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VIABILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO NATURAL


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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
JULIANE RAMOS PINTO 
MATHEUS OLIVEIRA NUNES DA SILVA 
 
 
 
 
 
VIABILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO NATURAL PELO 
AGREGADO RECICLADO PROVENIENTE DO RCD NA PAVIMENTAÇÃO 
RÍGIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2016 
 
 
 
 
 
Juliane Ramos Pinto 
Matheus Oliveira Nunes da Silva 
 
VIABILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO NATURAL PELO 
AGREGADO RECICLADO PROVENIENTE DO RCD NA PAVIMENTAÇÃO 
RÍGIDA 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Estácio de Sá, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
Orientador: Prof.º D.Sc. Ely Emerson Santos da Costa 
Niterói 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P659v Pinto, Juliane Ramos 
 Viabilidade de substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado 
 proveniente do RCD na pavimentação rígida / Juliane Ramos Pinto, Matheus Oliveira 
 Nunes da Silva. – Niterói, 2016. 
 79 f. : il. color.; 30cm. 
 
 
 Orientador: Prof. DSc. Ely Emerson Santos da Costa. 
 Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade 
 Estácio de Sá, Curso de Engenharia Civil, 2016. 
 
 1. Concreto 2. Reciclagem 3. Pavimentação. 4. RCD. 
 I. Costa, Ely Emerson Santos da . II. Viabilidade de substituição do agregado graúdo 
 natural pelo agregado reciclado proveniente do RCD na pavimentação rígida. 
 
 CDD: 690 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaço destinado à Ficha Catalográfica Elaborada pela Biblioteca 
 
 
 
 
 
 
Autorizamos, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou 
parcial desta monografia, desde que citada a fonte. 
 
 
_________________________________________ _____________________ 
Assinatura Data 
 
 
 
_________________________________________ _____________________ 
Assinatura Data 
 
 
 
 
ERRATA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliane Ramos Pinto 
Matheus Oliveira Nunes da Silva 
 Viabilidade de substituição do agregado graúdo natural pelo agregado 
reciclado proveniente do rcd na pavimentação rígida 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Estácio de Sá, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
Aprovada em 13 de dezembro de 2016. 
Banca Examinadora: 
 
______________________________________________ 
Prof.º D.Sc. Ely Emerson Santos da Costa 
Faculdade de Engenharia – UNESA 
 
______________________________________________ 
Prof.º MSc. André Luiz Ribeiro Valladão 
Faculdade de Engenharia – UNESA 
 
______________________________________________ 
Prof.ª MSc. Paula Fernanda S.de C. R. Gitahy 
Faculdade de Engenharia – UNESA 
Niterói, 2016 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico primeiramente a Deus, por sempre me dar forçar 
para continuar e não me deixar abater nos momentos difíceis, a minha mãe, ao 
meu pai, a minha irmã, ao meu irmão e meu namorado. 
 
Juliane Ramos Pinto 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, depois a minha 
família e a minha namorada pelo apoio do inicio ao fim desse longo percurso 
durante 5 anos de muita dedicação, para que pudesse concluir essa etapa de 
grande importância, 
para a sequência da minha caminhada profissional. 
 
Matheus Oliveira Nunes da Silva. 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a toda a minha família e meu namorado por me apoiarem 
durante essa longa jornada, por sonharem o meu sonho e sempre me 
incentivarem a conquista-lo. 
Agradeço ao meu amigo, Matheus, por todo a amizade nesses anos que 
passamos na faculdade. 
Agradeço a minha equipe de trabalho e a minha república por todos os 
incentivos e apoio e por terem de ser tornado minha família em Niterói. 
Agradeço a Universidade Estácio de Sá, pela oportunidade de me 
transformar em Engenheira e poder realizar o meu sonho. 
Agradeço a todos os laboratórios, que gentilmente nos ajudaram a realizar 
todos os testes. 
Agradeço a todos que me cercam, que de alguma forma contribuíram para 
que eu chegasse até aqui e completasse um ciclo da minha vida. 
 
Juliane Ramos Pinto 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a minha família e a minha namorada pela confiança depositada 
em mim durante todos os períodos do curso de engenharia civil, além de 
incentivos nas horas difíceis para poder me estimular a vencer os desafios. 
Agradeço aos meus amigos da republica Marilar, por se tornaram a minha 
família em Niterói quando sai de casa pela primeira vez, para poder me dedicar 
100% ao curso e ao meu objetivo de me tornar engenheiro civil. 
Agradeço a Universidade Estácio de Sá por me proporcionar nova 
amizades durante o curso, que serão levadas para a vida, além de conhecimentos 
e experiências proporcionadas pelos professores que participaram de todo o 
árduo caminho, para que eu pudesse me tornar um engenheiro civil com orgulho. 
Agradeço a minha amiga Juliane pela amizade feita desde o inicio do curso 
ainda no Campus de Cabo Frio, por me aturar, incentivar, ajudar durante esses 5 
anos, além de me proporcionar o prazer de fazer o trabalho de conclusão de curto 
na sua companhia. 
 
Matheus Oliveira Nunes da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar 
a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no 
mínimo fará coisas admiráveis. ” 
José de Alencar 
https://pensador.uol.com.br/autor/jose_de_alencar/
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
O presente trabalho visa estudar a empregabilidade de agregados, 
provenientes da reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) no 
revestimento da pavimentação. 
A quantidade de RCD que é gerado, hoje em dia, é depositado de forma 
irregular em lugares inadequados e gera grandes transtornos a sociedade e 
custos altos aos serviços públicos. Um dos motivos do descarte irregular se dá 
em razão dos aterros sanitários que ficam mais próximos das grandes 
metrópoles, onde estão localizadas as grandes obras, estarem com o seu limite 
de recebimento de resíduos já esgotados, deste modo, restando apenas os 
aterros sanitários mais afastados, ocasionando o descarte irregular durante o 
transporte. 
Uma das soluções possíveis para a diminuição de resíduos nos aterros 
sanitários é a reciclagem do RCD, já que o agregado reciclado tem grande 
potencial e pode ser empregado em diversas áreas, como: pavimentação, blocos, 
entre outros. 
Deste modo, foi estudada a empregabilidade dos agregados reciclados na 
Pavimentação Rígida de Concreto Simples. 
 
Palavras-chave: Concreto, Reciclagem, Pavimentação, RCD. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
 
 
The present work aims to study the employability of aggregates from the 
recycling of construction and demolition wastes (RCD) in the paving. 
The amount of RCD that is generated today and it is irregularly deposed in 
inappropriate places generating great disruptions to society and high costs to 
public services. One ofthe reasons for the irregular disposal is due to the fact that 
the landfills that are closest to the large metropolises, where the building works are 
located, have already reached its limit, thus leaving only the most remote landfills. 
Causing irregular disposal during transportation. 
One of the possible solutions for the reduction of residues in landfills is the 
recycling of RCD, since the recycled aggregate has great potential and can be 
used in several areas, such as: paving and blocks, among others. 
In conclusion, the employability of the recycled aggregates in the Rigid 
Simple Concrete Paving was studied. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 Cadeia da Construção Civil Pág. 31 
Figura 2 Modelo de britador de impacto Pág. 42 
Figura 3 Modelo de britado de mandíbula Pág. 43 
Figura 4 Ilustração do funcionamento do moinho de martelo. Pág. 44 
Figura 5 Um tipo de peneira vibratória Pág. 45 
Figura 6 
Seção transversal de pavimento flexível com 
detalhamento de camadas 
Pág. 48 
Figura 7 Método de distribuição de cargas do pavimento flexível Pág. 50 
Figura 8 Pavimento de Concreto Simples Pág. 52 
Figura 9 Pavimento Estruturalmente Armado Pág. 53 
Figura 10 Distribuição de cargas na pavimentação rígida Pág. 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1 Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos Pág. 24 
Gráfico 2 
Panorama de concentração de usinas nos estados 
brasileiros 
Pág. 35 
Gráfico 3 Percentual de usinas público e privadas Pág. 36 
Gráfico 4 Percentual de usinas móveis e fixas em 2015 Pág. 37 
Gráfico 5 
Detalhamento em porcentagem, os principais 
consumidores de agregados reciclados no Brasil 
Pág. 38 
Gráfico 6 Curva Granulométrica Amostra 1 Pág. 71 
Gráfico 7 Curva Granulométrica Amostra 2 Pág. 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE IMAGENS 
 
