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1. Revisar o processo inflamatório com febre. 2. Explicar a morfologia e classificação das bactérias gram+ importantes para pele e partes moles (comunidade). 3. Conhecer os principais agentes infecciosos de pele e partes moles. 4. Discutir as características da erisipela e celulite. 5. Conhecer o quadro clínico dos pacientes com infecções de pele (vide 4). 6. Interpretar as alterações do hemograma. 7. Descrever os mecanismos de ação dos b-lactâmicos e ação das b-lactamases. 8. Explicar como ocorre a resistência das bactérias aos antibióticos. ______________________________________________ Inflamação e resposta de fase aguda Os organismos possuem mecanismos adaptativos para responder a estímulos agressivos no sentido de manter o equilíbrio homeostático. Dentre eles, há a inflamação, que inclui uma série de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas. Os sinais clássicos da inflamação são: dor, calor, rubor, edema e perda da função. Ela ocorre em 3 fases principais: 1. Alteração do calibre e fluxo vascular a. Monócitos e macrófagos no sítio da lesão liberam citocinas, como a IL-1 e 6 e TNF→ reação inflamatória iniciada b. Histamina e NO liberados na lesão → vasodilatação → fluxo sanguíneo aumentado→ calor e rubor 2. Alteração na permeabilidade vascular a. Fatores inflamatórios → separação das junções intercelulares b. Vasodilatação → aumento da pressão hidrostática → extravasamento de plasma → edema e aumento da viscosidade do sangue 3. Migração de leucócitos e sua ação a. Por estímulo das citocinas, há a migração de leucócitos para o sítio da lesão por meio das integrinas. Febre: a febre é uma elevação da temperatura corporal objetivando potencializar a defesa do organismo contra agentes infecciosos e células neoplásicas. ● Acelera a quimiotaxia e potencializa a secreção de antibactericidas; ● Aumenta a produção de antivirais; ● Potencializa a ação de LinfT; ● Diminui a disponibilidade de ferro, dificultando a proliferação de bactérias. As ações da febre sobre a defesa orgânica são mediadas indiretamente por citocinas de efeito pirogênico (pirogênios endógenos) secretadas na RFA, principalmente IL-1 e TNF-a. Estas agem, por intermédio da ação da PGE2, nos centros termorreguladores do hipotálamo, elevando o limiar térmico e desencadeando respostas metabólicas de produção e conservação de calor (tremores, vasoconstrição periférica, aumento do metabolismo basal). BACTÉRIAS ● Coagulases: transformam o fibrinogênio em fibrina, gerando a malha que forma o coágulo sanguíneo. o Coagulase positiva→ Aureus ● Catalases: decompõem o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. o Separa entre as Gram+ ▪ Estáfilo→ + ▪ Estrepto→ - 1. Staphylococcus aureus (G+) a. O estáfilo mais patogênico. b. Forma cachos de uva, são imóveis e não formam esporos. c. Possui muitos fatores de virulência e mecanismos de defesa. i. Coagulase ii. Toxinas que inibem a quimiotaxia iii. Resistente à opsonização 2. Streptococcus pyogenes (G+) a. Cresce em cadeia e é anaeróbico. b. Secreta toxinas; i. Destaque para a hemolisina, que lisa eritrócitos. ERISIPELA Também chamada de febre de Santo Antônio, a erisipela é uma infecção pelo Streptococcus pyogenes na derme superficial e profunda, acometendo os vasos linfáticos (casca de laranja), e que se superficializa, atingindo também a epiderme. ● Lesões francamente eritematosas; ● Bordas bem definidas, às vezes elevadas. ● Lesão quente e dolorosa; ● Predomínio pela região malar e perna; ● Podem surgir bolhas flácidas no central da lesão, que logo podem se romper. → Febre alta, calafrio e toxemia. TRATAMENTO ● Casos leves/moderados o Penicilina G procaína 12/12h o Penicilina V oral 6/6h ● Casos graves o Penicilina G cristalina 4/4h ● Profilaxia: em casos de repetição, objetivando evitar Elefantiasis mostra, com Penicilina G benzatina 4/4 semanas. CELULITE É uma infecção do tecido subcutâneo (derme profunda e gordura subcutânea) causada pelo Staphylococcus aureus e, em segundo lugar, pelo pyogenes. ● Frequentemente possui porta de entrada. o Sinais flogísticos