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TEXTO AULA 4 ERGONOMIA

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29/10/2022 16:24 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/25
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE
AULA 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Lilian Barbosa
29/10/2022 16:24 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/25
CONVERSA INICIAL
O objetivo desta aula é apresentar conceitos e contextos de habilidades e incapacidades humanas,
dentro dos 5 temas:
Contexto histórico e tipologias de deficiência;
Relações históricas entre arquitetura, design e acessibilidade;
Arquitetura e design que promovem a exclusão;
Abordagens do design centradas no usuário;
Leis e normas técnicas sobre acessibilidade.
CONTEXTUALIZANDO
Em 2019, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 17,3 milhões de pessoas a partir dos dois
anos ou mais de idade (8,4% dessa população) tinham alguma deficiência (IBGE, 2019).
Nesta aula, abordaremos o conceito histórico dos termos relacionados a deficiência, destacando a
deficiência motora. Entender esses conceitos nos ajudará na criação de soluções para este perfil da
população em projetos de arquitetura e design de interiores.
TEMA 1 – CONTEXTO HISTÓRICO E TIPOLOGIAS DE DEFICIÊNCIA
É estranho fazer uma definição de um ser humano, é como se colocássemos uma etiqueta em
alguém. No entanto, para fins didáticos, abordaremos o contexto histórico e a evolução dos conceitos
sobre os termos usados para se referir a pessoas com algum tipo de deficiência.
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO
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Ao longo da história da civilização, em todo o mundo, as pessoas com algum tipo de deficiência
foram estigmatizadas e tratadas de maneira diferenciada, o que influenciava, e continua influenciando, a
maneira como esta pessoa interage com o ambiente e com as pessoas com quem elas convivem.
A maneira como estas relações se desenvolvem mostram a evolução cultural das pessoas em
relação à pessoa com deficiência.
De acordo com Tisescu e Santos (2018), foram observados, ao longo da história, quatro estágios na
construção destas definições, de acordo com o entendimento da sociedade, acerca dos direitos
humanos da pessoa com deficiência.
O primeiro estágio é o do extermínio, registrado na obra de Platão em “A República” e Aristóteles
em “A Política”, que fazem referência à eliminação de crianças nascidas com deformidades. Em algumas
cidades, a prática era a execução de crianças nascidas com qualquer tipo de deficiência.
O segundo estágio é definido como o da invisibilidade. Pessoas com deficiências eram isoladas da
sociedade, vivendo em locais separados para elas. Há relatos na Bíblia, de “aleijados” ou leprosos,
considerados impuros. O primeiro vislumbre de bases para os direitos humanos foram os relatos de
inclusão relatados no Novo Testamento, com a cura de enfermidades e a pregação do amor ao próximo
e inclusão de todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas. 
O terceiro estágio foi o do assistencialismo, definindo a pessoa como indivíduo “portador da
enfermidade”, e, por ser portador, deveria buscar a cura para remover esta condição. A ênfase neste
perídio foi no atendimento médico.
O quarto estágio deu ênfase aos direitos humanos, considerando as pessoas com deficiência, e, por
terem esta condição, o problema passa a ser do contexto em que a pessoa está inserida, portanto o
contexto deve ser adaptado a esta pessoa, com o objetivo de incluí-la, já que é um direito inerente a
cada ser humano ter uma vida plena, independentemente de suas condições.
Ou seja, o problema não são as pessoas com deficiência, e sim os obstáculos e barreiras que
devem ser superados. Barreiras são, portanto, todos os aspectos culturais, físicos ou sociais que limitam
o acesso das pessoas com deficiência, impedindo o exercício pleno de sua cidadania (Tisescu; Santos,
2018).
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No Brasil, o conceito de pessoa com deficiência passou por diversas definições ao longo dos anos.
Estas foram sendo alteradas de acordo com a transformação cultural da sociedade, e isso se refletiu no
ordenamento jurídico, por meio de leis e programas de governo para definição e proteção dos direitos
humanos da pessoa com deficiência.
Nacionalmente, um dos primeiros ordenamentos jurídicos em relação a pessoas com deficiência
foi na educação, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961)
que trazia em seus artigos 88 e 89, diretrizes para educação de “alunos excepcionais”:
Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral
de educação, a fim de integrá-los na comunidade. Art. 89. Toda iniciativa privada considerada
eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais,
receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e
subvenções (BRASIL, 1961).
Na Figura 1, apresentamos uma síntese temporal dos termos utilizados para se definir pessoas
com deficiência ao longo da história.
Figura 1 – Síntese da definição de termos
Fonte: baseado em Tietjen, 2020, p. 34.
1.2 TIPOLOGIAS DE DEFICIÊNCIA
O Estatuto da Pessoa com Deficiência define:
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Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas (Brasil, 2015. [S.p.])
