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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO DAS HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROJETO DE PESQUISA PADRONIZAÇÃO DAS CALÇADAS: ESTUDO SOBRE A ACESSIBILIDADE NO CENTRO DE BARREIRAS. LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA: Linha 2 - Sociedade, políticas públicas e sustentabilidade. Orientadora: Prof.ª Drª Leriane Silva Cardozo Dezembro/2020 2 INTRODUÇÃO Esse projeto é escrito sob a perspectiva de uma Pessoa com Deficiência que vivencia diariamente a dificuldade que é andar no centro da cidade de Barreiras-BA, por falta de estrutura e acessibilidade nas calçadas. Esse problema também se estende para os bairros, praças e outras áreas de acesso comum. A falta de fiscalização pelos gestores públicos e a inobservância, por parte dos proprietários dos imóveis, das leis federais e municipais já regulamentadas para garantir o direito de acessibilidade a todos, são uns dos grandes fatores que corrobora para a despadronização das calçadas. As principais barreiras enfrentadas pelos pedestres e, em especial, pelas Pessoas com Mobilidade Reduzida, são as barreiras urbanísticas e arquitetônicas encontradas nas vias públicas de acesso. Como, por exemplo, passeios com declives desproporcionais, árvores em lugares inapropriados, buracos, degraus e falta de rampa de acesso. O intuito desta pesquisa é o estudo sobre a conscientização da sociedade barreirense e dos gestores públicos quanto a garantia de direitos adquiridos e a prioridade (necessidade) de tê-los executados para garantir o caminhar livre, seguro e confortável de todos os cidadãos. E também, analisar as políticas públicas municipais frente ao decreto Nº 468/2015 que regulamenta a Lei nº 900/2.010, de 10 de junho de 2.010, que define as regras para a construção e reparo em calçadas públicas no município de Barreiras. Para isso, será usado, inicialmente, a pesquisa qualitativa e quantitativa para coleta de dados, e avaliação de um profissional urbanista e um advogado. 3 JUSTIFICATIVA O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 estabelece o direito de ir e vir de todos os cidadãos, ou seja, qualquer pessoa, (inclusive com deficiência ou mobilidade reduzida), deve ter o direito de chegar confortavelmente a qualquer lugar. Mas, considerando a falta de estrutura e acessibilidade dos passeios públicos, algumas pessoas são privadas desse direito ou têm dificuldade em usá-lo. Um dos principais motivos são as barreiras urbanísticas, que são impostas a elas por falta de padronização das calçadas com base na norma técnica NBR9050 criada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a não observância das leis federais e municipais a exemplo, da Lei de Acessibilidade 10.098, de 19 de dezembro de 2000 e a Lei municipal nº 900/2.010, de 10 de junho de 2.010. De acordo com a Lei brasileira de inclusão 13.146/15, de 06 de julho de 2015 no seu artigo 3º, inciso IV barreiras é: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em: a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;(...) (Brasil,2015). Ressalta-se que o planejamento de uma cidade deve estar voltado ao direito do cidadão de maneira que possa se locomover num ambiente urbano seguro e adequado às possibilidades motoras e sensoriais de todos. A acessibilidade das calçadas serve para todos: jovens, adultos, crianças, idosos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, que demandam pavimentos bem nivelados, sem buracos, iluminados, devidamente sinalizados e dotados de rampas de acesso. A padronização é algo que já vem sendo realizado em várias cidades brasileiras, por exemplo, a cidade de Goiânia (GO) já iniciou gradativamente a padronização. Além disso, é possível pensar a calçada como um elemento arquitetônico, conferindo à cidade um ambiente esteticamente agradável e ajudando também na drenagem e infiltração das águas pluviais. 