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DIP O que é ?

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DIP – O que é? 
 
- Desde os primórdios da Humanidade o homem já se apresentava como um ser 
perfeitamente constituído, dotado de qualidades comuns que transcendiam as 
divisões que o mundo viria a sofrer. Era a era das descobertas. 
- Então, pequenos agrupamentos humanos começaram a explorar outros 
territórios, passando a descobrir novos povos ou agrupamentos humanos, passando 
a ter dificuldades de coexistência espontânea capaz de unir todos os seres que ali 
vivem e convivem. 
- No entanto, para garantir o existir dessas sociedades, criam-se regras de 
suportabilidade, de modo que a coexistência passa a ser uma realidade, frente às 
diferenças estruturais e sociais de cada povo. 
- Cada sociedade tem suas regras próprias, mas com o avançar do tempo o 
“Direito” deles começa a ter que organizar e tutelar as questões além dos limites 
físicos de cada local, extrapolando os Estados ou comunidades. 
 
- O DIP, então, disciplina e rege prioritariamente a sociedade internacional, 
formada pelos Estados e organizações internacionais interestatais, como reflexos 
voltados também ao plano individual internacional. 
- Trata-se de um conceito em constante mutação, que poderá ser modificado no 
futuro com a presença de novos atores e acontecimentos nas relações internacionais. 
- Entretanto, ainda é correto afirmar que dentre os sujeitos do DIP, os Estados são os 
que detém maior importância, dado que deles dependem a criação de outras 
entidades ou organismos e certos direitos internacionais só são válidos se o Estado 
houver ratificado um tratado em que tal direito esteja assegurado. 
 
CONCEITO 
 
- É possível afirmar, então, que o DIP pode ser definido como a disciplina jurídica 
da sociedade internacional, o que reconhece a existência de uma sociedade 
internacional e delimita os campos de aplicação do DIP e do direito interno. 
- E numa conceituação mais abrangente e mais técnica, pode ser conceituado 
como o conjunto de princípios e regras jurídicas (costumeiras e convencionais) que 
disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade internacional (formada pelos 
estados, organizações internacionais e os indivíduos), visando alcançar metas 
comuns da humanidade e em ultima análise a paz, segurança, estabilidade das 
relações internacionais. 
- Não é possível mais afirmar que o direito internacional regula matérias apenas 
da alçada externa dos Estados, em contraposição ao direito interno que regula 
questões domésticas; 
- essa concepção (teoria dualista) entende o DIP como separado da ordem 
interna, o que não é verdade. 
➔ tal engano se dá pela simples leitura do adjetivo internacional integrante da 
denominação da disciplina 
 Não quer dizer que só regule questões externas dos estados; 
 A expressão se refere às normas de regência e não às matérias por elas 
reguladas, que podem ser perfeitamente matérias de alçada interna. 
 
 
 
FUNDAMENTO DO DIP 
 
- - No tocante ao fundamento do DIP, considera-se como um sistema jurídico 
autônomo, em que se ordenam as relações entre Estados soberanos. - significa 
desvendar de onde vem sua legitimidade e sua obrigatoriedade. 
- é saber de onde emana a imposição de respeito às suas normas e princípios - 
não se confunde com as fontes, pois elas buscam determinar de qual meio vieram as 
regras, enquanto o fundamento atribui ao DIP a obrigatoriedade no mundo jurídico. - 
Enfim, por que os Estados soberanos se submetem a regras internacionais de 
condutas? 
→ São duas doutrinas básicas: 
 
 VOLUNTARISTA: de base notadamente positivista, para eles a obrigatoriedade 
do dip decorre sempre do consentimento ou da vontade comum dos Estados, 
da mesma maneira que o direito interno funda-se no assentimento dos 
cidadãos. 
- é falha, pois não explica, por exemplo, como um novo estado recém criado já 
pode estar obrigado por tratados internacionais, norma costumeira ou 
principio geral do direito, de cuja formação sequer participou. 
- outro ponto e mais correto, se a obrigatoriedade se dá pelo acordo dos 
Estados, se um deles não concordar e se retirar a validade do DIP fica 
comprometida, causando insegurança jurídica internacional. 
- Admitir a obrigatoriedade condicionada à vontade dos Estados é um 
contrassenso. 
▪ RESUMO: fundamento é o consentimento 
 
 OBJETIVISTA: defende que a obrigatoriedade do Dip advem da existência de 
princípios e normas superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma vez 
que a sobrevivência da sociedade internacional depende de valores superiores 
que devem ter prevalência sobre as vontades e os interesses domésticos dos 
Estados. 
- Tem razoes de ordem objetiva e tem como suporte e fundamento o Direito 
Natural, as teorias sociológicas do direito e o normativismo jurídico. 
- a obrigatoriedade deve ser procurada fora da vontade dos Estados, pautada 
na realidade da vida internacional e nas normas que disciplinam e regem as 
relações internacionais, que são autônomas e independentes de qualquer 
decisão estatal. 
▪ RESUMO: fundamento é a obrigação, queira ou não! 
 
 PACTA SUNT SERVANDA: teoria mais moderna e mais aceita atualmente, 
acredita que o fundamento mais concreto da aceitação generalizada do DIP 
emana do entendimento de que o DIP se baseia em princípios jurídicos alçados 
a um patamar superior à vontade dos Estados, mas sem que deixe totalmente 
de lado a vontade deles. - é uma melhora da objetivista 
- segundo ela, as partes acordam e concordam e tem obrigação de cumprir 
aquilo que foi combinado no plano internacional. 
- É o respeito pela palavra dada. 
- Tal ideia foi consagrada já em 1969 no art. 26 da Convenção de Viena: todo 
tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé. 
➔mas anteriormente já havia sido emanado na Conferência de Londres, em 
1871, que declarou que é princípio essencial do direito das gentes que 
nenhuma potência possa livrar-se dos compromissos de um tratado. 
 
SOCIEDADE OU COMUNIDADE INTERNACIONAL 
 
- Importante antes de avançar estabelecer a diferença entre sociedade e comunidade 
internacional. 
-A noção de sociedade internacional ainda não é bem clara. 
 
➔ O conjunto de atores internacionais poderá constituir uma comunidade 
internacional? 
- para explicar tal ideia necessário distinguir o que seja comunidade e sociedade. 
 
 Comunidade → seria uma forma de união baseada no afeto e na emoção de 
seus membros, capaz de criar um vinculo natural e espontâneo entre eles; 
 Sociedade por sua vez corresponde ao produto da vontade racional ou 
instrumental dos associados, nascida de uma decisão voluntária de todos. 
➔ Assim, na comunidade não é facultado ao integrante decidir entre pertencer ou 
não e na sociedade essa escolha é livre e não depende senão da vontade das 
partes. 
 
- Por esse motivo, não é possível, ainda, afirmar que exista uma comunidade 
internacional. 
- Trata-se de uma sociedade internacional, pois a formação da ordem internacional 
está baseada na ideia de vontade dos seus integrantes, visando determinados fins 
em comum. 
➔ e nesse caso, em não sendo possível concretizar os desejos, é mais fácil de se 
desligar da união. 
 
- Portanto, em âmbito internacional o que se tem é uma sociedade de Estados, que 
mantêm entre si relações mutuas até o momento que lhes convier. 
→ trata-se, pois, de uma relação de suportabilidade e nada mais do que isso. → 
muitos estados se juntam tão somente para concretizar interesse sproprios, 
independente das vontades internas dos demais integrantes. 
 É comum ouvir dizer “A COMUNIDADE INTERNACIONAL”, mas o correto seria 
dizer a SOCIEDADE INTERNACIONAL, já que a ligação se dá somente por 
interesse e não por questão cultural e social. 
 
