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SEPSE POR INFECÇÃO DE PELE E PARTES MOLES Caso 07 Sessão Tutorial Resumo Nesta apostila, você encontrará informações essenciais e abrangentes sobre infecções de pele e partes moles, abordando desde a anatomia e histologia da pele até o diagnóstico e tratamento dessas condições. Navegue pelos tópicos que incluem erisipela, celulite, infecções cutâneas em pacientes diabéticos, agentes etiológicos e abordagens terapêuticas, incluindo o uso de antibióticos e abordagens cirúrgicas. Aprenda também sobre a condução de casos de mordida humana, a atenção primária à saúde relacionada a essas infecções e os critérios para definição de sepse e choque séptico. Com imagens ilustrativas e exercícios práticos, esta apostila irá enriquecer seu conhecimento e aprimorar suas habilidades no manejo de infecções de pele e partes moles. Este material é resultado de extensas pesquisas em fontes confiáveis e atualizadas, garantindo um conteúdo de alta qualidade e relevância para o leitor. Caso 07 Sessão Tutorial 2 SUMÁRIO Capitulo 1: Introdução ao estudo de infecções de pele e partes moles 1.1. Objetivos institucionais e questões norteadoras Capitulo 2: Anatomia e histologia da pele 2.1. Revisão da fisiologia da pele (Guyton / Berne) Capitulo 3: Principais apresentações de infecções de pele e partes moles 3.1. Erisipela 3.2. Celulite 3.3. Outras apresentações e diagnósticos diferenciais 3.4. Infecções cutâneas em pacientes diabéticos Capitulo 4: Agentes etiológicos e abordagem terapêutica 4.1. Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos) 4.2. Infecções por fungos 4.3. Abordagem cirúrgica Capitulo 5: Abordagem da febre em paciente com suspeita de processo infeccioso 5.1. Critérios de definição de "sepse" e "choque séptico" 5.2. Exames laboratoriais e de imagem nas infecções cutâneas 5.3. Sepse e choque séptico em infecções de pele e partes moles Capitulo 6: Condução de casos de mordida humana 6.1. Protocolos e recomendações de tratamento 6.2. Prevenção de infecções secundárias Capitulo 7: Infecções de pele e partes moles na Atenção Primária à Saúde (APS) Capitulo 8: Referências bibliográficas Capitulo 9: Anexos 9.1. Tabela de antibióticos de A a Z para infecção de pele e partes moles 9.2. Perguntas e Respostas CASO 07 Identificação: E.C.A., feminino, 72 anos, Natural e procedente de Salvador- Bahia Queixa Principal: “Ferimento em mão direita há 5 dias.” História da Moléstia Atual: Paciente relata ferimento em mão direita após mordedura humana durante uma briga há 5 dias, fazendo a limpeza do ferimento com soro fisiológico 0,9% e curativo em casa. Há 3 dias começou a notar aumento do volume da mão direita associado a um aumento de temperatura local percebendo que o antebraço apresentava zonas de flogose. Procurou a unidade básica de saúde para atendimento. Foi realizado curativo e prescrito para casa cefalexina 500mg/comprimido oral de 6/6horas e Nimesulida 100mg/comprimido oral de 12/12horas. Há 24 horas percebeu drenagem abundante de secreção purulenta em ferimento e aparecimento de bolhas em dorso da mão associado a picos febris de 39,0oC, prostração e calafrios. Procurou atendimento em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na qual foi informado pelo médico plantonista que necessitaria de internamento hospitalar para antibioticoterapia venosa. A equipe da cirurgia geral avaliou a lesão e indicou desbridamento em centro cirúrgico. Solicitado pelo plantonista da UPA regulação através da Central Estadual de Regulação (CER) do estado da Bahia para hospital referência. Interrogatório Sistemático: Relata polifagia e polidipsia. Antecedentes Médicos Patológicos: Paciente refere Diabetes Melitus diagnosticada há 8 anos em uso de Metformina 500mg, 3vezes ao dia e glibenclamida 5 mg, 2 comprimidos 1 vez ao dia, além de Hipertensão arterial controlada com Losartana 50mg oral, 1 vez ao dia. Antecedentes Médicos Familiares: genitora falecida de complicação de parto e genitor falecido de câncer de Colon. Antecedentes Médicos Sociais: Paciente é aposentada, não faz uso de tabaco ou álcool. Hábitos Alimentares: Paciente faz uso de dieta controlada hipossódica e com controle dos açucares e carboidratos. Exame Físico: Geral: Paciente em regular estado geral, lúcida, orientada no tempo e no espaço, com fácies de dor, descorada 1+/IV, desidratada 2+/IV, anictérica, acianótica, taquipneica. Dados Antropométricos: Peso 65kg, altura 1,60m IMC 25,39. Sinais Vitais: Pressão Arterial: 140x90mmHg, Pulso radial 134 bpm, frequência respiratória 22ipm, Temperatura axilar: 39,0oC; glicemia capilar 225 mg/dl; oximetria de pulso: 95% em ar ambiente. Pele: turgor e elasticidade diminuídos, presença de linfonodos axilares e epicondilares, palpáveis e dolorosos à direita. Ferimento em dorso da mão direita com drenagem de secreção purulenta de odor fétido, flictenas em dorso da mão, sinais flogísticos, placas hipercromicas elevadas com bordas mal delimitadas, aumento de temperatura local, edema local e presença de bolhas em dorso da mão e em região medial do antebraço até o nível do cotovelo. Cabeça: forma normal, sem lesões aparentes. Olhos, ouvidos, boca e nariz sem alterações. Orofaringe sem hiperemia, petéquias ou hipertrofia das amigdalas. Pescoço: nuca livre, traqueia na linha média, tireoide palpável, sem tumorações, ausência de estase de jugulares a 45 graus. Aparelho Respiratório: Tórax e pulmões: simétrico, sem tiragens, expansibilidade preservada bilateral, frêmito tóraco-vocal palpável com distribuição uniforme; Murmúrio vesicular bem distribuídos em ambos HTX sem ruídos adventícios. Aparelho Cardiovascular: Precórdio normodinâmico, ausência de atritos, ictus visível e palpável no 5 espaço intercostal na linha hemiclavicular à esquerda, medindo 2 polpas digitais. Bulhas rítimicas, normofoneticas em 2Tempos, sem sopros ou extrassistoles. Abdome: Semi-globoso, sem lesões de pele ou cicatrizes, ausência de circulação colateral ou hérnias, ruídos hidroaéreos presentes nos 4 quadrantes, indolor à palpação. Hepatimetria 10cm lobo Direito, fígado a 1 cm do rebordo costal direito, borda fina e superfície lisa. Sinal de Murphy negativo. Espaço de Traube livre. Membros: Edema na mão direita + flogose + flictenas. Ferida drenando secreção purulenta. Sistema osteoarticular: Redução da amplitude de movimento dos dedos da mão direita, do punho direito. Dor á palpação da mão e punho direito. Exame neurológico: Força muscular grau 5/V nos Membros Superiores (MMSS) e Membros Inferiores (MMII). Caso 07 Sessão Tutorial 4 Reflexos superficiais e profundos simétricos e preservados, sem alterações de sensibilidade em MMSS e MMII, Glasgow 15. Conduta: Hidratação venosa, coleta de exames laboratoriais, incluindo gasometria e hemocultura com antibiograma, Prescrito Ceftriaxone 1.000mg EV de 12/12horas, solicitado Ultrassonografia de Partes moles da região da mão direita e Raio-X da mão direita. Solicitada regulação. Caso 07 Sessão Tutorial 5 Capitulo 1: Introdução ao estudo de infecções de pele e partes moles Infecções de pele e partes moles compreendem uma ampla gama de condições que afetam a pele, tecidos subcutâneos, músculos e fáscia. Elas representam um problema comum e significativo na prática clínica e são responsáveis por uma parcela substancial das consultas médicas e internações hospitalares. O estudo dessas infecções é fundamental para o entendimento das patologias que acometem a pele e os tecidos adjacentes, bem como para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes e apropriadas (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). O objetivo central deste estudo é abordar a sepse por infecção de pele e partes moles, enquanto os objetivos