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Infecções Bacterianas do Sistema Respiratório Nessa aula,vamos dividir as infecções que atingem o trato respiratório superior e inferior. As doenças bacterianas relacionadas ao trato respiratório superior: ● Faringite estreptocócica; ● Escarlatina; ● Difteria; ● Otite Média; ● Sinusite; As doenças bacterianas relacionadas ao trato respiratório inferior: ● Coqueluche; ● Pneumonia; ● Tuberculose; O trato respiratório superior é exposto ao ar e microorganismos e o trato respiratório inferior é estéril,não tem contato direto com o ar e microrganismos. As defesas são do trato respiratório são através: ● Muco - Retenção de microorganismo,poeira e poluentes. ● Cílios - Movimentos sincronizados impulsionam corpos estranhos em direção à garganta a um ritmo de 1 a 3 cm por hora (tosse e espirro aceleram). ● Epiglote - recobre a laringe durante a deglutição. ● Canal auditivo externo - Pelos e cera, que auxiliam na prevenção de entrada de micróbios,poeira,insetos e água no ouvido. ● BALT ( tecido linfóide associado aos brônquios) 1. Macrófagos alveolares; 2. IgA em secreções - Saliva e lágrimas,por exemplo ● Microbiota residente; Faringite estreptocócica Streptococcus Pyogenes - Estreptococos do grupo A - São resistentes à fagocitose e o grupo A constitui um dos mais importantes grupos de patógenos humanos. Anaeróbios facultativos - Gram Positiva (Roxo) São beta hemolíticos - Catalase negativa (peróxido de hidrogênio ataca as bactérias e serve como marcador se há Streptococcus Pyogenes). Sinais e sintomas: Inflamação local e febre, autolimitada (normalmente),há portadores assintomáticos. Transmissão: Gotículas respiratórias (aglomerações em ambientes fechados facilitam a transmissão. Identificação do Streptococcus pyogenes: Uma das características mais importantes para a identificação de estreptococos é pelo tipo de hemólise. No caso,tem a hemólise beta, que pode ser feita por meio de cultura ou pelo teste rápido. Virulência ● Biofilme; ● Protease/quimiocinas (recrutamento de neutrófilos); ● Proteases do Sistema Complemento; ● Proteína inibidora do Sistema complemento,impede lise; ● Ácido hialurônico - Idêntico ao humano é igual a não imunogenicidade.Além de protecão à fagocitose; ● Adesina - cél. epiteliais e matriz extracelular. Liga-se ao complemento e porção Fc dos AC - bloqueia interação com cél. fagocitárias ● Superantígenos - Toxinas de Escarlatina; Faringite estreptocócica/ Escarlatina Quando a linhagem de S. pyogenes causadora de faringite estreptocócica produz uma toxina eritrogênica (associada a vermelhidão) , a infecção resultante é chamada de febre escarlate (escarlatina). Aparecimento de 1 a 2 das após a infecção. Causadas por amostras de S. pyogenes lisogenizadas por fagos que codificam toxinas. O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do estreptococo,mas de uma reação às substâncias que a bactéria produz (toxinas). Os sintomas são: Febre,mal estar e dores de garganta. Existem outros sinais característicos como o sinal de Filatov (Palidez perioral), língua de framboesa ( inchada, bem vermelha e com papilas bastantes evidentes).Além disso, existem casos que os pés e as mãos descamam. Tratamento Suficiente concentração do antimicrobiano pode ser mantida com uma única injeção intramuscular de penicilina benzatina 50.000 unidades/Kg dose única para crianças até 10 anos e 1,2 a 2,4 milhões unidades/dia dose única para pacientes acima dessa idade. Na vigência de casos graves, o prescritor está autorizado a usar penicilina cristalina por via intravenosa, 25.000 a 400.000 unidades/kg/dia para crianças e 4 a 24 milhões unidades/dia para adultos, divididas em quatro a seis doses. A via oral poderá ser a preferida, com o inconveniente de que, na maioria dos casos, quando ocorre a melhora, o paciente tende a abandonar o tratamento e se expor a recaídas. Por esta via, a duração do tratamento é de dez dias e as doses são as seguintes: penicilina V (fenoximetilpenicilina) – 50 mg/kg/dia para crianças e 750 mg/dia para adultos, divididos em três doses ou amoxicilina - 20 a 40 mg/kg/dia para crianças e 1,5 a 3 g/dia para adultos, divididos em três doses. Difteria Corynebacterium diphtheriae Bastonetes irregulares. Aeróbico ou anaeróbico facultativo. Catalase POSITIVO. Sinais e Sintomas: Inflamação local na garganta, com um exsudato fibrinoso,que forma a pseudomembrana rígida, aderente e acinzentada, característica da doença, febre até pescoço taurino (edema). Tratamento: São encontrados no trato respiratório superior, sendo transmitidos por gotículas disseminadas pelo ar, casos raros - fômites Doença toxi-infecciosa aguda,contagiosa,potencialmente letal e imunoprevenível. Corynebacterium diphtheriae - Quando infectadas por bactériofágos específicas, portadores do gene tox; Produzem a exotoxina diftérica (TD). Tropismo para o miocárdio,SN,rins e suprarrenais. Identificação: O diagnóstico laboratorial envolve o isolamento do organismo e a comprovação da produção de toxina (não esperar para usar antitoxina). Cultivo de Swab de garganta em meio de Loeffler - Colônias negro - acizentadas. O PCR serve para a pesquisa do gene da toxina. A virulência está relacionada com a invasão celular e produção de toxina (depende da existência do gene tox). A toxina diftérica inibe a síntese proteica por meio da ribosilação