Podemos refletir que as barreiras podem impedir a interação plena das pessoas com deficiência
em ambientes com igualdade de condições junto a outros usuários sem limitações.
Estas limitações podem ocorrer também por algum tipo de deficiência temporária. Neste contexto,
é utilizado o termo pessoa com mobilidade reduzida, ou seja, aquela pessoa “que tenha, por
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante,
lactante, pessoa com criança de colo e obeso” (Brasil, 2015, [S.p.].
Os tipos de deficiências são: deficiência física, visual, auditiva, intelectual, psicossocial e a
deficiência múltipla, conceituada como a associação de duas ou mais deficiências. Esta é a divisão
clínica mais utilizada internacionalmente. As subdivisões destas categorias mudam em cada país.
Quando a deficiência é ocasionada por acidentes, as deficiências podem ser categorizadas como:
Temporária: quando tratada, permite que o indivíduo volte às suas condições anteriores;
Recuperável: quando permite melhora diante do tratamento, ou suplência por outras
áreas não atingidas;
Definitiva: quando, apesar do tratamento, o indivíduo não apresenta possibilidade de
cura, substituição ou suplência;
Compensável: é a que permite melhora por substituição de órgãos. Por exemplo, a
amputação compensável pelo uso da prótese. (Silva; Castro; Branco, 2006, p. 10).
Considera-se, nos projetos de arquitetura e design de interiores, a maior ocorrência de abordagem
às deficiências sensoriais e motoras, mas não se limita a elas.
A norma 9050/2020, possui diretrizes para aplicação em projetos que atendam pessoas com
deficiência sensoriais e motoras visando:
...proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente,
edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de
pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção
(ABNT, 2020, pg. 15)
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A deficiência sensorial, está relacionada à incapacidade de usar algum dos cinco sentidos, como
audição ou visão, para percepção do espaço construído, de mobiliários e produtos.
Em relação à deficiência física oumotora, é necessário proporcionar a utilização de itens de
maneira autônoma, provendo soluções para acesso e uso de ambientes, mobiliário e produtos
considerando a disfunção da estrutura anatômica ou de algum segmento corporal do usuário, que
interfere na movimentação e/ou locomoção da pessoa no ambiente.
Cabe a cada profissional investigar as tipologias de deficiências, que devem ser previstas no
projeto, de acordo com a especificidade da deficiência, do briefing e do usuário ou público-alvo do
projeto, pois cada deficiência tem sua especificidade.
Por fim, percebe-se que a inclusão de pessoas com deficiências está relacionada ao nível cultural de
uma sociedade e, em menor escala, de uma comunidade. Espera-se que profissionais de arquitetura e
interiores estejam atentos e sensíveis às necessidades desta parcela da população, considerando-a em
seus projetos, mesmo que não seja o público de interesse do projeto.
TEMA 2 – RELAÇÕES HISTÓRICAS ENTRE ARQUITETURA, DESIGN E
ACESSIBILIDADE
Como vimos, desde a antiguidade há tratamentos diferenciados para pessoas com deficiência. A
partir da Revolução Industrial, a produtividade laboral passou a ser a moeda de troca para o acesso a
bens e serviços, ou seja, a capacidade de produção do indivíduo determinava seu valor. Pessoas
deficientes e idosos eram relegados ao abandono, descaso e exclusão na sociedade e na cidade, por
serem vistos como pessoas não produtivas e, portanto, sem acesso a lugares, bens e serviços, reduzidas
a guetos e clausura.
Esta percepção começou a mudar a partir da Primeira Guerra Mundial, com o retorno dos soldados
mutilados, tidos como heróis de guerra, em especial nos Estados Unidos, que possuem uma cultura de
honra a soldados.
Segundo Miranda, (2013 p. 17) a “inclusão social no Séc. XX foi pautada pela sociedade se
adaptando ao indivíduo, a partir das reações sociais no final da Segunda Guerra Mundial”. Neste
contexto, o ambiente foi se moldando à pessoa com deficiência e a todas as pessoas em sua
diversidade.
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Várias nações começaram a estabelecer políticas públicas para permitir que estes indivíduos
tivessem uma vida digna no retorno para casa. Esta mudança de paradigma mudou a percepção a
respeito das pessoas com todos os tipos de deficiência.
Mas, só após o fim da Segunda Guerra Mundial surgiu a primeira padronização de acessibilidade
nos Estados Unidos, que derivou depois para o conceito de universal de design aplicável a design de
produtos e de ambientes com o intuito de serem usados pelo maior número de pessoas possível.