Imagem 1 Descarte ilegal de entulho em São Carlos, SP Pág. 32 
Imagem 2 Tipo de pavimentação rígida Whitetopping Pág. 53 
Imagem 3 
Lançamento do concreto rolado no Rodoanel Mário 
Covas. 
Pág. 54 
Imagem 4 Pavimentação com peças em concreto pré-moldado Pág. 55 
Imagem 5 Amostra de RCD Pág. 59 
Imagem 6 
Amostra pesada antes de passar pela peneira de 2,0 
mm 
Pág. 61 
Imagem 7 Peneiras montadas na ordem determinada Pág. 62 
Imagem 8 Mistura do traço do Concreto Pág. 64 
Imagem 9 Adensamento da última camada com auxilio da haste Pág. 65 
Imagem 10 Corpos de provas identificados Pág. 65 
Imagem 11 Rompimento de corpo de prova Pág. 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 Dados do gráfico 1 Pág. 24 
Quadro 2 Perda por tipo de materiais Pág. 30 
Quadro 3 Dados do gráfico 2 Pág. 34 
Quadro 4 Dados do gráfico 3 Pág. 36 
Quadro 5 Dados do gráfico 4 Pág. 37 
 Quadro 6 Dados do gráfico 5 Pág. 38 
Quadro 7 Requisito de composição granulométrica Pág. 60 
Quadro 8 Determinação do peso de amostra seca ao ar Pág. 63 
Quadro 9 
Traço do Concreto Reciclado para resistência de 30 
Mpa 
Pág. 64 
Quadro 10 Resultados Ensaio de granulometria da amostra 1 Pág. 68 
Quadro 11 Resultados Ensaio de granulometria da amostra 2 Pág. 69 
Quadro 12 Dados do gráfico 6 Pág. 70 
Quadro 13 Dados do gráfico 7 Pág. 70 
Quadro 14 Resultados Ensaio de Compressão do Concreto Pág. 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRECON 
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da 
Construção Civil e Demolição 
ACR Agregado de resíduo de concreto 
ARM Agregado de resíduos misto 
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte 
NBR Norma Brasileira Regulamentadora 
PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
Cu Coeficiente de Uniformidade 
D10 Diâmetro da peneira correspondente a 10% do material passante 
D60 Diâmetro da peneira correspondente a 60% do material passante 
Fck Resistência característica do concreto à compressão 
FctM,K Resistência característica a tração na flexão 
g Grama 
Kg Quilograma 
Mpa Megapascal 
mm Milímetro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 22 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................... 22 
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA ................................................................................. 24 
1.3 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 25 
1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................ 26 
1.5 HIPÓTESE ...................................................................................................... 26 
1.6 MEIOS DE PESQUISA .................................................................................... 27 
1.6.1 TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................................. 28 
1.6.2 MÉTODOS DE ABORDAGEM ............................................................................ 28 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 30 
2.1 GERAÇÃO DO RCD .......................................................................................... 30 
2.2 CONSEQUÊNCIA DO NÃO TRATAMENTO DO RCD ........................................... 31 
2.3 TRATAMENTO DO RCD .................................................................................... 33 
2.4 RECICLAGEM ................................................................................................... 34 
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIAÇÃO ............. 39 
2.6 MÉTODOS DE BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E 
DEMOLIÇÃO ............................................................................................................... 40 
2.6.1 FRAGMENTAÇÃO .......................................................................................... 41 
2.6.2 PENEIRAMENTO ............................................................................................ 45 
2.6.3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................ 46 
 
 
 
 
 
3 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 47 
3.1 PAVIMENTAÇÃO FLEXÍVEL .......................................................................... 48 
3.2 PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA ............................................................................... 51 
3.3 UTILIZAÇÃO DO CONCRETO RECICLADO NA PAVIMENTAÇÃO .............. 56 
3.4 PAVIMENTAÇÃO DE CONCRETO SIMPLES ...................................................... 58 
4 PROCEDIMENTOS .......................................................................................... 59 
4.1 COLETA DE AMOSTRA ..................................................................................... 59 
4.2 GRANULOMETRIA ............................................................................................ 59 
4.2.1 ENSAIO DE COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO RCD.......................... 60 
4.3 RESISTENCIA À COMPRESSÃO ................................................................... 63 
4.3.1 ENSAIO DE COMPRESSÃO .......................................................................... 64 
5 RESULTADOS .................................................................................................. 67 
5.1 RESULTADO ENSAIO DE COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA RCD ......... 67 
5.1 RESULTADO ENSAIO DE COMPRESSÃO................................................... 73 
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 747 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 76 
 
 
 
 
22 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
A construção civil é uma das atividades mais antigas da história da 
humanidade, sendo ela uma das responsáveis pelo desenvolvimento social e 
econômico da civilização. Porém, até hoje grande parte dos empreendimentos 
são construídos utilizando técnicas ultrapassadas no mercado, que não visam o 
aproveitamento total do material empregado. Deste modo, há muito desperdício e, 
é gerada uma grande quantidade de entulho. Além de demandar uma alta 
quantidade de matéria prima de fontes não renováveis para ser realizada. Tudo 
isso, atrelado ao desenvolvimento constante do ramo da construção civil, acabou 
resultando em altos índices de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), de 
forma que os órgãos responsáveis pelo descarte legal não conseguem controla-
lo, segundo Pinto (1999) e John (2000), o RCD representa cerca de 50% dos 
resíduos sólidos urbanos. Essa situação de descontrole e descaso com a forma 
correta do descarte do RCD fez com que em 2002 fossem implantadas no Brasil 
políticas sobre o descarte e reaproveitamento do RCD. 
 
Em 05 de Julho de 2002 entrou em vigor a Resolução nº 307 do 
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a qual 
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos 
resíduos da construção civil, visando proporcionar benefícios de 
ordem social, econômica e ambiental. (LINTZ et al., 2012). 
 
De acordo com John (2011), a Construção Civil consome entre 20 a 50% 
dos recursos naturais do planeta. Buscando formas de amenizar os impactos 
ambientais resultantes dos descartes ilegais e do alto consumo dos recursos 
naturais, inúmeras pesquisas se iniciaram com o objetivo de comprovar que o 
RCD pode ser aproveitado como matéria prima. 
A reciclagem com RCD em agregados graúdos e miúdos surgiu como 
resultados desses estudos, com o objetivo de reduzir esse impacto, além de 
aumentar o número de materiais disponíveis no mercado da construção civil e 
23 
 
 
 
também de diminuir a exploração dos recursos naturais. Os agregados reciclados 
são encontrados no mercado com o preço inferior ao agregado natural em locais 
onde a demanda de material é elevada, com o intuído de incentivar que os 
consumidores os adquiram. 
Hoje, há empregabilidade desse material em diversas áreas, como em 
blocos de alvenaria de concreto, concreto sem função estrutural, pavimentações, 
entre outros, devido as suas características facilitarem esse tipo de 
reaproveitamento. 
 
Os resíduos da construção e demolição por serem materiais 
nobres do ponto de vista da engenharia, apresentam por meio de 
ensaios laboratoriais resistência e baixa expansão, tais 
características mostram o seu grande potencial de reciclagem 
como agregado para pavimentação (LEITE, 2007 apud TEIXEIRA 
et al 2014). 
 
No Brasil, a empregabilidade de concreto com agregados reciclados, ainda, 
é muito baixa, mesmo com a publicação de todas as normas e legislações. 
Porém, em alguns estados como São Paulo, Belo Horizonte, Goiás, entre outros, 
estão aderindo a essa iniciativa. Em um país com cerca de 5560 municípios 
(IBGE, 2001), segundo Moreira et al (2007) apud Grubba (2009), em 2007 só 
existiam 16 unidades de usinas de reciclagem. 
Hoje, uma das maiores utilizações do concreto com agregado reciclado é 
na pavimentação, com exemplo tem-se a situação em Belo Horizonte: 
 
Em Belo Horizonte (MG), os agregados reciclados vêm sendo 
utilizados desde 1996, na execução de revestimentos primários, 
reforço de subleito, sub-base e base de pavimentos. De 1996 até 
2001 foram utilizadas 136.940 toneladas de material em 207 vias 
implantadas ou reconstruídas, em um total de 400 km de ruas 
aproximadamente (DIAS, 2004). 
 
 
24 
 
 
 
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA 
A geração de resíduos da construção civil é uma preocupação mundial. 
Vivemos em um cenário onde grade parte do RCD gerado na construção civil é 
descartado no meio ambiente de forma descontrolada e irregular, devido ao seu 
grande volume, falta de controle das autoridades responsáveis e falta de aterros 
licenciados. 
Como dito por Almadei (2011), o RCD tem sido um problema. Pois, estima-
se que este compõe de 41% a 70% de todo o resíduo urbano, como mostra no 
quadro 1 e no gráfico 1, em que é nítida tal predominância. No Brasil, a geração 
de RCD varia de 230 kg/ habitantes até 660 kg/habitantes. 
 
Quadro 1 - Dados gráfico 1 
 
Tipos de Resíduos Quantidade 
RCD 61% 
DOMICILIAR 28% 
OUTROS 11% 
Fonte: Adaptado de PINTO (2004, p. 1) 
 
 
Gráfico 1 - Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: PINTO (2004, p. 1) 
 
Hoje, os aterros sanitários onde é destinado o RCD estão com a sua 
capacidade quase esgotada, diante desde cenário os órgãos municipais 
25 
 
 
 
responsáveis começaram a buscar locais para abertura de novos aterros, porém 
os locais disponíveis estão cada vez mais longes dos centros urbanos, onde 
estão localizadas as grandes construções e que por sua vez são os maiores 
geradores de RCD. O aumento da distância está atrelado diretamente ao custo da 
disposição final. Sendo assim, quanto mais longe o empreendimento do aterro 
sanitário, mais caro é o custo da disposição final. O aumento do custo fez 
aumentar, significativamente, o descarte ilegal. 
O descarte ilegal desse material causa grandes danos não só ao meio 
ambiente, mas também a sociedade, como perda da qualidade de vida nos meios 
urbanos e altos custos as administrações públicas. 
 
A parcela que o entulho representa no total de Resíduos Sólidos 
Urbanos gerados diariamente nas áreas urbanas existentes em 
todo o planeta torna necessário o estabelecimento de um modelo 
de gerenciamento sustentável para esses resíduos. (ANDERE, et. 
al.). 
 
Por isso, vários estudos têm como objetivo encontrar soluções inovadoras 
de reciclagem do RCD de modo a amenizar os seus impactos. 
Através de um estudo mais criterioso e da conscientização de todo os 
responsáveis, é possível encontrar soluções para que os órgãos públicos e 
privados, em conjunto, apliquem de modo a exercer o descarte legal. 
 
