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SEPSE POR INFECÇÃO DE PELE E PARTES MOLES- Abordagem PBL para Estudantes de Medicina

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SEPSE POR INFECÇÃO 
DE PELE E PARTES 
MOLES 
Caso 07 Sessão Tutorial 
Resumo 
Nesta apostila, você encontrará informações essenciais e abrangentes sobre 
infecções de pele e partes moles, abordando desde a anatomia e histologia 
da pele até o diagnóstico e tratamento dessas condições. Navegue pelos 
tópicos que incluem erisipela, celulite, infecções cutâneas em pacientes 
diabéticos, agentes etiológicos e abordagens terapêuticas, incluindo o uso 
de antibióticos e abordagens cirúrgicas. Aprenda também sobre a condução 
de casos de mordida humana, a atenção primária à saúde relacionada a 
essas infecções e os critérios para definição de sepse e choque séptico. Com 
imagens ilustrativas e exercícios práticos, esta apostila irá enriquecer seu 
conhecimento e aprimorar suas habilidades no manejo de infecções de pele 
e partes moles. Este material é resultado de extensas pesquisas em fontes 
confiáveis e atualizadas, garantindo um conteúdo de alta qualidade e 
relevância para o leitor. 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
Capitulo 1: Introdução ao estudo de infecções de pele e partes moles 
1.1. Objetivos institucionais e questões norteadoras 
Capitulo 2: Anatomia e histologia da pele 
2.1. Revisão da fisiologia da pele (Guyton / Berne) 
Capitulo 3: Principais apresentações de infecções de pele e partes moles 
3.1. Erisipela 
3.2. Celulite 
3.3. Outras apresentações e diagnósticos diferenciais 
3.4. Infecções cutâneas em pacientes diabéticos 
Capitulo 4: Agentes etiológicos e abordagem terapêutica 
4.1. Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos) 
4.2. Infecções por fungos 
4.3. Abordagem cirúrgica 
Capitulo 5: Abordagem da febre em paciente com suspeita de processo infeccioso 
5.1. Critérios de definição de "sepse" e "choque séptico" 
5.2. Exames laboratoriais e de imagem nas infecções cutâneas 
5.3. Sepse e choque séptico em infecções de pele e partes moles 
Capitulo 6: Condução de casos de mordida humana 
6.1. Protocolos e recomendações de tratamento 
6.2. Prevenção de infecções secundárias 
Capitulo 7: Infecções de pele e partes moles na Atenção Primária à Saúde (APS) 
Capitulo 8: Referências bibliográficas 
Capitulo 9: Anexos 
9.1. Tabela de antibióticos de A a Z para infecção de pele e partes moles 
9.2. Perguntas e Respostas 
 
CASO 07 
 
Identificação: E.C.A., feminino, 72 anos, Natural e procedente de Salvador- Bahia 
Queixa Principal: “Ferimento em mão direita há 5 dias.” 
História da Moléstia Atual: Paciente relata ferimento em mão direita após mordedura humana durante uma 
briga há 5 dias, fazendo a limpeza do ferimento com soro fisiológico 0,9% e curativo em casa. Há 3 dias começou 
a notar aumento do volume da mão direita associado a um aumento de temperatura local percebendo que o 
antebraço apresentava zonas de flogose. Procurou a unidade básica de saúde para atendimento. Foi realizado 
curativo e prescrito para casa cefalexina 500mg/comprimido oral de 6/6horas e Nimesulida 100mg/comprimido 
oral de 12/12horas. Há 24 horas percebeu drenagem abundante de secreção purulenta em ferimento e 
aparecimento de bolhas em dorso da mão associado a picos febris de 39,0oC, prostração e calafrios. Procurou 
atendimento em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na qual foi informado pelo médico plantonista que 
necessitaria de internamento hospitalar para antibioticoterapia venosa. A equipe da cirurgia geral avaliou a lesão 
e indicou desbridamento em centro cirúrgico. Solicitado pelo plantonista da UPA regulação através da Central 
Estadual de Regulação (CER) do estado da Bahia para hospital referência. 
Interrogatório Sistemático: Relata polifagia e polidipsia. 
Antecedentes Médicos Patológicos: Paciente refere Diabetes Melitus diagnosticada há 8 anos em uso de 
Metformina 500mg, 3vezes ao dia e glibenclamida 5 mg, 2 comprimidos 1 vez ao dia, além de Hipertensão 
arterial controlada com Losartana 50mg oral, 1 vez ao dia. 
Antecedentes Médicos Familiares: genitora falecida de complicação de parto e genitor falecido de câncer de 
Colon. 
Antecedentes Médicos Sociais: Paciente é aposentada, não faz uso de tabaco ou álcool. 
Hábitos Alimentares: Paciente faz uso de dieta controlada hipossódica e com controle dos açucares e 
carboidratos. 
Exame Físico: Geral: Paciente em regular estado geral, lúcida, orientada no tempo e no espaço, com fácies de 
dor, descorada 1+/IV, desidratada 2+/IV, anictérica, acianótica, taquipneica. Dados Antropométricos: Peso 
65kg, altura 1,60m IMC 25,39. Sinais Vitais: Pressão Arterial: 140x90mmHg, Pulso radial 134 bpm, frequência 
respiratória 22ipm, Temperatura axilar: 39,0oC; glicemia capilar 225 mg/dl; oximetria de pulso: 95% em ar 
ambiente. 
Pele: turgor e elasticidade diminuídos, presença de linfonodos axilares e epicondilares, palpáveis e dolorosos à 
direita. Ferimento em dorso da mão direita com drenagem de secreção purulenta de odor fétido, flictenas em 
dorso da mão, sinais flogísticos, placas hipercromicas elevadas com bordas mal delimitadas, aumento de 
temperatura local, edema local e presença de bolhas em dorso da mão e em região medial do antebraço até o 
nível do cotovelo. 
Cabeça: forma normal, sem lesões aparentes. Olhos, ouvidos, boca e nariz sem alterações. Orofaringe sem 
hiperemia, petéquias ou hipertrofia das amigdalas. 
Pescoço: nuca livre, traqueia na linha média, tireoide palpável, sem tumorações, ausência de estase de jugulares 
a 45 graus. 
Aparelho Respiratório: Tórax e pulmões: simétrico, sem tiragens, expansibilidade preservada bilateral, frêmito 
tóraco-vocal palpável com distribuição uniforme; Murmúrio vesicular bem distribuídos em ambos HTX sem 
ruídos adventícios. 
Aparelho Cardiovascular: Precórdio normodinâmico, ausência de atritos, ictus visível e palpável no 5 espaço 
intercostal na linha hemiclavicular à esquerda, medindo 2 polpas digitais. Bulhas rítimicas, normofoneticas em 
2Tempos, sem sopros ou extrassistoles. 
Abdome: Semi-globoso, sem lesões de pele ou cicatrizes, ausência de circulação colateral ou hérnias, ruídos 
hidroaéreos presentes nos 4 quadrantes, indolor à palpação. Hepatimetria 10cm lobo Direito, fígado a 1 cm do 
rebordo costal direito, borda fina e superfície lisa. Sinal de Murphy negativo. Espaço de Traube livre. 
Membros: Edema na mão direita + flogose + flictenas. Ferida drenando secreção purulenta. 
Sistema osteoarticular: Redução da amplitude de movimento dos dedos da mão direita, do punho direito. Dor 
á palpação da mão e punho direito. 
Exame neurológico: Força muscular grau 5/V nos Membros Superiores (MMSS) e Membros Inferiores (MMII). 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
4 
Reflexos superficiais e profundos simétricos e preservados, sem alterações de sensibilidade em MMSS e MMII, 
Glasgow 15. 
Conduta: Hidratação venosa, coleta de exames laboratoriais, incluindo gasometria e hemocultura com 
antibiograma, Prescrito Ceftriaxone 1.000mg EV de 12/12horas, solicitado Ultrassonografia de Partes moles da 
região da mão direita e Raio-X da mão direita. Solicitada regulação.
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
5 
Capitulo 1: Introdução ao estudo de infecções 
de pele e partes moles 
 
