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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL JULIANE RAMOS PINTO MATHEUS OLIVEIRA NUNES DA SILVA VIABILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO NATURAL PELO AGREGADO RECICLADO PROVENIENTE DO RCD NA PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA Niterói 2016 Juliane Ramos Pinto Matheus Oliveira Nunes da Silva VIABILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO NATURAL PELO AGREGADO RECICLADO PROVENIENTE DO RCD NA PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof.º D.Sc. Ely Emerson Santos da Costa Niterói 2016 P659v Pinto, Juliane Ramos Viabilidade de substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado proveniente do RCD na pavimentação rígida / Juliane Ramos Pinto, Matheus Oliveira Nunes da Silva. – Niterói, 2016. 79 f. : il. color.; 30cm. Orientador: Prof. DSc. Ely Emerson Santos da Costa. Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Estácio de Sá, Curso de Engenharia Civil, 2016. 1. Concreto 2. Reciclagem 3. Pavimentação. 4. RCD. I. Costa, Ely Emerson Santos da . II. Viabilidade de substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado proveniente do RCD na pavimentação rígida. CDD: 690 Espaço destinado à Ficha Catalográfica Elaborada pela Biblioteca Autorizamos, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta monografia, desde que citada a fonte. _________________________________________ _____________________ Assinatura Data _________________________________________ _____________________ Assinatura Data ERRATA Juliane Ramos Pinto Matheus Oliveira Nunes da Silva Viabilidade de substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado proveniente do rcd na pavimentação rígida Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovada em 13 de dezembro de 2016. Banca Examinadora: ______________________________________________ Prof.º D.Sc. Ely Emerson Santos da Costa Faculdade de Engenharia – UNESA ______________________________________________ Prof.º MSc. André Luiz Ribeiro Valladão Faculdade de Engenharia – UNESA ______________________________________________ Prof.ª MSc. Paula Fernanda S.de C. R. Gitahy Faculdade de Engenharia – UNESA Niterói, 2016 DEDICATÓRIA Dedico primeiramente a Deus, por sempre me dar forçar para continuar e não me deixar abater nos momentos difíceis, a minha mãe, ao meu pai, a minha irmã, ao meu irmão e meu namorado. Juliane Ramos Pinto DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente а Deus, depois a minha família e a minha namorada pelo apoio do inicio ao fim desse longo percurso durante 5 anos de muita dedicação, para que pudesse concluir essa etapa de grande importância, para a sequência da minha caminhada profissional. Matheus Oliveira Nunes da Silva. AGRADECIMENTOS Agradeço a toda a minha família e meu namorado por me apoiarem durante essa longa jornada, por sonharem o meu sonho e sempre me incentivarem a conquista-lo. Agradeço ao meu amigo, Matheus, por todo a amizade nesses anos que passamos na faculdade. Agradeço a minha equipe de trabalho e a minha república por todos os incentivos e apoio e por terem de ser tornado minha família em Niterói. Agradeço a Universidade Estácio de Sá, pela oportunidade de me transformar em Engenheira e poder realizar o meu sonho. Agradeço a todos os laboratórios, que gentilmente nos ajudaram a realizar todos os testes. Agradeço a todos que me cercam, que de alguma forma contribuíram para que eu chegasse até aqui e completasse um ciclo da minha vida. Juliane Ramos Pinto AGRADECIMENTOS Agradeço a minha família e a minha namorada pela confiança depositada em mim durante todos os períodos do curso de engenharia civil, além de incentivos nas horas difíceis para poder me estimular a vencer os desafios. Agradeço aos meus amigos da republica Marilar, por se tornaram a minha família em Niterói quando sai de casa pela primeira vez, para poder me dedicar 100% ao curso e ao meu objetivo de me tornar engenheiro civil. Agradeço a Universidade Estácio de Sá por me proporcionar nova amizades durante o curso, que serão levadas para a vida, além de conhecimentos e experiências proporcionadas pelos professores que participaram de todo o árduo caminho, para que eu pudesse me tornar um engenheiro civil com orgulho. Agradeço a minha amiga Juliane