secundários incluem a abordagem da febre em um paciente com suspeitade processo infeccioso e outras questões relevantes relacionadas a essas condições. Para uma compreensão abrangente das infecções de pele e partes moles, é importante revisar a anatomia e histologia da pele (Fisiologia - Guyton / Berne) e conhecer os agentes etiológicos e as abordagens terapêuticas, incluindo o uso de antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos) e o tratamento de infecções por fungos (Farmacologia e Terapêutica - Goodman, Katzung). É essencial também estar familiarizado com as principais apresentações de infecções de pele e partes moles, como erisipela e celulite, bem como outras apresentações e diagnósticos diferenciais, incluindo infecções cutâneas em pacientes diabéticos (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções na pele e partes moles na APS). Além disso, o estudo das infecções de pele e partes moles deve incluir a condução de casos de mordida humana e a abordagem da febre em pacientes com suspeita de processo infeccioso, considerando os conceitos e critérios de definição de "sepse" e "choque séptico", bem como os exames laboratoriais e de imagem pertinentes (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z). 1.1. Objetivos institucionais e questões norteadoras Nesta introdução, abordaremos os objetivos institucionais e as questões norteadoras para o estudo das infecções de pele e partes moles, conforme proposto no roteiro fornecido. Esses objetivos e questões são fundamentais para orientar o aprendizado e garantir uma compreensão abrangente do tema. Objetivos Institucionais: • Objetivo central: O objetivo central deste estudo é compreender a sepse por infecção de pele e partes moles, um problema clínico relevante que pode levar a complicações graves e potencialmente fatais se não for adequadamente diagnosticado e tratado (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). • Objetivos secundários: Os objetivos secundários incluem a abordagem da febre em um paciente com suspeita de processo infeccioso, o que é crucial para a identificação precoce de infecções e a implementação de medidas terapêuticas apropriadas. • Questões norteadoras: • Infeções de pele e partes moles: principais apresentações (foco em erisipela e celulite, mas abordando outras apresentações), principais agentes etiológicos, abordagem terapêutica (farmacológica e cirúrgica). Essas questões são essenciais para entender as diferentes manifestações clínicas das infecções de pele e partes moles, seus agentes causadores e as opções de tratamento disponíveis (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções na pele e partes moles na APS). • Conceito e critérios de definição de "sepse" e "choque séptico": É importante conhecer as definições e critérios clínicos de sepse e choque séptico para identificar e tratar corretamente essas condições em pacientes com infecções de pele e partes moles (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). • Exames laboratoriais e de imagem nas infecções cutâneas: A compreensão dos exames laboratoriais e de imagem apropriados para o Caso 07 Sessão Tutorial 6 diagnóstico e monitoramento das infecções de pele e partes moles é fundamental para uma abordagem clínica eficiente e eficaz. • Infecções cutâneas em pacientes diabéticos: Pacientes diabéticos apresentam maior risco de infecções cutâneas e podem desenvolver complicações específicas. É essencial abordar esse grupo de pacientes para garantir o manejo adequado de suas condições. • Condução de casos de mordida humana: A condução de casos de mordida humana requer conhecimento específico para prevenir e tratar infecções secundárias e complicações relacionadas a esses incidentes. Com base nos objetivos institucionais e questões norteadoras, o estudo das infecções de pele e partes moles será abordado de forma abrangente e detalhada, garantindo a aquisição de conhecimento necessário para o diagnóstico e tratamento adequados dessas condições na prática clínica. Capitulo 2: Revisão da fisiologia da pele (Guyton / Berne) A pele é o maior órgão do corpo humano e tem várias funções vitais, incluindo proteção, regulação da temperatura, percepção sensorial e manutenção do equilíbrio de líquidos. Para entender completamente as infecções de pele e partes moles, é essencial revisar a anatomia e a histologia da pele, bem como sua fisiologia. A pele é composta por três camadas principais: a epiderme, a derme e a hipoderme (também chamada de tecido subcutâneo). Cada uma dessas camadas possui características histológicas e funcionais específicas. • Epiderme: A camada mais externa da pele é composta principalmente por queratinócitos, que são células que produzem queratina, uma proteína fibrosa que confere resistência e impermeabilidade à pele. A epiderme também contém melanócitos (células produtoras de melanina, responsáveis pela pigmentação da pele), células de Langerhans (células imunológicas) e células de Merkel (células sensoriais). A epiderme é subdividida em várias camadas, incluindo a camada basal, a camada espinhosa, a camada granulosa, a camada lúcida (presente apenas na pele espessa) e a camada córnea. • Derme: A derme é a camada intermediária da pele e é composta principalmente por tecido conjuntivo, que fornece suporte estrutural e nutrição para a epiderme. A derme contém fibras de colágeno e elastina, que proporcionam resistência e elasticidade à pele, respectivamente. Além disso, a derme contém vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. A derme pode ser dividida em duas camadas: a derme papilar (mais próxima da epiderme) e a derme reticular (mais profunda). • Hipoderme: A hipoderme, também conhecida como tecido subcutâneo, é a camada mais profunda da pele e é composta principalmente por tecido adiposo. Esta camada atua como um amortecedor e isolante térmico, protegendo o corpo contra impactos e ajudando a regular a temperatura. A hipoderme também desempenha um papel na reserva de energia, armazenando gordura que pode ser utilizada como fonte de energia quando necessário. A fisiologia da pele está intimamente relacionada à sua estrutura e funções. O estudo da fisiologia da pele é fundamental para compreender como a pele desempenha suas funções e como os processos fisiológicos são alterados em diferentes condições, incluindo infecções de pele e partes moles (Fisiologia - Guyton / Berne). Caso 07 Sessão Tutorial 7 Capitulo 3: Principais apresentações de infecções de pele e partes moles 3.1. Erisipela A erisipela é uma infecção bacteriana aguda da pele e tecidos subcutâneos, caracterizada pela inflamação dos vasos linfáticos e da derme superficial. É uma das principais apresentações de infecções de pele e partes moles e deve ser cuidadosamente estudada para garantir um diagnóstico e tratamento adequados (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). Causada principalmente pelo Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A), a erisipela também pode ser causada por outras bactérias, como Streptococcus do grupo B, C, G e Staphylococcus aureus. Fatores de risco incluem idade avançada, obesidade, diabetes, imunossupressão, má circulação e comprometimento do sistema linfático. Clinicamente, a erisipela se apresenta como uma área de eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e calor, com bordas bem demarcadas e elevadas, geralmente acompanhada de sintomas sistêmicos como febre, calafrios e mal-estar. A lesão costuma ser dolorosa e, em casos mais graves, pode evoluir para bolhas, pústulas e ulcerações. A erisipelaocorre com maior frequência nas pernas, embora possa afetar outras áreas do corpo, como o rosto e os braços. O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na apresentação característica e na presença de fatores de risco. Exames laboratoriais, como hemograma completo, podem revelar leucocitose com desvio à esquerda, indicando uma resposta inflamatória sistêmica. Culturas bacterianas da lesão podem ser úteis em casos complicados ou atípicos. O tratamento da erisipela inclui antibióticos, geralmente penicilina ou, em caso de alergia à penicilina, eritromicina ou clindamicina. Analgésicos e anti-inflamatórios também podem ser prescritos para alívio da dor e da inflamação. Em casos complicados, como erisipela bolhosa ou necrosante, pode ser necessária intervenção cirúrgica para desbridamento e drenagem das lesões. É importante orientar os pacientes sobre medidas preventivas, como higiene adequada da pele, controle de doenças crônicas e uso de meias elásticas, se necessário (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). 