do ADP associado ao fator-2 de elongação (EF2). A toxina afeta todas as células eucarióticas. A toxina apresenta dois domínios: B - Ligação da toxina a receptores glicoproteicos da membrana celular; A - Atividade enzimática que cliva a nicotinamida do NAD e transfere a ADP-ribose remanescente para a EF2,promovendo assim, a inativação deste (EF2). Incubação: Em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Transmissibilidade: Em média, até 2 semanas após o início dos sintomas; A antibioticoterapia adequada elimina, na maioria dos casos, o bacilo diftérico da orofaringe, 24 a 48 horas após sua introdução; não elimina a toxina! O portador pode eliminar o bacilo por 6 meses ou mais. Suscetibilidade e imunidade: A suscetibilidade é geral; Imunidade passiva ou ativa Difteria Cutânea C. diphtheriae infecta a pele, geralmente em um ferimento ou lesão cutânea similar, e há circulação sistêmica mínima da toxina. Nas infecções cutâneas, as bactérias causam ulcerações de cicatrização lenta que são cobertas por uma membrana acinzentada. Coqueluche Bordetella pertussis - gram negativo Cocobacilo, aeróbio, não esporulado, catalase positivo Sintomas: Tosse comprida - ocorre principalmente em bebês e crianças pequenas Transmissão - transmitido por gotículas disseminadas pelo ar. Fixação às células ciliadas da traquéia, impedindo, inicialmente, a sua ação ciliar e, em seguida, destruindo progressivamente as células. Estágio inicial = estágio catarral, assemelha-se a um resfriado comum. Acessos prolongados de tosse caracterizam o estágio paroxístico, ou segundo estágio - ação ciliar é comprometida, o muco acumula-se. A violência da tosse em crianças pequenas pode até resultar em costelas quebradas. Os episódios de tosse ocorrem várias vezes por dia, durante um período de 1 a 6 semanas. O estágio de convalescença, ou terceiro estágio, pode durar meses. Lactentes até lesões irreversíveis no cérebro. A ligação da B. pertussis com o epitélio respiratório, a existência de lesões locais e absorção de toxina depende da alteração e diminuição dos mecanismos de defesa do hospedeiro (cílios e neutrófilos); A B. pertussis não atravessa a camada epitelial e os efeitos locais ou sistêmicos típicos desta patologia são causadas pela absorção sistêmica da toxina. Toxina pertussis Estimula a adenilato-ciclase e consequente elevação de AMPc, e da atividade da proteína-cinase. Esse processo resulta em edema da mucosa respiratória, o que contribui para os quadros de tosse grave. Também causa uma acentuada linfocitose no sangue dos pacientes acometidos por coqueluche: inibição de entrada de linfócitos do tecido linfóide, como baço e linfonodos. Há um aumento desua quantidade no sangue. Outros fatores de virulência Adesinas (fimbriais),hemaglutinina e exotoxinas. Um destaque para as exotoxinas: ● Citotoxina traqueal - interfere na síntese de DNA afetando a regeneração das células lesadas, disfunção dos mecanismos de limpeza da árvore respiratória; ● Toxina dermonecrótica - vasoconstritora (isquemia), inflamação, lesões necrosantes. Diagnóstico Tratamento ● Tratamento - Antibioticoterapia ● Prevenção - Vacinação ● O indivíduo torna-se imune após adoecimento ou vacinação. A imunidade NÃO é duradoura por isso tem três doses da vacina ● Pentavalente ● DTP ● dTPa (acelular) Pneumonia Fatores de risco para pneumonia são: ● Idade maior que 65 anos. ● Infecções respiratórias virais, como gripe. ● Tabagismo. ● Doenças imunossupressoras ( HIV, transplante, câncer…). ● DPOC (bronquite crônica e enfisema pulmonar). ● Usuários de drogas. ● Doentes acamados. ● Pessoas com redução do nível de consciência. ● Hospitalizações prolongadas. ● Pacientes em ventilação mecânica. ● Pacientes com outra doença pulmonar prévia (sequelas de tuberculose, bronquiectasias, fibrose cística, etc.) Streptococcus pneumoniae Cocos aos pares Gram-positivo - Anaeróbio facultativo - Catalase negativa. Alfa hemolítico (hemólise parcial das hemácias – ágar sangue) Colonização da nasofaringe - Nenhuma toxina bacteriana foi relacionada claramente à patogenicidade. Portadores saudáveis de pneumococos. Sinais e sintomas: Febre, Desconforto respiratório e Opacidades à radiografia de tórax. Fatores de virulência ● Cápsula de polissacarídeo (mais de 90 sorotipos) ● Escape da fagocitose e adesão ● Adesinas e evasão ● PspA: adesão e inibição do Sistema complemento (componente C3) ● CbpA: Adesão e translocação dos pneumococos a partir das células epiteliais da nasofaringe para a corrente sanguínea, sugerindo sua participação na patogênese da meningite pneumocócica; ● Hialuronidase ● Degradação de ácido hialurônico (invasão – tecido conjuntivo) ● Pneumolisinas (citotoxina) ● Capacidade de formar poros na membrana plasmática (lise celular) ● Diminuição do movimento ciliar ● Estímulo da via clássica do complemento (resp inflamatória ● Diminuição da atividade de leucócitos ● Evasão ● Degradação de IgA (protease) É uma infecção aguda, normalmente precedida por um estado gripal, que afeta os lóbulos inferiores dos pulmões (pneumonia lobar), sendo mais frequente em crianças e nos idosos; A pneumonia ocorre quando os microrganismos sobrevivem à fagocitose pelos macrófagos pulmonares e proliferam nos alvéolos, onde sofrem autólise promovendo a liberação de substâncias que provocam inflamação.
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