 
 
DIVISÕES 
 
- O direito internacional está dividido em: 
→ público: a preocupação está no direito que regula as relações entre os Estados 
e outros atoresinternacionais. 
 Em outras palavras, o Estado é o sujeito principal da relação 
→ privado: é voltado para as relações entre particulares, tais como contratos de 
empresas ou solução de conflitos sem a presença do Estado. 
 É privado porque o Estado não integra a discussão. 
 
TEORIAS EM CONFRONTO ENTRE DIREITO INTERNACIONAL E INTERNO 
- Algumas teorias tentam estabelecer como deve funcionar a aplicação do DIP e 
do direito interno. 
 
- DUALISTA: Alfred von Verdross (em 1914), seguido por Carl Triepel na 
Alemanha e Dionisio Anzilotti na Itália – para eles o direito internacional e o interno de 
cada estado é algo rigorosamente independente e distinto, de tal modo que a validade 
jurídica de norma interna não se condiciona à sua sintonia com a ordem internacional. 
➔ alegavam a diversidade das fontes, costumes, culturas, etc. 
 
 
 
 DIP DIREITO INTERNO 
 
➔ Para eles, ao DIp caberia tão somente regular as relações entre os Estados ou 
entre as organizações internacionais, enquanto que ao direito interno caberia 
regular as relações do Estado e indivíduos. 
➔ Os compromissos internacionalmente assumidos não tem a potencialidade de 
gerar efeitos automáticos na ordem jurídica interna, a menos que o todo 
pactuado se materialize como uma norma interna: uma emenda constitucional, 
uma lei, decreto, etc. 
➔ Para os dualistas os conteúdos e as fontes entre elas são distintas. Uma emana 
de um poder soberano e ilimitado e outra de um acordo entre Estados, com 
vários interesses distintos. 
 
- Contudo, tal teoria é frágil e não prosperou, pois se o direito é uno e anterior à 
vontade dos Estados, não se pode entender de outra maneira senão como estando o 
Direito interno inserido também no Direito Internacional. 
- Se fossem contrapostos, um deles não seria jurídico e como ao direito interno 
nunca se negou tal característica, restaria o reconhecimento de que o DIP não tem 
caráter jurídico. 
 
 
- MONISTA: opostamente aos dualistas, os monistas partem da unidade ou 
unicidade do conjunto das normas jurídicas, sejam internas ou internacionais. 
- Para eles, então, o DIP e o Direito Interno são dois ramos do direito, dentro de 
um só sistema jurídico, pois o DIP se aplica diretamente na ordem jurídica dos 
Estados. 
 
 
 
→ dentro o interno e fora o internacional 
- MONISTAS KELSENIANOS ou INTERNACIONALISTA- sustenta a unidade da 
ordem jurídica sob o primado do direito internacional, a que todas as ordens internas 
se ajustariam - teve seu expoente com Hans Kelsen; 
→ O DIREITO INTER DERIVA DO INTERNACIONAL 
→ A convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) consagrou 
expressamente ~essa posição. 
➔ Um Estado não pode invocar as disposições do seu direito interno para justificar 
o descumprimento de um tratado. 
 A convenção de Viena foi ratificada pelo governo do Brasil. 
 
→ é possível dizer que as normas internas que surgem são apenas um fato para o 
DIP. 
 
 
- MONISTAS NACIONALISTAS – defende que o direito internacional não seria 
mais que uma consequência do Direito interno. 
- As regras do DIP operam-se através de atos de lei ou governo ou tacitamente 
pela aplicação das normas de direito internacional. 
- Os Estados que seguem essa teoria geralmente tem nas CFs disposto que as 
regras do DIP geral fazem parte integrante do direito estatal. 
- apregoa o primado do direito nacional de cada Estado soberano, em que a 
adoção dos ditames do direito internacional aparecem como sendo uma faculdade – 
França e Alemanha. 
→ valorizam a soberania de cada Estado e descentralizam a sociedade internacional. 
➔ É a ideia que norteia as convicções judiciárias no Brasil. 
 
- MONISTAS INTERNACIONALISTA DIALÓGICO – quando a questão é direitos 
humanos, outra corrente surge, abrindo a possibilidade de se discutir acerca da melhor 
forma de tutela desses direitos, ou seja, estabelece um diálogo para definir se naquele 
caso as normas internas ou internacionais são melhores. 
→ por obvio os tratados se sobrepõem nesses casos, mas um diálogo é aberto para 
analisar o direito interno, havendo um diálogo de fontes, que irão considerar a 
comunidade em si, culturas, ideologias, etc. 
 
- E a título de informação, atualmente tem-se o surgimento das doutrinas conciliatórias, 
que sustenta a coordenação de todos os sistemas, como forma de buscar a melhor 
aplicação da lei, a exemplo das regas do Direito Natural. → não ganhou força na 
doutrina, nem na jurisprudência internacional. 
 
 
OS SUJEITOS E ATORES DO DIREITO INTERNACIONAL 
 
- Os sujeitos de direito internacional são os Estados e as Organizações 
internacionais. → sujeitos são aqueles capazes de ser titulares de direitos e 
obrigações → por isso, somente eles tem essa capacidade . 
 No entanto o indivíduo também possui formas de postular em tribunaiS 
internacionais, por exemplo para fazer valer os direitos humanos; as empresas 
em órgão de soluções de controvérsias sobre investimentos, etc. 
- Os atores internacionais são todos aqueles que participam de alguma forma 
das relações jurídicas e políticas internacionais 
→ a expressão compreende Estados, organizações internacionais, as organizações 
não governamentais, as empresas, indivíduos e outros. 
 
CARACTERÍSTICAS DO DIP 
 
- possui características semelhantes às dos demais ramos do direito, de modo que é 
compreendido como um conjunto normativo, com obrigatoriedade e poderes de 
sanção. 
➔ alguns autores criticam dizem que o DIP é um conjunto de normas sem efetividade 
ou poder de sanção, mas não é verdade. 
 Possui regras que são obrigatórias e não obrigatórias, assim como qualquer 
ramo do direito. 
 No entanto, as normas de DIP muitas vezes atingem milhões ou até bilhões de 
pessoas em todo o mundo, sendo natural a falta de efetividade de algumas 
delas. 
- Uma das formas de sanção está baseado justamente na questão da 
internacionalização das economias, política e culturas, o que aumenta o poder de 
sanção, sob pena de restrições econômicas, culturais e sociais. 
- Claro que é possível afirmar que os 5 Estados com poder de veto na ONU 
dificilmente cumprirão alguma determinação em virtude de uma sanção. Contudo, ao 
ratificarem os tratados passam a ter o dever de segui-lo e costumam fazê-lo, ainda 
que sem sanção. 
 
- é dentre os ramos do direito, o que mais tem se desenvolvido, principalmente 
em virtude das mudanças do cenário internacional pós 2 guerra, quando começam 
aparecer com mais vigor as organizações internacionais, seguidas de uma avalanche 
de tratados a versar das mais diversificadas matérias como a terra, o mar, fundos 
marinhos, espaços, territórios, etc. 
- Ademais, tem fervor as matérias de direitos humanos, proteção internacional 
do meio ambiente, o direito internacional penal, etc. 
 