3.2. Celulite A celulite é uma infecção bacteriana aguda que afeta a derme e o tecido subcutâneo. Diferentemente da erisipela, a celulite apresenta bordas menos definidas e pode envolver estruturas mais profundas da pele. É uma das principais apresentações de infecções de pele e partes moles e requer uma abordagem clínica cuidadosa para garantir diagnóstico e tratamento adequados (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). A celulite é causada principalmente por bactérias gram-positivas, como Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus, embora outros organismos possam estar envolvidos em casos específicos, como mordidas de animais ou exposição a água contaminada. Fatores de risco incluem feridas na pele (cortes, abrasões, úlceras), imunossupressão, diabetes, obesidade, má circulação e linfedema. Clinicamente, a celulite se apresenta como uma área de eritema (vermelhidão), edema (inchaço) e calor, com bordas pouco demarcadas e difusas. A lesão pode ser dolorosa e, em casos mais graves, pode evoluir para abcessos, fasciite necrosante ou sepse. A celulite ocorre mais frequentemente nas pernas, mas pode afetar qualquer área do corpo. O diagnóstico é geralmente clínico, baseado na apresentação e nos fatores de risco do paciente. Exames laboratoriais, como hemograma completo, podem mostrar leucocitose e desvio à esquerda, indicando uma resposta inflamatória sistêmica. Culturas bacterianas da lesão ou de amostras de sangue podem ser úteis em casos complicados ou atípicos. Caso 07 Sessão Tutorial 8 O tratamento da celulite inclui antibióticos, geralmente de amplo espectro, como cefalosporinas de segunda geração, clindamicina ou amoxicilina- clavulanato. Em casos de celulite associada a mordidas de animais ou exposição à água, pode ser necessário cobrir organismos específicos, como Pasteurella multocida ou Aeromonas hydrophila. Analgésicos e anti-inflamatórios também podem ser prescritos para alívio da dor e da inflamação. Nos casos em que há formação de abscessos ou fasciite necrosante, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para drenagem e desbridamento das lesões (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite; Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). 3.3. Outras apresentações e diagnósticos diferenciais Além da erisipela e celulite, existem outras apresentações de infecções de pele e partes moles que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles; Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções na pele e partes moles na APS; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z). • Furunculose: Os furúnculos são infecções agudas do folículo piloso, geralmente causadas por Staphylococcus aureus. Apresentam-se como nódulos eritematosos, dolorosos e inchados, que podem se desenvolver em uma pústula com pus central. A furunculose é a presença de múltiplos furúnculos. • Impetigo: O impetigo é uma infecção superficial da pele, geralmente causada por Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. Pode ser bolhoso ou não bolhoso, apresentando-se como vesículas ou pústulas que rompem, formando crostas melicéricas (cor de mel). • Abcesso cutâneo: Um abcesso é uma coleção localizada de pus dentro dos tecidos, geralmente causada por uma infecção bacteriana. Os abcessos cutâneos podem ocorrer em qualquer camada da pele e são caracterizados por uma área elevada, dolorosa e flutuante, com eritema e calor circundantes. • Fasciite necrosante: Esta é uma infecção rara e potencialmente fatal que envolve a fáscia e o tecido subcutâneo. Pode ser causada por várias bactérias, como Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. A fasciite necrosante se apresenta como uma área de dor intensa e rápida progressão, com eritema, edema e, eventualmente, necrose da pele. • Miosite e piomiosite: São infecções dos músculos esqueléticos, geralmente causadas por bactérias piogênicas, como Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. A miosite pode ser aguda ou crônica e apresenta-se como dor, inchaço e fraqueza muscular localizada. • Infecções fúngicas: As infecções fúngicas da pele, como candidíase, dermatofitose (tinea) e pitiríase versicolor, são causadas por diferentes espécies de fungos e apresentam características clínicas variadas, como descamação, prurido e erupções cutâneas. Ao avaliar um paciente com suspeita de infecção de pele e partes moles, é importante considerar essas apresentações e outras condições não infecciosas que podem ter uma apresentação semelhante, como dermatite de contato, eczema, psoríase ou reações alérgicas (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles; Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções na pele e partes moles na APS; Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z). 3.4. Infecções cutâneas em pacientes diabéticos Pacientes diabéticos estão em maior risco de desenvolver infecções cutâneas devido a vários fatores, incluindo comprometimento do sistema Caso 07 Sessão Tutorial 9 imunológico, diminuição da circulação sanguínea periférica e neuropatia periférica (Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). As infecções cutâneas mais comuns em pacientes diabéticos incluem: • Pé diabético: O pé diabético é uma complicação comum do diabetes, resultando de neuropatia periférica e vasculopatia. Pode apresentar-se como úlceras, infecções, deformidades e, em casos graves, gangrena. A colonização bacteriana, incluindo polimicrobianas, é comum em úlceras do pé diabético, com Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. e bactérias gram-negativas frequentemente presentes. O tratamento envolve controle glicêmico adequado, desbridamento das lesões, uso de antibióticos e, em alguns casos, cirurgia. • Erisipela e celulite: Pacientes diabéticos têm maior risco de desenvolver erisipela e celulite, especialmente nas extremidades inferiores. O tratamento é semelhante ao de pacientes não diabéticos, com foco no uso de antibióticos e controle glicêmico adequado. • Foliculite e furunculose: Infecções de folículos pilosos, como foliculite e furunculose, são mais comuns em pacientes diabéticos devido à diminuição da resposta imunológica e aumento da colonização bacteriana da pele. O tratamento geralmente envolve antibióticos e medidas de higiene local. • Infecções fúngicas: Pacientes diabéticos são mais suscetíveis a infecções fúngicas cutâneas, como candidíase e dermatofitose.O tratamento envolve agentes antifúngicos tópicos ou sistêmicos, dependendo da gravidade da infecção, e controle glicêmico adequado. É fundamental que pacientes diabéticos mantenham um bom controle glicêmico e adotem medidas preventivas, como cuidados adequados com os pés, higiene pessoal e vigilância de possíveis sinais de infecção cutânea. