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João Manuel – Medicina Nove de Julho SISTEMA RESPIRATÓRIO INTRODUÇÃO Streptococcus pyogenes, Corynebacterium diphtheriae, Bordetella pertussis, Streptococcus pneumoniae. Na grande maioria das vezes as infecções são virais, geralmente as bactérias entram como uma infecção secundário. Disbiose: desequilíbrio da microbiota. Streptococcus pyogenes e Streptococcus pneumoniae (pneumococo) – causam pneumonia típica (quadro de pneumonia causado pelo os patógenos mais comuns). O Nosso corpo tem mecanismo de defesa no trato respiratório, por conta de ser uma porta de entrada já que tem o contato direto com o meio externo. Tendo mecanismo para resposta imune e adaptativa. No trato respiratório superior: • Resposta Inata: Tecido epitelial (células justapostas), cílios (“varrem”), muco (precisa está na densidade correta, se estiver ressecado ele estará espesso), microbiota, lisozimas (rompem membrana de patógenos – saliva). • Resposta Adaptativa: anticorpo IgG, IgA em grande quantidade (mucosa). NALT – tecido linfoide associado a nasofaringe. No trato respiratório inferior: Os alvéolos têm o epitélio simples para facilitar a troca gasosa, porém isso é ruim, muito fácil de lesionar. Os macrófagos alveolares têm mais ação de anti- inflamatórios do que fagocitose, precisa evitar o máximo de lesão nessa região. Tem o tecido BALT – tecido linfoide associado aos brônquios. STREPTOCOCCUS PYOGENES Também é conhecido como estreptococos do grupo A, está relacionado a antígenos de superfície – carboidratos antigênicos da parede celular – trato respiratório superior. OBS.: Estreptococos do grupo B - É aquele que faz triagem na gestantes, importante para saber se a gestante tem ou não – S. agalactiae – se der positivo precisa usar antibiótico antes do parto, pois está relacionado a sepse e meningite neonatal. João Manuel – Medicina Nove de Julho Morfologia: estreptococo ou diplococo (cocos em cadeia ou pares) – gram positivo. Encontrado na microbiota normal humana (orofaringe) e no meio ambiente. Fatores de crescimento: mesófilos (tempe- ratura ótimo para eles crescerem é 37 graus) e anaeróbicos facultativos (Consegue usar ou não o oxigênio) Característica bioquímica: bactéria beta- hemolítica - teste bioquímico que é feito, para ver se bactéria é capaz ou não de lisar a hemácia. • Beta-hemolítica: capaz de lisar hemácia e digerir a hemoglobina completamente • Alfa-hemolíticas: geram hemólise, produzem hemolisina, mas não digerem completamente a hemoglobina, só até a biliverdina, por isso a coloração é esverdeada, devido a enzima. • Gama-hemolítica: não produz hemolisina, não sendo capaz de lisar a hemácia. Fator de virulência: Proteína M (fica na ponta da fibrina – importante comum evasina – gera uma espace da resposta imunologia – bloqueia o sistema complemento), Cápsula (tem ação de evasina e invasina), DNAase (degrada DNA que leva uma degradação do neutrófilo, gerando pus), Adesinas (moléculas que atuam na adesão, exemplo proteína M). • Estreptolisinas – capacidade de lisar hemácias e leucócitos. • Estreptoquinase (fibrinolisina) – dissolve coágulos. OBS.: São exotoxinas, por conta dele ser gram positivo. Faringite 90% são causadas por S. pyogenes. Atualmente, devido ao uso de antibióticos, somente de 1 a 3% das faringites apresentam complicações. Complicações mais comuns sendo otites, mastoidites e bacteremias. Modo de transmissão: A infecção é transmitida por gotículas. Portador sintomático ou assintomático. Aglomerações humanas em ambientes fechados facilitam a transmissão. Sinais e Sintomas: Inflamação de garganta (faringoamigdalite), Febre 38°C, Exsudato purulento tonsilar. As faringites podem ser acompanhadas de escarlatina, cujas manifestações aparecem em um a dois dias após o inıćio da infecção, desaparecendo em cinco a sete dias. Escarlatina complicação da faringite. causadas por amostras de s. pyogenes que foram infectadas por bacteriófagos (fagos) que carregavam genes que codificam as toxinas pirogênicas spea e spec (streptococcal pyrogenic exotoxins). O aparecimento da escarlatina não depende de uma ação direta do estreptococo, mas de uma João Manuel – Medicina Nove de Julho reação às substâncias que a bactéria produz (toxinas). Febre, mal estar, dores de garganta, erupções cutâneas etc. Diagnóstico: • Clínico: febre, inflamação da garganta e erupção puntiforme de cor vermelho vivo e de distribuição típica. • Laboratorial: pesquisa do estreptococo num esfregaço colhido por swab da garganta (coleta-se a secreção (exsudato) da garganta na região chamada nasofarıńgea. Sorologia também é utilizada (Detecção de ASLO - anticorpo anti-estreptolisina O- imunogênica). Tratamento: Penicilina que elimina bactéria, evita as complicações da fase aguda, previne a febre reumática e diminui a possibilidade de aparecimento de glomerulonefrite (lesão renal). CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE Bacilos irregulares, Gram positivos (pode se