 
ORDEM JURÍDICA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL 
 
- a primeira questão que surge é: COMO É POSSÍVEL FALAR EM ORDEM JURÍDICA 
EM UM SISTEMA DE NORMAS INCAPAZ DE CENTRALIZAR O PODER? 
→ a resposta está no uso de regras e princípios destinados a reger situações que 
envolvem determinados sujeitos. 
➔ Então, a falta de centralização do poder faz nascer justamente a ideia de 
sociedade internacional e não comunidade. 
- Ao contrário do que ocorre no âmbito interno dos estados, não há na ordem 
internacional um órgão que os obriguem a decidirem suas questões lá nos tribunais 
internacionais. 
- Na questão interna há uma subordinação e na questão internacional uma 
coordenação, movida pela vontade de todos os Estados. 
- A ordem jurídica internacional diferente da interna estatal por estar estruturada 
de forma horizontal, sem um poder central autônomo com capacidade de criação 
originária de normas e com poder de impor aos sujeitos do Direito o cumprimento das 
suas decisões. 
➔ não implica dizer que não há no plano internacional formas de fazer valeras 
sanções ou que não haja um sistema de sanções, notadamente porque no âmbito das 
nações unidas, que possuem estados mais organizados internamente e que farão 
valer as decisões proferidas em âmbito internacional. 
 
 
- A sociedade internacional diferencia da ordem jurídica interna sob 2 aspectos: → 
formal: baseada na estrutura, pelo fato de não existir um território determinado, dentro 
do qual vive certa população, coordenado por um poder soberano; 
→ material: as matérias que disciplinam o direito internacional provêm de um conjunto 
de Estados, com poderes soberanos limitados e não de uma vontade única eleita 
pelos seus sujeitos para reger-lhes a conduta, como no direito interno. 
 
- ordem jurídica internacional é descentralizada, mas ao mesmo tempo organizada 
pela cooperação entre os Estados, que gradativamente tomam espaço do antigo 
sistema de justaposição, de modo que os Estados começam a depender menos de si 
e mais da cadeia global que está ao seu redor. 
 
 
FONTES 
 
- Em 1920 redigiu-se o estatuto do primeiro tribunal vocacionado para resolver 
litígios entre Estados, independente de ordem geográfica ou temática. 
- A certa altura, estabeleceu-se um rol das formas de expressão do DIP, um 
roteiro das fontes onde se poderiam buscar, inidoneamente, normas internacionais. 
➔ Relacionou-se, então como fontes: 
 Os tratados 
 Os costumes 
 E os princípios gerais do direito 
 E também fez referência à jurisprudência e à doutrina como meios auxiliares 
na determinação das regras e facultou, sob certas condições, o emprego da 
equidade. 
 
➔ Não Menos importante estão os atos unilaterais e decisões tomadas no âmbito 
das organizações internacionais. 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIP 
 
a) Igualdade soberana; 
b) Autonomia → não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados; 
c) Interdição do recurso à força e solução pacífica de controvérsias; 
d) Respeito aos direitos humanos; 
e) Cooperação internacional; 
 
A) Pressupõe que todos os Estados são iguais perante o direito. 
- Trata-se de um princípio derivado da ideia de comunidade internacional, 
inspirada na comunidade de indivíduos, em que todos são iguais perante a lei 
- Visa legitimar o respeito entre os Estados, independente de tamanho ou 
dimensão, cultura, etnia, número de habitantes ou regime de governo; 
- Não é um atributo positivo, como se fosse um conjunto de poder de um 
determinado Estado, mas um atributo negativo, em que os demais sujeitos de direito 
internacional não podem intervir sobre ele. 
- Na prática, sabe-se que a comunidade internacional é composta de muitos 
sujeitos distintos em todas as suas características e que um pequeno grupo mais forte 
acaba por intervir nas questões internas dos menores, mas sem violar diretamente a 
soberania deles. 
 
 ENTÃO NINGUÉM PODERÁ INTERVIR EM UM ESTADO SOBERANO??? 
(Vide direitos humanos) 
 
B) Significa que o Estado pode governar-se de acordo com seus próprios interesses 
e está intimamente ligado ao princípio da não ingerência nos assuntos internos de 
outro Estado 
- O primeiro tem como referencial o próprio Estado e o segundo tem como 
referencial os demais estados. 
- Isso não implica dizer que a não ingerência seja a ausência de influência 
política e econômica, pois os estados são interdependentes: 
→ cultura, economia, política, socialmente ➔ GLOBALIZAÇÃO 
- Buscam garantir a liberdade de escolha de seu próprio destino (Ao Estado) 
 
C) Os princípios da interdição do uso do recurso à força e da solução pacífica de 
controvérsias estão intimamente relacionados; 
- implicam dizer que os sujeitos de direito internacional devem procurar resolver 
suas diferenças pelos instrumentos pacíficos existentes; 
- O uso da força só pode ser licitamente empregado, em caso de legítima defesa 
ou de segurança coletiva, conforme previsão da própria Carta da ONU 
- Os instrumentos de solução pacífica de conflitos são diversos e só aumentam, 
sobretudo na última década, em órgãos diversificados: comércio, finanças, 
investimentos, direitos humanos, etc. 
 
D) Significa que todos os estados devem buscar a proteção dos direitos humanos, 
hoje considerado um valor comum a todos os sistemas de direito; 
- Trata-se, ainda, de um objetivo comum e um pressuposto do DIP para o 
reconhecimento do próprio Estado → sem ele não se reconhece uma nação 
independente 
- Alguns dependem, inclusive, que o princípio da proteção internacional da 
pessoa humana seja superior aos demais princípios inerentes à proteção dos Estados 
→ tal corrente assegura os atos da ONU sobre direito de ingerência. 
- Em certos casos pode ser relativizado o princípio da soberania e da não 
ingerência nos assuntos internos, admitindo-se à ONU poder enviar tropas a um 
Estado e, se necessário for, retirar determinado governo do poder para evitar graves 
violações aos direitos humanos 
 
E) Significa que os Estados devem agir em conjunto, colaborando para a busca de 
objetivos comuns; 
- ação em harmonia, evitando conflitos e buscando soluções compartilhadas para os 
problemas comuns. 
 
 
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL 
 
- Explicar de onde vem e de onde emana o direito internacional; 
 
FONTES PRIMÁRIAS E NOVAS FONTES 
 
A) Fontes materiais 
B) Fontes formais 
 
A) As fontes materiais não pertencem ao universo da Ciência do Direito propriamente, 
mas sim à Política do Direito, pois se referem ao exame do conjunto de fatores 
sociológicos, econômicos, psicológicos e culturais, que condiciona a decisão do poder 
no ato de edição e formalização das diversas fontes. 
- São fontes que determinam a elaboração de certa norma jurídica; 
- No plano do direito interno → as necessidades sociais e internas fazem surgir normas 
de conduta 
- No plano internacional → as normas surgem das relações dos Estados e das 
organizações internacionais, com objetivo de regulamentarem suas relações 
recíprocas. 
- Tais fontes, então, determinam o conteúdo (matéria) da norma jurídica, podendo ter 
origem social, econômica, cultural, moral, religiosa, etc. 
- Para alguns autores a grande fonte material de direito internacional é de substrato 
econômico. 
 