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado das infecções de pele em pacientes diabéticos são essenciais para evitar complicações graves e melhorar os desfechos clínicos (Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles). Capitulo 4: Agentes etiológicos e abordagem terapêutica As infecções de pele e partes moles podem ser causadas por uma variedade de agentes etiológicos, incluindo bactérias, vírus e fungos. A abordagem terapêutica dependerá do agente causador, gravidade da infecção e condições específicas do paciente (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles; Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos), infecções por fungos). Bactérias: As infecções bacterianas de pele e partes moles são as mais comuns. Os principais agentes etiológicos incluem Staphylococcus aureus (meticilina-sensível e meticilina-resistente), Streptococcus pyogenes (estreptococos do grupo A) e, em menor grau, outras espécies de estreptococos e bactérias gram-negativas. A abordagem terapêutica geralmente envolve o uso de antibióticos, como penicilinas, cefalosporinas, clindamicina ou vancomicina, dependendo do perfil de resistência e gravidade da infecção. Em alguns casos, pode ser necessário o desbridamento cirúrgico ou drenagem de abscessos. Vírus: As infecções virais de pele incluem herpes simples, herpes zoster, verrugas virais e molusco contagioso. A abordagem terapêutica para infecções virais cutâneas envolve geralmente medicamentos antivirais, como aciclovir, valaciclovir ou famciclovir, dependendo do agente específico. Além disso, o tratamento sintomático e medidas locais podem ser úteis no manejo da dor e prurido. Fungos: As infecções fúngicas cutâneas, como candidíase, dermatofitose e pitiríase versicolor, são causadas por diferentes espécies de fungos. A abordagem terapêutica para infecções fúngicas cutâneas envolve o uso de agentes antifúngicos tópicos ou sistêmicos, como cetoconazol, fluconazol ou terbinafina, dependendo da gravidade da infecção e do agente específico. Além do tratamento específico do agente etiológico, é importante abordar fatores de risco subjacentes e condições associadas que podem predispor os pacientes a infecções de pele e partes moles, como diabetes, imunossupressão e má nutrição. O manejo adequado dessas condições pode ajudar a prevenir infecções recorrentes e melhorar os resultados Caso 07 Sessão Tutorial 10 clínicos (Dermatologia Clínica: infeção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles; Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos), infecções por fungos). 4.1. Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos) Os antibióticos beta-lactâmicos são uma classe importante de medicamentos no tratamento de infecções bacterianas de pele e partes moles. Eles incluem penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos (Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos). • Penicilinas: As penicilinas são frequentemente utilizadas no tratamento de infecções cutâneas causadas por estreptococos e estafilococos sensíveis à meticilina. Exemplos de penicilinas incluem penicilina G, penicilina V, amoxicilina e ampicilina. Algumas penicilinas são combinadas com inibidores de beta-lactamase, como amoxicilina-clavulanato, para aumentar o espectro de ação contra bactérias produtoras de beta-lactamase. • Cefalosporinas: As cefalosporinas são divididas em gerações com base no espectro de atividade. Elas são eficazes contra uma variedade de bactérias gram-positivas e gram-negativas. Cefalosporinas de primeira geração, como cefalexina e cefazolina, são frequentemente usadas no tratamento de infecções de pele e partes moles causadas por estafilococos e estreptococos. Cefalosporinas de segunda, terceira e quarta geração, como cefuroxima, ceftriaxona e cefepime, têm espectro de ação mais amplo e são utilizadas em situações clínicas específicas. • Monobactâmicos: Aztreonam é o principal representante dos monobactâmicos. Este antibiótico é ativo contra bactérias gram- negativas aeróbicas, incluindo Pseudomonas aeruginosa. O aztreonam é frequentemente usado em pacientes alérgicos a outras classes de beta-lactâmicos, embora não seja eficaz contra bactérias gram-positivas, que são mais comuns em infecções de pele e partes moles. • Carbapenêmicos: Os carbapenêmicos, como imipenem, meropenem e ertapenem, são antibióticos de amplo espectro eficazes contra muitas bactérias gram-positivas e gram- negativas, incluindo bactérias produtoras de beta-lactamase. Eles são geralmente reservados para infecções graves, hospitalares e multirresistentes, e não são a primeira escolha para o tratamento de infecções de pele e partes moles comuns. Ao selecionar o antibiótico beta-lactâmico apropriado, é importante considerar o perfil de sensibilidade do agente etiológico, a gravidade da infecção e as condições específicas do paciente, como alergias medicamentosas (Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos)). 4.2. Infecções por fungos As infecções fúngicas cutâneas são causadas por uma variedade de fungos, incluindo dermatófitos, leveduras e fungos filamentosos. Essas infecções podem afetar diferentes áreas da pele, cabelo e unhas e apresentam diversas manifestações clínicas (Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): infecções por fungos). • Dermatófitos: Causam as chamadas "tineas" ou infecções por dermatófitos, como tinea pedis (pé de atleta), tinea cruris (inguinal), tinea corporis (corpo) e tinea capitis (couro cabeludo). Os agentes antifúngicos tópicos, como clotrimazol, miconazol e terbinafina, são geralmente eficazes no tratamento dessas infecções. Em casos mais graves ou extensos, pode ser necessário o uso de antifúngicos sistêmicos, como terbinafina ou itraconazol. • Candidíase cutânea: Causada principalmente pela levedura Candida, as infecções cutâneas por Candida são comuns em áreas de dobras cutâneas, como axilas, virilha e áreas interdigitais. Agentes antifúngicos tópicos, como nistatina e azólicos (por exemplo, clotrimazol), são geralmente eficazes no tratamento dessas infecções. Em casos mais graves ou recorrentes, pode ser necessário o Caso 07 Sessão Tutorial 11 uso de antifúngicos sistêmicos, como fluconazol ou itraconazol. • Pitiríase versicolor: Causada pelo fungo Malassezia, a pitiríase versicolor apresenta-se como manchas hipo ou hiperpigmentadas na pele, geralmente no tronco e membros superiores. O tratamento geralmente envolve agentes antifúngicos tópicos, como cetoconazol ou sulfeto de selênio, e, em alguns casos, antifúngicos sistêmicos, como fluconazol. Ao tratar infecções fúngicas cutâneas, é importante considerar fatores de risco subjacentes e condições associadas que podem predispor os pacientes a infecções recorrentes, como diabetes, imunossupressão e má higiene. O manejo adequado dessas condições e a educação do paciente sobre prevenção e autocuidado são fundamentais para evitar infecções recorrentes e melhorar os resultados clínicos (Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): infecções por fungos). 