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Reações de Hipersensilidade - Reações alérgicas

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Antes de tudo é importante entender o Sistema Imune, que tem como principal papel erradicar organismos 
infectantes sem gerar graves lesões aos tecidos do hospedeiro, quando não ocorre de maneira adequada gera uma 
reação de hipersensibilidade. 
Dessa forma ela pode ser definida como umas reações imunológicas excessivas a determinados antígenos. 
Porém não ocorre mediante ao primeiro contato com o antígeno, sendo necessário um contato prévio. 
 
 
Tipos de Antígenos: 
 
 Exógenos: 
 
 São aqueles que não são produzidos pelo organismo, como por exemplo a poeiras, os alimentos, as 
substâncias químicas, os micróbios e etc. O tipo de reação que esse tipo de antígeno provoca podem ser leves 
como rinite, prurido, conjuntivite ou gastroenterite, mas podem também serem parcialmente fatais quando resultam 
em reações sistêmicas anafilática, que também são chamadas de anafilaxias que resultam em erupção cutânea 
pruriginosa em todo o corpo, garganta inchada e dificuldade em respirar. 
 
 Endógenos: 
 Produzidos pelo próprio corpo, por isso são associados a doenças autoimunes, não necessariamente precisam 
ser produzidos por completo pelo organismo, podem ter vindo de fora e alterado o funcionamento normal do mecanismo 
celular. Esse tipo de agente tem participação genética, de acordo com susceptibilidade do indivíduo e pode estar ou não 
ligada ao gene HLA. 
 
 
 
Classificação: 
 
 As reações de hipersensibilidade são classificadas até a quarta, porém alguns autores enquadram as doenças 
autoimunes como uma ordem a parte sendo assim as reações do tipo 5. 
 
 Tipo 1 ou imediata ou anafilática 
Esse tipo de reação pode envolver a pele, os olhos, nasofaringe, tecidos broncopulmonares e trato gastrointestinal, 
podendo envolver desde de inconveniências simples até a morte. Ela acontece a partir do segundo contato e ocorre 
imediatamente à presença dos antígenos, em questão de minutos já se tem essa resposta imunológica. Onde os grânulos 
pré-formados dos mastócitos ou dos basófilos (mais frequentemente os mastócitos por estarem em maior quantidade) 
são liberados mediante o estimulo do corpo estranho, ocorrendo a degranulação. 
 Ligação antígeno-anticorpo ao mastócito. 
 
Pode ser sistêmica, alcançando para além de um único local, caso o contato tenha ocorrido por meio de uma via que 
permita perpetuar pelo corpo, como por injetáveis onde vai para a corrente sanguínea e tem acesso a todo o corpo. 
 Angioedema: edema mais profundo a nível de pela 
 Urticária 
 
Poderá ainda ser localizada, onde tem esse contato local e apenas este tem a reações alérgicas 
 Caso não seja tratada passa a ser sistêmica. 
 
Fases: 
 Reação Imediata: Logo após o contato e é mediada pelo IgE, as células mais presentes são os mastócitos e 
basófilos, com amplificação por meio das plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Tem duração de até uma hora e 
efeitos semelhantes aos que ocorrem na inflamação, com presença de edema, degranulação do mastócito e 
congestão vascular, mas como tem mastócito degranulando tem vasodilatação seria hiperemia ativa por ter 
mediadores 
 
O primeiro contato é para apresentar o corpo ao antígeno, no segundo contato o corpo já está sensibilizado e passa a apresentar as 
manifestações da hipersensibilidade, e tanto o contato prévio como os demais podem ocorre por qualquer uma das vias 
O HLA (Human Leukocyte Antigen) é um conjunto de genes que é 
responsável por codificar as moléculas de histocompatibilidade 
Reações de Hipersensibilidade 
 Reação de Fase Tardia: Após duas horas do contato, podendo perdurar por 24h ou mais, tem participação dos 
eosinófilos e de outras células, e por perdurar por muito tempo resulta em destruição tecidual. 
 
 
 
 Como ocorre a Reação prévia na hipersensibilidade Imediata 
 
1. Inicialmente o alérgico entra em contato com a pele, e é fagocitado pelas células apresentadoras de antígenos, 
que fica na pele (Lindgren ou macrófago) 
 
2. Essa CAA vai até o linfonodo mais próximo, onde o antígeno é apresentado para a célula Th0, que se ativa 
produzindo citocinas e IL2, o IL2 a faz se multiplicar 
 
3. Por meio do contato com o IL-4 produzido pela CAA a Th0 produz Th2, esse Th2 recém formado produz citocinas 
como a IL-4, IL-5 e IL-13 
 
4. A IL-4 produzida pela Th2 age sobre a Th-0 para produzir mais Th2 que agira no linfócito B. 
 
5. O linfócito B muda de classe e se antes expressava IGD e agora irá produzir IgE que é importante para a reação 
alérgica. 
 