4 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar as condições de acessibilidade e realizar o levantamento de dados estatísticos por meio de: estudo transversal realizado com entrevistas/questionários; e coleta de informações junto aos órgãos responsáveis, sobre a regularização e padronização das calçadas de acordo com a lei do Plano Diretor Urbano de Barreiras e as leis federais e municipais, que define os aspectos de acessibilidade que devem ser observados nas construções urbanas. Por falta de pesquisas relacionadas a essa temática, para ser usada como parâmetro, espera-se obter dados estatísticos sobre: os principais obstáculos enfrentados pelas Pessoas com Deficiência ou Mobilidade reduzida ao andar pelas calçadas; a ciência da população sobre as leis que garantem o direito de calçamentos de fácil acesso a todos; dados por metros quadrado de calçadas que seguem a norma técnica NBR9050 no centro de Barreiras - BA; informações dos gestores públicos sobre as políticas públicas voltada para a acessibilidade. Todavia, para consecução desses objetivos será necessário alcançar, também, os objetivos específicos a seguir elencados: Relatar as legislações vigente relacionada à acessibilidade e a trajetória histórica dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Relacionar as obrigações constantes do Decreto Municipal Nº 468/2015 que regulamenta a Lei nº 900/2.010, de 10 de junho de 2.010, que define as regras para a construção e reparo em calçadas públicas no município de Barreiras. Coletar dados sobre a acessibilidade no centro de Barreiras-BA e adjacentes, através de questionários/entrevistas com uma pequena amostra da população barreirense. Apresentar um comparativo entre o que exige as leis de acessibilidade e a situação real das calçadas. Verificar se há algum projeto voltado para a regularização; Apresentar o tipo de calçada ideal e sua utilização pela pessoa com deficiência e/ou mobilidade reduzida. Apresentar o entendimento de profissionais dos Direito e Urbanismo com relação à acessibilidade 5 E contribuir, com uma divulgação mais ampla, na conscientização da população barreirense sobre os direitos que garante mobilidade aos deficientes físicos e aos de mobilidade reduzida. CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS Segundo o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um quarto da população brasileira, em torno de 45 milhões de pessoas, declarou possuir pelo menos uma das deficiências investigadas, não considerando as Pessoas com Mobilidade Reduzida temporária no caso das gestantes, por exemplo. Essa informação chama a atenção pelo grande percentual de brasileiros com deficiência, tendo a cidade de Barreiras-BA como referência, imagina-se a falta de estrutura e acessibilidade pelo país, onde o tema acessibilidade é pouco difundido e precisa sempre estar em discussão pela sociedade em geral. A partir do ano 2000 esse assunto vem ganhando mais visibilidade com a lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que “estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. ” O site Mobilize.org traz uma pesquisa sobre a caminhabilidade nas cidades brasileiras de iniciativa de organizações que lutam para melhorar a mobilidadea pé, intitulada “Calçadas do Brasil + 2019”. Apresentando resultados estatísticos das 27 capitais brasileiras onde São Paulo ficou em primeiro lugar com a média 6,93 e Salvador no vigésimo quarto lugar com a média 4,86 num quesito de 0 a 10. O Mobilize.org sintetiza que avaliar a caminhabilidade de uma rua, um bairro, ou de uma cidade: é o primeiro passo para transformar esse lugar. Lugares ocupados por pessoas nas ruas, passeando, fazendo compras ou seguindo para o trabalho são considerados lugares mais desejáveis de se viver e promovem um estilo de vida mais saudável. Além disso, têm o potencial de reduzir o uso irracional dos veículos motorizados, com impactos positivos na emissão de gases poluentes e na redução do ruído urbano. (MOBILIZE, 2019) O principal método a ser usado nesta pesquisa será o estudo transversal, por meio de questionários eletrônicos enviados a uma determinada quantidade de pessoas (preferencialmente Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida), com quesitos a serem avaliados através de notas, para obter uma amostra sobre a opinião da população barreirense a respeito da acessibilidade no centro de Barreiras, suas principais dificuldades e principais áreas com barreiras urbanísticas. 6 Requerendo também dados necessários à pesquisa junto à prefeitura municipal ou órgão responsável; realizar análise (investigação presencial) sobre as atuais condições das calçadas tomando por base a norma técnica NBR9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com isso realizar levantamento estatístico das principais ocorrências de barreiras urbanísticas nas calçadas. Realização de avaliação com profissional na área do urbanismo e do direito, usando de recursos próprios para fazer essa análise. Considerando a situação atual devido à pandemia, a pesquisa inicial será realizada através de questionários eletrônicos divulgados em rede sociais, listagem de e-mails e sites. 