4.3. Abordagem cirúrgica A abordagem cirúrgicapode ser necessária em algumas infecções de pele e partes moles, especialmente quando há complicações ou quando o tratamento conservador não é eficaz. A abordagem cirúrgica pode incluir drenagem de abscessos, desbridamento de tecidos necrosados e remoção de corpos estranhos ou materiais infectados (Infectologia (Veronesi): Infecção de pele e partes moles). • Drenagem de abscessos: A drenagem cirúrgica é frequentemente necessária para tratar abscessos cutâneos, como furúnculos ou carbúnculos, que não respondem ao tratamento antibiótico ou quando há risco de progressão para infecção mais profunda ou sistêmica. A drenagem permite a remoção de pus, alívio da pressão e redução da carga bacteriana, promovendo a cicatrização e recuperação do paciente. • Desbridamento de tecidos necrosados: Em casos de infecções graves, como fasciite necrosante, a remoção cirúrgica dos tecidos infectados e necrosados é crucial para interromper a progressão da infecção e evitar complicações sistêmicas graves, como sepse e choque séptico. O desbridamento também pode ser necessário em casos de celulite com necrose cutânea ou úlceras infectadas que não respondem ao tratamento conservador. • Remoção de corpos estranhos ou materiais infectados: A presença de corpos estranhos, como fragmentos de vidro, madeira ou metal, pode servir como foco de infecção e impedir a cicatrização adequada. A remoção cirúrgica desses materiais é importante para permitir a resolução da infecção. Da mesma forma, dispositivos médicos implantados, como próteses articulares ou marcapassos, podem estar contaminados e exigir remoção ou revisão cirúrgica em casos de infecção persistente ou recorrente. A abordagem cirúrgica deve ser considerada em conjunto com o tratamento farmacológico e as medidas de suporte, levando em conta a gravidade da infecção, a presença de complicações e as condições específicas do paciente (Infectologia (Veronesi): Infecção de pele e partes moles). Capitulo 5: Abordagem da febre em paciente com suspeita de processo infeccioso A febre é uma resposta comum do organismo a uma variedade de infecções, incluindo infecções de pele e partes moles. Ao avaliar um paciente com febre e suspeita de processo infeccioso, é fundamental seguir uma abordagem sistemática para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite). • História clínica e exame físico: A história clínica detalhada e o exame físico são essenciais para identificar possíveis fontes de infecção e avaliar a gravidade da condição do paciente. Pergunte ao paciente sobre a duração e a progressão da febre, sintomas associados (por exemplo, dor, eritema, edema), exposições recentes e condições médicas pré-existentes. • Exames laboratoriais: A realização de exames laboratoriais pode ajudar na identificação do agente etiológico e na avaliação da gravidade da infecção. Exames comuns incluem hemograma completo, proteína C reativa, velocidade de hemossedimentação e culturas de sangue. Outros exames podem ser necessários com base Caso 07 Sessão Tutorial 12 na suspeita clínica, como culturas de feridas, urina ou líquido cefalorraquidiano. • Exames de imagem: Dependendo dos achados clínicos e da suspeita de infecção, exames de imagem podem ser úteis para identificar a extensão da infecção e possíveis complicações. Radiografias, ultrassonografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas podem ser utilizadas para avaliar infecções de pele e partes moles, como celulite, abscessos, fasciite necrosante ou osteomielite. • Tratamento empírico: Inicie o tratamento empírico com antibióticos apropriados com base na suspeita clínica, no perfil etiológico local e nos fatores de risco do paciente. A escolha do agente antibiótico deve ser reavaliada conforme os resultados das culturas e a evolução clínica do paciente. • Monitoramento e ajuste do tratamento: Acompanhe de perto a resposta do paciente ao tratamento e ajuste conforme necessário. Isso pode incluir a modificação do regime antibiótico, a adição de terapias adjuvantes (por exemplo, analgésicos, anti-inflamatórios) e, em alguns casos, a consideração de intervenções cirúrgicas. • Ao abordar um paciente com febre e suspeita de processo infeccioso, é importante considerar outras causas possíveis de febre, como doenças inflamatórias, neoplásicas ou medicamentos. A avaliação e o tratamento adequados são cruciais para garantir a resolução da infecção e a recuperação do paciente (EMERGÊNCIAS CLINICAS: Erisipela e celulite). 5.1. Critérios de definição de "sepse" e "choque séptico" A sepse e o choque séptico são complicações graves e potencialmente fatais de processos infecciosos. Compreender e identificar essas condições precocemente é fundamental para o tratamento adequado e a melhora dos desfechos do paciente (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). Sepse: A sepse é definida como uma disfunção orgânica ameaçadora à vida, resultante de uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção. Os critérios para o diagnóstico de sepse incluem a presença de uma suspeita ou confirmação de infecção, juntamente com um aumento no escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) de dois pontos ou mais (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). O escore SOFA é uma ferramenta que avalia a função de seis sistemas orgânicos (respiratório, coagulação, hepático, cardiovascular, renal e neurológico) e pode ajudar na identificação de pacientes com maior risco de mortalidade. Choque séptico: O choque séptico é uma complicação da sepse caracterizada por hipotensão persistente e perfusão tecidual inadequada, apesar da reposição volêmica adequada. Os critérios para o diagnóstico de choque séptico incluem: • Hipotensão persistente: Pressão arterial média (PAM) inferior a 65 mmHg, mesmo após a administração de fluidos intravenosos (pelo menos 30 ml/kg de cristaloides em até 3 horas) ou a necessidade de agentes vasopressores para manter a PAM acima de 65 mmHg. • Lactato sérico elevado: Níveis séricos de lactato superiores a 2 mmol/L após a reposição volêmica adequada, indicando perfusão tecidual inadequada (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). A identificação precoce e o tratamento imediato da sepse e do choque séptico são fundamentais para reduzir a mortalidade e as complicações associadas. O manejo dessas condições inclui a administração de antibióticos de amplo espectro, suporte hemodinâmico e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas para controlar a fonte da infecção (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). 5.2. Exames laboratoriais e de imagem nas infecções cutâneas Os exames laboratoriais e de imagem desempenham um papel importante no diagnóstico e na avaliação de infecções cutâneas, bem como na determinação da gravidade e da necessidade de intervenções terapêuticas adicionais. Exames laboratoriais: Os principais exames laboratoriais utilizados na avaliação de infecções cutâneas incluem: 1. Hemograma completo: Pode ajudar a identificar leucocitose (aumento do número de leucócitos), que é comum em infecções bacterianas, bem como outras anormalidades que podem sugerir complicações ou infecções concomitantes. 2. Proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS): São marcadores Caso 07 Sessão Tutorial 13 inespecíficos de inflamação e infecção e podem ser úteis no monitoramento da resposta ao tratamento. 3. Culturas: Culturas de sangue, feridas e outros fluidos corporais (se indicado) podem ajudar a identificar o agente etiológico e orientar o tratamento antibiótico. A cultura de ferida é especialmente importante em casos de infecções cutâneas complicadas, como abscessos ou infecções em pacientes imunocomprometidos. Exames de imagem: Os exames de imagem podem ser úteis na avaliação de infecções cutâneas e na identificação de possíveis complicações. Os principais exames de imagem incluem: 1. Radiografia:Pode ser útil na detecção de sinais de infecção óssea subjacente (osteomielite) ou de gás subcutâneo, sugerindo infecção necrosante. 2. Ultrassonografia: Pode ajudar a identificar coleções líquidas, como abscessos, e a avaliar a extensão da infecção. A ultrassonografia também pode ser usada para guiar a drenagem de abscessos e a coleta de amostras para cultura. 