6. O IgE sintetizado pelo plasmócito circula até encontrar os mastócitos da pele onde irá se grudar pelos receptores 
de IgE. 
 
 TCD4 é o mesmo TH2 
 Além do mastócito os basófilos também têm receptores para IgE 
 
 Ações de cada IL: 
 IL-4: Mudança de classe de IGD → IGL, produção de mais Th2 pelo Th0 
 IL-5: Ativar eosinófilos para atuar na fase mais tardia 
 IL-13:Mudança de classe de IGD → IGL, produção de muco agindo nas células caliciformes 
 
 Como ocorre a Reação de hipersensibilidade Imediata 
 
 Quando ocorre o segundo conato o IgE já se encontra ligado ao mastócito, ocorrendo atuação do IgE para a 
desgranulação do mastócito, liberando aminas vasoativas e mediadores lipídicos para a imediata e citocinas para a tardia 
 
 
 Os mastócitos podem ainda ser iniciados por outros estímulos como atividade física, estresse emocional, agente 
químico e anafilotoxinas, e por mais que estas tenham os mesmos sintomas não são reações de 
hipersensibilidade. 
 
Com a ligação do antígeno ao IGE ocorre a granulação por três vias diferentes, liberar mediadores lipídicos e aminas 
vasoativas que darão início a resposta imediata e as citocinas para a fase tardia 
 
1º Via: Pelo próprio mastócito liberando histamina, protease e heparina 
2º Via: Pela membrana por ação de mediadores 
3º Via: Ocorre no núcleo 
 
 
Mediadores Farmacológicos da Hipersensibilidade Imediata 
Na tabela estão os agentes liberados pelos mastócitos e seus efeitos. 
 
 
 
 
Reação de Hipersensibilidade imediata sistêmica: 
 Inicialmente é algo localizado, porém vai evoluindo até atingir outros sistemas tornando-se fatal se não tratado 
devidamente. Leva ao choque vascular/anafilático. 
 
 Indivíduo sensibilizado que já teve o contato prévio tem contato seja em ambiente hospitalar ou na comunidade 
 
 Testes de Alergias: 
 
Os testes de hipersensibilidade imediata incluem testes de pele, medida de anticorpos IGE totais e IGE específicos 
medidos por uma modificação do ensaio imune enzimático, onde níveis elevados de IGE são indicativos de uma condição 
atópica, mas pode ser apresentada em não atópicas 
 
 São usadas quantidades bem pequenas para fazer o teste e mesmo assim pode ser desencadeado resposta 
alérgica 
 
Inicia como algo localizado seja por urticária, eritema, até partir para uma contração broquelar e angústia respiratória 
para na terceira fase ter o vômito, cólica, diarreia e obstrução da laringe que impede de respirar, isso tudo em menos de 
30min por isso deve ir ao hospital o mais rápido possível já que o fim dos estágios é o choque anafilático e a morte. 
 
 Tipo 2 ou mediadas por anticorpos 
 
 São comumente chamadas de hipersensibilidade citotóxica, podendo afetar uma variedade de órgãos e tecidos. 
Normalmente são por agentes endógenos, como por exemplos as drogas onde com digestão do antígeno pelas hemácias 
ficam na superfície das células, porém agentes químicos exógenos podem se ligar a membrana celular gerando esse 
tipo de sensibilidade. 
 O anticorpo se liga ao antígeno que pode estar na superfície da célula, MEC ou na membrana basal, os 
anticorpos que atuam nesse processo são o IGG e IGM, tem participação de células K e fagócitos também. 
 Não tem anticorpo IGE como a hipersensibilidade do tipo 1 
 
Como ocorre: 
 
Mecanismo 1 
 Envolve a fagocitose e oxitonizarão, onde por exemplo o indivíduo recebeu uma amostra de sangue incompatível, 
e o organismo ver isso como algo estranho e então ativa o sistema complemento, que leva a formação deC3b, e já tem 
o IGG e o IGM pré-formado que até então estava circulando se liga a hemácia para facilitar a fagocitose. Esse IGG e o 
IGM pode ainda ativar o S. complemento com produção de C3b e C4b e esses faram a mesma ação para a fagocitose. 
 Caso a hemácia não seja fagocitada a via clássica continuara formando o complexo de ataque a membrana que 
irá gera poros na superfície da membrana, e assim irão entrar líquidos e sair componentes importantes o que resulta na 
lise celular. 
 Antígeno na superfície da célula. 
 