pela amizade feita desde o inicio do curso ainda no Campus de Cabo Frio, por me aturar, incentivar, ajudar durante esses 5 anos, além de me proporcionar o prazer de fazer o trabalho de conclusão de curto na sua companhia. Matheus Oliveira Nunes da Silva. “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. ” José de Alencar https://pensador.uol.com.br/autor/jose_de_alencar/ RESUMO O presente trabalho visa estudar a empregabilidade de agregados, provenientes da reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) no revestimento da pavimentação. A quantidade de RCD que é gerado, hoje em dia, é depositado de forma irregular em lugares inadequados e gera grandes transtornos a sociedade e custos altos aos serviços públicos. Um dos motivos do descarte irregular se dá em razão dos aterros sanitários que ficam mais próximos das grandes metrópoles, onde estão localizadas as grandes obras, estarem com o seu limite de recebimento de resíduos já esgotados, deste modo, restando apenas os aterros sanitários mais afastados, ocasionando o descarte irregular durante o transporte. Uma das soluções possíveis para a diminuição de resíduos nos aterros sanitários é a reciclagem do RCD, já que o agregado reciclado tem grande potencial e pode ser empregado em diversas áreas, como: pavimentação, blocos, entre outros. Deste modo, foi estudada a empregabilidade dos agregados reciclados na Pavimentação Rígida de Concreto Simples. Palavras-chave: Concreto, Reciclagem, Pavimentação, RCD. . ABSTRACT The present work aims to study the employability of aggregates from the recycling of construction and demolition wastes (RCD) in the paving. The amount of RCD that is generated today and it is irregularly deposed in inappropriate places generating great disruptions to society and high costs to public services. One ofthe reasons for the irregular disposal is due to the fact that the landfills that are closest to the large metropolises, where the building works are located, have already reached its limit, thus leaving only the most remote landfills. Causing irregular disposal during transportation. One of the possible solutions for the reduction of residues in landfills is the recycling of RCD, since the recycled aggregate has great potential and can be used in several areas, such as: paving and blocks, among others. In conclusion, the employability of the recycled aggregates in the Rigid Simple Concrete Paving was studied. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Cadeia da Construção Civil Pág. 31 Figura 2 Modelo de britador de impacto Pág. 42 Figura 3 Modelo de britado de mandíbula Pág. 43 Figura 4 Ilustração do funcionamento do moinho de martelo. Pág. 44 Figura 5 Um tipo de peneira vibratória Pág. 45 Figura 6 Seção transversal de pavimento flexível com detalhamento de camadas Pág. 48 Figura 7 Método de distribuição de cargas do pavimento flexível Pág. 50 Figura 8 Pavimento de Concreto Simples Pág. 52 Figura 9 Pavimento Estruturalmente Armado Pág. 53 Figura 10 Distribuição de cargas na pavimentação rígida Pág. 56 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos Pág. 24 Gráfico 2 Panorama de concentração de usinas nos estados brasileiros Pág. 35 Gráfico 3 Percentual de usinas público e privadas Pág. 36 Gráfico 4 Percentual de usinas móveis e fixas em 2015 Pág. 37 Gráfico 5 Detalhamento em porcentagem, os principais consumidores de agregados reciclados no Brasil Pág. 38 Gráfico 6 Curva Granulométrica Amostra 1 Pág. 71 Gráfico 7 Curva Granulométrica Amostra 2 Pág. 72 LISTA DE IMAGENS Imagem 1 Descarte ilegal de entulho em São Carlos, SP Pág. 32 Imagem 2 Tipo de pavimentação rígida Whitetopping Pág. 53 Imagem 3 Lançamento do concreto rolado no Rodoanel Mário Covas. Pág. 54 Imagem 4 Pavimentação com peças em concreto pré-moldado Pág. 55 Imagem 5 Amostra de RCD Pág. 59 Imagem 6 Amostra pesada antes de passar pela peneira de 2,0 mm Pág. 61 Imagem 7 Peneiras montadas na ordem determinada Pág. 62 Imagem 8 Mistura do traço do Concreto Pág. 64 Imagem 9 Adensamento da última camada com auxilio da haste Pág. 65 Imagem 10 Corpos de provas identificados Pág. 65 Imagem 11 Rompimento de corpo de prova Pág. 66 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Dados do gráfico 1 Pág. 24 Quadro 2 Perda por tipo de materiais Pág. 30 Quadro 3 Dados do