B) Fontes formais são os métodos ou processos de criação das normas jurídicas, ou 
seja, são as diversas técnicas que permitem considerar uma norma como pertencente 
ao mundo jurídico, vinculando os atores aos quais se destinam. 
- No plano do direito interno → tem-se as Constituições, as leis dos Estados, tudo 
devidamente elaborada por processo legislativo, levando em conta também os 
costumes, princípios gerais do direito, bem como as reiteradas decisões judiciais. ➔ 
- São formais pelo fato de indicarem as formas pelas quais o Direito pode desenvolver-
se, atuar e impor. 
➔ - Emanam sempre de uma autoridade que subordina a vontade dos súditos às suas 
deliberações. 
 Podem ser primárias: Constituição do Estado 
 Ou secundárias: legislação infraconstitucional, costumes e princípios gerais do 
direito. 
 
- No plano internacional → Mais complexa, pois não existe uma autoridade superior 
que subordine os Estados à sua vontade, de modo a tornar efetivas suas decisões. ➔ 
No plano internacional tudo que se faz ou deixa de fazer é consequência da vontade 
organizada dos Estados; 
➔ Então, qualquer comparação com a produção de norma do direito interno é levada 
ao fracasso. 
➔ A validade de uma norma internacional depende da circunstancia em que foi 
elaborada e de como ela vira se converter em obrigatória; 
 Alguns autores dizem, portanto, que não existem fontes formais, sendo 
expressão inadequada e enganadora, uma vez que o leitor é levado a pensar 
no mecanismo constitucional de elaboração de leis. 
 A maioria, no entanto, concorda com a distinção, afirmando que existem regras 
e momentos para a produção dessas normas, o que seria uma formalidade.ROL ORIGINÁRIO DAS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
- Convenção de Haia – 18.10.1907 → Criou o Tribunal Internacional de Presas e foi o 
primeiro texto internacional a estabelecer um rol com as fontes do direito internacional, 
em seu art. 7º: 
→ Havendo litígio entre 2 Estados, o Tribunal decidirá de acordo com as regras 
estipuladas na convenção; em não havendo previsão, aplicará as regras de direito 
internacional; em não havendo previsão, aplicará os princípios gerais do direito e da 
equidade. 
 
- Anos depois, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) no art. 38 do seu Estatuto trouxe 
um rol das fontes do DIP: 
➔ A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias 
que lhe forem submetidas, aplicará: 
 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam 
regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o 
direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos 
juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a 
determinação das regras de direito. 
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão 
ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem. 
 
a) Os tratados ou convenções internacionais: 
- Os tratados são incontestavelmente a principal e mais concreta fonte do DIP na 
atualidade, não somente em relação à segurança e estabilidade que trazem nas 
relações, mas também porque tornam o direito mais representativo e autêntico ➔ 
isso porque é criado consubstanciado na vontade livre e conjugada dos Estados e 
das organizações internacionais 
- trazem regras para as mais variadas matérias, formadas e discutidas por todos os 
Estados; 
- é a fonte de Direito Internacional mais direta, clara e fácil de comprovar → pela forma 
que são feitos, dão aos Estados mais confiabilidade 
 
 CONCEITO: é todo acordo formal concluído entre pessoas jurídicas de direito 
internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos 
 
- Como fontes do DIP, merecem destaque: 
→ Tratados multilaterais: feitos por grande número de Estados que declaram seus 
entendimentos acerca de determinado assunto e determinado Direito vigente e 
regulamentam suas condutas; ou criam organizações internacionais. 
- Os tratados internacionais são superiores ás normais internas domésticas anteriores 
que lhes sejam contrárias e devem ser observados pelas que lhes sobrevenham ➔ 
Todas as leis posteriores não podem contrariar um tratado em que o Estado seja 
signatário 
 
b) O costume internacional 
- trata-se da segunda grande fonte formal → historicamente é a mais antiga 
- O conceito de costume está no art. 38, §1º, alínea b do ECIJ 
- é uma prática geral aceita como sendo o direito 
➔ é a repetição de algo no tempo de como proceder diante de algum fato 
(elemento material), com a ideia de que assim se deve fazer, não sem motivo, 
mas por ser justamente o mais correto e jurídico (elemento subjetivo). ➔ Nos 
dizeres de Michel Virally: surge quando os Estados adquirem o hábito de adotar, no 
que tange a uma certa situação, e sempre que ela se repita, uma atividade 
determinada, à qual se atribui significado jurídico. 
 
- é importante pelo fato de no campo do DIP ainda não existir um centro integrado 
de produção de normas jurídicas. 
- a codificação do costume em documentos escritos demonstra nitidamente o 
seu caráter de fonte do DIP 
 
➔ ELEMENTOS DO COSTUME: 
 
1 - MATERIAL OU OBJETIVO 
2 - PSICOLÓGICO OU SUBJETIVO 
 
1 – a repetição generalizada, reiterada e uniforme de certos atos praticados pelos 
sujeitos do DIP (exceto particulares), ante a um quadro fático, é o elemento material 
do costume. 
- como diz o ECIJ, parte de uma prova geral, sendo precedentes costumeiros 
seguidos pela comunidade internacional 
- é a mesma solução dada por vários Estados a um mesmo fato ou assunto por 
repetidas vezes e sempre da mesma forma. 
- entende-se que o costume é operado pela imitação ou repetição de fatos de 
variada natureza que ocorrem nos Estados de direito internacional. 
- Em suma, consubstancia-se na repetição generalizada e habitual de 
certos atos praticados pelos Estados ou organizações internacionais, capaz de 
criar uma prática entre eles. 
 
2 – Somente o mero hábito não cria norma, pois é destituído de qualquer 
obrigatoriedade jurídica; 
- há que se ter um segundo elemento, que além da prática geral é também 
convicto de que aquilo que se pratica deve ser realmente jurídico e cumprido. 
- é necessário, pois, que a prática reiterada de atos estatais ou 
organizacionais seja comandada por um elemento subjetivo ou psicológico ou 
até espiritual, consistente na crença de que aquilo que se pratica pelos atores 
internacionais reiteradamente em um determinado fato seja realmente o correto e 
obrigatório. - é uma opinião jurídica que passa a ser regra efetiva para todos os 
estados. 
 
- Em suma, deve haver, são elementos de conscientização capazes de 
transformar a prática generalizada em regra jurídica vinculante, sem os quais o 
hábito estatal ou organizacional relativo à determinada questão de fato não 
passará de mera cortesia ou simples uso. 
 
➔ HIERARQUIA ENTRE COSTUMES E TRATADOS: não há, mas pode ser que um 
tratado seja considerado que caiu em desuso, por não mais ser observado ou 
satisfazer às necessidades correntes. 
 
➔ PROVA DO COSTUME: Art. 38, 1º, “b” do ECIJ 
- a parte que alega um costume geral tem que provar que ele é oponível à parte 
contrária, o que é certamente muito mais oneroso que provar a existência de uma 
norma convencional em vigor → um tratado existe, possui data de início, coisa certa. 
- o caminho óbvio para descobrir como os países se comportam é ler os jornais, 
consultar os registros históricos, ouvir o que o governo diz e folhear as publicações 
oficiais, além de resgatar as memórias escritas por líderes do passado, bem como 
os mais variados pareceres jurídicos. 
- A parte que alega um costume internacional em seu proveito, tem que prova-lo. 
 