Infecções de pele e partes moles compreendem 
uma ampla gama de condições que afetam a pele, 
tecidos subcutâneos, músculos e fáscia. Elas 
representam um problema comum e significativo na 
prática clínica e são responsáveis por uma parcela 
substancial das consultas médicas e internações 
hospitalares. O estudo dessas infecções é 
fundamental para o entendimento das patologias 
que acometem a pele e os tecidos adjacentes, bem 
como para o desenvolvimento de estratégias 
terapêuticas eficazes e apropriadas (Dermatologia 
Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia 
(Veronesi): Infeção de pele e partes moles). 
O objetivo central deste estudo é abordar a sepse 
por infecção de pele e partes moles, enquanto os 
objetivos secundários incluem a abordagem da febre 
em um paciente com suspeitade processo 
infeccioso e outras questões relevantes relacionadas 
a essas condições. 
Para uma compreensão abrangente das infecções de 
pele e partes moles, é importante revisar a anatomia 
e histologia da pele (Fisiologia - Guyton / Berne) e 
conhecer os agentes etiológicos e as abordagens 
terapêuticas, incluindo o uso de antibióticos beta 
lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, 
monobactâmicos e carbapenêmicos) e o tratamento 
de infecções por fungos (Farmacologia e 
Terapêutica - Goodman, Katzung). 
É essencial também estar familiarizado com as 
principais apresentações de infecções de pele e 
partes moles, como erisipela e celulite, bem como 
outras apresentações e diagnósticos diferenciais, 
incluindo infecções cutâneas em pacientes 
diabéticos (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela 
e celulite; Furunculose e diagnósticos diferenciais - 
Infecções na pele e partes moles na APS). 
Além disso, o estudo das infecções de pele e partes 
moles deve incluir a condução de casos de mordida 
humana e a abordagem da febre em pacientes com 
suspeita de processo infeccioso, considerando os 
conceitos e critérios de definição de "sepse" e 
"choque séptico", bem como os exames laboratoriais 
e de imagem pertinentes (SEPSE E CHOQUE 
SÉPTICO; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB 
de A a Z). 
 
1.1. Objetivos institucionais e questões 
norteadoras 
 
Nesta introdução, abordaremos os objetivos 
institucionais e as questões norteadoras para o 
estudo das infecções de pele e partes moles, 
conforme proposto no roteiro fornecido. Esses 
objetivos e questões são fundamentais para orientar 
o aprendizado e garantir uma compreensão 
abrangente do tema. 
Objetivos Institucionais: 
• Objetivo central: O objetivo central deste 
estudo é compreender a sepse por infecção de 
pele e partes moles, um problema clínico 
relevante que pode levar a complicações graves 
e potencialmente fatais se não for 
adequadamente diagnosticado e tratado 
(Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes 
moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele 
e partes moles). 
• Objetivos secundários: Os objetivos 
secundários incluem a abordagem da febre em 
um paciente com suspeita de processo 
infeccioso, o que é crucial para a identificação 
precoce de infecções e a implementação de 
medidas terapêuticas apropriadas. 
• Questões norteadoras: 
• Infeções de pele e partes moles: principais 
apresentações (foco em erisipela e celulite, mas 
abordando outras apresentações), principais 
agentes etiológicos, abordagem terapêutica 
(farmacológica e cirúrgica). Essas questões são 
essenciais para entender as diferentes 
manifestações clínicas das infecções de pele e 
partes moles, seus agentes causadores e as 
opções de tratamento disponíveis 
(EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e 
celulite; Furunculose e diagnósticos diferenciais 
- Infecções na pele e partes moles na APS). 
• Conceito e critérios de definição de "sepse" e 
"choque séptico": É importante conhecer as 
definições e critérios clínicos de sepse e choque 
séptico para identificar e tratar corretamente 
essas condições em pacientes com infecções de 
pele e partes moles (SEPSE E CHOQUE 
SÉPTICO). 
• Exames laboratoriais e de imagem nas 
infecções cutâneas: A compreensão dos exames 
laboratoriais e de imagem apropriados para o 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
6 
diagnóstico e monitoramento das infecções de 
pele e partes moles é fundamental para uma 
abordagem clínica eficiente e eficaz. 
• Infecções cutâneas em pacientes diabéticos: 
Pacientes diabéticos apresentam maior risco de 
infecções cutâneas e podem desenvolver 
complicações específicas. É essencial abordar 
esse grupo de pacientes para garantir o manejo 
adequado de suas condições. 
• Condução de casos de mordida humana: A 
condução de casos de mordida humana requer 
conhecimento específico para prevenir e tratar 
infecções secundárias e complicações 
relacionadas a esses incidentes. 
Com base nos objetivos institucionais e questões 
norteadoras, o estudo das infecções de pele e partes 
moles será abordado de forma abrangente e 
detalhada, garantindo a aquisição de conhecimento 
necessário para o diagnóstico e tratamento 
adequados dessas condições na prática clínica. 
 
Capitulo 2: Revisão da fisiologia da pele (Guyton 
/ Berne) 
 
 
A pele é o maior órgão do corpo humano e tem 
várias funções vitais, incluindo proteção, regulação 
da temperatura, percepção sensorial e manutenção 
do equilíbrio de líquidos. Para entender 
completamente as infecções de pele e partes moles, 
é essencial revisar a anatomia e a histologia da pele, 
bem como sua fisiologia. 
A pele é composta por três camadas principais: a 
epiderme, a derme e a hipoderme (também 
chamada de tecido subcutâneo). Cada uma dessas 
camadas possui características histológicas e 
funcionais específicas. 
• Epiderme: A camada mais externa da pele é 
composta principalmente por queratinócitos, 
que são células que produzem queratina, uma 
proteína fibrosa que confere resistência e 
impermeabilidade à pele. A epiderme também 
contém melanócitos (células produtoras de 
melanina, responsáveis pela pigmentação da 
pele), células de Langerhans (células 
imunológicas) e células de Merkel (células 
sensoriais). A epiderme é subdividida em várias 
camadas, incluindo a camada basal, a camada 
espinhosa, a camada granulosa, a camada lúcida 
(presente apenas na pele espessa) e a camada 
córnea. 
• Derme: A derme é a camada intermediária da 
pele e é composta principalmente por tecido 
conjuntivo, que fornece suporte estrutural e 
nutrição para a epiderme. A derme contém 
fibras de colágeno e elastina, que proporcionam 
resistência e elasticidade à pele, 
respectivamente. Além disso, a derme contém 
vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, 
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. A 
derme pode ser dividida em duas camadas: a 
derme papilar (mais próxima da epiderme) e a 
derme reticular (mais profunda). 
• Hipoderme: A hipoderme, também conhecida 
como tecido subcutâneo, é a camada mais 
profunda da pele e é composta principalmente 
por tecido adiposo. Esta camada atua como um 
amortecedor e isolante térmico, protegendo o 
corpo contra impactos e ajudando a regular a 
temperatura. A hipoderme também 
desempenha um papel na reserva de energia, 
armazenando gordura que pode ser utilizada 
como fonte de energia quando necessário. 
A fisiologia da pele está intimamente relacionada à 
sua estrutura e funções. O estudo da fisiologia da 
pele é fundamental para compreender como a pele 
desempenha suas funções e como os processos 
fisiológicos são alterados em diferentes condições, 
incluindo infecções de pele e partes moles 
(Fisiologia - Guyton / Berne). 
 