gráfico 2 Pág. 34 Quadro 4 Dados do gráfico 3 Pág. 36 Quadro 5 Dados do gráfico 4 Pág. 37 Quadro 6 Dados do gráfico 5 Pág. 38 Quadro 7 Requisito de composição granulométrica Pág. 60 Quadro 8 Determinação do peso de amostra seca ao ar Pág. 63 Quadro 9 Traço do Concreto Reciclado para resistência de 30 Mpa Pág. 64 Quadro 10 Resultados Ensaio de granulometria da amostra 1 Pág. 68 Quadro 11 Resultados Ensaio de granulometria da amostra 2 Pág. 69 Quadro 12 Dados do gráfico 6 Pág. 70 Quadro 13 Dados do gráfico 7 Pág. 70 Quadro 14 Resultados Ensaio de Compressão do Concreto Pág. 73 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição ACR Agregado de resíduo de concreto ARM Agregado de resíduos misto DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte NBR Norma Brasileira Regulamentadora PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos LISTA DE SÍMBOLOS Cu Coeficiente de Uniformidade D10 Diâmetro da peneira correspondente a 10% do material passante D60 Diâmetro da peneira correspondente a 60% do material passante Fck Resistência característica do concreto à compressão FctM,K Resistência característica a tração na flexão g Grama Kg Quilograma Mpa Megapascal mm Milímetro SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 22 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................... 22 1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA ................................................................................. 24 1.3 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 25 1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................ 26 1.5 HIPÓTESE ...................................................................................................... 26 1.6 MEIOS DE PESQUISA .................................................................................... 27 1.6.1 TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................................. 28 1.6.2 MÉTODOS DE ABORDAGEM ............................................................................ 28 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 30 2.1 GERAÇÃO DO RCD .......................................................................................... 30 2.2 CONSEQUÊNCIA DO NÃO TRATAMENTO DO RCD ........................................... 31 2.3 TRATAMENTO DO RCD .................................................................................... 33 2.4 RECICLAGEM ................................................................................................... 34 2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIAÇÃO ............. 39 2.6 MÉTODOS DE BENEFICIAMENTO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO ............................................................................................................... 40 2.6.1 FRAGMENTAÇÃO .......................................................................................... 41 2.6.2 PENEIRAMENTO ............................................................................................ 45 2.6.3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................ 46 3 DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 47 3.1 PAVIMENTAÇÃO FLEXÍVEL .......................................................................... 48 3.2 PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA ............................................................................... 51 3.3 UTILIZAÇÃO DO CONCRETO RECICLADO NA PAVIMENTAÇÃO .............. 56 3.4 PAVIMENTAÇÃO DE CONCRETO SIMPLES ...................................................... 58 4 PROCEDIMENTOS .......................................................................................... 59 4.1 COLETA DE AMOSTRA ..................................................................................... 59 4.2 GRANULOMETRIA ............................................................................................ 59 4.2.1 ENSAIO DE COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO RCD.......................... 60 4.3 RESISTENCIA À COMPRESSÃO ................................................................... 63 4.3.1 ENSAIO DE COMPRESSÃO .......................................................................... 64 5 RESULTADOS .................................................................................................. 