Assim, esta primeira conferência internacional foi berço para que, em 1963, em Washington,
nascesse a Barrier Free Design, uma comissão com o objetivo de discutir desenhos de
equipamentos, edifícios e áreas urbanas adequados à utilização por pessoas com deficiência
ou com mobilidade reduzida. Mais tarde, esse conceito – tomado com mais profundidade
pelos Estados Unidos – ampliou seu foco e mudou de nome. Passou a ser chamado de
Universal Design e se propor a atender TODAS as pessoas, num aspecto realmente universal
(Carletto; Cambiaghi, 20??, p. 8).
O conceito de Design Universal e outras abordagens de design para inclusão serão tratados em
conteúdos posteriores.
No Brasil, não há uma cultura de guerra, mas, sob influência destes movimentos em outras nações
e com novas mudanças de paradigmas, as mudanças culturais foram sendo assimiladas, refletindo na
criação de leis e programas de governo para atender às demandas de proteção das pessoas com
deficiência.
A primeira orientação que contemplou o acesso de pessoas com deficiência foi a emenda
constitucional n. 12, de 17 de outubro de 1978, no artigo IV, que trazia orientações sobre a
“possibilidade de acesso a edifícios e logradouros públicos” (Brasil, 1978).
Em 1980 foi realizado um movimento com o objetivo de conscientizar profissionais da área de
construção civil para as questões de acessibilidade, e, em 1981, foi declarado o Ano Internacional de
Atenção às Pessoas com Deficiência (Carletto; Cambiaghi, 20??).
Na constituição de 1988 foi estabelecido, no artigo 5º, o direito de todo cidadão de ir e vir: “XV - é
livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.” (Brasil, 1988, [S.p.])
No artigo 227, se define: “§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos
edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
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adequado às pessoas portadoras de deficiência.”
Dando um salto temporal, chegamos às normativas relacionadas à acessibilidade aos bens
culturais imóveis em nível Federal, e outras categorias, na Instrução Normativa do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) n. 1, de 25 novembro de 2003, que intencionava:
Estabelecer diretrizes, critérios e recomendações para a promoção das devidas condições de
acessibilidade aos bens culturais imóveis especificados nesta Instrução Normativa, a fim de
equiparar as oportunidades de fruição destes bens pelo conjunto da sociedade, em especial
pelas pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (IPHAN, 2003, [S.p.])
Em 2 de junho de 2004 foi lançado o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana ou Brasil
Acessível, que, dentre outras ações, estabeleceu como metas a eliminação de barreiras e a difusão do
conceito de desenho universal no planejamento de sistemas de transportes e equipamentos públicos.
Para isso, foi elaborado o caderno "Construindo a Cidade Acessível" que traz uma compilação de
diretrizes, Leis e Normas relacionadas a Acessibilidade.
Destinado aos profissionais da área de elaboração de projetos urbanísticos, mobiliário urbano
e implementação de projetos e obras nos espaços públicos, bem como nos edifícios de uso
coletivos, públicos ou privados. Enfoque nas áreas públicas de circulação e às necessidades
dos pedestres com ênfase nas pessoas com deficiência e idosos. Apresenta, através de
exemplos, como não construir novas barreiras nos espaços urbanos e sugestões de projetos e
intervenções corretas, em conformidade ao decreto 5.296/04 e à Norma NBR 9050. (Brasil,
2004, [S.p.]).
Este programa foi incorporado ao atual Programa Nacional de Capacitação das Cidades (PNCC), do
Ministério do Desenvolvimento Regional. Ambos – instrução normativa do IPHAN, quanto o Programa
Brasileiro de Acessibilidade – foram redigidos considerando a NBR 9050, que foi criada em 1985 e sua
última atualização foi em 2020. Esta norma estabelece:
...critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação
e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade...
consideradas diversas condições de mobilidade e de percepção do ambiente, com ou sem a
ajuda de aparelhos específicos, como próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas,
bengalas de rastreamento, sistemas assistivos de audição ou qualquer outro que venha a
complementar necessidades individuais (ABNT, 2020, p. 15).
Em 2015 foi promulgada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência) que estabeleceu diretrizes para assegurar e promover, em condições de igualdade, o
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exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
social e cidadania (Brasil, 2015).
Quadro 1 - Síntese legislação apresentadas - PCDs
QUADRO-SÍNTESE DAS LEGISLAÇÕES APRESENTADAS - PCDS
Ano Nome Determinações / orientações
1978 Emenda constitucional nº 12. Possibilidade de acesso a edifícios e logradouros públicos
1985 Norma NBR 9050 (atualizada
em 2020)
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços
e equipamentos urbanos1988 Constituição Federal - artigo 5 É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz...
1988 Constituição Federal - artigo
227, define: § 2º
Fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência.