 
1.3 OBJETIVO GERAL 
Este trabalho tem como objetivo comparar, através de análise de 
resultados laboratoriais, a resistência do concreto feito com agregado natural com 
a resistência do concreto feito com agregado reciclado para utilização conforme a 
NBR 15116/2004, que permite a utilização de concretos reciclados para 
pavimentações. Conforme a NBR 15116//2004 é permitido utilizar concretos 
reciclados desde que sua aplicação não tenha função estrutural, deste modo, 
pode-se obter resultados satisfatórios quando comparado aos valores da 
resistência característica a compressão (fck) quando comparado os dois 
26 
 
 
 
concretos, o tradicional ao reciclado, para aplicação em pavimentação conforme 
as exigências determinadas no manual de pavimentação rígida do DNIT. 
 
 
1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO 
 Mostrar que a quantidade de RCD gerada nos dias de hoje é disposta no 
meio ambiente de forma irregular. Item 2.1. 
 Mostrar que o RCD pode ser reutilizado, desde que seja reciclado de forma 
correta. Item 2.4. 
 Mostrar a utilização do RCD na Pavimentação. Item 3.3. 
 Realização da análise granulométrica do RCD utilizado para produção do 
concreto reciclado. Itens 4.2 e 4.2.1. 
 Realizar ensaios de Compressão, afim de obter os valores de resistência 
característica a compressão para o concreto reciclado. Itens 4.3 e 4.3.1. 
 Análise de resultados, para realização de comparação de possibilidade de 
substituição do concreto com agregado tradicional pelo concreto reciclado 
para revestimento de pavimentações rígidas. Itens 4.4, 4.4.1 e 4.4.2. 
 
 
1.5 HIPÓTESE 
A geração de RCD cresce cada vez mais em todo o mundo, devido àgrande quantidade de desperdício existente na construção civil. 
A partir da preocupação com a grande geração de resíduos e desperdício, 
vários estudos sobre o que se deve fazer sobre a destinação final do RCD estão 
sendo feitos em diferentes países, não somente no Brasil. 
O RCD causa um grande problema em relação ao seu destino final, por 
sua maior parte ser irregular pela falta de conscientização dos geradores e falta 
de fiscalização dos órgãos responsáveis. Hoje pesquisas apontam que a maior 
parte do RCD tem um enorme potencial para ser reaproveitado, se aplicadas em 
27 
 
 
 
projetos de reutilização e reciclagem, um volume considerável de matéria prima 
de qualidade seria gerado, principalmente para a construção civil. 
Pelo potencial existente no RCD do tipo A de acordo com a CONAMA n° 
307, além de já ser normatizada pela NBR 15.116/2004 (Agregados reciclados de 
resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de 
concreto sem função estrutural), a reutilização para esses fins listados nas NBR, 
pode ser meio para tentar minimizar o problema atual gerado pela disposição final 
irregular do RCD. 
 
O aproveitamento do agregado reciclado de RCD em 
pavimentação apresenta muitas vantagens, tais como: utilização 
de quantidade significativa de material reciclado, tanto na fração 
miúda quanto na graúda; simplicidade dos processos de execução 
do pavimento e de produção do agregado reciclado (separação e 
britagem primária), sem contar com a preservação das jazidas 
naturais e a redução nos custos das obras. Todos estes aspectos 
contribuem para a difusão desta forma de reciclagem e a 
possibilidade de uso dos diversos materiais componentes do 
resíduo (concretos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, 
pedras, etc.) (TEIXEIRA et al, 2014). 
 
Assim, a hipótese deste trabalho é comprovar que se adotado um projeto 
adequado de recolhimento de resíduos de obra (RCD) e implementando usinas 
de reciclagens, grande parte desse material teria possibilidade de ser reciclado 
gerando matéria prima de qualidade. E que conforme normas já existentes, 
comprovar a empregabilidade desses agregados reciclados em concreto para 
pavimentações rígidas. 
 
 
1.6 MEIOS DE PESQUISA 
O trabalho foi elaborado através de pesquisas bibliográficas baseadas em 
normas da DNIT e na NBR 15116/2004, com a intenção de realizar um estudo 
comparativo entre as resistências características do concreto tradicional 
preparado com agregados graúdos naturais e o concreto reciclado preparado com 
agregado graúdo oriundo da reciclagem da RCD classe A. 
28 
 
 
 
Todo o estudo foi realizado a partir de literaturas disponíveis sobre o 
assunto, para o auxílio da elaboração teórica do projeto, além dos ensaios 
laboratoriais feitos parte no laboratório do campus de Niterói da Faculdade 
Estácio de Sá e parte em parceria com o Laboratório de tecnologia de construção 
civil. 
 
1.6.1 Técnicas de pesquisa 
A pesquisa foi elabora a partir de normas, leis, pesquisas acadêmicas e de 
diretrizes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, de modo 
que fosse possível um estudo para obter a resistência característica a 
compressão (fck) do concreto com agregado reciclado, 
Para o comparativo proposto nesse estudo fosse concluído, foi necessário 
a obtenção do resíduo de construção e demolição, que foi cedido pela empresa Y, 
ao qual foram usados em testes laboratoriais. 
 
1.6.2 Método de abordagem 
Ao final deste estudo é desejado analisar se o concreto reciclado pode 
substituir o concreto tradicional, a partir de planilhas e tabelas comparativas com 
valores finais dos resultados dos ensaios laboratoriais de resistência a tração na 
flexão e compressão. 
Este trabalho é estruturado em cinco capítulos: 1 - Introdução, 2 - 
Fundamentação teórica, 3 – Desenvolvimento, 4 – Experimentos, 5 – Resultados 
e 6 - Conclusão. 
Na introdução, capítulo 1, são descritas informações necessárias para um 
entendimento inicial do tema abordado, bem como o objetivo do trabalho, a 
importância do tema, os métodos de pesquisas utilizados e possíveis resultados a 
serem obtidos neste trabalho. 
Na fundamentação teórica, capítulo 2, descreve o problema da geração de 
entulho nos dias atuais, as consequências pelo não tratamento do RCD e a 
importância do tratamento e as técnicas de reciclagens. 
29 
 
 
 
 O capítulo 3 é o desenvolvimento, nele é descrito os tipos de 
pavimentações e a utilização de concreto reciclado para revestimento de 
pavimentação rígida. 
No capítulo 4, experimentos, são relatados os experimentos de resistência 
à compressão, onde é comparado o concreto tradicional com o concreto reciclado 
(utiliza-se agregado reciclado graúdo no lugar do agregado graúdo natural). 
No capítulo 5, resultados, são apresentados os resultados de comparação 
entre as resistências do concreto tradicional com o concreto reciclado. 
 No capítulo 6, é descrita a conclusão do trabalho e levantada sugestões 
para pesquisas futuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 GERAÇÃO DO RCD 
Desde a Pré-História, o homem tem transformado matérias-primas (pedras, 
barro, peles, lã, trigo, etc.) em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um 
antigo método de transformação a que se denominou artesanato, na qual através 
de instrumentos transformava a matéria-prima até chegar ao produto final (Portal 
Brasil, 2013 apud BRASILEIRO, 2013). 
Hoje, como a urbanização acelerada e o crescimento das atividades no 
setor construtivo a demanda por matéria-prima aumentou e a geração de RCD 
alcançou números alarmantes. 
O setor de Construção Civil, apesar de sua importância dentro da 
economia no Brasil, sempre esteve muito ligado a questões relacionadas a perdas 
e desperdícios. É fato que o tema não vinha sendo prioridade para o setor até 
bem pouco tempo atrás. Assim sendo, a indústria da construção civil ficou 
defasada em relação a outros segmentos industriais quando se trata do assunto, 
e ainda apresenta números preocupantes em relação a perdas e desperdícios 
(SILVA, 2004). Em 1998, SOUZA et al (1998) apud ALMADEI (2011) quantificou a 
perda de material por tipos, como mostra o quadro 2. 
 
Quadro 2 - Perdas por tipo de materiais 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Souza et al (1998, p.8, apud Almadei, 2011, p. 187). 
 
Tanto os países desenvolvidos quanto alguns países em desenvolvimento, 
como é o caso do Brasil, estão sempre ampliando seu ambiente construído. Para 
31 
 
 
 
tanto, tendem a consumir uma elevada quantidade de material e, por 
consequência, gerar uma quantidade grande de resíduos. (ALMADEI, 2011). 
O RCD pode ser gerado em diversas etapas da obra, segundo John, et al. 
(2000, p. 6), o entulho por ser gerado não só na construção, mas também nas 
reformas e demolições, como mostra a figura 1. A construção gera entulho devido 
os seus serviços serem executados em paralelo, exigindo uma grande demanda 
de matérias em um canteiro de obras, e, deste modo gerando uma parcela 
significativa de entulho, a reforma devido a alguma mudança de projeto, seja para 
modernizar o local ou tratar alguma patologia e a demolição que pode ter por 
objetivo a construção de um empreendimento mais moderno. 
 
Figura 1- Cadeia da Construção Civil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: PUT apud SCHNEIDER (2003, p. 46, apud KARPINSKI et al ,2009, p. 21) 
 
 
2.2 CONSEQUÊNCIA DO NÃO TRATAMENTO DO RCD 
O grande problema que vem atrelado à alta quantidade de entulhos 
gerados é o descarte em locais inapropriados conforme mostrado na imagem 1. 
Hoje na maioria das cidades brasileiras, os aterros sanitários não atendem a 
32 
 
 
 
demanda de entulhos, sendo assim necessária a criação de novos aterros, que 
por sua vez ficam longes das grandes metrópoles onde estão as construções, 
acarretando em descartes ilegais em terrenosbaldios, córregos, rios e vias. 
 