 Em 1950-51, Colômbia e Peru foram ao TIJ discutir asilo político, em que a 
Colômbia alegou o uso de certos costumes na região em relação ao assunto, 
mas a Corte entendeu que não restou provado que o Peru e as demais nações 
próximas também assim o entendesse, ou seja, o Peru não trazia claramente 
o entendimento de que fosse um Direito. 
- Outra forma de prova do costume é a jurisprudência internacional. 
 
c) os princípios gerais do direito 
 
- outra fonte que emana diretamente da ECIJ; 
- os princípios gerais são reconhecimentos pelas nações civilizadas 
- São princípios reconhecidos por parte da sociedade de Estados, em seu conjunto, 
como forma de expressão do DIP. 
→ Alguns juristas alegam que não pode haver princípio em comum, por exemplo, entre 
uma sociedade capitalista e socialista 
 Entretanto que o se vê é o contrário, em que os princípios são aplicados, em 
diversos contextos e sob as mais variadas formas, quando se trata de identificar 
uma regra de Direito internacional não expressa em tratado e não reconhecida 
pelo costume. 
 
- O DIP moderno depende cada vez menos dos princípios, vez que o grande número 
de normas deles derivadas já estão codificadas em tratados ou fazem parte do direito 
costumeiro. 
 
d) MEIOS AUXILIARES E NOVAS FONTES 
- Art. 38, §1º do ECIJ 
d.1) As decisões judiciais: cada membro se compromete a acatar a decisão da Corte 
Internacional de Justiça, em qualquer caso que for parte, sendo que a decisão valerá 
somente para as partes litigantes. 
- Art. 59 do ECIJ – as decisões só serão obrigatórias para as partes litigantes e a 
respeito do caso em questão.- Mas então como a jurisprudência vira fonte do DIP? 
→ Trata-se de um meio auxiliar, que não cria regras ou leis, mas interpreta as 
existentes 
→ Não é diretamente uma fonte do direito, pois não o cria, apenas interpreta 
mediante a reiteração de decisões no mesmo sentido; 
 É uma sequência de julgamentos no mesmo sentido, afirmando um direito 
preexistente, ou seja, expressa um direito já posto de alguma forma. 
- No entanto, embora não crie propriamente o direito, isso não retira sua validade 
como meio auxiliar para determinar regras do direito e até favorece a criação ou 
modernização da legislação com o passar do tempo. 
- Ganha importância com o grande número de regras costumeiras, que precisam 
ser interpretadas e aplicadas da forma correta, para não caírem em inconsistências, 
obscuridades ou ambiguidades. 
 
d.2 Doutrinas dos publicistas: ao lado da jurisprudência, o art. 38, §1º, “d”, traz a 
doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações como uma segunda 
categoria de auxílio na determinação das regras de direito. 
- Também não é fonte direta do DIP e não gera moldes jurídicos, mas traz 
modelos dogmáticos e hermenêuticos, desempenhando frequentemente uma posição 
de vanguarda, esclarecendo a significação dos modelos existentes ou forçando a 
criação de novos modelos jurídicos. 
- Em suma, as doutrinas analisam e discutem diferentes fatos, ora apreciando 
com base no direito posto, ora sugerindo a modificação ou criação de novos que sejam 
mais justos para aqueles fatos. 
 
- Embora a intenção fosse valorizar as doutrinas particulares e acadêmicas, 
atualmente o que se tem é que ganham valor também doutrinas de entidades como: 
➔ Comissão de Direito Internacional da ONU 
➔ Estudos da Conferência de Codificação de Haia, de 1930, 
➔ Academia de Direito Internacional de Haia – 1923 → cursos de direito internacional 
(Como um congresso que publica os estudos) 
 
E a analogia e equidade são fontes? 
- Alguns doutrinadores consideram, mas seriam as fontes mais fracas e tidas 
apenas como complementar. 
- Analogia: aplicação a determinada situação de fato, de uma norma jurídica 
feita para servir a um caso parecido ou semelhante. 
→ Problema → pois algumas vezes causam insegurança jurídica internacional ou 
podem afetar a soberania de um Estado, por exemplo. 
 
- Equidade: ocorre nos casos em que a norma jurídica não existe ou nos casos 
em que exista, mas é ineficaz para solucionar coerentemente o caso concreto 
discutido em juízo. 
- É decidir com base em outras regras ou princípios que supram a falta de 
previsão legal existente ou que preencham a norma jurídica obsoleta ou ineficaz. 
→ é a justiça do caso concreto 
- também é uma fonte complementar, pois as regras internacionais estão em constante 
atualização. 
 
E OS ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS? 
 
- Embora não estejam previstos no art. 38, também pertencem ao contexto das fontes 
do direito das gentes, principalmente quando se leva em consideração que a assunção 
das obrigações internacionais é uma das mais importantes preocupações da 
disciplina. 
→ Tanto os atos unilaterais dos Estados, como as decisões das organizações 
internacionais são modos de formação voluntários do Direito Internacional, pois são a 
expressão da vontade de um sujeito do direito, tendente a criar efeitos jurídicos. 
 
 ATO UNILATERAL: é a manifestação de vontade inequívoca formulada por 
uma autoridade competente para validamente produzir efeitos jurídicos nas 
suas relações com outros estados ou OIs, com o conhecimento expresso 
destes ou destas. 
 São atos emanados de um único sujeito de direito internacional, sem a 
participação da outra contraparte, com a finalidade de produção de efeitos jurídicos 
capazes de criar obrigações em âmbito internacional. 
 Por exemplo: o envio de uma carta de intenção enviada ao FMI para fins de 
obtenção de um empréstimo internacional. 
 
E AINDA AS DECISÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: são tidas como 
fontes complementares do DIP. 
➔ Decisões da Organização Internacional do Trabalho 
➔ OMC 
➔ OMS 
➔ Etc. 
 
 
O DIREITO DOS TRATADOS 
 
1 – Antecedentes históricos: têm origem histórica de mais de 12 séculos antes de 
Cristo 
- JUS TRACTUUM foi sendo gradativamente edificado ao longo de mais de 3 mil 
anos e até hoje seu processo de conclusão guarda semelhanças com o seu modo 
primitivo de celebração. 
 → Inicialmente teve origem basicamente costumeira, até a metade do século XX. 
- o primeiro tratado de natureza bilateral foi celebrado entre o Rei dos Hititas, 
Hattusil III e o Faraó egípcio da XIX dinastia, Ramsés II, por volta de 1.280 a 1.272 
a.C. e que pôs fim às guerras nas terras sírias (Batalha de Kadesh). 
 
 “No ano 21, primeiro mês do inverno, dia 21, sob a Majestade de Ramsés II... Neste 
dia, eis que sua Majestade estava na cidade de Pi-Ramasse, satisfazendo os 
deuses... chegaram três enviados Reais do Egito... com eles o enviado de 
Carchemish, Yapusili, carregando uma barra de prata a qual o Grande Soberano dos 
Hititas, o Hattusil II, envia ao Faraó, para pedir paz à Majestade de Ramsés... 
 
- O texto do tratado trazia que ambos os reinos eram iguais e cada um fixava 
suas regras claramente e de igualdade eternas. 
 → ficou acordado, então, normas claras entre os interesses particulares de cada uma 
das soberanias, como a posse de certas terras e demais domínios; ainda regras 
relativas às alianças contra os inimigos comuns, normas de comércio, de migrações e 
também de extradição. 
 Em tudo trazia características dos tratados atuais 
 
- Desde sempre foram celebrados com o livre consentimento e boa-fé, bem como 
tinha-se a norma pacta sunt servanda. 
 