2003 Instrução Normativa IPHAN Acessibilidade aos bens culturais imóveis em nível Federal
2004 Programa Brasileiro de
Acessibilidade Urbana (Brasil
Acessível)
Difusão do conceito de desenho universal para eliminação de barreiras no
planejamento de sistemas de transportes e equipamentos públicos.
2015 Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com
Deficiência).
Diretrizes para assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício
dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
visando à sua inclusão social e cidadania. Atualizada em 2020.
Fonte: Barbosa, 2021
As deficiências físicas, visual, auditiva, intelectual, psicossocial e múltiplas, com necessidades de uso
de tecnologias assistivas, como cadeiras de rodas, bengalas, ou cães guias, sejam por sequelas
permanente ou temporária, ou por obesidade, grávidas e mães com carrinhos de compras, ou de bebê,
devem ter a garantia do direito de ir e vir, em todos os espaços urbanos, transportes coletivos, ou seja,
qualquer lugar, como salienta a Constituição brasileira.
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de
vida e inclusão social (Bersch, 2017, p. 4).
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É necessário que profissionais de arquitetura e design de interiores, entendam desta humanidade
“diversa”, promovendo a eliminação de barreiras em seus projetos, proporcionando condições de
igualdade e exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoas com deficiência.
TEMA 3 – ARQUITETURA E DESIGN QUE PROMOVEM A EXCLUSÃO
A arquitetura sempre esteve relacionada ao belo, à simetria, desde as pirâmides egípcias aos
monumentos gregos, que observavam as proporções corporais para aplicação de medidas na
arquitetura, mobiliário, objetos, sempre pensando em interações seguras, confortáveis e eficientes,
suprindo as necessidades humanas de forma adequada nos ambientes internos para morar ou
trabalhar.
A arquitetura pode também ser utilizada como instrumento de exclusão, seja por
desconhecimento, seja por intencionalidade por interesses políticos, financeiros, dentre outros. No
contexto de arquitetura e acessibilidade para pessoas com deficiências, um dos instrumentos de
exclusão, definidos no Estatuto da Pessoa com Deficiência são as barreiras que são definidas como:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à
liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à
compreensão, à circulação com segurança (Brasil, 2015 [S.p.])
Estas barreiras são classificadas em:
a. barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público
ou de uso coletivo. Na Figura 2, vemos um exemplo de barreira urbana, uma calçada em desnível
e um ponto de ônibus com degraus, que limita o acesso de cadeirantes ou mães com carrinhos de
bebês.
Figura 2 - Barreira urbana
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/25
Créditos: korinnna/Shutterstock.
a. barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
b. barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
c. barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
d. barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação
social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
pessoas;
e. barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às
tecnologias;” (Brasil, 2015 [S.p.]).
Além das barreiras, outro termo empregado para a arquitetura que exclui os usuários, é a
Arquitetura da exclusão, também conhecida por outros termos, tais como design desagradável,
arquitetura antimendigo ou arquitetura hostil.
O termo arquitetura hostil foi criado pelo repórter Ben Quinn no jornal britânico The Guardian em
junho de 2014.
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Figura 3 - Exemplo de arquitetura hostil
Créditos: OceanProd/Adobe Stock.
Esta arquitetura se caracteriza por criar barreiras limitadoras, sejam visuais, físicas ou sociais,
intencionais, para o não uso de um espaço urbano, por pessoas que não são bem vindas neste local,
como por exemplo, o uso de pregos, vidros, vegetação ou outros para impedir o acesso de moradores
de ruas em marquises de lojas etc. são um destes exemplos.
Robert Moses, responsável pela reestruturação de Nova York na primeira metade do século
XX, revelava seu desprezo pelo existente e pelas classes populares, dizendo que, ao atuar em
uma metrópole super edificada, tinha-se que abrir caminho a golpes de cutelo, e que a
diferença em relação a áreas rurais ou suburbanas era que tinha mais gente no caminho. Suas
grandes obras, como túneis, parques, autoestradas, pontes e viadutos, favoreciam a
locomoção individual em automóveis, fragmentavam a urbe e atentavam contra a diversidade.
Berman relata como a construção de uma imensa via expressa cortou ao meio o bairro do
Bronx, demolindo dezenas de quarteirões consolidados e povoados por operários e
imigrantes, que foram expulsos, e a área, condenada à degradação e abandono. (Andrade,
2011 [S.p.])
É importante frisar que a arquitetura hostil não foi desenvolvida por arquitetos ou designers de
interiores. Tais projetos, mesmo usando um bom design, possuem fatores limitantes de uso, como no
banco projetado para evitar que mendigos durmam no local (Figura 4).   
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Figura 4 - Design hostil
Créditos: - Michael Vi/shutterstock.