 
 
 
 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
7 
Capitulo 3: Principais apresentações de 
infecções de pele e partes moles 
3.1. Erisipela 
 
A erisipela é uma infecção bacteriana aguda da pele 
e tecidos subcutâneos, caracterizada pela inflamação 
dos vasos linfáticos e da derme superficial. É uma 
das principais apresentações de infecções de pele e 
partes moles e deve ser cuidadosamente estudada 
para garantir um diagnóstico e tratamento 
adequados (EMERGÊNCIAS CLINICAS: 
Erisipela e celulite; Dermatologia Clínica: infeção de 
pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção 
de pele e partes moles). 
Causada principalmente pelo Streptococcus 
pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo 
A), a erisipela também pode ser causada por outras 
bactérias, como Streptococcus do grupo B, C, G e 
Staphylococcus aureus. Fatores de risco incluem 
idade avançada, obesidade, diabetes, 
imunossupressão, má circulação e 
comprometimento do sistema linfático. 
Clinicamente, a erisipela se apresenta como uma 
área de eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e 
calor, com bordas bem demarcadas e elevadas, 
geralmente acompanhada de sintomas sistêmicos 
como febre, calafrios e mal-estar. A lesão costuma 
ser dolorosa e, em casos mais graves, pode evoluir 
para bolhas, pústulas e ulcerações. A erisipelaocorre com maior frequência nas pernas, embora 
possa afetar outras áreas do corpo, como o rosto e 
os braços. 
O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na 
apresentação característica e na presença de fatores 
de risco. Exames laboratoriais, como hemograma 
completo, podem revelar leucocitose com desvio à 
esquerda, indicando uma resposta inflamatória 
sistêmica. Culturas bacterianas da lesão podem ser 
úteis em casos complicados ou atípicos. 
O tratamento da erisipela inclui antibióticos, 
geralmente penicilina ou, em caso de alergia à 
penicilina, eritromicina ou clindamicina. 
Analgésicos e anti-inflamatórios também podem ser 
prescritos para alívio da dor e da inflamação. Em 
casos complicados, como erisipela bolhosa ou 
necrosante, pode ser necessária intervenção 
cirúrgica para desbridamento e drenagem das 
lesões. É importante orientar os pacientes sobre 
medidas preventivas, como higiene adequada da 
pele, controle de doenças crônicas e uso de meias 
elásticas, se necessário (EMERGÊNCIAS 
CLINICAS: Erisipela e celulite; Dermatologia 
Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia 
(Veronesi): Infeção de pele e partes moles). 
 
3.2. Celulite 
 
A celulite é uma infecção bacteriana aguda que afeta 
a derme e o tecido subcutâneo. Diferentemente da 
erisipela, a celulite apresenta bordas menos 
definidas e pode envolver estruturas mais profundas 
da pele. É uma das principais apresentações de 
infecções de pele e partes moles e requer uma 
abordagem clínica cuidadosa para garantir 
diagnóstico e tratamento adequados 
(EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; 
Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes 
moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e 
partes moles). 
A celulite é causada principalmente por bactérias 
gram-positivas, como Streptococcus pyogenes e 
Staphylococcus aureus, embora outros organismos 
possam estar envolvidos em casos específicos, como 
mordidas de animais ou exposição a água 
contaminada. Fatores de risco incluem feridas na 
pele (cortes, abrasões, úlceras), imunossupressão, 
diabetes, obesidade, má circulação e linfedema. 
Clinicamente, a celulite se apresenta como uma área 
de eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e calor, 
com bordas pouco demarcadas e difusas. A lesão 
pode ser dolorosa e, em casos mais graves, pode 
evoluir para abcessos, fasciite necrosante ou sepse. 
A celulite ocorre mais frequentemente nas pernas, 
mas pode afetar qualquer área do corpo. 
O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na 
apresentação e nos fatores de risco do paciente. 
Exames laboratoriais, como hemograma completo, 
podem mostrar leucocitose e desvio à esquerda, 
indicando uma resposta inflamatória sistêmica. 
Culturas bacterianas da lesão ou de amostras de 
sangue podem ser úteis em casos complicados ou 
atípicos. 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
8 
O tratamento da celulite inclui antibióticos, 
geralmente de amplo espectro, como cefalosporinas 
de segunda geração, clindamicina ou amoxicilina-
clavulanato. Em casos de celulite associada a 
mordidas de animais ou exposição à água, pode ser 
necessário cobrir organismos específicos, como 
Pasteurella multocida ou Aeromonas hydrophila. 
Analgésicos e anti-inflamatórios também podem ser 
prescritos para alívio da dor e da inflamação. Nos 
casos em que há formação de abscessos ou fasciite 
necrosante, intervenções cirúrgicas podem ser 
necessárias para drenagem e desbridamento das 
lesões (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e 
celulite; Dermatologia Clínica: infeção de pele e 
partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de 
pele e partes moles). 
 
3.3. Outras apresentações e diagnósticos 
diferenciais 
 
Além da erisipela e celulite, existem outras 
apresentações de infecções de pele e partes moles 
que devem ser consideradas no diagnóstico 
diferencial (Dermatologia Clínica: infeção de pele e 
partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de 
pele e partes moles; Furunculose e diagnósticos 
diferenciais - Infecções na pele e partes moles na 
APS; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A 
a Z). 
• Furunculose: Os furúnculos são infecções 
agudas do folículo piloso, geralmente causadas 
por Staphylococcus aureus. Apresentam-se 
como nódulos eritematosos, dolorosos e 
inchados, que podem se desenvolver em uma 
pústula com pus central. A furunculose é a 
presença de múltiplos furúnculos. 
• Impetigo: O impetigo é uma infecção 
superficial da pele, geralmente causada por 
Staphylococcus aureus ou Streptococcus 
pyogenes. Pode ser bolhoso ou não bolhoso, 
apresentando-se como vesículas ou pústulas 
que rompem, formando crostas melicéricas 
(cor de mel). 
• Abcesso cutâneo: Um abcesso é uma coleção 
localizada de pus dentro dos tecidos, 
geralmente causada por uma infecção 
bacteriana. Os abcessos cutâneos podem 
ocorrer em qualquer camada da pele e são 
caracterizados por uma área elevada, dolorosa 
e flutuante, com eritema e calor circundantes. 
• Fasciite necrosante: Esta é uma infecção rara e 
potencialmente fatal que envolve a fáscia e o 
tecido subcutâneo. Pode ser causada por várias 
bactérias, como Streptococcus pyogenes e 
Staphylococcus aureus. A fasciite necrosante se 
apresenta como uma área de dor intensa e 
rápida progressão, com eritema, edema e, 
eventualmente, necrose da pele. 
• Miosite e piomiosite: São infecções dos 
músculos esqueléticos, geralmente causadas 
por bactérias piogênicas, como Staphylococcus 
aureus ou Streptococcus pyogenes. A miosite 
pode ser aguda ou crônica e apresenta-se como 
dor, inchaço e fraqueza muscular localizada. 
• Infecções fúngicas: As infecções fúngicas da 
pele, como candidíase, dermatofitose (tinea) e 
pitiríase versicolor, são causadas por diferentes 
espécies de fungos e apresentam características 
clínicas variadas, como descamação, prurido e 
erupções cutâneas. 
Ao avaliar um paciente com suspeita de infecção de 
pele e partes moles, é importante considerar essas 
apresentações e outras condições não infecciosas 
que podem ter uma apresentação semelhante, como 
dermatite de contato, eczema, psoríase ou reações 
alérgicas (Dermatologia Clínica: infeção de pele e 
partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de 
pele e partes moles; Furunculose e diagnósticos 
diferenciais - Infecções na pele e partes moles na 
APS; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A 
a Z). 
 
3.4. Infecções cutâneas em pacientes diabéticos 
 
Pacientes diabéticos estão em maior risco de 
desenvolver infecções cutâneas devido a vários 
fatores, incluindo comprometimento do sistema 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
9 
imunológico, diminuição da circulação sanguínea 
periférica e neuropatia periférica (Infectologia 
(Veronesi): Infeção de pele e partes moles). 
As infecções cutâneas mais comuns em pacientes 
diabéticos incluem: 
• Pé diabético: O pé diabético é uma 
complicação comum do diabetes, resultando 
de neuropatia periférica e vasculopatia. Pode 
apresentar-se como úlceras, infecções, 
deformidades e, em casos graves, gangrena. A 
colonização bacteriana, incluindo 
polimicrobianas, é comum em úlceras do pé 
diabético, com Staphylococcus aureus, 
Streptococcus spp. e bactérias gram-negativas 
frequentemente presentes. O tratamento 
envolve controle glicêmico adequado, 
desbridamento das lesões, uso de antibióticos e, 
em alguns casos, cirurgia. 
• Erisipela e celulite: Pacientes diabéticos têm 
maior risco de desenvolver erisipela e celulite, 
especialmente nas extremidades inferiores. O 
tratamento é semelhante ao de pacientes não 
diabéticos, com foco no uso de antibióticos e 
controle glicêmico adequado. 
• Foliculite e furunculose: Infecções de folículos 
pilosos, como foliculite e furunculose, são mais 
comuns em pacientes diabéticos devido à 
diminuição da resposta imunológica e aumento 
da colonização bacteriana da pele. O 
tratamento geralmente envolve antibióticos e 
medidas de higiene local. 
• Infecções fúngicas: Pacientes diabéticos são 
mais suscetíveis a infecções fúngicas cutâneas, 
como candidíase e dermatofitose.O tratamento 
envolve agentes antifúngicos tópicos ou 
sistêmicos, dependendo da gravidade da 
infecção, e controle glicêmico adequado. 
 