 
 
A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS TRATADOS 
- Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas – iniciou os trabalhos em 
1949. 
- Em 1969 criou a chamada Lei dos Tratados ou Tratado dos Tratados 
 → considerado um dos mais importantes documentos históricos já concluídos na 
história do DIP. 
- Assinada em 1969, internacionalmente em vigor desde 1980, é uma das mais 
importantes normas do direito internacional, e nesta as regras costumeiras sobre a 
matéria foram codificadas em documento quase perfeito 
- A Convenção de 1969 foi complementada por outra, a Convenção sobre o Direito 
dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações 
Internacionais, de 1986, cujo objetivo foi precisamente o de reconhecer o direito das 
organizações internacionais de firmar tratados e convenções. 
 
➔ A Convenção regula todas as etapas pré-negociais até a efetiva aprovação e 
entrada em vigor de um tratado ou extinção. 
➔ Não regula, entretanto, os efeitos em caso de sucessão de Estados, nem em 
caso de estado de guerra, o que foi aperfeiçoado mais tarde em 1986. 
- No Brasil, apenas em 1992 a convenção de 1969 foi encaminhada à apreciação do 
Congresso e o trâmite só se completou em 25 de setembro de 2009, através do 
Decreto 7.030/09. 
 → Como se vê, mais de 40 anos se passaram, mas o governo sempre agiu nos 
moldes da referida convenção, até que se estive oficialmente ratificada pelo país. 
 
 
CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL 
- Art. 2º, §1º, “a” da Convenção: tratado significa um acordo internacional 
concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de 
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja 
sua denominação específica. 
- É nada mais nada menos que um instrumento de veiculação de regras jurídicas, 
de conteúdo variável, podendo versar sobre assuntos de qualquer natureza. 
- É o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre dois 
ou mais sujeitos de direito internacional. 
 
Elementos essenciais dos tratados: 
a) Acordo internacional 
b) Celebrado por escrito 
c) Concluídoentre estados ou OIs 
d) Regido pelo Direito internacional 
e) Celebrado em instrumento único ou em dois ou mais instrumentos conexos 
f) Ausência de denominação específica 
 
a) Como já exposto, o DIP tem por princípio o livre consentimento, sendo um dos mais 
importantes elementos na comunidade internacional. 
 → Celebro porque desejo! 
- Assim, como os tratados são a maior fonte do DIP, não podem eles expressar 
senão aquilo que os negociadores acordaram livremente. 
- O elemento volitivo é fundamental e indispensável em um acordo internacional. 
➔ Contudo, para ser entendido como um tratado não basta o elemento volitivo, mas 
deve haver como finalidade criar entre as partes um vínculo juridicamente exigível em 
caso de descumprimento. 
 Portanto, é um acordo no sentido jurídico, e não no sentido moral 
exclusivamente. Tem força jurídica e não apenas existe por ser bonito! 
 Em não havendo o animus contrahendi, ou seja, vontade livre de contratar com 
vistas a criar obrigações mútuas entre as partes, inexiste tratado internacional, 
nos moldes da Convenção de 1969. 
 Os acordos de cavalheiros, as declarações, os memorandos de entendimento, 
os arranjos, etc, não são tidos como tratados, por exemplo, pois falta o ânimo 
de vínculo jurídico, embora muitos tenham grande importância no cenário 
mundial, como no caso dos acordos stand-by, negociados junto ao FMI para 
resolver problemas de balança de pagamentos, de déficits econômicos, etc. 
- Em suma, para ser tratado deve haver um acordo internacional das partes em 
sentido jurídico (efetividade jurídica), possibilitando uma sanção também jurídica em 
caso de descumprimento. 
 
b) Os tratados, diferentemente dos costumes, são acordos essencialmente formais. 
- E tal formalidade implica necessariamente em sua escritura. 
- Somente através dela é que se deixa consignado o propósito a que os contratantes 
chegaram após a negociação. 
 Acordo verbal ou oral não tem força de tratado. 
- Somente a escritura o torna imemorial nas relações entre os povos. 
- A formação oral é inclusive oposta à própria formação histórica dos tratados, 
como já exposto, tendo em vista que o primeiro tratado celebrado no mundo, 
foi gravado por escrito em uma barra de prata. 
- A legislação internacional permite o uso de acordos verbais, mas eles não estarão 
sujeitos às regras aplicadas sobre a formação, entrada em vigor, aplicação e 
extinção, conforme traz a Convenção de 1969. 
 tal feito traz insegurança jurídica, pois depende de prova da celebração 
também. 
 
c) Os tratados só podem ser concluídos por entes capazes de assumir direitos e 
obrigações no âmbito externo. 
- Neles estão incluídas as organizações internacionais intergovernamentais, como a 
ONU e a OEA, que também detém capacidade de celebração de tratados. → A 
diferença é que enquanto os Estados têm capacidade para celebrar tratados 
sobre quaisquer matérias, as OIs somente dispõem de tal poder para a 
celebração de tratados relacionados às suas finalidades, tendo, portanto, uma 
atuação mais restrita. 
 E as colônias, por exemplo, podem contratar? Guiana Francesa, Bermudas, 
Gibraltar, Porto Rico (Caribe), etc.. São 48 colônias atualmente. 
 Podem (vassalos), desde que autorizadas pelos Estados suseranos. 
 E se o acordo for celebrado para o fim da hierarquia e independência? A 
comunidade internacional reconhece valor jurídico ao ato. 
➔ E no Brasil, por exemplo, o Paraná ou qualquer Estado pode obter um 
empréstimo no FMI? Pode, mas tem que ser autorizado pelo Senado Federal, 
pois não são atores direitos do direito internacional (art. 52, inc. V da CF/88). 
 
d) Para um ato internacional ser considerado tratado deve operar dentro do âmbito do 
DIP, ou seja, ser exigível internacionalmente. 
- A ideia é que as partes tenham a intenção de criar entre si uma obrigação 
jurídica sob a autoridade do DIP. 
- Alguns autores dispensam esse elemento, mas de fato deve existir, para que 
se possa distinguir um tratado internacional de um contrato internacional (como no 
caso do Paraná emprestando do FMI). 
 
e) Além do texto principal, outros elementos podem estar presentes, como protocolos 
adicionais ou anexos, produzidos concomitantemente ao texto principal. 
- tal ideia visa permitir e ampliar a extensão de um ou mais tratados, pois permite 
incluir como regra do acordo algumas cartas, declarações, troca de notas, etc. 
 
f) A Convenção de 1969 deixa claro que tratado é um acordo regido pelo direito 
internacional, qualquer que seja seu nome específico. 
- Diz-se que tratado é expressão genérica, de variadas denominações. 
 