Imagem 1 - Descarte ilegal de entulho em São Carlos, SP. 
Fonte: Jornal Online O Globo, 23/10/2014. 
 
O ônus desta irracionalidade é distribuído por toda a sociedade, não só 
pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de 
remoção e tratamento do entulho. Na maioria das vezes, esse resíduo é retirado 
da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens 
de rios e de ruas das periferias, gerando uma série de problemas ambientais e 
sociais, como a contaminação do solo por gesso, tintas e solvente; a proliferação 
de insetos e outros vetores contribuindo para o agravamento de problemas de 
saúde pública (MENDES, 2004). 
 
Ao analisar dados relacionados especificamente com a gestão dos 
RCD, Nunes et al (2004, p. 2) verificou que a grande maioria dos 
municípios brasileiros, 4.960 de 5.507, manejavam os resíduos da 
construção civil de forma incorreta levando a causar sérios 
problemas ambientais e de saúde pública. 
33 
 
 
 
A cadeia produtiva da construção civil é responsável por uma quantidade 
considerável de resíduos de construção e demolição (RCD) depositados em 
encostas de rios, vias e logradouros públicos, criando locais de deposições 
irregulares nos municípios. Esses resíduos comprometem a paisagem urbana, 
invadem pistas, dificulta o tráfego de pedestres e de veículos, como também a 
drenagem urbana; além de propiciar a atração de resíduos não inertes, com 
multiplicação de vetores de doenças e degradação de áreas urbanas, o que afeta 
a qualidade de vida da sociedade como um todo. 
 
 
2.3 TRATAMENTO DO RCD 
Até 2002, o Brasil não tinha normas relacionadas ao RCD, em 05 de julho 
de 2002 entrou em vigor a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio 
Ambiente (CONAMA), a qual estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para 
a gestão dos resíduos da construção civil, visando proporcionar benefícios de 
ordem social, econômica e ambiental (Lintz et al., 2012). Logo em seguida, em 2 
de agosto de 2010, o Brasil aprovou a Política Nacional dos Resíduos Sólidos 
(PNRS), Lei de nº 12.305, que define a forma como a população brasileira deve 
dispor os seus resíduos sólidos e incentivar a reciclagem. 
A Lei de nº 12.305 estabelece que todos os envolvidos são responsáveis 
pelo descarte apropriado, desde a fabricação, distribuição e venda, a lei também 
proíbe os Lixões, onde os resíduos são descartados sem separação e tratamento. 
Com a criação destas normas a Reciclagem foi inserida no cenário da 
construção civil, de modo a aprendermos reutilizar todo material que antes era 
desposta de maneira inadequada. 
Geralmente, a maioria dos resíduos gerados nos canteiros de obras e de 
demolição é composta por restos de argamassas, tijolos, concretos, cerâmicas, 
gesso, madeira, metais e etc. que são descartados em aterros sanitários, devido à 
ausência de mercados para suas formas recicladas (Duran, Lenihan e O’Regan, 
2006 apud BRASILEIRO, 2013). 
 
34 
 
 
 
2.4 RECICLAGEM 
No Brasil segundo Miranda et al. (2009), a taxa de crescimento de 
instalação de usinas de reciclagem de agregados classe A era pequena, só 
existiam 16 usinas até 2002. Após implementação da resolução CONAMA 307 em 
julho de 2002, ouve um crescimento importante em relação a esse número. 
Segundo levantamentos de Miranda et al. (2009), a quantidade usinas foi 
atualizado para 47 usinas de reciclagens, sendo identificadas em 23 privadas e 24 
públicas. 
De acordo com os números apresentados na pesquisa setorial da 
ABRECON 2014/2015, foi possível determinar um panorama de concentração e 
distribuição das usinas nos estados brasileiros. 
O quadro 3 e o gráfico 2, demostram o panorama de concentração de 
usinas nos estados brasileiros: 
 
Quadro 3 - Dados do gráfico 2 
 
ESTADOS TOTAL DE USINAS ESTADOS TOTAL DE USINAS 
SP 54% RN 3% 
PR 7% CE 2% 
RJ 7% GO 2% 
RS 7% BA 1% 
PB 4% DF 1% 
PE 4% ES 1% 
MG 3% MT 1% 
SC 3% 
Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 
 
35 
 
 
 
Gráfico 2 - Panorama de concentração de usinas nos estados 
brasileiros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ABRECON (2015). 
 
O crescimento desse setor está cada vez maior no Brasil, principalmente 
na região sudeste, como pode ser visto no gráfico a cima, onde esta região tem a 
maior porcentagem de usinas instaladas. Essa região tem essa elevada 
porcentagem de usinas não somente pelo elevado número de empreendimentos 
da construção civil que geram um elevado volume de RCD, mas também por 
fatores relacionados aos altos valores de agregados naturais e distancia de 
pedreiras, que elevam muito o preço de transporte até os locais das obras, 
tornando a reutilização de agregados reciclados uma opção mais viável. 
Como visto anteriormente, segundo Miranda et al. (2009), a maior parte 
das usinas eram públicas. Esse quadro mudou após a instauração da resolução 
307 do CONAMA, onde em 2008 quase 50% já eram privadas. 
Segundo a pesquisa setorial ABRECON (2014/2015), a tendência é 
continuar a predominância de usinas privadas sobre públicas, conforme visto no 
quadro 4 e no gráfico 3. 
 
36 
 
 
 
Com base nas 105 usinas que responderam a pesquisa, pode-se 
afirmar que 83% das usinas pertencem à iniciativa privada, 10% à 
gestão pública, 7% são usinas públicas privadas. ABRECON 
(2015). 
 
Quadro 4 - Dados do gráfico 3 
 
TIPOS DE USINAS TOTAL 
Pública 10% 
Privada 83% 
Público-Privada 7% 
Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 
 
Gráfico 3 - Percentual de usinas públicas e privadas 
 
Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 
 
A inversão de perfil de usinas públicas e privadas, se deu, devido a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos e a resolução CONAMA 307, onde serviram de 
incentivo para um maior investimento do setor privado, aumentando o número de 
usinas privadas no mercado. 
De acordo com a pesquisa realizada pela ABRECON, dentre os tipos de 
usinas existentes no Brasil, o modelo fixo é o predominante, porém o modelo de 
usina móvel tende a crescer. O tipo móvel tem ganhado espaço principalmente 
econômico, duas das suas principais características é a sua flexibilidade de ser 
remanejada para qualquer lugar, necessitando de baixa quantidade de mão de 
37 
 
 
 
obra, se for utilizada no canteiro de obra, essa informação sobre o percentual dos 
tipos de usinas existentes no Brasil, pode ser visto no quadro 5 e no gráfico 5. 
Em 2013, 79% das usinas pesquisas eram fixas e não existiam usinas 
móveis e fixas ao mesmo tempo. Assim, os resultados de 2015 indicam que 
houve mais um crescimento de usinas móveis no país nos últimos 2 anos, 
(ABRECON, 2015). 
 
Quadro 5 - Dados do gráfico 4 
TIPOS DE USINAS TOTAL 
Fixa 74% 
Móvel 21% 
Fixa e Móvel 5% 
Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 
 
Gráfico 4 - Percentual de usinas móveis e fixas em 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ABRECON (2015). 
Mesmo com o aumento do número de usinas sendo instaladas no Brasil, 
ainda se tem grande dificuldade para a venda e distribuição de RCD, devido a 
diversos fatores como falta de conhecimento do mercado sobre como reutilizar o 
agregado reciclado, carga tributária bem elevada entre outros. 
Porém, de acordo com a NBR 15116/2004, é possível usar esse 
agregado com a finalidade em pavimentação. Poderemos ver no quadro 6 e no 
38 
 
 
 
gráfico 5 a seguir, esse tipo de utilização está entre os principais consumidores de 
RCD de acordo com a ABRECON. 
 
Quadro 6 - Dados do gráfico 5 
TIPOS DE CONSUMIDORES DE 
RCD 
TOTAL 
Construtoras 28% 
Órgãos públicos 24% 
Pessoa física 20% 
Pavimentadoras 14% 
Outros 14% 
Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 
 
Gráfico 5 - Detalhamento em porcentagem, os principais 
consumidores de agregados reciclado no Brasil 
 Fonte: ABRECON (2015). 
 
39 
 
 
 
2.5 CLASSIFICAÇÕES DO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃOA geração de resíduos proveniente da construção civil é caracterizada 
por um volume bem alto de diversos tipos de materiais existentes em uma obra. 
Esses resíduos podem ser transformados em forma de agregados através de três 
operações, sendo fragmentação, peneiramento e classificação. 
 A classificação dos agregados é geralmente feita através da predominância 
em sua constituição, tendo quatro grupos divididos em classes, descritas na NBR 
15116/2004 seguindo as determinações da resolução CONAMA 307. 
 As quatro classes são divididas da seguinte maneira: 
 
 Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, 
tais como: 
o De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de 
outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de 
terraplanagem. 
o De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: 
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de 
revestimento etc.), argamassa e concreto 
o De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas 
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos 
canteiros de obras. 
 Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como 
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de 
tintas imobiliárias e gesso 
 Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem ou recuperação 
 Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, 
tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou 
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de 
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e 
40 
 
 
 
demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos 
nocivos à saúde. 
 