É fundamental que pacientes diabéticos mantenham 
um bom controle glicêmico e adotem medidas 
preventivas, como cuidados adequados com os pés, 
higiene pessoal e vigilância de possíveis sinais de 
infecção cutânea. O diagnóstico precoce e o 
tratamento adequado das infecções de pele em 
pacientes diabéticos são essenciais para evitar 
complicações graves e melhorar os desfechos 
clínicos (Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e 
partes moles). 
 
Capitulo 4: Agentes etiológicos e abordagem 
terapêutica 
 
As infecções de pele e partes moles podem ser 
causadas por uma variedade de agentes etiológicos, 
incluindo bactérias, vírus e fungos. A abordagem 
terapêutica dependerá do agente causador, 
gravidade da infecção e condições específicas do 
paciente (Dermatologia Clínica: infeção de pele e 
partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de 
pele e partes moles; Farmacologia e Terapêutica 
(Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos 
(penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e 
carbapenêmicos), infecções por fungos). 
Bactérias: As infecções bacterianas de pele e partes 
moles são as mais comuns. Os principais agentes 
etiológicos incluem Staphylococcus aureus 
(meticilina-sensível e meticilina-resistente), 
Streptococcus pyogenes (estreptococos do grupo A) 
e, em menor grau, outras espécies de estreptococos 
e bactérias gram-negativas. A abordagem terapêutica 
geralmente envolve o uso de antibióticos, como 
penicilinas, cefalosporinas, clindamicina ou 
vancomicina, dependendo do perfil de resistência e 
gravidade da infecção. Em alguns casos, pode ser 
necessário o desbridamento cirúrgico ou drenagem 
de abscessos. 
Vírus: As infecções virais de pele incluem herpes 
simples, herpes zoster, verrugas virais e molusco 
contagioso. A abordagem terapêutica para infecções 
virais cutâneas envolve geralmente medicamentos 
antivirais, como aciclovir, valaciclovir ou 
famciclovir, dependendo do agente específico. 
Além disso, o tratamento sintomático e medidas 
locais podem ser úteis no manejo da dor e prurido. 
Fungos: As infecções fúngicas cutâneas, como 
candidíase, dermatofitose e pitiríase versicolor, são 
causadas por diferentes espécies de fungos. A 
abordagem terapêutica para infecções fúngicas 
cutâneas envolve o uso de agentes antifúngicos 
tópicos ou sistêmicos, como cetoconazol, fluconazol 
ou terbinafina, dependendo da gravidade da 
infecção e do agente específico. 
Além do tratamento específico do agente etiológico, 
é importante abordar fatores de risco subjacentes e 
condições associadas que podem predispor os 
pacientes a infecções de pele e partes moles, como 
diabetes, imunossupressão e má nutrição. O manejo 
adequado dessas condições pode ajudar a prevenir 
infecções recorrentes e melhorar os resultados 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
10 
clínicos (Dermatologia Clínica: infeção de pele e 
partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de 
pele e partes moles; Farmacologia e Terapêutica 
(Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos 
(penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e 
carbapenêmicos), infecções por fungos). 
 
4.1. Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, 
cefalosporinas, monobactâmicos e 
carbapenêmicos) 
 
Os antibióticos beta-lactâmicos são uma classe 
importante de medicamentos no tratamento de 
infecções bacterianas de pele e partes moles. Eles 
incluem penicilinas, cefalosporinas, 
monobactâmicos e carbapenêmicos (Farmacologia 
e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos 
beta lactâmicos). 
• Penicilinas: As penicilinas são frequentemente 
utilizadas no tratamento de infecções cutâneas 
causadas por estreptococos e estafilococos 
sensíveis à meticilina. Exemplos de penicilinas 
incluem penicilina G, penicilina V, amoxicilina 
e ampicilina. Algumas penicilinas são 
combinadas com inibidores de beta-lactamase, 
como amoxicilina-clavulanato, para aumentar o 
espectro de ação contra bactérias produtoras de 
beta-lactamase. 
• Cefalosporinas: As cefalosporinas são divididas 
em gerações com base no espectro de atividade. 
Elas são eficazes contra uma variedade de 
bactérias gram-positivas e gram-negativas. 
Cefalosporinas de primeira geração, como 
cefalexina e cefazolina, são frequentemente 
usadas no tratamento de infecções de pele e 
partes moles causadas por estafilococos e 
estreptococos. Cefalosporinas de segunda, 
terceira e quarta geração, como cefuroxima, 
ceftriaxona e cefepime, têm espectro de ação 
mais amplo e são utilizadas em situações 
clínicas específicas. 
• Monobactâmicos: Aztreonam é o principal 
representante dos monobactâmicos. Este 
antibiótico é ativo contra bactérias gram-
negativas aeróbicas, incluindo Pseudomonas 
aeruginosa. O aztreonam é frequentemente 
usado em pacientes alérgicos a outras classes de 
beta-lactâmicos, embora não seja eficaz contra 
bactérias gram-positivas, que são mais comuns 
em infecções de pele e partes moles. 
• Carbapenêmicos: Os carbapenêmicos, como 
imipenem, meropenem e ertapenem, são 
antibióticos de amplo espectro eficazes contra 
muitas bactérias gram-positivas e gram-
negativas, incluindo bactérias produtoras de 
beta-lactamase. Eles são geralmente reservados 
para infecções graves, hospitalares e 
multirresistentes, e não são a primeira escolha 
para o tratamento de infecções de pele e partes 
moles comuns. 
Ao selecionar o antibiótico beta-lactâmico 
apropriado, é importante considerar o perfil de 
sensibilidade do agente etiológico, a gravidade da 
infecção e as condições específicas do paciente, 
como alergias medicamentosas (Farmacologia e 
Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos 
betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, 
monobactâmicos e carbapenêmicos)). 
 
4.2. Infecções por fungos 
 
As infecções fúngicas cutâneas são causadas por 
uma variedade de fungos, incluindo dermatófitos, 
leveduras e fungos filamentosos. Essas infecções 
podem afetar diferentes áreas da pele, cabelo e 
unhas e apresentam diversas manifestações clínicas 
(Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): 
infecções por fungos). 
• Dermatófitos: Causam as chamadas "tineas" ou 
infecções por dermatófitos, como tinea pedis 
(pé de atleta), tinea cruris (inguinal), tinea 
corporis (corpo) e tinea capitis (couro 
cabeludo). Os agentes antifúngicos tópicos, 
como clotrimazol, miconazol e terbinafina, são 
geralmente eficazes no tratamento dessas 
infecções. Em casos mais graves ou extensos, 
pode ser necessário o uso de antifúngicos 
sistêmicos, como terbinafina ou itraconazol. 
• Candidíase cutânea: Causada principalmente 
pela levedura Candida, as infecções cutâneas 
por Candida são comuns em áreas de dobras 
cutâneas, como axilas, virilha e áreas 
interdigitais. Agentes antifúngicos tópicos, 
como nistatina e azólicos (por exemplo, 
clotrimazol), são geralmente eficazes no 
tratamento dessas infecções. Em casos mais 
graves ou recorrentes, pode ser necessário o 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
11 
uso de antifúngicos sistêmicos, como fluconazol 
ou itraconazol. 
• Pitiríase versicolor: Causada pelo fungo 
Malassezia, a pitiríase versicolor apresenta-se 
como manchas hipo ou hiperpigmentadas na 
pele, geralmente no tronco e membros 
superiores. O tratamento geralmente envolve 
agentes antifúngicos tópicos, como cetoconazol 
ou sulfeto de selênio, e, em alguns casos, 
antifúngicos sistêmicos, como fluconazol. 
Ao tratar infecções fúngicas cutâneas, é importante 
considerar fatores de risco subjacentes e condições 
associadas que podem predispor os pacientes a 
infecções recorrentes, como diabetes, 
imunossupressão e má higiene. O manejo adequado 
dessas condições e a educação do paciente sobre 
prevenção e autocuidado são fundamentais para 
evitar infecções recorrentes e melhorar os 
resultados clínicos (Farmacologia e Terapêutica 
(Goodman, Katzung): infecções por fungos). 
 