no local ▪ Rubor ▪ Calor ▪ Dor ▪ Edema ● Não há bordas delimitadas; ● Eritema menos proeminente. → Febre alta, calafrios e toxemia TRATAMENTO ● Casos leves/moderados o Cefalexina o Eritromicina o Cefadroxil ● Casos graves o Oxacilina 2g IV 4/4h ● Bem como na erisipela, durante 10-14 dias. Mecanismos de defesa O resistoma bacteriano antecede realmente a invenção dos atb farmacêuticos. Inicialmente evoluiu para neutralizar compostos bactericidas que ocorriam naturalmente nos seus habitats e tem mudado para ir ao encontro dos desafios colocados pela utilização de fármacos antibióticos modernos empregados na clínica. DETERMINANTES GENÉTICOS 1. Determinantes cromossômicos: mutações a. Em uma infecção por cepa resistente a fármacos, o desfecho resultante de mutações pode ser catastrófico. 2. Amplificação gênica a. O tto com atb pode induzir aumento do número de cópias de genes preexistentes, como enzimas que destroem atb e bombas de efluxo. 3. Plasmídeos a. São alças fechadas de DNA que podem conter vários genes, se replicar independentemente e transportar genes entre bactérias. i. Genes r 4. Transpósons 5. Cassetes gênicos 6. Conjugação e transdução DETERMINANTES BIOQUÍMICOS 1. Inativação dos antibióticos b-lactâmicos a. As b-lactamases clivam o anel b-lactâmico das penicilinas e cefalosporinas b. Os estáfilos são os principais. i. Nestes, a enzima é indutível. ii. Gram- também produzem. 2. Inativação do cloranfenicol a. É inativado pela cloranfenicol acetiltransferase, enzima produzida por cepas resistentes de Gram+ e -. 3. Inativação de aminoglicosídeos a. São inativados por fosforilação, adenilação ou acetilação, e as enzimas são de ambos os Gram. 4. Alteração do local sensível ao fármaco ou do ponto de ligação do fármaco 5. Diminuição da concentração do fármaco na bactéria a. Os genes r codificam proteínas indutíveis que promovem o efluxo das tetraciclinas. b. Inibidores dessas bombas são usados como auxiliares atb. 6. Alteração de vias enzimáticas. ATB B-LACTÂMICOS ● As penicilinas podem ser destruídas por enzimas amidases e b-lactamases Mecanismo de ação: todo atb b-lactâmico interfere na síntese de peptidoglicano. Depois de se fixarem às proteínas de ligação à penicilina (PLP) nas bactérias, inibem as transpeptidases que cruzam as cadeias peptídicas ligadas à estrutura do peptidoglicano. A ação bactericida final é a inativação de um inibidor de enzimas autolíticas na parede celular, provocando a lise. PENICILINAS Usadas em meningite, infecções ósseas, infecções de pele e tecidos moles, otite, faringite, pnm, ITU, gonorreia, sífilis, endocardite. ● Penicilinas (Gram+) o Benzilpenicilina o Fenoximetilpenicilina ● Penicilinas resistentes às penicilinases (estáfilo) o Flucloxacilina o Temocilina ● Penicilinas de amplo espectro (gram+ e -) o Amoxicilina o Ampicilina ● Penicilinas antipseudomonas (P. aeruginosa) o Piperacilina o Ticarcilina CEFALOSPORINAS E CEFAMICINAS São atb b-L, inicialmente isoladas a partir de fungos. Apresentam o mesmo mecanismo de ação das penicilinas. A resistência a esse grupo tem aumentado. Usadas em septicemia, pnm, meningite, ITU, sinusite e infecções do trato biliar. ● Primeira geração (alguns estáfilos e estreptos) o Cefadroxila o Cefalexina o Cefadrina ● Segunda geração (melhor contra gram- e mais resistente à b-lactmase) o Cefuroxima o Cefalcor o Cefpodoxima ● Terceira geração (muito eficazes contra gram- e + em infecções hospitalares) o Cefotaxima o Ceftriaxona o Cefixima o Ceftazidima ● Quarta geração (melhor contra gram- e melhor contra resistentes) o Cefepima ● Quinta geração o Ceftarolina MONOBACTÂMICOS O principal é o aztreonam, que é resistente à maioria das b-lactamases. É efetivo apenas contra gram- aeróbios, como Neisseria e Haemophylus influenzae. ● Aztreonam CARBAPENEMOS O imipenem tem um espectromuito amplo e é ativo em muitos Gram- e +. É adm em conjunto com a cilastatina, que inibe sua inativação pelas células renais. O meropenem é semelhante, mas não é inativado pelas células renais. ● Ertapenem ● Imipenem ● Meropenem ● Doripenem
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