 Exemplos: Transfusão sanguínea, drogas e eritroblastose fetal (pesquisar) 
 
 
 
Mecanismo 2 
 Envolve a reação inflamatória, o alérgico vai estar na MEC ou na membrana basal, ocorre o sistema 
complemento, mas não se resolve só com fagocitose já que não está em uma célula, mas sim na estrutura. 
 Produz então os C5a C3a que chama neutrófilos o que mostra, mas ainda a inflamação desencadeada, e é assim 
que resolve o problema com destruição tecidual já que não pode fagocitar. 
 
 Exemplos: Glomerulonefrite (pesquisar mais) 
 
Mecanismo 3 
 O anticorpo se liga ao receptor da acetilcolina e o organismo cria anticorpos para esse receptor, e não tem 
como a acetilcolina se ligar ao seu receptor, e gera o prejuízo para a função motora da célula 
 Exemplos: Miastenia grave e doença de graves 
 
 Tipo 3 ou por imunocomplexo 
 
 O antígeno se liga ao anticorpo ainda na circulação e eles acabam se depositando na parede dos vasos, quando 
a pressão é elevada impulsiona o imunocomplexo para a parede, podendo ser localizada ou sistêmica, com antígenos 
endógenos e exógenos. 
 O tamanho e afinidade do anticorpo são importantes para determinar o tecido envolvido e a doença, e o 
diagnóstico envolve exame de biópsia do tecido 
 
 Sistêmica: Doença do soro agudo 
 
 Ao ser administrado grande quantidade de soro de cavalo para a difteria permanecia com uma grande quantidade 
de corpo estranho, e criava um grande de anticorpo de outro organismo assim o do cavalo e do homem se ligam formando 
o complexo 
O antígeno circulante, e o corpo cria anticorpo contra o antígeno estranho, esse anticorpo se liga ao antígeno 
ainda na circulação até que chega a se depositar na parede do vaso e com isso aumenta a pressão arterial, toda essa 
reação tem um intervalo de cerca de 10 dias, com mecanismo semelhante ao segundo mecanismo do tipo 2. Tem 
destruição da parede por deposição de complexo e ocorre necrose fibrinoide e vasculite 
 
 Exemplos: Lúpus, glomerulonefrite, artrite 
 
 
 
 
 Localizada: Reação de Arthus 
 Ocorre a deposição a nível de pele, com necrose fibrinoide e vasculite aguda. 
 Tipo 4 ou por células T 
 
 Envolve Th1, Th17 sendo do tipo tardio e relacionada a inflamação imune com participação de mastócitos 
e outras células dessa reação inflamatória, e CD8 é de citotoxidade mediada por células 
 É um tipo de hipersensibilidade tardia, e a lesão é caracterizada por calosidade e eritema. Ela está ligada a 
patogenia de muitas doenças autoimunes e infecciosas, além de granulomas por corpos estranhos e por contato e pode 
ser dividida em três tipos: 
Tipo Tempo de 
Duração 
Aparência Clínica Histologia Antígeno e Local 
Contato 48-72 horas Eczema Linfócitos seguidos 
por macrófagos, 
edema de epiderme 
Epiderme (agente 
químico orgânico, 
hera venenosa, 
metais pesados) 
Tuberculina 48-72 horas Calosidade local Linfócito, monócitos 
e macrófagos 
Intradérmica 
(tuberculina, 
leporina etc.) 
Granuloma 21-28 dias Endurecimento Macrófagos, células 
epitelióides e 
células gigantes, 
fibrose 
Antígenos 
persistente ou 
presença de corpos 
estranhos 
(tuberculose, lepra, 
etc.) 
. 
 Th0:Tardio 
 Começa com o mesmo esquema da reação alérgica do tipo 1, com a Th0 que se ativa com a presença do 
antígeno produzindo IL-2 para se multiplicar, quando produz IL-12 o Th0 se modifica em Th1 que produz outras 
citocinas, como o interferon gama que atua ativando o macrófago, célula da inflamação, pode ainda virar Th17 se 
for IL-1, 6 e 23 e TGF- beta que também produz citocinas para chamar neutrófilos e monócitos. 
 
 
 Exemplos: Teste de tuberculina 
 
 TCD8: Citotoxidade mediada por células 
Tem apoptose em Fas e FasL ou perforinas, granzimas e serglicina que perfuram a célula apresentadora de 
antígeno que ativa a apoptose 
 
 Doenças autoimunes 
 
 São doenças causadas pelo próprio organismo por meio de reações imunes, com um peso muito grande do processo 
inflamatório 
 Lúpus Eritematoso Sistémico 
Nessa doença a uma grande quantidade de anticorpos principalmente do tipo Fanz, é do tipo 3. Causado por uma 
combinação de fatores ambientais, genéticos e imunológicos que gera falha nos mecanismos de autotorerância 
 
 
Fotosensibilidade: Por conta da reação imunológica causada pelo sol 
 
 Comparação de Diferentes Tipos de Hipersensibilidade 
 
 
 
 
 
 
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