Arquitetos e Designers trabalham sob demanda para clientes do setor público e/ou privado e,
muitas vezes, não conseguem defender sua posição. É necessário uma conscientização e sensibilização,
evitando que cresça este tipo de arquitetura excludente.
Saiba mais
Criação do termo arquitetura hostil – repórter Ben Quinn. Anti-homeless spikes are part of a
wider phenomenon of 'hostile architecture'. Publicado em 13 jun. 2014. Disponível em: <https://w
ww.theguardian.com/artanddesign/2014/jun/13/anti-homeless-spikes-hostile-architecture>
TEMA 4 – ABORDAGENS DO DESIGN CENTRADAS NO USUÁRIO
O Design Centrado no Usuário (DCU) se concentra nas necessidades dos usuários em todo o
processo de desenvolvimento de ambientes, produtos e sistemas, com aplicação de conhecimentos e
técnicas de usabilidade e fatores humanos/ergonomia, “visando o bem-estar do ser humano, a
satisfação do usuário, a acessibilidade e a sustentabilidade” (ABNT, 2011 p. vii).
https://www.theguardian.com/artanddesign/2014/jun/13/anti-homeless-spikes-hostile-architecture
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4.1 DIMENSÕES DO DESIGN CENTRADO NO USUÁRIO  
Pickler (2019) informa que a primeira norma para guiar projetos junto
ao usuário foi a ISO 13407, publicada em 1999. Posteriormente, esta norma foi revisada e
publicada em 2011 como ISO 9241, que trata, na parte 210, sobre o projeto Centrado noSer Humano.
Embora ela aborde conceitos e diretrizes para sistemas interativos, ela traz diretrizes de usabilidade
e fatores humanos/ergonomia em projetos em geral. De acordo com esta norma ISO 9241-210 (2011),
o projeto centrado no ser humano, considera a usabilidade como uma unidade de medida para verificar
o quanto de eficácia, eficiência e satisfação um usuário com características específicas tem ao usar um
ambiente, produto ou sistema, em um contexto específico, e se tem suas necessidades atendidas.
Considerando que eficiência, eficácia e satisfação descritas na ISO 9241-210 (2011), servem para
avaliar projetos de sistemas, serviços, produtos e/ou ambientes, tornando-os mais fáceis de utilizar,
reduzindo custos operacionais e de materiais, retrabalhos ou suporte, melhorando a experiência do
usuário, e, por consequência, a usabilidade e a acessibilidade para as pessoas, impactando em sua
saúde e qualidade de vida. (ABNT, 2011).
Em relação à acessibilidade, ela é indissociável ao DCU e deve atender tanto a dimensão social
quanto a econômica. O European Concept for Acessibility (ECA) apud Miranda (2013, p. 10) que
informa: “a viabilidade técnica e comercial também são questões fundamentais a serem consideradas
para a acessibilidade, pois se o produto urbano acessível não for viável, não será executado”.
O profissional de arquitetura e design de interiores trabalha em conjunto com os usuários para
coletar as percepções e respostas dos clientes/usuários, verificando o nível de aceitação de ambientes,
produtos e serviços. Para isso, o profissional deve contextualizar o uso e a interação do ser humano
com o ambiente ou produto, para conseguir medir esta aceitação.  
A aceitação ou não do produto/ambiente é resultante da experiência do usuário com o ambiente/
produto, principalmente por pessoas com deficiência. A NBR ISO 9241-11 (2011) define a experiência
do usuário como:
A experiência do usuário inclui todas as emoções, crenças, preferências, percepções, respostas
físicas e psicológicas, comportamentos e realizações do usuário que ocorrem antes, durante e
depois do uso. A experiência do usuário é uma consequência da imagem da marca, da
apresentação, da funcionalidade, do desempenho do sistema, do comportamento interativo e
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das capacidades assistivas do sistema interativo, dos estados interno e físico do usuário,
resultantes de experiências anteriores, atitudes, habilidades e personalidade, e do contexto de
uso (ABNT, 2011).
O Design Centrado no Usuário e suas duas dimensões explicadas:
Dimensão econômica: Soluções com boa relação de custo-benefício, reduzindo a probabilidade
de rejeição ao produto/serviço pelos usuários, além de acessíveis em termos de preços, para dar
acesso a parcela da população que precisa destes produtos/serviços;
Dimensão social: Ambientes, sistemas, produtos e serviços são desenvolvidos para propiciar
melhores condições de saúde, bem-estar aos usuários, incluindo pessoas com deficiências.
Estas dimensões devem contemplar e atender aos usuários, empregadores, fornecedores e todo o
contexto que conecta estas duas dimensões (ABNT, 2011)
A NBR ISO 9241-210 (2011) fornece diretrizes para atividades em projetos e desenvolvimento de
centrada no ser humano, diminuindo os riscos de fracasso do projeto, como mostrados no Quadro 2.