De acordo com a NBR 15114/2004, é definido que os agregados são 
materiais com características granulares resultantes de beneficiamento de 
resíduos de construção civil classe A, que podem ser reutilizados em alguns tipos 
de obras de engenharia. 
Para o estudo em questão, somente os agregados da classe A que são 
classificados em misto e de concreto serão usados. Conforme descrito na NBR 
15116/2004, o agregado de resido de concreto (ARC), tem por característica ter 
ao menos 90% de rochas e cimento Portland compondo a massa de sua fração 
graúda. Já o Agregado de resíduos misto (ARM), tem por característica ter menos 
que 90% de rochas e cimento Portland compondo a massa de sua fração graúda. 
 
 
2.6 MÉTODOS DE BENEFICIAMENTOS DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E 
DEMOLIÇÃO 
Conforme o Art. 2°, definição VIII da resolução CONAMA 307, o 
beneficiamento do RCD, se dá pelos processos de reciclagem com objetivos de 
transformar os resíduos de construção e demolição, em agregados com 
condições de serem usados como matéria-prima ou produto, na construção civil. 
Esse ato de beneficiamento em usinas de reciclagem de RCD tem 
processos de transformação dos resíduos em agregados semelhantes aos 
métodos utilizados para a obtenção de agregados naturais, de tal maneira que os 
equipamentos utilizados nos processos para a obtenção destes podem ser 
usados de forma totalmente parecida ou se necessário, serem adaptados para o 
fim necessário da usina em questão. 
O funcionamento das usinas, é relacionado as etapas de fragmentação, 
peneiramento e classificação, ao qual podemos citar como maquinário especifico 
para fragmentação o britador de impacto, para peneiramento a peneira vibratória 
e classificação é feita de forma manual. 
 
41 
 
 
 
2.6.1 Fragmentação 
 
A etapa de fragmentação tem por finalidade promover a quebra do RCD, 
para transformação do RCD em agregado graúdo ou miúdo. Esse processo de 
quebra reconhecido como britagem e moagem, pode ocorrer de diferentes 
maneiras, sendo por esmagamento, atrito, impacto, cisalhamento e também por 
combinações desses processos. 
Para a obtenção de agregado graúdos, normalmente é usado o processo 
de britagem, já o processo de moagem é usado para a obtenção de agregados 
miúdos. 
Sendo assim, podemos citar alguns tipos de equipamentos normalmente 
encontrados em usinas de RCD: 
 
 Britado de impacto. 
 Britador de mandíbula. 
 Moinho de martelo. 
 
 Britador de impacto 
 
Neste equipamento o resíduo é britado em uma câmara de impacto, pelo 
choque com martelos maciços fixados a um rotor e pelo choque com placas de 
impacto fixas, LIMA (1999). Podendo ser usado no processo de britagem primária 
e secundária. 
Esse modelo apresenta algumas vantagens, o tornando um dos mais 
usados nas usinas de RCD. 
 
 Robustez, processando peças de concreto armado ou vigas de madeira 
(LIMA 1999). 
 Alta redução das dimensões das peças britadas, com geração de boa 
porcentagem de finos, muitas vezes dispensando a rebritagem do material 
(LIMA 1999). 
 Geração de grãos de forma cúbica, com boas características mecânicas, o 
que se explica pela ruptura por impacto, que faz com que as partículas se 
42 
 
 
 
partam nas linhas naturais de ruptura, gerando grãos mais íntegros 
(LIMA1999). 
 Baixa emissão de ruído (LIMA 1999). 
 
Em contrapartida segundo LIMA (1999), esse tipo de britado apresenta 
como desvantagem o fato que são necessárias trocas periódicas de placas de 
impacto e martelo, gerando um alto custo de manutenção. Para HANSEN (1992) 
apud LIMA (1999), dentre os modelos de britadores, o de impacto mostrado na 
figura 2, é o que melhor se adequa para a produção de agregados com as 
características necessárias para a pavimentação. 
 
Figura 2 - Modelo de britador de impacto. 
 
Fonte: Portal Metálica (2016). 
 
 Britador de mandíbula 
 
Muito utilizado para a reciclagem, o britador de mandíbula trabalha usando 
o esmagamento para obter o êxito de redução às partículas do RCD. São 
geralmente utilizados como britadores primários, pois não reduzem muito as 
dimensões dos grãos, gerando alta porcentagem de graúdos. LIMA, 1999. 
Ao contrário do britador de impacto, o britador de mandíbula tem ao seu 
favor o baixo custo de manutenção, além de ser ideal para o processo de 
43 
 
 
 
fragmentação de rochas em pedreiras. De acordo com HANSEN (1992) apud 
LIMA (1999) esse modelo tem como resultado final, agregados reciclados com 
melhor curva granulométrica, para serem usados em concreto, porém, quando 
esse agregado é resultado do processamento de resíduo de concreto estrutural. 
Por outro lado, o britador de mandíbula mostrado na figura 3, apresenta as 
seguintes desvantagens conforme dito por LIMA, 1999: 
 
 Geração de alta porcentagem de graúdos, não sendo usado como único 
equipamento de britagem ou em recicladoras em que o material não é 
rebritado. 
 Geração de grãos lamelares, com tendência à baixa qualidade, por 
apresentarem linhas de fratura muito pronunciadas, que podem gerar 
pontos fracos nas aplicações, como por exemplo em vigas e pilares. 
 Dificuldade de britagem de peças armadas e praticamente impossibilidade 
de britagem de peças de madeira de grandes dimensões, casos em que 
geralmente ocorrem quebras do eixo do britador. 
 Alta emissão de ruído. 
 
Figura 3 - Modelo de britado mandíbula. 
 
 
Fonte: Furlan (2016). 
 
44 
 
 
 
 Moinho de martelo 
 
Esse modelo de fragmentador, tem funcionamento demonstrado na figura 
4, que é parecido com método parecido com o britador de impacto, usando o 
impacto causado pelo martelo e de placas de impacto fixas, podendo assim, 
ocorrer a ruptura do resido, transformando-o em agregados, 
Podendo ser usado também em conjunto com o britador de impacto. 
Outra característica desse modelo, é que mesmo contém uma espécie de 
grelha aonde o material triturado é expelido, com a função de impedir quem o 
material que ainda se encontra em estado graúdo saia, permitindo somente a 
saída de agregados miúdos. 
Equipamento usadocomo britador secundário, pois apresenta boca de 
entrada de materiais relativamente pequena e produz alta porcentagem de 
miúdos. LIMA, 1999. 
 
Figura 4 - Ilustração do funcionamento do moinho de martelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fonte: Portal Metálica (2016). 
 
 
45 
 
 
 
2.6.2 Peneiramento 
 
Seguindo a ordem de beneficiamento o RCD, após a etapa de 
fragmentação ser concluída, se dá início ao processo de peneiramento, para que 
se possa ter a separação de agregados graúdos e miúdos. Esse processo é feito 
de duas maneiras, sendo seco e úmido. 
Em relação ao processo de peneiramento úmido, a água é usada para 
facilitar a separação dos finos que ficam grudados nas frações de grãos graúdos, 
na tela de peneiramento. 
O método seco, mais usado nas usinas brasileiras, se dá pelo uso da 
peneira vibratória mostrada na figura 5, onde é feita a separação das frações de 
agregados, devido a uma combinação de movimentos horizontais e verticais 
gerados por um motor vibratório. 
O processo de peneiramento tem como principal função, a separação e 
classificação dos agregados. 
 
Figura 5 - Peneira vibratória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CCM Comércio de máquinas e serviços Ltda (2016). 
 
 
46 
 
 
 
2.6.3 Classificação 
 
 A etapa de classificação nas usinas de reciclagem, se dá principalmente 
pelo processo de retirada de impurezas presentes nos agregados reciclados e 
não somente a classificação do agregado. 
Dentre os processos de classificação, um dos processos mais simples, se 
dá pela retirada manual de materiais como papéis, plástico, madeiras entre outros 
possíveis de serem retirados manualmente, além de utilização de eletroímã para 
a retirada de materiais ferrosos. Para o auxílio desse processo de classificação, 
também se pode usar peneiras planas para a retirada de materiais de partículas 
leves. 
Segundo LIMA (1999), também para partículas leves, é possível usar 
classificadores com jato de ar ou por processos úmidos, para a realização dessa 
etapa nas usinas de reciclagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
3 DESENVOLVIMENTO 
“Governar é construir estradas”. A afirmação de Washington Luís, 
Presidente do Brasil entre 1926-1930, procurava destacar a importância da 
infraestrutura de transportes para o desenvolvimento da economia: boas estradas 
reduzem o custo de transportes e, portanto, o preço final dos produtos, tornando-
os mais acessíveis ao consumidor e mais competitivos com os concorrentes. 
MENDES,2011. 
O crescimento de uma sociedade se dá por diversos fatores importantes, 
entre esses fatores, podemos citar a interligação de pessoas, produção, comércio 
entre cidades, países e continentes. Essa interligação pode ser realizada por 
meios de transporte de diferentes tipos, sendo aquáticos, terrestres e aéreos. 
O transporte terrestre ou rodoviário se caracteriza por ser o mais utilizado 
devido ao seu menor custo e maior facilidade de acesso. Porém, todos os 
sistemas de transporte necessitam de uma devida infraestrutura para que possam 
ser utilizados de maneira eficaz. 
De acordo com o livro SENÇO (1997), a infraestrutura se dá a partir de vias 
urbanas e estradas de boa qualidade para o uso de veículos. As vias e estradas 
usam uma tecnologia chamada de pavimento. 
Temos como definição de pavimento, de acordo com SENÇO (1997): 
Pavimento é a estrutura construída sobre terraplanagem e destinada, técnica e 
economicamente, a: 
a- Resistir aos esforções verticais oriundos do tráfego e distribuí-los; 
b- Melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança; 
c- Resistir aos esforços horizontais (desgaste), tornando mais durável a 
superfície de rolamento. 
Ainda segundo o SENÇO, podemos entende que o pavimento é uma 
estrutura formada por múltiplas camadas de espessuras finitas, formadas a partir 
do processo de terraplenagem, com o objetivo especifico de resistir aos esforços 
provocados pelo tráfego de veículos, além de proporcionar um sistema satisfatório 
de condições de rolamento, segurança, conforto e economia para o usuário. 
O pavimento rodoviário é classificado normalmente em dois principais 
tipos, sendo eles: 
48 
 
 
 
 Pavimento flexível 
 Pavimento Rígido 
 
 
3.1 PAVIMENTO FLEXÍVEL 
O sistema de pavimento flexível é o tipo mais utilizado no Brasil, sendo 
essa informação de fácil confirmação, pois a maior parte da malha viária do país é 
composta de pavimentação flexível. 
Esse tipo de pavimentação, facilmente associada aos pavimentos 
asfálticos, tem por ordem de detalhamento básico, que pode ser visto na figura 6, 
o revestimento apoiado em camadas de base, sub-base, reforço de subleito, 
regularização de subleito e subleito. 
 