4.3. Abordagem cirúrgica 
 
A abordagem cirúrgicapode ser necessária em 
algumas infecções de pele e partes moles, 
especialmente quando há complicações ou quando 
o tratamento conservador não é eficaz. A 
abordagem cirúrgica pode incluir drenagem de 
abscessos, desbridamento de tecidos necrosados e 
remoção de corpos estranhos ou materiais 
infectados (Infectologia (Veronesi): Infecção de pele 
e partes moles). 
• Drenagem de abscessos: A drenagem cirúrgica 
é frequentemente necessária para tratar 
abscessos cutâneos, como furúnculos ou 
carbúnculos, que não respondem ao 
tratamento antibiótico ou quando há risco de 
progressão para infecção mais profunda ou 
sistêmica. A drenagem permite a remoção de 
pus, alívio da pressão e redução da carga 
bacteriana, promovendo a cicatrização e 
recuperação do paciente. 
• Desbridamento de tecidos necrosados: Em 
casos de infecções graves, como fasciite 
necrosante, a remoção cirúrgica dos tecidos 
infectados e necrosados é crucial para 
interromper a progressão da infecção e evitar 
complicações sistêmicas graves, como sepse e 
choque séptico. O desbridamento também 
pode ser necessário em casos de celulite com 
necrose cutânea ou úlceras infectadas que não 
respondem ao tratamento conservador. 
• Remoção de corpos estranhos ou materiais 
infectados: A presença de corpos estranhos, 
como fragmentos de vidro, madeira ou metal, 
pode servir como foco de infecção e impedir a 
cicatrização adequada. A remoção cirúrgica 
desses materiais é importante para permitir a 
resolução da infecção. Da mesma forma, 
dispositivos médicos implantados, como 
próteses articulares ou marcapassos, podem 
estar contaminados e exigir remoção ou revisão 
cirúrgica em casos de infecção persistente ou 
recorrente. 
A abordagem cirúrgica deve ser considerada em 
conjunto com o tratamento farmacológico e as 
medidas de suporte, levando em conta a gravidade 
da infecção, a presença de complicações e as 
condições específicas do paciente (Infectologia 
(Veronesi): Infecção de pele e partes moles). 
 
Capitulo 5: Abordagem da febre em paciente 
com suspeita de processo infeccioso 
 
A febre é uma resposta comum do organismo a uma 
variedade de infecções, incluindo infecções de pele 
e partes moles. Ao avaliar um paciente com febre e 
suspeita de processo infeccioso, é fundamental 
seguir uma abordagem sistemática para identificar a 
causa e iniciar o tratamento adequado 
(EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e 
celulite). 
• História clínica e exame físico: A história clínica 
detalhada e o exame físico são essenciais para 
identificar possíveis fontes de infecção e avaliar a 
gravidade da condição do paciente. Pergunte ao 
paciente sobre a duração e a progressão da febre, 
sintomas associados (por exemplo, dor, eritema, 
edema), exposições recentes e condições 
médicas pré-existentes. 
• Exames laboratoriais: A realização de exames 
laboratoriais pode ajudar na identificação do 
agente etiológico e na avaliação da gravidade da 
infecção. Exames comuns incluem hemograma 
completo, proteína C reativa, velocidade de 
hemossedimentação e culturas de sangue. 
Outros exames podem ser necessários com base 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
12 
na suspeita clínica, como culturas de feridas, 
urina ou líquido cefalorraquidiano. 
• Exames de imagem: Dependendo dos achados 
clínicos e da suspeita de infecção, exames de 
imagem podem ser úteis para identificar a 
extensão da infecção e possíveis complicações. 
Radiografias, ultrassonografias, tomografias 
computadorizadas e ressonâncias magnéticas 
podem ser utilizadas para avaliar infecções de 
pele e partes moles, como celulite, abscessos, 
fasciite necrosante ou osteomielite. 
• Tratamento empírico: Inicie o tratamento 
empírico com antibióticos apropriados com base 
na suspeita clínica, no perfil etiológico local e nos 
fatores de risco do paciente. A escolha do agente 
antibiótico deve ser reavaliada conforme os 
resultados das culturas e a evolução clínica do 
paciente. 
• Monitoramento e ajuste do tratamento: 
Acompanhe de perto a resposta do paciente ao 
tratamento e ajuste conforme necessário. Isso 
pode incluir a modificação do regime antibiótico, 
a adição de terapias adjuvantes (por exemplo, 
analgésicos, anti-inflamatórios) e, em alguns 
casos, a consideração de intervenções cirúrgicas. 
• Ao abordar um paciente com febre e suspeita de 
processo infeccioso, é importante considerar 
outras causas possíveis de febre, como doenças 
inflamatórias, neoplásicas ou medicamentos. A 
avaliação e o tratamento adequados são cruciais 
para garantir a resolução da infecção e a 
recuperação do paciente (EMERGÊNCIAS 
CLINICAS: Erisipela e celulite). 
 
5.1. Critérios de definição de "sepse" e "choque 
séptico" 
 
A sepse e o choque séptico são complicações graves 
e potencialmente fatais de processos infecciosos. 
Compreender e identificar essas condições 
precocemente é fundamental para o tratamento 
adequado e a melhora dos desfechos do paciente 
(SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). 
Sepse: A sepse é definida como uma disfunção 
orgânica ameaçadora à vida, resultante de uma 
resposta desregulada do hospedeiro à infecção. Os 
critérios para o diagnóstico de sepse incluem a 
presença de uma suspeita ou confirmação de 
infecção, juntamente com um aumento no escore 
SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) de 
dois pontos ou mais (SEPSE E CHOQUE 
SÉPTICO). O escore SOFA é uma ferramenta que 
avalia a função de seis sistemas orgânicos 
(respiratório, coagulação, hepático, cardiovascular, 
renal e neurológico) e pode ajudar na identificação 
de pacientes com maior risco de mortalidade. 
Choque séptico: O choque séptico é uma 
complicação da sepse caracterizada por hipotensão 
persistente e perfusão tecidual inadequada, apesar 
da reposição volêmica adequada. Os critérios para 
o diagnóstico de choque séptico incluem: 
• Hipotensão persistente: Pressão arterial média 
(PAM) inferior a 65 mmHg, mesmo após a 
administração de fluidos intravenosos (pelo 
menos 30 ml/kg de cristaloides em até 3 horas) 
ou a necessidade de agentes vasopressores para 
manter a PAM acima de 65 mmHg. 
• Lactato sérico elevado: Níveis séricos de lactato 
superiores a 2 mmol/L após a reposição 
volêmica adequada, indicando perfusão 
tecidual inadequada (SEPSE E CHOQUE 
SÉPTICO). 
A identificação precoce e o tratamento imediato da 
sepse e do choque séptico são fundamentais para 
reduzir a mortalidade e as complicações associadas. 
O manejo dessas condições inclui a administração 
de antibióticos de amplo espectro, suporte 
hemodinâmico e, em alguns casos, intervenções 
cirúrgicas para controlar a fonte da infecção (SEPSE 
E CHOQUE SÉPTICO). 
 