TERMINOLOGIA DOS TRATADOS 
 
a) Tratado 
 
Tratado como espécie é utilizado para os ajustes solenes concluídos entre Estados 
e/ou OIs, como os tratados de paz, de arbitragem, de amizade, de cooperação, de 
navegação, etc. 
- Como o Tratado de Paz de Versalhes de 1919 que encerrou a 1ª Guerra Mundial 
ou o Tratado de Paz entre Jordânia e Israel. 
 
b) Convenção 
As matérias de maior relevância para a comunidade internacional passam a ser 
frequentemente debatidas, gerando atos internacionais criadores de normas gerais de 
DIP 
- São demonstrativos da vontade uniforme das partes em assuntos de interesse geral. 
- A maioria diz que é de conteúdo idêntico a de um tratado em espécie 
- Outros dizem que as convenções carecem de regulamentação de outras convenções 
ou protocolos; 
 Convenção sobre a Diversidade Biológica → efetividade jurídica com o 
Protocolo de Cartagena (sobre transgênicos) 
 Convenção sobre as Mudanças Climáticas → Regulamentada pelo 
Protocolo de Kyoto 
 
c) Pacto 
 
A expressão tem sido utilizada para restringir o objeto político de um tratado, como por 
exemplo, o Pacto do Aço (Berlim, 1939). 
- Também usado como sinônimo de tratado: Pacto de Renúncia à Guerra e Pacto de 
Varsóvia (1955). 
- A ONU usou o termo pacto para nomear os dois mais importantes tratados sobre 
direitos humanos: Pacto Internacional dos Direitos Civís e Políticos e Pacto 
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (São os Pactos de Nova 
York). 
- E o mais conhecido, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969), Pacto 
de San José da Costa Rica. 
 
d) Acordo 
 
- São tratados de natureza econômica, financeira, comercial ou cultural, podendo 
também dispor sobre segurança, projetos de desarmamento, questões fronteiriças, 
arbitragem, etc. 
 
e) Acordo por troca de notas 
- São para assuntos de natureza administrativa ou para interpretar ou alterar atos já 
concluídos. São publicados no Diário Oficial da União. 
 
f) Acordo em forma simplificada ou acordo do executivo 
- São executive agreements 
- São concluídos por trocas de notas diplomáticas, correspondências ou algo similar, 
sendo a assinatura algo suficiente para obrigar o Estado. 
 
g) Gentlemen´s agreements 
- São os acordos de cavalheiros, regulados por normas de conteúdo moral e cujo 
respeito repousa sobre a honra. 
- Chefes de Estados ou governo estabelecem uma linha política a ser adotada entre 
as partes. 
- Muitos não os consideram como tratados, pois carece de efetividade jurídica. 
 
h) Carta 
- Comumente empregada para a constituição de organizações internacionais, 
podendo também ser empregada para tratados solenes que estabeleçam direitos e 
deveres para os Estados-partes. 
- 1ª modalidade: Carta das Nações Unidas (1945) e Carta da Organização dos 
Estados Americanos (1948). 
- 2ª Modalidade: Carta Social Europeia 
 
i) Protocolo 
 
- utilizado comumente para designações de resultados de uma conferência 
diplomática ou um acordo menos formal que o tratado. 
- também para conectar acordos subsidiários que estão ligados a um tratado maior. 
 
j) Ato ou ata 
- Podem ser utilizados quando se estabelecem regras que incorporam o resultado de 
uma conferênciaou de um acordo entre as partes. 
- Ata final é o documento final de uma conferência internacional 
 
k) Declaração 
 
- É expressão utilizada para aqueles atos que estabelecem certas regaras ou 
princípios jurídicos, ou ainda para as normas de Direito Internacional indicativas de 
uma posição política comum de interesse coletivo. 
- Declaração de Paris (1856): princípios de direito marítimo em caso de guerra 
- Declaração de Haia (1907): proibiu a utilização de balões para bombardeios 
 
l) Modus vivendi 
- São utilizados para acordos temporários ou provisórios, normalmente de ordem 
econômica e de importância relativa. 
- É também: deixar algo como está, até que um tratado final decida a respeito. 
 
m) Arranjo 
n) Concordata 
-Acordos bilaterais utilizados pela Santa Sé com Estados que têm cidadãos 
católicos, versando, em geral, sobre a organização de cultos religiosos, 
administração eclesiástica, etc. 
 
o) Reversais 
p) Ajuste ou acordo complementar 
q) Convênio 
r) Compromisso 
s) Estatuto 
- Geralmente empregado para os tratados que estabelecem normas para os tribunais 
de jurisdição internacional (ECIJ, Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional) 
 
t) Regulamento 
u) Código 
 
v) Constituição 
- Quase não utilizada, pois causa confusão com relação às constituições dos Estados. 
w) Contrato 
- Não se usa, pois confunde com os contratos do direito interno dos Estados. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DOS TRATADOS 
 
- São, então, acordos formais celebrados pelos Estados ou OIs. 
- Se formais, possuem uma estrutura, ainda que variável de instrumento para 
instrumento. 
São basicamente: 
a) O título: que indica a matéria tratada pelo acordo ou, mais amplamente, o 
assunto nele versado. 
b) O Preâmbulo ou exórdio: composto pela enumeração dos contratantes e 
pelos motivos que levaram os Estados à negociação do acordo. 
c) Articulado ou dispositivo: considerado a principal parte do instrumento 
convencional, composto por uma sequência de artigos numerados, em que se 
estabelecem todas as cláusulas de operatividade do acordo, de extensão 
variável. 
- Todos os elementos são de obrigatoriedade jurídica. 
d) O fecho: que especifica o local e a data de celebração do contrato, o idioma 
em que se encontra redigido e o número de exemplares originais. 
e) Assinatura do chefe de Estado, do Ministro das Relações Exteriores ou 
de quem tenha representado o Presidente: geralmente em ordem alfabética 
ou sorteio. 
f) Selo de lacre: selam os compromissos acordados e dão efetividade jurídica. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
 
a) Quanto ao número de partes 
- BILATERAL: entre dois Estados, entre um Estado e uma Organização Internacional 
ou ainda entre duas OIs 
 → Se os idiomas entre as partes forem diferentes, duas versões serão redigidas, uma 
em cada língua. 
- MULTILATERAL: celebrados entre três ou mais partes. 
 → São normalmente abertos à participação de qualquer Estado ou OIs e tem por 
objeto a produção de normas gerais de DIP ou o tratamento de questões de interesse 
comum. 
➔ São os tratados coletivos 
 
b) Quanto ao tipo de procedimento utilizado para sua conclusão 
- ASSINATURA 
- RATIFICAÇÃO 
 Os que dependem dos dois procedimento são tratados strictu sensu ou 
bifásicos e os que com um ato só já estão valendo são os unifásicos ou de 
forma simplificada. 
 Exemplo de tratado unifásico: Acordo para a Aprovação de um Convênio 
Especial entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Centro 
de Pesquisas Nucleares de Julich Ltda, concluído por troca de notas em 
Brasília. 
 
c) Quanto à possibilidade de adesão 
- ABERTOS: aqueles que permitem aos Estados que não participaram das 
negociações preliminares, ou não o ratificaram ou se o fizeram depois arrependeram, 
a possibilidade de a eles aderir. 
 → Podem ser ainda: LIMITADOS: a adesão posterior é permitida somente a um grupo 
de Estados, levando-se em conta contextos regionais ou geográficos, como por 
exemplo o Tratado de Assunção, criador do Mercosul. 
 ➔ ILIMITADOS: permitem a adesão posterior irrestrita de qualquer Estado. São de 
adesão ilimitada, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação Contra a Mulher (1979) e também a Convenção Contra a Tortura e 
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis (1984). 
- FECHADOS: são os que proíbem a adesão posterior de Estados que não tenham 
participado das discussões, a menos que um novo acordo seja feito. 
 