Figura 6 - Seção transversal de pavimento flexível com detalhamento 
de camadas. 
 
 
Fonte: Adaptada de SENÇO 1997, p. 16. 
 
Desta forma, a principal função de uma estrutura de um pavimento, é 
resistir a esforços de compressão e de tração devido à flexão, desse modo 
submetendo as demais camadas após a camada de revestimento, principalmente 
ao esforço de compressão. 
As camadas existentes em uma estrutura de pavimentação, podem ser 
definidas das seguintes maneiras: 
 
49 
 
 
 
 Revestimento 
 
De acordo com SENÇO (1997), pode-se definir revestimento ou também 
chamada de capa de rolamento, a camada mais nobre do pavimento, ao qual 
recebe diretamente os esforços oriundos da ação do tráfego de veículos, tendo 
também como função, ser destinada a melhorar a superfície de rolamento 
quantos as necessárias condições de conforto e segurança, e também a resistir 
ao desgaste. 
 
 Base 
 
É a camada com função de resistir aos esforços verticais causados devido 
ao tráfego de veículos na camada de revestimento distribui-los as demais 
camadas. Devido a base ser imediatamente depois da camada de revestimento, 
faz com que a base responda mais diretamente aos carregamentos oriundos do 
tráfego de veículos. 
 
 Sub-base 
 
É a camada complementar à base, que além de ter a função de resistir e 
distribuir os esforços provenientes do tráfego nas camadas superiores, para as 
camadas inferiores, também tem atuação na drenagem do pavimento. 
 
 Reforço do subleito 
 
Este reforço é uma camada que visa atenuar as cargas aplicadas sobre um 
subleito frágil ao ponto em que este seja capaz de suportar tais cargas. 
Também pode ser considerado como camada complementar à base, haja 
vista que ambas possuem funções semelhantes SENÇO (1997). 
A utilização dessa camada da estrutura de pavimento é facultativa, devido 
às outras camadas superiores poderem cumprir a sua necessidade, porém, 
reforçar o subleito é uma alternativa mais viável economicamente, do que 
construir as demais camadas com espessuras maiores. 
50 
 
 
 
 Regularização do subleito 
 
A regularização do subleito, também denominada de preparo do subleito, 
consiste em uma camada de espessura irregular de aterro compactado com a 
finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e 
longitudinais de projeto para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos 
irregulares que apresentem alta resistência SENÇO (1997). 
 
 Subleito 
 
De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006), subleito tem 
como definição, ser o terreno de fundação aonde será apoiado todo o pavimento. 
De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006), o pavimento 
flexível se caracteriza por todas as camadas sofrerem deformações elásticas 
significativas devido ao carregamento aplicado, desse modo à carga é distribuída 
em frações equivalentes, entre todas as camadas do pavimento. 
Deste modo o pavimento flexível faz o uso de mais camadas, distribuindo a 
carga em uma menor área do subleito, como é mostrado na figura 7. 
 
Figura 7 - Método de distribuição de cargas do pavimento flexível.Fonte: Adaptado de Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 
51 
 
 
 
Como dito anteriormente, esse tipo de pavimento é o mais utilizado no 
país, por ser inicialmente mais viável economicamente, para vias com tráfego de 
pequeno porte. 
Podem ser citadas algumas vantagens e desvantagens do pavimento 
flexível. 
 
 Vantagens 
 
o Não ser necessário à construção de junta de dilatação. 
o Melhor sinalização devido às cores das sinalizações se destacarem 
na cor escura do pavimento flexível. 
o Preço unitário menor em relação ao preço do pavimento rígido 
 
 Desvantagens 
 
o Durabilidade menor em relação ao pavimento rígido 
o A superfície do pavimento flexível quando molhada, se torna muito 
escorregadio. 
o Por conta de sua coloração escura, dificulta a visibilidade no período 
noturno, principalmente em dias com chuva. 
o Degrada facilmente com chuvas frequentes e grandes variações de 
temperaturas 
 
 
3.2 PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA 
A pavimentação rígida é toda pavimentação cuja rigidez é muito elevada 
em relação às camadas inferiores, absorvendo assim todas as tensões que 
advém do carregamento nela aplacada, DNIT (2006). 
A pavimentação rígida por ser classificadas em diversos tipos de acordo 
com MEAN, A.; ANANIAS, R.; OLIVEIRA, V. (2011). 
 
 
52 
 
 
 
 Pavimentação de concreto simples 
 
Pavimento de concreto simples, mostrado na figura 8, é o pavimento de 
concreto Portland, em que as tensões solicitantes são combatidas somente pelo 
próprio concreto, não contendo nenhum tipo de armadura distribuída (não são 
consideradas armaduras eventuais sistemas de ligação de transferência de carga 
entre as placas formadas pelas juntas longitudinais e transversais). 
 
Figura 8 – Pavimento de Concreto Simples 
 
 
Fonte: Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 
 
 Pavimentação do tipo Whitetopping 
 
O Whitetopping é um pavimento de concreto sobreposto a um pavimento 
flexível já existente, conforme a imagem dois. Normalmente é usado para a 
recuperação de estradas que estejam em más condições. O pavimento flexível 
serve como sub-base para o concreto. Nesse tipo de pavimentação não são 
usadas armaduras distribuídas para suportar tensões solicitantes. As tensões são 
53 
 
 
 
suportadas pelo próprio concreto e no máximo são usadas armaduras para 
eventuais sistemas de transmissão entre placas. 
 
 
Imagem 2 - Pavimentação Rígida Whitetopping. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Portal Infraestrutura Urbana. 
 
 Pavimentação Estruturalmente Armada 
 
A pavimentação estruturalmente armada tem armadura, vista na figura 9, 
com a finalidade estrutural e tem a função de combater tensões de tração na 
flexão gerada na placa. Nesse tipo de pavimento normalmente a armação é 
colocada na parte inferior das placas, pois é nesta região a maior solicitação de 
esforços. 
 
Figura 9 – Pavimenta Estruturalmente Armado 
 
Fonte: Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 
54 
 
 
 
 Pavimentação em Concreto Rolado 
 
O concreto rolado ou compactado com rolo é indicado para locais onde há 
circulação de veículos em baixa velocidade, independentemente de seu peso. Por 
exemplo, em estacionamentos, pátios de manobras, rodovias vicinais. O uso 
desse concreto com baixa quantidade de água também é utilizado para a 
execução de sub-bases de pavimentos como no caso do Rodoanel Mário Covas, 
em São Paulo, como visto na imagem três. Segundo Carvalho, da ABCP 
(Associação Brasileira de Concreto Portland), a aplicação do concreto rolado evita 
deformações excessivas e uniformiza o suporte. 
 
Imagem 3 – Lançamento do concreto rolado no Rodoanel Mário 
Covas. 
 
Fonte: Portal Recuperação. 
 
 
 Pavimentação com peças em concreto pré-moldado 
 
As pavimentações constituídas por peças pré-moldadas, como visto na 
imagem quatro, são feitas em diversos formatos, junta postos com ou sem 
articulações e rejuntadas com asfalto. Essa pavimentação é adequada para 
estacionamentos, vias de acesso e desvio de trafego leve. 
55 
 
 
 
Imagem 4 - Pavimentação com peças em concreto pré-moldado 
 
 
Fonte: Autor (2016) 
 
A pavimentação rígida vem conquistando seu espaço dia a dia nas obras 
nacionais, já que tem uma durabilidade maior e exige menos manutenção 
comparada a pavimentação flexível. Enquanto os pavimentos flexíveis têm uma 
vida útil de aproximadamente 10 anos, os pavimentos rígidos são projetados para 
uma vida útil de 30 anos, deste modo tendo um custo benefício viável, pois a 
pavimentação rígida pode custar até três vezes mais que a pavimentação flexível. 
Umas das grandes diferenças entre os dois pavimentos é a forma de como 
as cargas são distribuídas no terreno. Na pavimentação flexível tendem a ir 
verticalmente, concentrando-se em um único ponto, já na pavimentação rígida, as 
placas de concreto funcionam como uma ponte sobre o subleito, como pode ser 
visto na figura 10, desta forma as cargas são distribuídas em uma área maior do 
solo. 
 