Quadro 2 - Exemplos de resultados de atividades do projeto centrado no ser humano.
ATIVIDADES RESULTADOS ESPERADOS DA ATIVIDADE
Compreender e especificar contexto de uso Descrição do contexto de uso
Especificar os requisitos do usuário.
Especificação do contexto de uso; 
Descrição das necessidades do usuário;
Especificação dos requisitos do usuário.
Produzir soluções de projeto que atendam a esses requisitos.
Especificação da interação com o usuário; 
Especificação da interface com o usuário;
Interface com o usuário implementada.
Avaliar o projeto em relação aos requisitos.
Avaliação dos resultados;
Resultados dos testes de conformidade;
Resultados do acompanhamento de longo prazo.
Fonte: ABNT; NBR ISO 9241-210, 2011.
Podemos considerar que o DCU se difere do Desenho Universal, pois o DCU observa as
especificidades do usuário, do contexto de uso e requisitos de projeto, ao passo que o Design Universal
tem por objetivo definir produtos e espaços que atendam a todos: crianças, adultos e idosos; pessoas
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altas e baixas, anões, gestantes e pessoas sem ou com qualquer tipo de deficiência ou mobilidade
reduzida.
Neste sentido, cabe a cada profissional definir qual abordagem deve utilizar, de acordo com cada
projeto, considerando as questões econômicas envolvidas para implantar um projeto de ambiente ou
produto e o equilíbrio entre a dimensão econômica e a dimensão social.
Por fim, Norman e Nielsen (2011, tradução nossa), pesquisadores da NN/g defendem que o DCU
representa a verdadeira experiência do usuário, e que, para isso, o princípio é o quanto de
simplicidade e alegria um produto/ambiente produz ao usá-lo.
TEMA 5 – LEIS E NORMAS TÉCNICAS SOBRE ACESSIBILIDADE
A acessibilidade é a possiblidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização,
de espaços mobiliários, edificações, transportes e informação de uso público ou privado por pessoa
com deficiência ou mobilidade reduzida com segurança e autonomia. NBR 9050 (2020, p. 16).
5.1 LEIS ACERCA DA ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO
A Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e a Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que
estabeleceu normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, são as principais leis vigentes que devem ser
consultadas, visando respeitar os direitos das pessoas com deficiência, em projetos de arquitetura e
design.
Apesar de ser promulgada em 2015, a partir de 1º de janeiro de 2020 foi o prazo estabelecido para
que empresas, órgãos e sociedade se adequassem ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, por trazer um
conjunto de regras sobre acessibilidade em áreas externas e internas, comuns e privativas, de edifícios
comerciais e residenciais.
Além das duas leis citadas, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) é
o órgão que traz um repositório de Leis, Decretos e Normas que, tem por premissa:  
...conscientizar e responsabilizar a sociedade, seja no âmbito civil, público ou privado, sobre a
importância de promover e assegurar condições de igualdade, direitos e liberdades
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fundamentais aos deficientes, visando sua inclusão social e cidadania (Conade, 2020, [S.p.]).
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (EPD) alterou o conceito de deficiência, defendendo que a
deficiência é o resultado da interação das barreiras impostas pelo ambiente, em relação às limitações de
natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo, ou seja, quem adoece o usuário é o
ambiente, com barreiras que impedem o livre-acesso da pessoa e não as condições biológicas do
indivíduo.
Na Figura 5, observamos que apesar da faixa para pedestres, não há desnível para o cadeirante
atravessar a rua, impedindo sua movimentação. Este é um exemplo de barreira do ambiente.
Figura 5 – Barreira para a pessoa com deficiência
Créditos: - nampix/Shutterstock.
Neste sentindo, a deficiência de ser humano ocorre em função do resultado da falta de
acessibilidade e a lei veio para mostrar que a deficiência está no meio, não nas pessoas.
Portanto, com esta mudança de paradigma, a responsabilidade de arquitetos e designers de
interiores se amplificou, sendo obrigatória a leitura da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, que fornece diretrizes para que o profissional entenda o contextodeste perfil de usuários,
sendo capaz de desenvolver projetos que promovam igualdade de condições de uso de espaços
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públicos ou privados, com as demais pessoas, garantindo a liberdade e autonomia e inclusão social das
pessoas com deficiência.
  É relevante citar que no art. 45, traz esclarecimentos sobre a observância aos princípios do
desenho universal em diversos tipos de edificações, tais como hotéis, pousadas e estabelecimentos
similares. (Brasil, 2015).