7 CRONOGRAMA (24 MESES) ANO: 2021 AÇÕES/ETAPAS J F M A M J J A S O N D Confecção e envio do questionário x Respostas dos questionários x Investigação presencial no centro de Barreiras x Solicitação de informações à prefeitura municipal/órgão responsável x Avaliação do Urbanista x ANO: 2022 AÇÕES/ETAPAS J F M A M J J A S O N D Avaliação do profissional em Direito x Finalização do Projeto x Defesa da dissertação x 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. (19 de Dez de 2000). Lei de acessibilidade nº10.098. Acesso em 13 de dezembro de 2020, disponível em planalto.gob.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm BRASIL. (02 de Dez de 2004). DECRETO Nº5.296. Fonte: planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm BRASIL. (03 de jan de 2012). Lei Mobilidade Urbana Nº 12.587/2012. Acesso em 13 de dezembro de 2020, disponível em planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm BRASIL. (06 de JUL de 2015). Lei brasileira de inclusão 13.146/15. Acesso em 14 de dezembro de 2020, disponível em planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm MOBILIZE. (03 de set de 2018). Mobilidade Urbana nas capitais. Acesso em 06 de dezembro de 2020, disponível em www.mobilize.org.br: https://www.mobilize.org.br/estatisticas/54/plano-de-mobilidade-urbana-nas-capitais- 2018.html MOBILIZE. (2019). Calçadas do Brasil 2019. Acesso em 06 de dezembro de 2020, disponível em www.mobilize.org.br: https://www.mobilize.org.br/Midias/Campanhas/Calcadas-2019/relatorio-final_v2.pdf MUDAMOS. (20 de out de 2017). Lei de Padronização das Calçadas "Torne as calçadas de João Pessoa acessíveis para todos os cidadãos. Acesso em 11 de dezembro de 2020, disponível em www.mudamos.org.br: https://www.mudamos.org/temas/por-calcadas- acessiveis-e-padronizadas/plugins/peticao MUNICIPIO. (21 de set de 2015). DECRETO Nº 468/2015. Acesso em 15 de dezembro de 2020, disponível em cmbarreiras.ba.gov.br: https://www.barreiras.ba.gov.br/diario/pdf/2015/diario2083.pdf MUNICIPIO. (10 de junho de 2010). LEI Nº 900, DE 10 DE JUNHO DE 2010. Acesso em 10 de dezembro de 2020, disponível em leismunicipais.com.br: https://leismunicipais.com.br/a/ba/b/barreiras/lei-ordinaria/2010/90/900/lei-ordinaria-n-900- 2010-define-regras-para-a-construcao-e-reparo-em-calcadas-e-revoga-o-inciso-ii-do-artigo- 33-do-codigo-de-obras-lei-n-648-04 MUNICIPIO. (16 de NOV de 2004). LEI DO PDU DE BARREIRAS 651/2004. Acesso em 10 de dezembro de 2020, disponível em cmbarreiras.ba.gov.br: http://www.cmbarreiras.ba.gov.br/leis/2004/lei_651_004.pdf PESSOACOMDEFICIÊNCIA. (30 de Jun de 2004). ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Acesso em 05 de dezembro de 2020, disponível em www.pessoacomdeficiencia.gov.br: https://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico _imagens-filefield-description%5D_24.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm https://www.mobilize.org.br/estatisticas/54/plano-de-mobilidade-urbana-nas-capitais-2018.html https://www.mobilize.org.br/estatisticas/54/plano-de-mobilidade-urbana-nas-capitais-2018.html https://www.mobilize.org.br/Midias/Campanhas/Calcadas-2019/relatorio-final_v2.pdf https://www.mudamos.org/temas/por-calcadas-acessiveis-e-padronizadas/plugins/peticao https://www.mudamos.org/temas/por-calcadas-acessiveis-e-padronizadas/plugins/peticao https://leismunicipais.com.br/a/ba/b/barreiras/lei-ordinaria/2010/90/900/lei-ordinaria-n-900-2010-define-regras-para-a-construcao-e-reparo-em-calcadas-e-revoga-o-inciso-ii-do-artigo-33-do-codigo-de-obras-lei-n-648-04 https://leismunicipais.com.br/a/ba/b/barreiras/lei-ordinaria/2010/90/900/lei-ordinaria-n-900-2010-define-regras-para-a-construcao-e-reparo-em-calcadas-e-revoga-o-inciso-ii-do-artigo-33-do-codigo-de-obras-lei-n-648-04 https://leismunicipais.com.br/a/ba/b/barreiras/lei-ordinaria/2010/90/900/lei-ordinaria-n-900-2010-define-regras-para-a-construcao-e-reparo-em-calcadas-e-revoga-o-inciso-ii-do-artigo-33-do-codigo-de-obras-lei-n-648-04 http://www.cmbarreiras.ba.gov.br/leis/2004/lei_651_004.pdf https://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf https://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf
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