56 
 
 
 
Figura 10 - Distribuição de cargas na pavimentação rígida 
 
 
Fonte: Adaptado de Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 
 
 A partir dos estudos sobre os tipos Pavimentação, a Pavimentação 
Simples de Concreto foi selecionada a para aplicação do concreto reciclado como 
revestimento, serão realizados testes laboratoriais para verificar se o concreto 
alcançara o Fck solicitado de 30 Mpa, conforme a norma do DNIT 157/2001 – 
Pavimentos Rígidos. 
No capítulo a seguir serão apresentados os resultados obtidos nos testes, 
como o objetivo de uma análise mais simples, se o concreto reciclado é apto ou 
não para exercer tal função. 
 
 
3.3 UTILIZAÇÃO DO CONCRETO RECICLADO NA PAVIMENTAÇÃO 
Segundo PEREIRA et, al. (2015), o RCD foi empregado em diferentes tipos 
de utilizações como por exemplo, na base e sub-base da pavimentação rígida, 
camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação flexível. 
Ainda conforme PEREIRA et, al (2015), podemos citar alguns lugares do 
planeta que já utilizaram o RCD na pavimentação. 
 
57 
 
 
 
 Belo Horizonte 
 
Na cidade de Belo Horizonte, as Avenidas Raja Gabaglia e Mário 
Werneck, foi utilizado o RCD nas camadas de base e sub-base da 
pavimentação flexível. 
Tendo com resultado parecidos em relação as estruturas dimensionadas 
utilizando RCD e estruturas utilizando agregado natural. 
 
 Espanha 
 
O agregado graúdo foi substituído pelo RCD no concreto asfáltico na 
pavimentação flexível e tendo como vantagens a minimização de danos 
socioambientais causados pelos resíduos, além de vantagens econômicas 
para a obra. 
 
 Nova Jersey 
 
Teve como meio de utilização do RCD, substituição do agregado natural 
pelo RCD, na base e sub-base da pavimentação flexível. 
De acordo com MOTTA (2005), alguns países do mundo, tendo como 
exemplo a Itália, possuem especificações próprias para utilização de RCD na 
pavimentação, levando em conta a forma e a heterogeneidade dos grãos a 
serem utilizados. 
A partir dos meios de utilização do RCD na pavimentação, o presente 
estudo irá utilizar o tipo de pavimentação rígida de concreto simples, para 
estudar a possibilidade de substituição do agregado natural pelo agregado 
proveniente de RCD na camada de revestimento. 
 
 
58 
 
 
 
3.4 PAVIMENTAÇÃO DE CONCRETO SIMPLES 
Trata-se de pavimento no qual os esforços atuantes são resistidos 
apenas pelo concreto, sem a presença de armadura. Apresenta espessuras 
elevadas para correção da deficiência do concreto em relação à sua baixa 
resistência à tração. (PITTA, 1989 apud PETRONILHO, 2011). 
A pavimentação é feita por placas de concreto de pequenas dimensões, 
que se apoiam sobre a fundação ou subleito reforçado. Segundo a norma do 
DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos, a resistência a compressão das placas 
aos 28 dias tem que ser igual ou maior a 30 Mpa.59 
 
 
 
4 PROCEDIMENTOS 
Neste capítulo serão descritos os procedimentos executados para um 
estudo preliminar, sobre a possibilidade de substituição do agregado natural, pelo 
RCD na camada de revestimento de pavimento rígido de acordo com a NBR 
15.116/2004. 
 
 
4.1 COLETA DE AMOSTRA 
As amostrar, mostradas na imagem 5, foram coletas em restos de 
concretagem e de tratamentos estruturais, onde as estruturas tiveram partes 
escareadas devido a algum tipo de patologia ou para regularização da superfície 
estruturais. 
 
Imagem 5 - Amostra de RCD 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
 
 
4.2 GRANULOMETRIA 
Dentre os requisitos necessários para a utilização do RCD, para a 
utilização com o fim proposto, é necessário o estudo granulométrico para 
60 
 
 
 
determinar se o agregado reciclado cumpri a exigência contida na NBR 
15.116/2004. 
De acordo com a item 6.1 de requisitos gerais, é necessário que o RCD 
tenha sua composição granulométrica não uniforme e bem graduado com 
coeficiente de uniformidade Cu>10, como visto no quadro 7, além da NBR 
7181/1994, também indicada na mesma tabela. 
 
Quadro 7 - Requisito de composição granulométrica 
 
Propriedades 
Agregado reciclado classe A Normas ensaios 
Graúdo Miúdo Graúdo Miúdo 
Composição Granulométrica 
Não uniforme e bem graduado com 
coeficiente de uniformidade Cu > 10 
ANBT 7181 
Fonte: Adaptado da NBR 15.116/2004 
 
4.2.1 Ensaio de composição granulométrica RCD 
O ensaio de composição granulométrica de acordo com a NBR 7181/1984, 
foi realizado por etapas, e utilizou os seguintes itens. 
 
 Estufa 
 Balança 
 Bandeja 
 Conjunto de peneiras 
 Agitador 
 Pincel 
 
Na 1° etapa do ensaio, foi feita da pesagem de duas amostras em dois 
6recipientes iguais e com mesma quantidade de amostra, e conforme a imagem 6 
pode-se ver um dos recipientes sendo pesado, em seguida foi posto em pratica o 
procedimento informado no item 4.2.3 da NBR 7181/1984, ao qual o material foi 
61 
 
 
 
passado na peneira 2,0 mm para reter na mesma somente o material composto 
por grãos maiores que a abertura da malha da peneira. 
O material retido, foi lavado com o objetivo de eliminar o restante do 
material composto por grãos finos, ainda presentes nas amostras. Essas 
amostras foram postas para secagem na estufa. 
 
Imagem 6 - Amostra pesada antes de passar pela peneira de 2,0 mm 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
 
Na 2° etapa, foi montada a sequência de peneiras de acordo com o item 
4.5.2 da NBR 7187/1984, como mostrado na imagem 6, com as seguintes 
dimensões de malha: 
 
62 
 
 
 
 50 mm 
 38 mm 
 25 mm 
 19 mm 
 9,5 mm 
 4,8 mm 
 
As peneiras utilizadas no procedimento podem ser vistas na imagem 7. 
 
Imagem 7 - Peneiras montadas na ordem determinada 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
 
Na sequência, foi utilizado o agitador para que fosse possível que o 
material da amostra passasse pelas malhas peneiras. O material retido em cada 
uma das peneiras, foi pesado de acordo com o tipo de balança indicado para 
cada tamanha de amostra, conforme o item 4.2.1 da NBR 71/1984, ao quem pode 
ser visto no quadro 8. 
63 
 
 
 
Quadro 8 - Determinação do peso de amostra seca ao ar 
 
Dimensões dos grãos maiores contidos na 
amostra (mm) 
Balança a ser utilizada 
Capacidade nominal 
(Kg) 
Resolução 0,5 
(g) 
>25 10 1 
5 a 25 5 0,5 
<5 1,5 0,1 
Fonte: Adaptado da NBR 7181/1984. 
 
 A 3° etapa, foi feita a montagem da planilha com os resultados obtidos no 
ensaio descrito a cima, foi possível determinar a curva granulométrica da amostra 
utilizada no mesmo, além do coeficiente de uniformidade Cu. 
O meio de se calcular esse coeficiente se dá pela razão entre os diâmetros 
das peneiras correspondente a 60% e 10% das frações de material passante, 
tomados da curva granulométrica, determinando assim o D60 e D10. 
 Formula coeficiente de uniformidade. 
 
Cu=D60/D10 
 
O coeficiente de uniformidade tem por função determinar a uniformidade ou 
não da amostra, seguindo os seguintes parâmetros. 
 
 Cu < 5 – Denominado solo uniforme 
 5 < Cu < 15 – Denominado solo mediamente uniforme 
 Cu > 15 – Denominado Solo desuniforme 
 
 
4.3 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO 
Com o objetivo de verificar se o concreto reciclado tem capacidade de 
alcançar a resistência de compressão axial de 30Mpa aos 28 dias, como exigido 
pela norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos, foram realizados testes 
com o traço do concreto, conforme o quadro 9, onde a brita tradicional foi 
substituída integralmente pela brita reciclada. A partir deste concreto, foram 
64 
 
 
 
moldados 5 corpos de prova para o estudo da sua resistência a compressão 
axial. 
 
Quadro 9 - Traço do Concreto Reciclado para resistência de 30 Mpa 
 
TRAÇO EM MASSA 
Para 1 Kg de Cimento – CPII 
Areia (kg) Agregado Graúdo A/C 
2,36 2,54 0,53 
Fonte: Autor (2016). 
 
4.3.1 Ensaio de compressão 
1º Etapa – Dosagem: Para dosar a quantidade dos matérias utilizados no 
concreto foram utilizados balanças e baldes graduados, a modo de garantir a 
qualidade do traço. 
2º Etapa – Mistura: Os componentes foram misturados e houve a adição de 
água de modo a garantir a homogeneidade do concreto, como mostrado na 
imagem 8. 
 
Imagem 8 - Mistura do traço do Concreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
3º Etapa – Preenchimento dos corpos de prova cilíndricos (moldes de 
10x20cm) – Os moldes foram preenchidos em 3 camadas de concreto, sendo 
65 
 
 
 
cada uma delas adensadas com o auxilio de uma haste e sobre cada camada 
foram aplicados 25 golpes distribuídas uniformemente, como mostra a imagem 9. 
Para retirar eventuais bolhas, foi utilizado um martelo de cabeça emborrachada. 
 