5.2. Exames laboratoriais e de imagem nas 
infecções cutâneas 
 
Os exames laboratoriais e de imagem 
desempenham um papel importante no diagnóstico 
e na avaliação de infecções cutâneas, bem como na 
determinação da gravidade e da necessidade de 
intervenções terapêuticas adicionais. 
Exames laboratoriais: Os principais exames 
laboratoriais utilizados na avaliação de infecções 
cutâneas incluem: 
1. Hemograma completo: Pode ajudar a 
identificar leucocitose (aumento do número de 
leucócitos), que é comum em infecções bacterianas, 
bem como outras anormalidades que podem sugerir 
complicações ou infecções concomitantes. 
2. Proteína C reativa (PCR) e velocidade de 
hemossedimentação (VHS): São marcadores 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
13 
inespecíficos de inflamação e infecção e podem ser 
úteis no monitoramento da resposta ao tratamento. 
3. Culturas: Culturas de sangue, feridas e 
outros fluidos corporais (se indicado) podem ajudar 
a identificar o agente etiológico e orientar o 
tratamento antibiótico. A cultura de ferida é 
especialmente importante em casos de infecções 
cutâneas complicadas, como abscessos ou infecções 
em pacientes imunocomprometidos. 
Exames de imagem: Os exames de imagem podem 
ser úteis na avaliação de infecções cutâneas e na 
identificação de possíveis complicações. Os 
principais exames de imagem incluem: 
1. Radiografia:Pode ser útil na detecção de 
sinais de infecção óssea subjacente (osteomielite) ou 
de gás subcutâneo, sugerindo infecção necrosante. 
2. Ultrassonografia: Pode ajudar a identificar 
coleções líquidas, como abscessos, e a avaliar a 
extensão da infecção. A ultrassonografia também 
pode ser usada para guiar a drenagem de abscessos 
e a coleta de amostras para cultura. 
3. Tomografia computadorizada (TC): Pode 
ser útil na avaliação de infecções profundas e na 
identificação de complicações, como a fasciite 
necrosante. A TC também pode ajudar a avaliar a 
extensão da infecção e a identificar possíveis causas 
de febre persistente. 
4. Ressonância magnética (RM): Pode ser útil 
na avaliação de infecções profundas e na 
identificação de complicações, como a fasciite 
necrosante ou a osteomielite. A RM tem maior 
resolução de tecidos moles em comparação com a 
TC e pode ser especialmente útil em pacientes com 
contraindicações à TC, como alergia ao contraste 
iodado ou insuficiência renal. 
A combinação de exames laboratoriais e de imagem 
apropriados é essencial para o diagnóstico preciso e 
o tratamento eficaz de infecções cutâneas 
(Dermatologia clínica: infecção de pele e partes 
moles; Infectologia (Veronesi): Infecção de pele e 
partes moles). 
 
5.3. Sepse e choque séptico em infecções de 
pele e partes moles 
 
A sepse e o choque séptico são complicações graves 
e potencialmente fatais de processos infecciosos, 
incluindo infecções de pele e partes moles. O 
reconhecimento precoce dessas condições e a 
intervenção imediata são essenciais para melhorar 
os desfechos do paciente (SEPSE E CHOQUE 
SÉPTICO). 
Sepse e infecções de pele e partes moles: A sepse 
pode ocorrer como resultado de infecções de pele e 
partes moles, especialmente em pacientes com 
fatores de risco, como diabetes mellitus, 
imunossupressão ou uso de dispositivos médicos. A 
identificação de sinais clínicos de sepse, como 
alterações na frequência cardíaca, pressão arterial, 
frequência respiratória, saturação de oxigênio e 
nível de consciência, é crucial para o diagnóstico 
precoce e o tratamento (Dermatologia clínica: 
infecção de pele e partes moles; Infectologia 
(Veronesi): Infecção de pele e partes moles). 
Choque séptico e infecções de pele e partes moles: 
O choque séptico pode ocorrer quando a sepse 
progride para disfunção cardiovascular grave e 
perfusão tecidual inadequada, apesar da reposição 
volêmica adequada. Infecções de pele e partes 
moles, como fasciite necrosante ou infecções por 
bactérias produtoras de toxinas, podem causar 
choque séptico. A avaliação rápida da extensão da 
infecção e o início imediato do tratamento são vitais 
para a sobrevivência do paciente (SEPSE E 
CHOQUE SÉPTICO). 
Tratamento da sepse e do choque séptico em 
infecções de pele e partes moles: O tratamento da 
sepse e do choque séptico em infecções de pele e 
partes moles inclui várias intervenções: 
• Antibióticos de amplo espectro: Devem ser 
administrados o mais rápido possível, geralmente 
dentro de uma hora após a suspeita de sepse ou 
choque séptico. A escolha inicial do antibiótico 
deve ser baseada no espectro de agentes 
etiológicos possíveis e nos padrões locais de 
resistência antimicrobiana. 
• Suporte hemodinâmico: A ressuscitação com 
fluidos intravenosos e, se necessário, agentes 
vasopressores, é essencial para manter a perfusão 
tecidual e a pressão arterial. 
• Controle da fonte de infecção: A drenagem de 
abscessos, a desbridamento de tecidos necróticos 
e, em alguns casos, a cirurgia para remover a 
fonte da infecção são aspectos críticos do 
tratamento (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). 
• Suporte de órgãos: Pode ser necessário em casos 
de disfunção orgânica grave, como insuficiência 
respiratória, renal ou hepática. 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
14 
A abordagem multidisciplinar no manejo da sepse e 
do choque séptico em pacientes com infecções de 
pele e partes moles é essencial para garantir um 
tratamento eficaz e melhorar os desfechos. O 
envolvimento de médicos, enfermeiros, cirurgiões, 
radiologistas e outros profissionais de saúde é 
necessário para otimizar o cuidado ao paciente 
(SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). 
Em resumo, o reconhecimento precoce da sepse e 
do choque séptico em pacientes com infecções de 
pele e partes moles é fundamental para a 
implementação de medidas terapêuticas adequadas 
e melhorar as chances de recuperação. A 
abordagem multidisciplinar e o uso de diretrizes 
baseadas em evidências ajudam a garantir o melhor 
tratamento possível nessas situações críticas. 
 
Capitulo 6: Condução de casos de mordida 
humana 
6.1. Protocolos e recomendações de tratamento 
 
As mordidas humanas são um tipo específico de 
ferida que pode levar a infecções de pele e partes 
moles. O tratamento adequado dessas lesões é 
crucial para prevenir complicações e garantir a 
melhor recuperação possível. 
• Limpeza e irrigação da ferida: A limpeza 
meticulosa da ferida é fundamental para reduzir 
o risco de infecção. A irrigação abundante com 
solução salina normal deve ser realizada para 
remover detritos e bactérias da área afetada. 
• Desbridamento: O desbridamento do tecido 
necrótico ou comprometido pode ser necessário, 
dependendo da gravidade da lesão e do estado 
do tecido circundante. A avaliação clínica e, 
possivelmente, a consulta com um cirurgião 
plástico ou cirurgião de mão, podem ajudar a 
determinar a necessidade de desbridamento 
cirúrgico. 
• Antibióticos profiláticos: Devido ao alto risco de 
infecção por bactérias orais, os pacientes que 
apresentam mordidas humanas geralmente 
recebem antibióticos profiláticos. Os agentes 
comumente utilizados incluem amoxicilina-
clavulanato ou uma combinação de uma 
cefalosporina de primeira geração (como 
cefazolina) e um agente anaeróbico (como 
metronidazol). A duração do tratamento varia, 
mas geralmente é de 5 a 7 dias. 
• Imunização contra tétano: Se o estado vacinal do 
paciente é desconhecido ou se a última dose de 
vacina contra o tétano foi administrada há mais 
de cinco anos, é recomendada a administração 
de uma dose de reforço da vacina antitetânica. 
• Fechamento da ferida: Dependendo da 
localização, profundidade e extensão da lesão, o 
fechamento primário da ferida pode não ser 
apropriado. Feridas com alto risco de infecção, 
como mordidas humanas profundas ou lesões 
com extenso tecido comprometido, geralmente 
são deixadas abertas e tratadas com curativos 
úmidos e trocas de curativos frequentes. Uma 
consulta com um cirurgião plástico ou cirurgião 
de mão pode ser necessária para determinar a 
melhor abordagem para o fechamento da ferida. 
• Acompanhamento e monitoramento: O 
acompanhamento clínico é fundamental para 
garantir a adequada cicatrização da ferida e 
identificar possíveis complicações, como 
infecção ou formação de abscesso. Os pacientes 
devem ser aconselhados a procurar atendimento 
médico imediato se apresentarem sinais de 
infecção, como vermelhidão crescente, inchaço, 
dor ou febre. 
Em resumo, a condução de casos de mordida 
humana requer uma abordagem cuidadosa e 
abrangente para prevenir complicações e garantir a 
melhor recuperação possível. A limpeza e irrigação 
adequadas da ferida, o uso apropriado de 
antibióticos profiláticos e um acompanhamento 
cuidadoso são aspectos essenciais do tratamento. 
 
