determinar um conjunto específico de 
semelhantes crenças. Um elemento aparentemente arbitrário, composto de 
acidentes pessoais e históricos, é sempre um ingrediente formador das crenças 
esposadas por uma comunidade cientifica específica numa determinada 
época” (KUHN). 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Verificacionismo e falsificacionismo  Para Kuhn, ambos suprimem os 
aspectos dinâmicos do processo de produção do conhecimento. Ele não está 
interessado em como podemos ordenar logicamente nossas teorias de modo a 
caracterizá-las como verificadas, confirmadas, falsificadas etc., mas se propõe a 
empreender uma via metacientífica mais abrangente que examina não apenas o 
impacto da natureza e da lógica, mas também, as técnicas de argumentação 
persuasiva que se revelam eficazes no interior da comunidade dos cientistas. 
• Kuhn discorda que testes decisivos com pretensões a falsificar uma teoria são 
a mola propulsora da ciência, visto que, além de serem realizados apenas 
esporadicamente, o cientista mantém um envolvimento tão profundo com a 
teoria com a qual trabalha que não tem como testar sua proficuidade explicativa, 
manifestando, assim, aquilo que o autor chamou de “dissonância cognitiva”. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
• Kuhn não se preocupa em delimitar um critério para distinguir o que é ciência e 
o que é pseudociência ou metafísica, e se limita a mostrar como a cientificidade 
tem sido construída historicamente. 
 
• Uma determinada disciplina se torna ciência não porque realizou com sucesso 
procedimentos de verificação ou falsificação de suas teorizações, mas porque 
“funcionalmente ingressou numa fase na qual os problemas são consensual e 
unificadamente enfrentados com base em padrões estandardizados de 
abordagem. 
Crítica à Epistemologia  Não pode se limitar a formulação de procedimentos 
ahistóricos idealizados, mas elaborar uma análise reconstrutiva dos estágios de 
desenvolvimento das ciências, adotando uma abordagem psicossociológica capaz 
de descrever um sistema de valores, uma ideologia, juntamente com uma análise 
das instituições através das quais o sistema é transmitido e inculcado. 
 
Verdade  Historicização da verdade: não é mais um valor absoluto e ahistórico, 
mas sim, dependente do paradigma sob o qual se encontra subordinado. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
“Talvez exista alguma outra maneira de salvar a noção de ‘verdade’ para a 
aplicação a teorias completas, mas esta não será capaz de realizar isso. 
Parece-me que não existe maneira de reconstruir expressões como 
‘realmente aí’ sem auxílio de uma teoria; a noção de ajuste entre a 
ontologia de uma teoria e sua contrapartida ‘real’ na natureza parece-me 
ilusória por princípio. (...) Embora a tentação de descrever essa posição 
como relativista seja compreensível, a descrição parece-me equivocada. 
Inversamente, se esta posição é relativista, não vejo por que falte ao 
relativista qualquer coisa necessária para a explicação da natureza e do 
desenvolvimento das ciências” (KUHN, 2007[1962], p. 256). 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Paul Feyerabend 
1924-1994 
Crítica ao falsificacionismo  Ele argumenta que 
nenhuma teoria interessante é completamente consistente 
com todos os fatos relevantes. Isso equivaleria a se 
deixar levar por uma ingênua regra falsificacionista que 
afirma que teorias científicas devam ser rejeitadas se elas 
não estão de acordo com os fatos conhecidos. Ex. 
Copérnico 
Incomensurabilidade  Feyerabend também refletiu 
que a possibilidade da incomensurabilidade, uma 
situação onde teorias científicas não podem ser 
comparadas diretamente porque são baseadas em 
suposições incompatíveis, pode não permitir o uso 
padrões gerais para o estabelecimento da qualidade de 
teorias científicas. 
Crítica a Kuhn  A ciência normal não deve ser o objetivo da ciência e a crise 
não deve ser apenas um estágio. Revolução permanente deve ser o lema da ciência 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
• Feyerabend foi um crítico de qualquer determinação que pretendesse 
julgar a qualidade das teorias científicas pela comparação destas com os 
fatos. Segundo Feyerabend uma teoria estabelecida poderia influenciar a 
interpretação natural dos fenômenos observados. 
 
 
 