3. Tomografia computadorizada (TC): Pode ser útil na avaliação de infecções profundas e na identificação de complicações, como a fasciite necrosante. A TC também pode ajudar a avaliar a extensão da infecção e a identificar possíveis causas de febre persistente. 4. Ressonância magnética (RM): Pode ser útil na avaliação de infecções profundas e na identificação de complicações, como a fasciite necrosante ou a osteomielite. A RM tem maior resolução de tecidos moles em comparação com a TC e pode ser especialmente útil em pacientes com contraindicações à TC, como alergia ao contraste iodado ou insuficiência renal. A combinação de exames laboratoriais e de imagem apropriados é essencial para o diagnóstico preciso e o tratamento eficaz de infecções cutâneas (Dermatologia clínica: infecção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infecção de pele e partes moles). 5.3. Sepse e choque séptico em infecções de pele e partes moles A sepse e o choque séptico são complicações graves e potencialmente fatais de processos infecciosos, incluindo infecções de pele e partes moles. O reconhecimento precoce dessas condições e a intervenção imediata são essenciais para melhorar os desfechos do paciente (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). Sepse e infecções de pele e partes moles: A sepse pode ocorrer como resultado de infecções de pele e partes moles, especialmente em pacientes com fatores de risco, como diabetes mellitus, imunossupressão ou uso de dispositivos médicos. A identificação de sinais clínicos de sepse, como alterações na frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, saturação de oxigênio e nível de consciência, é crucial para o diagnóstico precoce e o tratamento (Dermatologia clínica: infecção de pele e partes moles; Infectologia (Veronesi): Infecção de pele e partes moles). Choque séptico e infecções de pele e partes moles: O choque séptico pode ocorrer quando a sepse progride para disfunção cardiovascular grave e perfusão tecidual inadequada, apesar da reposição volêmica adequada. Infecções de pele e partes moles, como fasciite necrosante ou infecções por bactérias produtoras de toxinas, podem causar choque séptico. A avaliação rápida da extensão da infecção e o início imediato do tratamento são vitais para a sobrevivência do paciente (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). Tratamento da sepse e do choque séptico em infecções de pele e partes moles: O tratamento da sepse e do choque séptico em infecções de pele e partes moles inclui várias intervenções: • Antibióticos de amplo espectro: Devem ser administrados o mais rápido possível, geralmente dentro de uma hora após a suspeita de sepse ou choque séptico. A escolha inicial do antibiótico deve ser baseada no espectro de agentes etiológicos possíveis e nos padrões locais de resistência antimicrobiana. • Suporte hemodinâmico: A ressuscitação com fluidos intravenosos e, se necessário, agentes vasopressores, é essencial para manter a perfusão tecidual e a pressão arterial. • Controle da fonte de infecção: A drenagem de abscessos, a desbridamento de tecidos necróticos e, em alguns casos, a cirurgia para remover a fonte da infecção são aspectos críticos do tratamento (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). • Suporte de órgãos: Pode ser necessário em casos de disfunção orgânica grave, como insuficiência respiratória, renal ou hepática. Caso 07 Sessão Tutorial 14 A abordagem multidisciplinar no manejo da sepse e do choque séptico em pacientes com infecções de pele e partes moles é essencial para garantir um tratamento eficaz e melhorar os desfechos. O envolvimento de médicos, enfermeiros, cirurgiões, radiologistas e outros profissionais de saúde é necessário para otimizar o cuidado ao paciente (SEPSE E CHOQUE SÉPTICO). Em resumo, o reconhecimento precoce da sepse e do choque séptico em pacientes com infecções de pele e partes moles é fundamental para a implementação de medidas terapêuticas adequadas e melhorar as chances de recuperação. A abordagem multidisciplinar e o uso de diretrizes baseadas em evidências ajudam a garantir o melhor tratamento possível nessas situações críticas. Capitulo 6: Condução de casos de mordida humana 6.1. Protocolos e recomendações de tratamento As mordidas humanas são um tipo específico de ferida que pode levar a infecções de pele e partes moles. O tratamento adequado dessas lesões é crucial para prevenir complicações e garantir a melhor recuperação possível. • Limpeza e irrigação da ferida: A limpeza meticulosa da ferida é fundamental para reduzir o risco de infecção. A irrigação abundante com solução salina normal deve ser realizada para remover detritos e bactérias da área afetada. • Desbridamento: O desbridamento do tecido necrótico ou comprometido pode ser necessário, dependendo da gravidade da lesão e do estado do tecido circundante. A avaliação clínica e, possivelmente, a consulta com um cirurgião plástico ou cirurgião de mão, podem ajudar a determinar a necessidade de desbridamento cirúrgico. • Antibióticos profiláticos: Devido ao alto risco de infecção por bactérias orais, os pacientes que apresentam mordidas humanas geralmente recebem antibióticos profiláticos. Os agentes comumente utilizados incluem amoxicilina- clavulanato ou uma combinação de uma cefalosporina de primeira geração (como cefazolina) e um agente anaeróbico (como metronidazol). A duração do tratamento varia, mas geralmente é de 5 a 7 dias. • Imunização contra tétano: Se o estado vacinal do paciente é desconhecido ou se a última dose de vacina contra o tétano foi administrada há mais de cinco anos, é recomendada a administração de uma dose de reforço da vacina antitetânica. • Fechamento da ferida: Dependendo da localização, profundidade e extensão da lesão, o fechamento primário da ferida pode não ser apropriado. Feridas com alto risco de infecção, como mordidas humanas profundas ou lesões com extenso tecido comprometido, geralmente são deixadas abertas e tratadas com curativos úmidos e trocas de curativos frequentes. Uma consulta com um cirurgião plástico ou cirurgião de mão pode ser necessária para determinar a melhor abordagem para o fechamento da ferida. • Acompanhamento e monitoramento: O acompanhamento clínico é fundamental para garantir a adequada cicatrização da ferida e identificar possíveis complicações, como infecção ou formação de abscesso. Os pacientes devem ser aconselhados a procurar atendimento médico imediato se apresentarem sinais de infecção, como vermelhidão crescente, inchaço, dor ou febre. Em resumo, a condução de casos de mordida humana requer uma abordagem cuidadosa e abrangente para prevenir complicações e garantir a melhor recuperação possível. A limpeza e irrigação adequadas da ferida, o uso apropriado de antibióticos profiláticos e um acompanhamento cuidadoso são aspectos essenciais do tratamento. 