apresentar na forma de cocobacilo). Pleomorfismo celular: arranjo em paliçada ou letra chinesas. • Fatores de crescimento: aeróbio ou anaeróbio facultativo. • Característica bioquímica: catalase positivo – a catalase entra no meus fagócitos. Difteria - CRUPE Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, com tendência declinante e potencialmente letal. Porta de entrada/transmissão: Vias aéreas superiores. Contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetıv́el, por meio de gotıćulas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. Locais mais frequentes de infecção: tonsila, faringe, fossas nasais e laringe. Locais menos frequentes de infecção: Outras mucosas e pele. Complicações (toxemia): miocárdio, suprarrenais, rins e sistema nervoso. Placa pseudomembranosa: composta por eritrócitos, leucócitos, células epiteliais necróticas, bactérias e fibrina, sendo um sinal patognomônico da doença, sobretudo quando ocorre sangramento na tentativa de remoção, o que se deve a alta vascularização do tecido conjuntivo subjacente. presente em tonsilas, faringe, laringe etc. Fator de virulência da toxina diftérica (TD): toxina mais investigada de cepas toxigênicas, composição da toxina é proteína e é uma exotoxina, do tipo A/B (B - porção ligante à célula humana, A – porção ativa, inibe síntese proteica das células humanas). O gene que codifica essa enzima é o Gene tox de bacteriófago (fago). João Manuel – Medicina Nove de Julho Para que a bactéria sintetize a TD, precisa ser infectada por uma bacteriófago específico. As células do nosso corpo que tem maior quantidade de receptores de toxina é o miocárdio, suprarrenais, rins, sistema nervoso. O patógeno em questão também possui adesinas como fator de virulência. Adesão às células epiteliais, pneumócitos, monócitos, macrófagos, células endoteliais (endocardite e formação de biofilme) . Possui também catalase, responsável por neutralizar substâncias tóxicas, como os EROS. Diagnóstico laboratorial: isolamento, cultura e identificação do C. diphtheriae em amostras biológicas (ex.: exsudato de nasofaringe). Tratamento: Soro heterólogo antidiftérico (SAD – neutraliza a toxina) e antibioticoterapia (penicilina, eritromicina). BORDETELLA PERTUSSIS Bacilo(cocobacilo), gram-negativo, aeróbio, não esporulado, imóvel e pequeno, catalase. Fator de virulência: • Toxina pertussis: individuo vacinado contra coqueluche -> imunizado contra esta toxina (vacina de toxoide) -> ajuda a bactéria se fixar na superfície das células ciliadas -> inibe a adenilato ciclase (sinalização celular - 2o mensageiro -> este interrompido -> impede sinalização celular) -> pode gerar morte da célula, lise de linfócitos, interfere nas vias glicolíticas -> gerando a hipoglicemia (pela falta de sinalização celular). • Citotoxina traqueal: ciliostasis – paralisia dos cílios. Coqueluche Coqueluche – tosse comprida – CID 10:A37 notificação compulsória. Doença infecciosa aguda, alta transmissibilidade, distribuição universal, importante causa de morbimortalidade infantil, compromete especificamente o trato respiratório inferior (traqueia e brônquios), caracterizada por paroxismos de tosse seca. Em lactantes, pode resultar em complicações (parada respiratória, convulsões, hemorragia de mucosa) e até a morte. Reservatório: o homem é o único reservatório natural. Porta de saída: vias aéreas superiores. Modo de transmissão: pelo contato direto ou indireto (fômites). Porta de entrada: vias aéreas superiores. Período de incubação: de 5 a 10 dias, podendo ir até 42 dias. João Manuel – Medicina Nove de Julho Manifestações clínicas – Fases • Catarral: Febre pouco intensa, mal estar, coriza, tosse seca. Inicia-se surtos de tosse paroxıśtica (perıódo de transmissibilidade). • Fase paroxística: paroxismos de tosse seca, inspiração forçada, súbita, acompanhada de ruıd́o (guincho), seguido de vômito (duração de 2-3 semanas). Presença de cianose. • Fase de convalescença: tosse é comum (até 3 meses). Podem ocorrer outras infecções. Em indivıd́uos não adequadamente vacinados ou vacinados há mais de 5 anos, a coqueluche, com frequência, não se apresenta sob a forma clássica, podendo manifestar-se sob formas atıṕicas, com tosse persistente, porém, sem paroxismos, guincho caracterıśtico ou vômito pós-tosse. STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE O mais comum na pneumonia bacteriana comunitária, otite média, sinusites, meningite e bacteremia. Tem 94 sorotipos. É uma bactéria gram-positivo, residente normal do nariz e garganta. Fator de virulência: capsula de polissacarídeo, Adesinas, pneumolisinas (se liga ao colesterol da membrana da célula epitelial e cria poros) e proteases de IgA. Diagnóstico: radiografia de tórax, amostras de escarro e lavado broncoalveolar, coloração de gram, cultura com presença de alfa hemólise, catalase negativo, antibiograma, hemograma com leucocitose devido a neutrofilia e desvio para esquerda.
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