Estas duas leis: Lei n. 13.146 e Lei n. 10.098 devem ser lidas e consultadas. A Lei Brasileira de
Inclusão altera algumas leis já existentes. Alguns exemplos de Leis que a LBI alterou foi o Código
Eleitoral, Código de Defesa do Consumidor, Estatuto das Cidades, Código Civil e a Consolidação das
Leis do Trabalho, a CLT. Além disso, elas trazem referências a outras leis e decretos que as
complementam e que estão em constante atualização.
Algumas destas referências, que impactam na acessibilidade do usuário, por exemplo, estão no art.
58, sobre preceitos de acessibilidade em projeto e construção de edificação de uso privado
multifamiliar, regulamentado pelo Decreto n. 9.451, de 26 de julho de 2018 e Lei Federal n. 10.741/03,
que estabeleceu o Estatuto do Idoso e que tem impacto em projetos de arquitetura e interiores.
Outras leis que possuem impacto sobre a questão de acessibilidade e mobilidade são
referenciadas, como a citado, no art. 51, que aborda a reserva de veículos acessíveis a pessoas com
deficiência nas frotas de empresas de táxis, regulamentada pelo Decreto n. 9.762, de 11 de abril de
2019, e no art. 52 traz observações sobre a oferta de veículos adaptados para o uso de pessoas com
deficiência pelas locadoras de veículos, regulamentado pelo Decreto n. 9.762, de 11 de abril de 2019.
Portanto, reforça-se que, vários critérios que são abordados nestas duas leis, são complementados
por decretos de abrangência federal, estadual e municipal, por isso, cabe ao profissional a busca pela
legislação local, a fim de cumprir as questões legais, de acordo com o tipo de projeto e nível de
complexidade.
E, não menos importante e essencial, é a leitura da Constituição Federal de 1988, que traz diversos
capítulos tratando da promoção da acessibilidade do cidadão brasileiro. Estabelece diretrizes para
construção de uma sociedade livre, justa e solidária, com a redução das desigualdades sociais, sem
preconceitos.
5.2 NORMAS TÉCNICAS DE ACESSIBILIDADE
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No Brasil, atualmente, a NBR 9050 (2020) é a norma que trata amplamente das questões
relacionadas à acessibilidade de edificações e traz referências de outras normas que a complementam
em itens específicos que não estão no seu escopo. Esta norma foi elaborada no Comitê Brasileiro de
Acessibilidade (ABNT/CB-040), pela Comissão de Estudo de Acessibilidade em Edificações (CE-
040:000.001).
Todas as normas técnicas da ABNT que envolvem pessoas com deficiência e acessibilidade, foram
compiladas na NBR 9050, referenciando todas as normas relacionadas a estes temas, assim como o
Estatuto da Pessoa com Deficiência compilou as leis que abordam este assunto.
Trouxemos algumas destas referências citadas, mas as leis não se limitam a elas, por isso
reforçamos a leitura da norma que é referência obrigatória para profissionais que desenvolvem
projetos de arquitetura e urbanismo e de interiores.
NBR 15599 (2008) traz diretrizes de acessibilidade na comunicação e na prestação de serviços.
ABNT NBR 16537(2018) trata da acessibilidade e sinalização tátil no piso, com diretrizes para
elaboração de projetos e instalação.
ABNT NBR ISO 9386(2013) aborda sobre plataformas de elevação motorizadas para pessoas com
mobilidade reduzida e os requisitos para segurança, dimensões e operação.
O termo acessível se relaciona a todos os artefatos, espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes, informação e comunicação, tecnologias ou elemento que possa ser alcançado,
acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa. (ABNT, 2020 pg. 16)
No que se relaciona a ambiente construído, para que haja acessibilidade, é necessário estabelecer
uma rota acessível. 
A NBR 9050 (2020) traz o conceito de rotas acessíveis, que são o fator preponderante para a
acessibilidade nos acessos e circulação para todas as pessoas em ambientes públicos ou privados, neste
sentido, inclui-se as edificações residenciais autônomas e multifamiliares, condomínios e conjuntos
habitacionais e suas áreas de uso comum, que devem estar conectadas entre si por rotas acessíveis.
A rota acessível é um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes
externos e internos de espaços e edificações, e que pode ser utilizada de forma autônoma e
segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e mobilidade reduzida...
incorporando também estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres (elevadas
ou não), rampas, escadas, passarelas e outros elementos da circulação...A rota acessível interna
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  de uma edificação incorpora corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores e outros
elementos da circulação. (ABNT 9050, 2020, p. 16)
Todos os acessos e rotas acessíveis devem, obrigatoriamente, estar sinalizados com Símbolo
Internacional de Acesso (SIA), para orientação de acesso para as pessoas com deficiência e onde for
necessária a indicação de acessibilidade, seja nas edificações, no mobiliário, nos espaços e nos
equipamentos urbanos etc. (ABNT 9050, 2020).