6.2. Prevenção de infecções secundárias A prevenção de infecções secundárias em casos de mordida humana é crucial para garantir uma recuperação adequada e reduzir o risco de complicações. As estratégias a seguir podem ajudar a minimizar o risco de infecções secundárias: • Educação do paciente: É importante informar os pacientes sobre os sinais e sintomas de infecções secundárias, como dor, vermelhidão, inchaço, calor e febre. Instrua-os a procurar atendimento médico imediato se perceberem qualquer sinal de infecção. • Higiene adequada: Instrua os pacientes a manter a área da ferida limpa e seca, lavando-a cuidadosamente com água e sabão neutro. A Caso 07Sessão Tutorial 15 higiene adequada é essencial para prevenir a entrada de bactérias na ferida e reduzir o risco de infecção. • Cuidado com a ferida: Aplique um curativo estéril na área afetada e troque-o diariamente ou sempre que estiver sujo ou úmido. Os pacientes devem ser orientados a evitar o uso de pomadas antibióticas tópicas, a menos que prescritas por um médico, pois podem aumentar o risco de resistência bacteriana e alergias. • Antibióticos profiláticos: O uso de antibióticos profiláticos orais, conforme mencionado anteriormente, pode ajudar a reduzir o risco de infecções secundárias. A escolha do antibiótico e a duração do tratamento devem ser individualizadas, com base na gravidade da lesão, na presença de fatores de risco e no histórico médico do paciente. • Imunização: A atualização das vacinas, incluindo a vacina contra o tétano, é uma medida preventiva importante, pois ajuda a proteger o paciente contra infecções secundárias potencialmente graves causadas por Clostridium tetani. • Acompanhamento e monitoramento: O acompanhamento clínico regular é crucial para garantir a adequada cicatrização da ferida e identificar possíveis complicações precocemente. Os profissionais de saúde devem estar atentos a sinais de infecção secundária durante as consultas de acompanhamento e agir de acordo com as orientações apropriadas. Em resumo, a prevenção de infecções secundárias em casos de mordida humana é uma parte crucial do tratamento e cuidado do paciente. A educação do paciente, a higiene adequada, o cuidado com a ferida, o uso de antibióticos profiláticos, a imunização e o acompanhamento clínico regular são medidas importantes para minimizar o risco de infecções secundárias e garantir a melhor recuperação possível. Capitulo 7: Infecções de pele e partes moles na Atenção Primária à Saúde (APS) As infecções de pele e partes moles são comuns na Atenção Primária à Saúde (APS) e representam um desafio significativo para os profissionais de saúde. O manejo adequado dessas infecções é crucial para garantir resultados positivos e prevenir complicações. Avaliação inicial: Na APS, o médico deve realizar uma avaliação inicial cuidadosa do paciente, incluindo uma história clínica detalhada e um exame físico completo. É importante identificar os fatores de risco associados, como diabetes, imunossupressão e ferimentos prévios, que podem predispor o paciente a infecções de pele e partes moles. Diagnóstico: O diagnóstico de infecções de pele e partes moles na APS é geralmente baseado na apresentação clínica e nos achados do exame físico. No entanto, em alguns casos, exames laboratoriais e de imagem, como hemograma completo, cultura de ferida e ultrassom, podem ser necessários para confirmar o diagnóstico e identificar o agente etiológico. Tratamento: O tratamento na APS deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade da infecção, os fatores de risco do paciente e o agente etiológico suspeito. O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos orais, analgésicos e medidas de suporte, como repouso, elevação do membro afetado e hidratação adequada. Em casos mais graves, pode ser necessário encaminhar o paciente para um especialista ou hospital para tratamento adicional e intervenção cirúrgica. Prevenção e educação: Os profissionais de saúde na APS têm um papel fundamental na prevenção e educação dos pacientes sobre infecções de pele e partes moles. Isso inclui a promoção de higiene adequada, cuidado com feridas, reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de infecção e a importância de procurar atendimento médico quando necessário. Coordenação do cuidado: Na APS, é crucial garantir a coordenação adequada do cuidado entre os diferentes profissionais de saúde envolvidos no tratamento do paciente. Isso inclui a comunicação efetiva entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde para garantir um tratamento adequado e o acompanhamento do paciente. Caso 07 Sessão Tutorial 16 Em resumo, as infecções de pele e partes moles são um problema comum na Atenção Primária à Saúde e requerem uma abordagem abrangente e coordenada para garantir o diagnóstico, tratamento e prevenção adequados. Os profissionais de saúde na APS têm um papel crucial no manejo desses pacientes e na promoção da saúde e bem-estar da população. Capitulo 8: Referências bibliográficas As informações apresentadas neste roteiro de estudos foram baseadas nas seguintes referências bibliográficas: • Dermatologia clínica: infeção de pele e partes moles - Este livro fornece informações detalhadas sobre as principais apresentações de infecções de pele e partes moles, incluindo erisipela, celulite e outras condições associadas. • Infectologia (Veronesi): Infeção de pele e partes moles - Este livro aborda aspectos importantes das infecções de pele e partes moles, incluindo agentes etiológicos e abordagens terapêuticas. • Fisiologia (Guyton / Berne): Revisão da anatomia e histologia da pele - Este livro oferece uma revisão completa da anatomia e histologia da pele, bem como uma introdução à fisiologia da pele. • Farmacologia e Terapêutica (Goodman, Katzung): Antibióticos beta lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenêmicos) e infecções por fungos - Este livro aborda a farmacologia e terapêutica dos antibióticos beta lactâmicos e das infecções fúngicas. • Emergências Clínicas: Erisipela e celulite - Este livro foca no diagnóstico e tratamento de erisipela e celulite, bem como nas possíveis complicações relacionadas a essas infecções. • Sepse e Choque Séptico - Esta referência fornece informações sobre os critérios de definição de sepse e choque séptico, bem como a abordagem da febre em pacientes com suspeita de processo infeccioso. • Furunculose e diagnósticos diferenciais - Infecções na pele e partes moles na APS - Este livro aborda o diagnóstico e tratamento de furunculose e outras infecções de pele e partes moles comumente encontradas na Atenção Primária à Saúde (APS). • Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z - Este livro apresenta uma abordagem abrangente para o diagnóstico e tratamento de infecções de pele e partes moles, incluindo informações sobre antibióticos e outras terapias. Estas referências bibliográficas foram fundamentais para a elaboração do conteúdo apresentado neste roteiro de estudos e fornecem uma base sólida para aprofundar o conhecimento sobre infecções de pele e partes moles, bem como a abordagem clínica e terapêutica. Caso 07 Sessão Tutorial 17 Capitulo 9: Anexos 9.1. Tabela de antibióticos de A a Z para infecção de pele e partes moles A tabela a seguir apresenta uma lista de antibióticos comumente utilizados no tratamento de infecções de pele e partes moles, baseada na referência bibliográfica "Infecção de Pele e Partes Moles - ATB de A a Z". Estes antibióticos são classificados por grupos e incluem informações sobre espectro de ação e posologia. Antibiótico Grupo Espectro de Ação Dose Amoxicilina Penicilinas Gram-positivas e algumas Gram- negativas 500 mg a cada 8 horas Dicloxacilina Penicilinas Estafilococos e estreptococos 250 a 500 mg a cada 6 horas Cefazolina Cefalosporinas Gram-positivas e algumas Gram- negativas 1 a 2 g a cada 8 horas Cefuroxima Cefalosporinas Amplo espectro, Gram-positivas e Gram-negativas 750 mg a 1,5 g a cada 8 horas Ceftriaxona Cefalosporinas Amplo espectro, Gram-negativas e algumas Gram-positivas 1 a 2 g a cada 24 horas Aztreonam Monobactâmicos Gram-negativas, incluindo Pseudomonas aeruginosa 1 a 2 g a cada 8 horas Imipenem Carbapenêmicos Amplo espectro, Gram-positivas, Gram-negativas e anaeróbios 500 mg a 1 g a cada 6 a 8 horas Meropenem Carbapenêmicos Amplo espectro, Gram-positivas, Gram-negativase anaeróbios 1 g a cada 8 horas Azitromicina Macrolídeos Estafilococos, estreptococos, Haemophilus influenzae e atípicos 500 mg no primeiro dia e 250 mg/dia nos dias seguintes Ciprofloxacino Quinolonas Gram-negativas e algumas Gram- positivas 500 mg a cada 12 horas Levofloxacino Quinolonas Amplo