d) Quanto à natureza jurídica 
TRATADOS-LEI: ou tratados normativos, são geralmente celebrados por grande 
número de Estados e têm por objetivo fixar normas gerais e abstratas de DIP, 
objetivamente válidas para as partes-contratantes, podendo, por isso, ser comparados 
a verdadeiras leis. 
- cria-se uma regra objetiva de Direito Internacional, conforme vontade das partes e 
impõe às partes direitos e obrigações de conteúdos idênticos, fruto do acordo de 
vontades. 
- Vale o pacta sunt servanda. 
TRATADOS-CONTRATO: as vontades das partes são divergentes, não surgindo 
assim uma regra geral e abstrata de DIP, mas surge a estipulação recíproca e concreta 
das respectivas prestações e contraprestações individuais com um fim comum. 
 Dividem em: EXECUTADO: aqueles que imediatamente são executados e 
criam uma situação jurídica estática. 
 EXECUTÓRIO: são permanentes e demandam atos executórios regulares e 
que se prolongam no tempo. 
 ➔ tratado de comércio, de cooperação científica, de transferência de 
tecnologia ou de material militar, etc. 
- Semelhantes ao contrato do Direito interno. 
- Podem servir para contratação de prestação de serviços, obras públicas (pontes, 
portos), exploração de recursos naturais (petróleo, gás natural). 
- Podem ter variadas nomenclaturas, como contrato com o Estado, acordo de 
financiamento, acordo de investimento, etc. 
 
 
e) Quanto à execução no tempo 
-TRANSITÓRIOS: são aqueles que embora criem situações que perdurem no tempo, 
tem sua execução exaurida de forma instantânea e imediata, muitas vezes pela 
simples publicidade do ato ali concluído. 
- São acordos concluídos em um único ato, criadores de situações jurídicas objetivas 
e definitivas, 
➔ como um tratado que dispõe sobre a venda ou cessão de territórios, que 
estabelecem fronteiras ou limites entre Estados ou que transmitem definitivamente 
determinados bens. 
 
- PERMANENTES: são os tratados cuja execução se prolonga por tempo 
indeterminado, como os tratados de comércio, de aliança, de cooperação científica 
e tecnológica (compra de caças pelo Brasil), de proteção aos direitos humanos, etc. 
 
➔ É possível encontrar tratados mistos entre as duas categorias, como um 
que traça uma linha fronteiriça entre dois Estados e ao mesmo tempo cria 
uma comissão mista para preservar os recursos naturais na fronteira. 
 
f) Quanto à execução no espaço 
- Existem tratados firmados para valer sobre todo o território do Estado e aqueles 
celebrados para valer apenas sobre parte do território. 
- Disciplinado pelo art. 29 da CVDT: salvo se uma intenção diferente resulte do tratado, 
ou seja, de outro modo estabelecida, um tratado obriga cada uma das partes em 
relação a todo o seu território. (regra) 
- Um tratado de empréstimo feito pelo Paraná não vale para o Brasil todo! 
- Um tratado que trate da questão Amazônica, pode ser de interesse apenas local. 
 
g) Quanto à estrutura de execução 
- Válida apenas para os tratados multilaterais 
- MUTALIZAVEIS: são os tratados multilaterais cujo descumprimento por alguma ou 
algumas das partes entre si não tem o condão de comprometer a execução do 
acordo como um todo. 
→ Um exemplo é o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) – se Brasil e Itália 
resolver não cumprir o tratado, ele continuará valendo para os demais. 
 
- NÃO MUTALIZÁVEIS: são aqueles tratadosmultilaterais que nãoconcebem divisão 
em sua execução, de modo que se alguma ou algumas das partes, pelo motivo que 
seja, não puder cumprir o pactuado, todas as demais sofreriam com a violação, não 
havendo como deixar de aplicar o tratado somente às partes que o violaram. → 
Tratado da Antártica. (Patrimônio de toda a humanidade, sem ser propriedade de um 
ou outro país). – ratificados por 28 países (Brasil, Alemanha, Argentina, Eua, Chile, 
Russia, Coreias, Japão Itália, Africa do Sul (único da África). 
O Tratado adota as seguintes regras reguladoras das atividades na região: 
• Assegura a liberdade de pesquisa, cujos resultados devem ser permutados e 
tornados livremente utilizáveis, estando prevista a presença de observadores das 
Partes Contratantes com acesso irrestrito a qualquer tempo e em qualquer lugar, 
aí incluídas todas as estações, instalações e equipamentos existentes na 
Antártida; 
• Permite que equipamento ou pessoal militar possa ser introduzido na região, 
desde que para pesquisa científica ou para qualquer outro propósito pacífico; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
• Exorta as Partes Contratantes a empregarem esforços apropriados, de 
conformidade com a Carta das Nações Unidas, para que ninguém exerça, na 
Antártida, qualquer atividade contrária aos princípios do Tratado; 
• Admite a modificação ou emenda do Tratado a qualquer tempo, por acordo 
unânime das Partes, ou após decorridos trinta anos de vigência, por solicitação 
de qualquer uma das Partes Contratantes; 
• Elege o governo dos Estados Unidos como depositário dos instrumentos de 
ratificação do Tratado e concede a possibilidade de adesão a qualquer Estado 
que seja membro das Nações Unidas; 
• Define a área de jurisdição do Tratado como aquela situada ao sul de sessenta 
graus de latitude sul, incluindo as plataformas de gelo, ressalvando, contudo, a 
preservação do direito internacional aplicável ao alto-mar; 
• Estabelece que nenhuma nova reivindicação, ou ampliação de reivindicação 
existente, relativa à soberania territorial na Antártida, será apresentada enquanto 
o presente Tratado estiver em vigor; e 
• Proíbe a realização de explosões nucleares e o depósito de resíduos radioativos 
(primeiro acordo nuclear internacional). 
 
 
PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS (vide página 229 do livro) 
 
- é estudar a formalidade dos Tratados, ou seja, quais as formas ou 
formalidades para ser feito. 
- como já dito, são atos solenes e para valer devem observar tais formas - 
São 4 as fases que passam um tratado: 
a) formação do texto – são as negociações, adoção, autenticação e assinatura 
do texto. 
b) aprovação parlamentar – por parte de cada um dos Estados interessados em 
se tornar parte no tratado. É referendar o texto. 
c) ratificação ou adesão do texto – é a confirmação do tratado, concluída com 
a troca ou depósito dos instrumentos que a consubstanciem. 
d) promulgação e publicação do texto convencional – feito na imprensa oficial 
do Estado. Apenas complementa as demais e visa dar aplicabilidade interna ao 
compromisso internacionalmente assumido. 
→ se não for publicado, também não será absolutamente inválido, pois no plano 
internacional já foi validado, apenas carecendo de efeitos internos. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gelo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gelo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gelo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%A1rtida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuclear
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuclear
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuclear
https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioativo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioativo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioativo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radioativo
CONDIÇÕES E ELEMENTOS ESSENCIAIS 
- para que um tratado seja considerado válido requer-se que os contratantes (Estados 
ou OIs) tenham: 
1 – capacidade: art. 6º da Lei dos Tratados: todos os Estados tem capacidade para 
concluir tratados. 
- devem ser feitos por representantes legais (Presidente, Ministro das Relações 
Exteriores ou outro representante designado) 
2 – sejam legalmente habilitados – poder de representação dado a quem vai 
negociar o tratado, assinado pelo chefe do executivo e referendado pelo Ministro das 
Relações Exteriores. 
- Carta de poderes expedida pelo Presidente. 
3 – ajam de mútuo consentimento: é o livre e inequívoco direito de opção do 
Estado, manifestado em documento expresso. 
4 – objetio lícito e materialmente possível: uma prestação ilícita, amoral ou 
fisicamente irrealizável é incapaz de formar um vínculo jurídico válido. 
 
DESMEMBRAMENTO DAS FASES INTERNACIONAIS DA FORMAÇÃO DOS 
TRATADOS

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