67 5.1 RESULTADO ENSAIO DE COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA RCD ......... 67 5.1 RESULTADO ENSAIO DE COMPRESSÃO................................................... 73 6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 747 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 76 22 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO A construção civil é uma das atividades mais antigas da história da humanidade, sendo ela uma das responsáveis pelo desenvolvimento social e econômico da civilização. Porém, até hoje grande parte dos empreendimentos são construídos utilizando técnicas ultrapassadas no mercado, que não visam o aproveitamento total do material empregado. Deste modo, há muito desperdício e, é gerada uma grande quantidade de entulho. Além de demandar uma alta quantidade de matéria prima de fontes não renováveis para ser realizada. Tudo isso, atrelado ao desenvolvimento constante do ramo da construção civil, acabou resultando em altos índices de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), de forma que os órgãos responsáveis pelo descarte legal não conseguem controla- lo, segundo Pinto (1999) e John (2000), o RCD representa cerca de 50% dos resíduos sólidos urbanos. Essa situação de descontrole e descaso com a forma correta do descarte do RCD fez com que em 2002 fossem implantadas no Brasil políticas sobre o descarte e reaproveitamento do RCD. Em 05 de Julho de 2002 entrou em vigor a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a qual estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, visando proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental. (LINTZ et al., 2012). De acordo com John (2011), a Construção Civil consome entre 20 a 50% dos recursos naturais do planeta. Buscando formas de amenizar os impactos ambientais resultantes dos descartes ilegais e do alto consumo dos recursos naturais, inúmeras pesquisas se iniciaram com o objetivo de comprovar que o RCD pode ser aproveitado como matéria prima. A reciclagem com RCD em agregados graúdos e miúdos surgiu como resultados desses estudos, com o objetivo de reduzir esse impacto, além de aumentar o número de materiais disponíveis no mercado da construção civil e 23 também de diminuir a exploração dos recursos naturais. Os agregados reciclados são encontrados no mercado com o preço inferior ao agregado natural em locais onde a demanda de material é elevada, com o intuído de incentivar que os consumidores os adquiram. Hoje, há empregabilidade desse material em diversas áreas, como em blocos de alvenaria de concreto, concreto sem função estrutural, pavimentações, entre outros, devido as suas características facilitarem esse tipo de reaproveitamento. Os resíduos da construção e demolição por serem materiais nobres do ponto de vista da engenharia, apresentam por meio de ensaios laboratoriais resistência e baixa expansão, tais características mostram o seu grande potencial de reciclagem como agregado para pavimentação (LEITE, 2007 apud TEIXEIRA et al 2014). No Brasil, a empregabilidade de concreto com agregados reciclados, ainda, é muito baixa, mesmo com a publicação de todas as normas e legislações. Porém, em alguns estados como São Paulo, Belo Horizonte, Goiás, entre outros, estão aderindo a essa iniciativa. Em um país com cerca de 5560 municípios (IBGE, 2001), segundo Moreira et al (2007) apud Grubba (2009), em 2007 só existiam 16 unidades de usinas de reciclagem. Hoje, uma das maiores utilizações do concreto com agregado reciclado é na pavimentação, com exemplo tem-se a situação em Belo Horizonte: Em Belo Horizonte (MG), os agregados reciclados vêm sendo utilizados desde 1996, na execução de revestimentos primários, reforço de subleito, sub-base e base de pavimentos. De 1996 até 2001 foram utilizadas 136.940 toneladas de material em 207 vias implantadas ou reconstruídas, em um total de 400 km de ruas aproximadamente (DIAS, 2004). 