Já abordamos anteriormente sobre o SIA, mas iremos aprofundar um pouco mais, sobre sua
aplicação.
A NBR 9050, (2020, p. 52) estabelece que símbolo deve ser afixado em local visível ao público,
sendo utilizada principalmente nos seguintes locais:
a. entradas;
b. áreas reservadas para veículo que conduzam ou sejam conduzidos por pessoa idosa ou com
deficiência;
c. áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;
d. sanitários;
e. áreas de resgate para pessoas com deficiência;
f. espaços reservados para P.C.R.;
g. equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência.
Onde não houver acesso com condições de acessibilidade, estes devem possuir informação visual,
como setas, luminosos etc., com indicações da localização do acesso mais próximo.
A representação do símbolo internacional de acesso consiste em um pictograma branco sobre
fundo azul e possui referência específica de Pantone 2925 C, podendo ser representado em branco e
preto, quando necessário, para dar o contraste, com a superfície que for aplicado, facilitando sua
visualização pelo usuário.
Figura 6 - Símbolo internacional de acesso
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Fonte: NBR 9050; ABNT 2020, p. 39, subseção 5.3.2, Figura 31.
Sua posição deve sempre estar voltada para o lado direito, sendo proibida qualquer modificação,
estilização ou adição de elementos ou cores nestes símbolos.
Saiba mais
Confira as normas constitucionais, leis federais e decretos que regem os direitos da pessoa com
deficiência. Disponível em:
<http://www4.planalto.gov.br/ipcd/assuntos/legislacao>
Manual de Acessibilidade (2015) Disponível em:
<https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/patrimonio-da-uniao/manual-de-acessibilidad
e-para-predios-publicos/manual-de-acessibilidade-spu.pdf/view>
TROCANDO IDEIAS
Vá até o fórum ou grupo de profissionais em redes sociais e pergunte quais leis e normas eles
conhecem sobre acessibilidade. Você pode se surpreender com o número de profissionais que não se
preocupam com estas questões, focando apenas na parte criativa. Aproveite e compartilhe seu
conhecimento a respeito, isso traz mais consciência a outros profissionais que não estão tendo a
oportunidade que você está tendo, de conhecer este conteúdopara aplicação em seus projetos.
NA PRÁTICA
http://www4.planalto.gov.br/ipcd/assuntos/legislacao
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/patrimonio-da-uniao/manual-de-acessibilidade-para-predios-publicos/manual-de-acessibilidade-spu.pdf/view
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Leia a norma 9050 (2020). Você pode baixa-la neste link:
<https://www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-Acessibilidade-em
enda-1_-03-08-2020.pdf>
Faça uma tabela com os pictogramas de sinalização conforme o modelo mostrado. Você pode
utilizar o programa de sua preferência, como o Powerpoint, tirando um print das imagens da norma
explicando sua aplicação. Após concluir, você pode imprimir ou deixar como um arquivo de fácil acesso.
Este será um guia de referência rápida para seus projetos.
Deixamos duas imagens como modelo. Para continuar, insira quantas linhas você considerar
necessário.
Quadro 3 – Atividade: tabela com os pictogramas de sinalização
Imagem Descrição Aplicação
Símbolo
internacional
de Acesso
Piso ou parede em entradas; áreas reservadas para veículo que conduzam ou
sejam conduzidos por pessoa idosa ou com deficiência; áreas de embarque e
desembarque de passageiros com deficiência; sanitários; áreas de resgate para
pessoas com deficiência; espaços reservados para P.C.R.; equipamentos e
mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência.
   
Fonte: Barbosa 2021.
FINALIZANDO  
Vimos as mudanças de paradigma que as Leis e normas atuais, como Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência, têm trazido à nossa sociedade. Portanto, é necessário que o profissional de
arquitetura e os designers de interiores entendam suas responsabilidades, sendo necessário o
conhecimento do contexto deste perfil de usuários, para aplicação das diretrizes contidas nestas leis e
https://www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-Acessibilidade-emenda-1_-03-08-2020.pdf
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normas, em projetos que promovam igualdade de condições de uso de espaços públicos ou privados,
garantindo a liberdade e autonomia e inclusão social das pessoas com deficiência.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050. Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2020.
ANDRADE; P. A. de. Quando o design exclui o Outro. Dispositivos espaciais de segregação e suas
manifestações em João Pessoa PB. Vitruvios/arquitextos 134.05 ano 12, jul. 2011. ISSN 1809-6298.
Disponível em: https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/12.134/3973 Acesso em:
20. ago. 2021.
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BRASIL, Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm Acesso em 11 set. 2021.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em: 20 ago. 2021
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