• Os cientistas fazem, necessariamente, suposições implícitas quando 
comparam teorias científicas aos fatos que observam. As suposições 
precisam de ser mudadas de maneira a tornar uma nova teoria compatível 
com as observações. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Contra-indução Ao invés de partir de uma experiência para a generalização e 
formulação de uma regra, na contra-indução o cientista deve formular regras 
contrárias às teorias aceitas. Assim, ele poderá adotar uma metodologia pluralista 
na qual ele deverá comparar ideias antes com outras ideias do que com a 
experiência e tentará antes aperfeiçoar do que afastar as concepções que forem 
vencidas no confronto. 
“O conhecimento, concebido segundo essas linhas, não é uma série de 
teorias coerentes, a convergir para uma doutrina ideal, não é um 
gradual aproximar-se da verdade. É, antes, um oceano de alternativas 
mutuamente incompatíveis (e, talvez, até mesmo incomensuráveis), onde 
cada teoria singular, cada conto de fadas, cada mito que seja parte do 
todo, força as demais partes a manterem articulação maior, fazendo com 
que todas concorram, através desse processo de competição, para o 
desenvolvimento de nossa consciência” 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
Anarquismo epistemológico  Segundo Feyerabend, o anarquismo 
epistemológico é uma maneira de indicara “direção” do progresso da ciência. 
É, em verdade, uma alternativa em relação àqueles que pensam que para falar 
do progresso na ciência precisamos fazer jus a ordem e a lei. Seu objetivo é 
afastar as restrições metodológicas que dificultam o avanço da ciência. 
“O anarquismo epistemológico difere tanto do ceticismo quanto do 
anarquismo político (religioso). Enquanto o cético vê tudo como igualmente 
bom ou igualmente mau ou desiste completamente de formular juízos dessa 
espécie, o anarquista epistemológico não sente escrúpulo em defender o mais 
banal ou o mais afrontoso enunciado. Enquanto o anarquista político ou 
religioso pretende afastar certa forma de vida, o anarquista epistemológico 
desejará, talvez, defendê-la, pois não tem lealdade permanente para com 
qualquer instituição, nem permanente aversão contra ela.” 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
“Na sociedade em geral, o juízo de um cientista é recebido com a mesma 
reverência como o pensamento de bispos e cardeais era aceito não muito 
tempo atrás” 
 
• Feyerabend descreveu a ciência como tendo sua própria mitologia e 
proclamadora de verdades muito além de sua capacidade atual. Ele indignou-
se especialmente com atitudes condescendentes de muitos cientistas em 
relação a tradições alternativas. 
 
• Em sua opinião, a ciência tornou-se uma ideologia repressiva, muito embora 
tenha surgido como um movimento de libertação. 
 
• Segundo o pensamento de Feyerabend uma sociedade pluralística deve 
proteger-se de ser muito influenciada pela ciência, assim como de outras 
ideologias. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
• Método científico universal não existe historicamente 
 
 
• Ciência não merece o status privilegiado que possui na sociedade ocidental 
 
 
• A ciência deve ser separada do estado da mesma maneira que a religião é 
separada na moderna sociedade secular. Ele vislumbrou uma "sociedade livre" 
na qual "todas as tradições têm iguais direitos e igual acesso aos centros de 
poder". 
 
 
• Em sua opinião, não é justo utilizar suposições científicas para determinar 
quais problemas merecem ser resolvidos e para julgar o mérito de outras 
ideologias. 
 
 
• Além disso, o sucesso dos cientistas está tradicionalmente envolvido com 
elementos não científicos, tais como inspiração a partir de pensamentos míticos 
ou de fontes religiosas. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
1) O argumento de que a ciência merece uma posição especial porque tem 
produzido resultados só seria válido se nada mais tivesse produzido 
resultado. Ex. Medicina Oriental 
 
2) O fato de que a ciência tem resultados conta a seu favor somente se esses 
resultados foram alcançados pela ciência por si só, e sem qualquer ajuda 
exterior. Segundo Feyerabend, um olhar sobre a história mostra que a 
ciência quase nunca obtém seus resultados dessa forma. Quando 
Copérnico introduziu uma nova visão do universo, ele não consultou 
antecessores científicos, ele consultou um louco pitagórico, Filolau de 
Crotona. Adotou suas ideias e ele manteve-as frente a todas as regras do 
método científico. Mecânica e ótica devem muito aos artesãos; a medicina 
às parteiras e bruxas. 
• Não há justificação para a valorização científica reivindicada sobre outras 
ideologias, como as religiões, por exemplo. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
• Para onde quer que olhemos vemos que grandes avanços científicos são 
devidos à interferência externa a qual prevalece em face das mais básicas e 
"racionais" regras metodológicas. 
• A ciência é apenas uma das muitas ideologias que impulsionam a sociedade e 
deveria ser tratada como tal (esse preceito se aplica até mesmo às mais 
progressistas e mais dialéticas seções da ciência). 
 
 
• Papel da ciência perante o Estado  Consulta apenas. Decisão final deve 
ser deixada para os órgãos de consultoria democraticamente eleitos. 
 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
“As ideologias são maravilhosas quando operadas na companhia de 
outras ideologias. Elas tornam-se aborrecidas e dogmáticas quando 
seus méritos conduzem à remoção de seus adversários”. 
“É de suma importância fortalecer a mente dos jovens, e "fortalecer 
as mentes dos jovens" significa fortalecê-las contra toda aceitação 
fácil de pontos de vista abrangentes. O que nós precisamos aqui é uma 
educação que leve as pessoas a discutir, contra-sugestiva, sem torná-
las incapazes de se dedicarem à elaboração de qualquer ponto de 
vista original.” 
METODOLOGIA CIENTÍFICA 
PRÓXIMA AULA: 
AS CIÊNCIAS SOCIAIS, NATURAIS E A GEOGRAFIA

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