6.2. Prevenção de infecções secundárias 
 
A prevenção de infecções secundárias em casos de 
mordida humana é crucial para garantir uma 
recuperação adequada e reduzir o risco de 
complicações. As estratégias a seguir podem ajudar 
a minimizar o risco de infecções secundárias: 
• Educação do paciente: É importante informar os 
pacientes sobre os sinais e sintomas de infecções 
secundárias, como dor, vermelhidão, inchaço, 
calor e febre. Instrua-os a procurar atendimento 
médico imediato se perceberem qualquer sinal 
de infecção. 
• Higiene adequada: Instrua os pacientes a manter 
a área da ferida limpa e seca, lavando-a 
cuidadosamente com água e sabão neutro. A 
 
 
Caso 07Sessão Tutorial 
 
 
 
15 
higiene adequada é essencial para prevenir a 
entrada de bactérias na ferida e reduzir o risco de 
infecção. 
• Cuidado com a ferida: Aplique um curativo 
estéril na área afetada e troque-o diariamente ou 
sempre que estiver sujo ou úmido. Os pacientes 
devem ser orientados a evitar o uso de pomadas 
antibióticas tópicas, a menos que prescritas por 
um médico, pois podem aumentar o risco de 
resistência bacteriana e alergias. 
• Antibióticos profiláticos: O uso de antibióticos 
profiláticos orais, conforme mencionado 
anteriormente, pode ajudar a reduzir o risco de 
infecções secundárias. A escolha do antibiótico e 
a duração do tratamento devem ser 
individualizadas, com base na gravidade da lesão, 
na presença de fatores de risco e no histórico 
médico do paciente. 
• Imunização: A atualização das vacinas, incluindo 
a vacina contra o tétano, é uma medida 
preventiva importante, pois ajuda a proteger o 
paciente contra infecções secundárias 
potencialmente graves causadas por Clostridium 
tetani. 
• Acompanhamento e monitoramento: O 
acompanhamento clínico regular é crucial para 
garantir a adequada cicatrização da ferida e 
identificar possíveis complicações precocemente. 
Os profissionais de saúde devem estar atentos a 
sinais de infecção secundária durante as 
consultas de acompanhamento e agir de acordo 
com as orientações apropriadas. 
Em resumo, a prevenção de infecções secundárias 
em casos de mordida humana é uma parte crucial 
do tratamento e cuidado do paciente. A educação 
do paciente, a higiene adequada, o cuidado com a 
ferida, o uso de antibióticos profiláticos, a 
imunização e o acompanhamento clínico regular 
são medidas importantes para minimizar o risco de 
infecções secundárias e garantir a melhor 
recuperação possível. 
 
Capitulo 7: Infecções de pele e partes moles na 
Atenção Primária à Saúde (APS) 
 
As infecções de pele e partes moles são comuns na 
Atenção Primária à Saúde (APS) e representam um 
desafio significativo para os profissionais de saúde. 
O manejo adequado dessas infecções é crucial para 
garantir resultados positivos e prevenir 
complicações. 
 
 Avaliação inicial: Na APS, o médico deve realizar 
uma avaliação inicial cuidadosa do paciente, 
incluindo uma história clínica detalhada e um 
exame físico completo. É importante identificar os 
fatores de risco associados, como diabetes, 
imunossupressão e ferimentos prévios, que podem 
predispor o paciente a infecções de pele e partes 
moles. 
 
 Diagnóstico: O diagnóstico de infecções de pele 
e partes moles na APS é geralmente baseado na 
apresentação clínica e nos achados do exame físico. 
No entanto, em alguns casos, exames laboratoriais e 
de imagem, como hemograma completo, cultura de 
ferida e ultrassom, podem ser necessários para 
confirmar o diagnóstico e identificar o agente 
etiológico. 
 
 Tratamento: O tratamento na APS deve ser 
individualizado, levando em consideração a 
gravidade da infecção, os fatores de risco do 
paciente e o agente etiológico suspeito. O 
tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos 
orais, analgésicos e medidas de suporte, como 
repouso, elevação do membro afetado e hidratação 
adequada. Em casos mais graves, pode ser 
necessário encaminhar o paciente para um 
especialista ou hospital para tratamento adicional e 
intervenção cirúrgica. 
 
 Prevenção e educação: Os profissionais de saúde 
na APS têm um papel fundamental na prevenção e 
educação dos pacientes sobre infecções de pele e 
partes moles. Isso inclui a promoção de higiene 
adequada, cuidado com feridas, reconhecimento 
precoce dos sinais e sintomas de infecção e a 
importância de procurar atendimento médico 
quando necessário. 
 Coordenação do cuidado: Na APS, é crucial 
garantir a coordenação adequada do cuidado entre 
os diferentes profissionais de saúde envolvidos no 
tratamento do paciente. Isso inclui a comunicação 
efetiva entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e 
outros profissionais de saúde para garantir um 
tratamento adequado e o acompanhamento do 
paciente. 
 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
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Em resumo, as infecções de pele e partes moles são 
um problema comum na Atenção Primária à Saúde 
e requerem uma abordagem abrangente e 
coordenada para garantir o diagnóstico, tratamento 
e prevenção adequados. Os profissionais de saúde 
na APS têm um papel crucial no manejo desses 
pacientes e na promoção da saúde e bem-estar da 
população. 
 
Capitulo 8: Referências bibliográficas 
 
As informações apresentadas neste roteiro de 
estudos foram baseadas nas seguintes referências 
bibliográficas: 
 
• Dermatologia clínica: infeção de pele e partes 
moles - Este livro fornece informações detalhadas 
sobre as principais apresentações de infecções de 
pele e partes moles, incluindo erisipela, celulite e 
outras condições associadas. 
 
• Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes 
moles - Este livro aborda aspectos importantes das 
infecções de pele e partes moles, incluindo agentes 
etiológicos e abordagens terapêuticas. 
 
• Fisiologia (Guyton / Berne): Revisão da anatomia 
e histologia da pele - Este livro oferece uma revisão 
completa da anatomia e histologia da pele, bem 
como uma introdução à fisiologia da pele. 
 
• Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): 
Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, 
cefalosporinas, monobactâmicos e 
carbapenêmicos) e infecções por fungos - Este 
livro aborda a farmacologia e terapêutica dos 
antibióticos beta lactâmicos e das infecções 
fúngicas. 
 
• Emergências Clínicas: Erisipela e celulite - Este 
livro foca no diagnóstico e tratamento de erisipela 
e celulite, bem como nas possíveis complicações 
relacionadas a essas infecções. 
 
• Sepse e Choque Séptico - Esta referência fornece 
informações sobre os critérios de definição de 
sepse e choque séptico, bem como a abordagem 
da febre em pacientes com suspeita de processo 
infeccioso. 
 
• Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções 
na pele e partes moles na APS - Este livro aborda 
o diagnóstico e tratamento de furunculose e outras 
infecções de pele e partes moles comumente 
encontradas na Atenção Primária à Saúde (APS). 
 
• Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z - 
Este livro apresenta uma abordagem abrangente 
para o diagnóstico e tratamento de infecções de 
pele e partes moles, incluindo informações sobre 
antibióticos e outras terapias. 
 
Estas referências bibliográficas foram fundamentais 
para a elaboração do conteúdo apresentado neste 
roteiro de estudos e fornecem uma base sólida para 
aprofundar o conhecimento sobre infecções de pele 
e partes moles, bem como a abordagem clínica e 
terapêutica. 
 