Imagem 9 - Adensamento da última camada com auxílio da haste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
 
4º Etapa – Após o preenchimento e adensamento dos corpos de prova, 
regulariza-se a superfície com uma colher de pedreiro e identifica-se cada corpo 
de prova, como na imagem 10. 
 
Imagem 10 - Corpos de Provas identificados 
 
Fonte: Autor, 2016. 
5º Etapa – Após 7 (sete) dias e 28 (vinte e oito) dias da moldagem do corpo 
de prova, o mesmo são submetidos a testes de carga, a modo de verificar a sua 
66 
 
 
 
resistência a compressão axial e comprovar se o mesmo alcançou a resistência 
solicitada, como mostra a imagem 11 abaixo. 
 
Imagem 11 - Rompimento dos Corpos de Prova 
 
 
Fonte: Tecnocon Serviços Técnicos, ano não informado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
5 RESULTADOS 
Esta etapa do presente estudo, serão apresentados os resultados obtidos 
nos ensaios mencionados anteriormente e comparados ao valore de fck 
necessário especificado no manual de pavimentação rígida do DNIT (2004), além 
da especificação sobre a graduação do RCD dita no item 6.1 da NBR 
15116/2004. 
 
5.1 Resultado do ensaio de composição granulométrica RCD 
O primeiro passo do ensaio de granulometria, se deu pela pesagem de 
duas amostras iguais, com peso inicial de 5 Kg. Após esse procedimento, as duas 
amostras foram passadas pela peneira de 2,0 mm para reter na mesma somente 
o material composto por grãos maiores que a abertura da malha da peneira e, em 
seguida, o material retido das duas amostras foi lavado e posto para secagem. O 
resultado desse procedimento se deu com os seguintes valores: 
 
 Amostra 1 
 
Com peso inicial de 5Kg, após o procedimento relatado a cima, essa 
amostra passou a ter o peso de 4,958 Kg. 
 
 Amostra 2 
 
Com peso inicial de 5Kg, após o procedimento relatado a cima, essa 
amostra passou a ter o peso de 4,959 Kg. 
 
Na sequência do ensaio de composição granulométrica das amostras de 
RCD utilizadas nesse estudo, foram apresentados os seguintes resultados, 
presentes nos quadros 10 e 11, além da curva granulométrica das duas amostras, 
presentesnos quadros 12 e 13 e gráficos 6 e 7 a seguir. 
 
 
68 
 
 
 
Quadro 10 - Resultados Ensaio de granulometria da amostra 1 
Fonte: Autor (2016). 
 
Tendo em vista os resultados apresentados no quadro 10, a amostra 1 teve 
uma perda de 0,014 Kg em relação ao peso da mesma amostra após o 
procedimento de secagem, representando 0,28% de perda de amostra durante o 
procedimento o procedimento de passagem da amostra pelo conjunto de 
peneiras. 
O coeficiente de uniformidade da amostra foi calculado de acordo com a 
fórmula: 
 
Cu=D60/D10 
Cu=25/9,5=2,63 < 5 
 
AMOSTRA 1 
Peneiras 
(mm) 
Peso retido M1 
(Kg) 
R acumulado 
M1(Kg) 
Retido % 
M1 
% Retido Acumulado 
M1 
% que passa 
M1 
2" 50 0 0 0 0 100 
1 
'/2" 38 0 0 0 0 100 
1" 25 0,988 0,988 19,93 19,93 80,07 
3/4" 19 1,242 2,23 25,05 44,98 55,02 
3/8" 9,5 2,136 4,366 43,08 88,06 11,94 
4 4,8 0,29 4,656 5,85 93,91 6,09 
Fundo 0,288 4,944 5,81 99,72 0,28 
69 
 
 
 
Com o valor do coeficiente de uniformidade encontrado, foi possível 
determinar que a amostra 1 é classificada com uma amostra de solo uniforme. 
Sendo assim, não cumprindo a exigência feita no item 6.1 da NBR 15116/2004. 
 
Quando 11 - Resultados Ensaio de granulometria da amostra 2 
 
AMOSTRA 2 
Peneiras 
(mm) 
Peso retido 
M2(Kg) 
R acumulado 
M2(kg) 
Retido % 
M2 
% Retido Acumulado 
M2 
% que passa 
M2 
2" 50 0 0 0 0 100 
1 '/2" 38 0 0 0 0 100 
1" 25 1,014 1,014 20,44 20,44 75,56 
3/4" 19 1,228 2,392 24,76 45,2 54,8 
3/8" 9,5 2,122 4,514 42,79 87,99 12,01 
4 4,8 0,293 4,807 5,91 93,9 6,1 
Fundo 0,29 4,947 5,84 99,74 0,26 
Fonte: Autor (2016). 
 
Com o valor do coeficiente de uniformidade encontrado, foi possível 
determinar que a amostra 1 é classificada com uma amostra de solo uniforme. 
Sendo assim, não cumprindo a exigência feita no item 6.1 da NBR 15116/2004. 
 
70 
 
 
 
Quadro 12 - Dados do gráfico 6 
 
AMOSTRA 1 
Peneiras (mm) % que passa M1 
50 100 
38 100 
25 80,07 
19 55,02 
9,5 11,94 
4,8 6,09 
Fonte: Autor (2016). 
 
 
Quadro 13 - Dados do gráfico 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
AMOSTRA 2 
Peneiras (mm) % que passa M1 
50 100 
38 100 
25 75,56 
19 54,8 
9,5 12,01 
4,8 6,1 
71 
 
 
 
Gráfico 6 - Curva Granulométrica Amostra 1 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
72 
 
 
 
Gráfico 7 - Curva Granulométrica Amostra 2 
 
 
Fonte: Autor (2016). 
73 
 
 
 
Ao analisar o gráfico da curva granulométrica das duas amostras, foi 
possível determinar que as amostras são compostas por RCD de granulometria 
uniforme, conforme visto anteriormente, com os resultados dos coeficientes de 
uniformidade das amostras, não atendendo a exigência presente na NBR 
15116/2004, em relação a classificação granulométrica do agregado reciclado. 
 
 
5.2 Resultado ensaio de compressão 
 
Quadro 14 - Resultados Ensaio de Compressão do Concreto 
LAUDO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS DE 
ARGAMASSA 
FcK específico: 30Mpa 
DATA DA MOLDAGEM 
QUANTIDADE DE CORPOS DE PROVA 
MOLDADOS 
RESISTÊNCIA NAS 
IDADES DE 
ROMPIMENTO (Mpa) 
7 Dias 28 Dias 
25/10/2016 5 
10,8 11,2 
10 11 
Fonte: Autor (2016). 
Após os resultados de 28 dias de compressão, foi possível concluir que o 
traço do concreto feito com o agregado graúdo reciclado, classificado como solo 
uniforme, não alcançou o FcK específico de 30 Mpa, conforme a norma do DNIT 
157/2001 – Pavimentos Rígidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
 
6 CONCLUSÃO 
A geração de resíduos sólidos é uma preocupação mundial, tendo em vista 
que a maior parte dos resíduos gerados no mundo é composta por RCD, deste 
modo é imprescindível que hajam meios de reutilização deste resíduo, já que 
mesmo tem grande potencial como agregado e que adotando formas de 
reutilização diminuirá significativamente os impactos gerados pelo descarte 
irregular. 
Um dos meios de reutilização do RCD se dá pela reciclagem, 
transformando-o em agregado. A utilização mais comum na construção civil é na 
pavimentação, em base e sub-base de estradas. O estudo em questão teve 
intenção de implementar uma outra empregabilidade do RCD na pavimentação, 
aplicando o concreto reciclado para o revestimento de pavimentação rígida de 
concreto simples, este concreto é feito através da substituição do agregado 
graúdo natural pelo agregado reciclado oriundo do RCD. 
Para obtenção da resistência do Concreto foram realizados o ensaio de 
granulometria de concreto e o ensaio de Compressão do Concreto. Durante a 
execução do ensaio de granulometria da amostra utilizada para traçar o concreto, 
foi possível perceber que, na etapa em que o RCD foi passado pelas peneiras 
com o auxílio do agitador mecânico, os grãos sofreram um leve deterioramento, 
resultando em uma maior quantidade de material que passou na peneira de 4,8 
mm, e se depositaram no fundo do conjunto de peneiras, tendo em vista que no 
início do processo, observado a olho nu, a impressão tida era que a quantidade 
que iria ficar depositada no fundo seria menor. Durante a execução do traço do 
concreto, conseguimos observar que os grãos de agregados reciclados são mais 
porosos que o agregado natural. 
Deste modo, concluímos com os estudos realizados, que a amostra de 
agregado de RCD utilizada no traço do concreto reciclado, não contém as 
características que são imprescindíveis para que o concreto alcance a resistência 
específica. Conforme a NBR 15116/2004, essas características são: solo não 
uniforme, bem graduado e com coeficiente de uniformidade maior que 10. 
 
75 
 
 
 
Desta maneira foi comprovado com ensaio de compressão, que o concreto 
feito com a amostra de agregados de RCD utilizada nesse estudo não chegou ao 
Fck de 30Mpa exigido no manual de pavimentação rígida do DNIT/2004. 
Os resultados obtidos não excluem a possibilidade de utilização do RCD na 
camada de revestimento da pavimentação rígida, desde que os agregados 
reciclados de RCD contenham todas as características necessárias descritas na 
norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Janeiro: Instituto de Pesquisas Rodoviárias, 2004. 
 
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providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 ago. 2010. 
 
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de 05