espectro, Gram-positivas e Gram-negativas 500 a 750 mg a cada 24 horas Clindamicina - Estafilococos, estreptococos e anaeróbios 300 a 600 mg a cada 6 a 8 horas Vancomicina - MRSA, enterococos resistentes à ampicilina 15 mg/kg a cada 12 horas (ajuste conforme níveis séricos) Linezolida - Gram-positivas, incluindo MRSA e enterococos resistentes à vancomicina 600 mg a cada 12 horas Fluconazol Antifúngicos Infecções cutâneas causadas por Candida spp. 150 a 200 mg uma vez ao dia Terbinafina Antifúngicos Infecções cutâneas causadas por dermatófitos 250 mg uma vez ao dia Esta tabela fornece uma visão geral dos antibióticos utilizados no tratamento de infecções de pele e partes moles e deve ser utilizada como referência para orientar o tratamento adequado. No entanto, é essencial lembrar que a escolha do antibiótico deve ser individualizada, considerando-se as características do paciente, a gravidade da infecção, os agentes etiológicos suspeitos e as resistências locais. Caso 07 Sessão Tutorial 18 9.2. Perguntas e Respostas Questão 1: A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha várias funções importantes. Em relação à sua estrutura e componentes, qual das alternativas a seguir descreve corretamente as camadas da pele e suas principais características? a) Epiderme - composta por tecido conjuntivo denso, derme - composta por células epiteliais estratificadas b) Epiderme - composta por células epiteliais estratificadas, derme - composta por tecido conjuntivo denso, hipoderme - composta por tecido adiposo c) Hipoderme - composta por tecido conjuntivo denso, derme - composta por células epiteliais estratificadas d) Epiderme - composta por tecido adiposo, derme - composta por células epiteliais estratificadas, hipoderme - composta por tecido conjuntivo denso Resposta correta: b) Epiderme - composta por células epiteliais estratificadas, derme - composta por tecido conjuntivo denso, hipoderme - composta por tecido adiposo Justificativa: A pele é composta por três camadas principais: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais superficial e é formada por células epiteliais estratificadas, sendo responsável por proteger o corpo contra agentes externos e controlar a perda de água. A derme é a camada intermediária e é composta por tecido conjuntivo denso, que fornece resistência e elasticidade à pele, além de conter vasos sanguíneos, nervos, glândulas e folículos pilosos. A hipoderme, a camada mais profunda, é composta por tecido adiposo e atua como um isolante térmico e uma reserva energética, além de ajudar a proteger os órgãos internos contra impactos. Questão 2: A erisipela é uma infecção bacteriana aguda que afeta a pele e os tecidos subcutâneos. Em relação à etiologia, apresentações clínicas e tratamento da erisipela, qual das alternativas abaixo é correta? a) A erisipela é causada principalmente por vírus, apresenta-se com lesões vesiculares e é tratada com antivirais. b) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Staphylococcus, apresenta-se com lesões elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. c) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se com lesões elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. d) A erisipela é causada principalmente por fungos, apresenta-se com lesões descamativas e é tratada com antifúngicos. Resposta correta: c) A erisipela é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se com lesões elevadas e avermelhadas e é tratada com antibióticos. Justificativa: A erisipela é uma infecção bacteriana aguda que afeta a pele e os tecidos subcutâneos, sendo causada principalmente pelo grupo de bactérias Streptococcus, especialmente Streptococcus pyogenes. As lesões cutâneas da erisipela são caracterizadas por serem elevadas, avermelhadas e quentes, com bordas bem demarcadas, podendo causar dor e edema. O tratamento geralmente é feito com antibióticos, como a penicilina, e cuidados locais para aliviar os sintomas e prevenir complicações. Questão 3: A celulite é uma infecção bacteriana aguda que envolve a pele e os tecidos subcutâneos. Em relação às características clínicas, etiologia e tratamento da celulite, qual das alternativas abaixo é correta? a) A celulite é causada principalmente por bactérias do gênero Streptococcus, apresenta-se com lesões descamativas e é tratada com antifúngicos. Caso 07 Sessão Tutorial 19 b) A celulite é causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus, apresenta- se com lesões avermelhadas, edema e calor local, e é tratada com antibióticos. c) A celulite é causada principalmente por vírus, apresenta-se com lesões vesiculares e é tratada com antivirais. d) A celulite é causada principalmente por fungos, apresenta-se com lesões descamativas e é tratada com antibióticos. Resposta correta: b) A celulite é causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus, apresenta-se com lesões avermelhadas, edema e calor local, e é tratada com antibióticos. Justificativa: A celulite é uma infecção bacteriana aguda que acomete a pele e os tecidos subcutâneos, sendo causada principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus. A apresentação clínica da celulite inclui lesões avermelhadas, edema e calor local, podendo ser acompanhada de febre e mal-estar. O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos adequados ao agente etiológico suspeito e aos padrões de resistência local, além de cuidados locais e medidas para aliviar os sintomas e prevenir complicações. Questão 4: Com relação aos agentes etiológicos e abordagem terapêutica das infecções de pele e partes moles, qual das alternativas abaixo é correta? a) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por vírus e são tratadas com antivirais. b) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus e são tratadas com antifúngicos. c) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus e são tratadas com antibióticos, como penicilinas e cefalosporinas. d) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por fungos e são tratadas com antifúngicos. Resposta correta: c) A erisipela e a celulite são causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus e são tratadas com antibióticos, como penicilinas e cefalosporinas. Justificativa: A erisipela e a celulite são infecções de pele e partes moles causadas principalmente por bactérias dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus. A abordagem terapêutica para essas infecções envolve o uso de antibióticos adequados, como penicilinas, cefalosporinas, e outros, dependendo da sensibilidade do agente etiológico e dos padrões de resistência locais. Além disso, é importante realizar cuidados locais, como limpeza e proteção da área afetada, e medidas para aliviar os sintomas e prevenir complicações. Caso 07 Sessão Tutorial 20 Direitos Autorais © 2023 Alexandro Emédio Pellenz e Júllia Santana da Silva Barbosa. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída, armazenada em sistema de recuperação ou transmitida, de qualquer forma ou por quaisquer meios, eletrônicos, mecânicos, fotocópia, gravação ou outros, sem a prévia autorização por escrito dos autores, Alexandro Emédio Pellenz e Júllia Santana da Silva Barbosa. Esta apostila é protegidapelas leis de direitos autorais aplicáveis e não pode ser compartilhada ou reproduzida sem a devida permissão dos autores. Violações de direitos autorais podem resultar em ações legais, responsabilização civil e penal. Para solicitar permissão para uso do conteúdo desta publicação, entre em contato com os autores através dos seguintes e-mails: Alexandro Emédio Pellenz: aepellenz@gmail.com Júllia Santana da Silva Barbosa: julliasantana@hotmail.com
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