 
 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
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Capitulo 9: Anexos 
9.1. Tabela de antibióticos de A a Z para infecção de pele e partes moles 
 
A tabela a seguir apresenta uma lista de antibióticos comumente utilizados no tratamento de infecções de pele 
e partes moles, baseada na referência bibliográfica "Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z". Estes 
antibióticos são classificados por grupos e incluem informações sobre espectro de ação e posologia. 
 
 
Antibiótico Grupo Espectro de Ação Dose 
Amoxicilina Penicilinas Gram-positivas e algumas Gram-
negativas 
500 mg a cada 8 horas 
Dicloxacilina Penicilinas Estafilococos e estreptococos 250 a 500 mg a cada 6 horas 
Cefazolina Cefalosporinas Gram-positivas e algumas Gram-
negativas 
1 a 2 g a cada 8 horas 
Cefuroxima Cefalosporinas Amplo espectro, Gram-positivas e 
Gram-negativas 
750 mg a 1,5 g a cada 8 horas 
Ceftriaxona Cefalosporinas Amplo espectro, Gram-negativas e 
algumas Gram-positivas 
1 a 2 g a cada 24 horas 
Aztreonam Monobactâmicos Gram-negativas, incluindo 
Pseudomonas aeruginosa 
1 a 2 g a cada 8 horas 
Imipenem Carbapenêmicos Amplo espectro, Gram-positivas, 
Gram-negativas e anaeróbios 
500 mg a 1 g a cada 6 a 8 horas 
Meropenem Carbapenêmicos Amplo espectro, Gram-positivas, 
Gram-negativase anaeróbios 
1 g a cada 8 horas 
Azitromicina Macrolídeos Estafilococos, estreptococos, 
Haemophilus influenzae e atípicos 
500 mg no primeiro dia e 250 
mg/dia nos dias seguintes 
Ciprofloxacino Quinolonas Gram-negativas e algumas Gram-
positivas 
500 mg a cada 12 horas 
Levofloxacino Quinolonas Amplo espectro, Gram-positivas e 
Gram-negativas 
500 a 750 mg a cada 24 horas 
Clindamicina - Estafilococos, estreptococos e 
anaeróbios 
300 a 600 mg a cada 6 a 8 
horas 
Vancomicina - MRSA, enterococos resistentes à 
ampicilina 
15 mg/kg a cada 12 horas 
(ajuste conforme níveis 
séricos) 
Linezolida - Gram-positivas, incluindo MRSA e 
enterococos resistentes à vancomicina 
600 mg a cada 12 horas 
Fluconazol Antifúngicos Infecções cutâneas causadas por 
Candida spp. 
150 a 200 mg uma vez ao dia 
Terbinafina Antifúngicos Infecções cutâneas causadas por 
dermatófitos 
250 mg uma vez ao dia 
 
Esta tabela fornece uma visão geral dos antibióticos utilizados no tratamento de infecções de pele e partes moles 
e deve ser utilizada como referência para orientar o tratamento adequado. No entanto, é essencial lembrar que 
a escolha do antibiótico deve ser individualizada, considerando-se as características do paciente, a gravidade da 
infecção, os agentes etiológicos suspeitos e as resistências locais. 
 
 
 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
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9.2. Perguntas e Respostas 
 
Questão 1: A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha várias funções importantes. Em relação à 
sua estrutura e componentes, qual das alternativas a seguir descreve corretamente as camadas da pele e suas 
principais características? 
 
a) Epiderme - composta por tecido conjuntivo denso, derme - composta por células epiteliais estratificadas 
b) Epiderme - composta por células epiteliais estratificadas, derme - composta por tecido conjuntivo denso, 
hipoderme - composta por tecido adiposo 
c) Hipoderme - composta por tecido conjuntivo denso, derme - composta por células epiteliais estratificadas 
d) Epiderme - composta por tecido adiposo, derme - composta por células epiteliais estratificadas, 
hipoderme - composta por tecido conjuntivo denso 
 
Resposta correta: b) Epiderme - composta por células epiteliais estratificadas, derme - composta por tecido 
conjuntivo denso, hipoderme - composta por tecido adiposo 
 
Justificativa: A pele é composta por três camadas principais: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a 
camada mais superficial e é formada por células epiteliais estratificadas, sendo responsável por proteger o corpo 
contra agentes externos e controlar a perda de água. A derme é a camada intermediária e é composta por tecido 
conjuntivo denso, que fornece resistência e elasticidade à pele, além de conter vasos sanguíneos, nervos, 
glândulas e folículos pilosos. A hipoderme, a camada mais profunda, é composta por tecido adiposo e atua 
como um isolante térmico e uma reserva energética, além de ajudar a proteger os órgãos internos contra 
impactos. 
 
Questão 2: A erisipela é uma infecção bacteriana aguda que afeta a pele e os tecidos subcutâneos. Em relação à 
etiologia, apresentações clínicas e tratamento da erisipela, qual das alternativas abaixo é correta? 
 
a) A erisipela é causada principalmente por vírus, apresenta-se com lesões vesiculares e é tratada com 
antivirais. 
b) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Staphylococcus, apresenta-se com lesões 
elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. 
c) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se com lesões 
elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. 
d) A erisipela é causada principalmente por fungos, apresenta-se com lesões descamativas e é tratada com 
antifúngicos. 
 
Resposta correta: c) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se 
com lesões elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. 
 
Justificativa: A erisipela é uma infecção bacteriana aguda que afeta a pele e os tecidos subcutâneos, sendo 
causada principalmente pelo grupo de bactérias Streptococcus, especialmente Streptococcus pyogenes. As 
lesões cutâneas da erisipela são caracterizadas por serem elevadas, avermelhadas e quentes, com bordas bem 
demarcadas, podendo causar dor e edema. O tratamento geralmente é feito com antibióticos, como a penicilina, 
e cuidados locais para aliviar os sintomas e prevenir complicações. 
 
Questão 3: A celulite é uma infecção bacteriana aguda que envolve a pele e os tecidos subcutâneos. Em relação 
às características clínicas, etiologia e tratamento da celulite, qual das alternativas abaixo é correta? 
 
a) A celulite é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se com lesões 
descamativas e é tratada com antifúngicos. 
 
 
Caso 07 Sessão Tutorial 
 
 
 
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b) A celulite é causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus, apresenta-
se com lesões avermelhadas, edema e calor local, e é tratada com antibióticos. 
c) A celulite é causada principalmente por vírus, apresenta-se com lesões vesiculares e é tratada com 
antivirais. 
d) A celulite é causada principalmente por fungos, apresenta-se com lesões descamativas e é tratada com 
antibióticos. 
 
Resposta correta: b) A celulite é causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e 
Streptococcus, apresenta-se com lesões avermelhadas, edema e calor local, e é tratada com antibióticos. 
 
Justificativa: A celulite é uma infecção bacteriana aguda que acomete a pele e os tecidos subcutâneos, sendo 
causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus. A apresentação clínica da 
celulite inclui lesões avermelhadas, edema e calor local, podendo ser acompanhada de febre e mal-estar. O 
tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos adequados ao agente etiológico suspeito e aos padrões de 
resistência local, além de cuidados locais e medidas para aliviar os sintomas e prevenir complicações. 
 
Questão 4: Com relação aos agentes etiológicos e abordagem terapêutica das infecções de pele e partes moles, 
qual das alternativas abaixo é correta? 
 
a) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por vírus e são tratadas com antivirais. 
b) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e 
Streptococcus e são tratadas com antifúngicos. 
c) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e 
Streptococcus e são tratadas com antibióticos, como penicilinas e cefalosporinas. 
d) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por fungos e são tratadas com antifúngicos. 
 
Resposta correta: c) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros 
Staphylococcus e Streptococcus e são tratadas com antibióticos, como penicilinas e cefalosporinas. 
 
Justificativa: A erisipela e a celulite são infecções de pele e partes moles causadas principalmente por bactérias 
dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus. A abordagem terapêutica para essas infecções envolve o uso de 
antibióticos adequados, como penicilinas, cefalosporinas, e outros, dependendo da sensibilidade do agente 
etiológico e dos padrões de resistência locais. Além disso, é importante realizar cuidados locais, como limpeza 
e proteção da área afetada, e medidas para aliviar os sintomas e prevenir complicações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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