24 1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA A geração de resíduos da construção civil é uma preocupação mundial. Vivemos em um cenário onde grade parte do RCD gerado na construção civil é descartado no meio ambiente de forma descontrolada e irregular, devido ao seu grande volume, falta de controle das autoridades responsáveis e falta de aterros licenciados. Como dito por Almadei (2011), o RCD tem sido um problema. Pois, estima- se que este compõe de 41% a 70% de todo o resíduo urbano, como mostra no quadro 1 e no gráfico 1, em que é nítida tal predominância. No Brasil, a geração de RCD varia de 230 kg/ habitantes até 660 kg/habitantes. Quadro 1 - Dados gráfico 1 Tipos de Resíduos Quantidade RCD 61% DOMICILIAR 28% OUTROS 11% Fonte: Adaptado de PINTO (2004, p. 1) Gráfico 1 - Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos. Fonte: PINTO (2004, p. 1) Hoje, os aterros sanitários onde é destinado o RCD estão com a sua capacidade quase esgotada, diante desde cenário os órgãos municipais 25 responsáveis começaram a buscar locais para abertura de novos aterros, porém os locais disponíveis estão cada vez mais longes dos centros urbanos, onde estão localizadas as grandes construções e que por sua vez são os maiores geradores de RCD. O aumento da distância está atrelado diretamente ao custo da disposição final. Sendo assim, quanto mais longe o empreendimento do aterro sanitário, mais caro é o custo da disposição final. O aumento do custo fez aumentar, significativamente, o descarte ilegal. O descarte ilegal desse material causa grandes danos não só ao meio ambiente, mas também a sociedade, como perda da qualidade de vida nos meios urbanos e altos custos as administrações públicas. A parcela que o entulho representa no total de Resíduos Sólidos Urbanos gerados diariamente nas áreas urbanas existentes em todo o planeta torna necessário o estabelecimento de um modelo de gerenciamento sustentável para esses resíduos. (ANDERE, et. al.). Por isso, vários estudos têm como objetivo encontrar soluções inovadoras de reciclagem do RCD de modo a amenizar os seus impactos. Através de um estudo mais criterioso e da conscientização de todo os responsáveis, é possível encontrar soluções para que os órgãos públicos e privados, em conjunto, apliquem de modo a exercer o descarte legal. 1.3 OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo comparar, através de análise de resultados laboratoriais, a resistência do concreto feito com agregado natural com a resistência do concreto feito com agregado reciclado para utilização conforme a NBR 15116/2004, que permite a utilização de concretos reciclados para pavimentações. Conforme a NBR 15116//2004 é permitido utilizar concretos reciclados desde que sua aplicação não tenha função estrutural, deste modo, pode-se obter resultados satisfatórios quando comparado aos valores da resistência característica a compressão (fck) quando comparado os dois 26 concretos, o tradicional ao reciclado, para aplicação em pavimentação conforme as exigências determinadas no manual de pavimentação rígida do DNIT. 1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO Mostrar que a quantidade de RCD gerada nos dias de hoje é disposta no meio ambiente de forma irregular. Item 2.1. Mostrar que o RCD pode ser reutilizado, desde que seja reciclado de forma correta. Item 2.4. Mostrar a utilização do RCD na Pavimentação. Item 3.3. Realização da análise granulométrica do RCD utilizado para produção do concreto reciclado. Itens 4.2 e 4.2.1. Realizar ensaios de Compressão, afim de obter os valores de resistência característica a compressão para o concreto reciclado. Itens 4.3 e 4.3.1. Análise de resultados, para realização de comparação de possibilidade de substituição do concreto com agregado tradicional pelo concreto reciclado para revestimento de pavimentações rígidas. Itens 4.4, 4.4.1 e 4.4.2. 1.5 HIPÓTESE A geração de RCD cresce cada vez mais em todo o mundo, devido àgrande quantidade de desperdício existente na construção civil. A partir da preocupação com a grande geração de resíduos e desperdício, vários estudos sobre o que se deve fazer sobre a destinação final do RCD estão sendo feitos em diferentes países, não somente no Brasil. O RCD causa um grande problema em relação ao seu destino final, por sua maior parte ser irregular pela falta de conscientização dos geradores e falta de fiscalização dos órgãos responsáveis. Hoje pesquisas apontam que a maior parte do RCD tem um enorme potencial para ser reaproveitado, se aplicadas em 27 projetos de reutilização e reciclagem, um volume considerável de matéria prima de qualidade seria gerado, principalmente para a construção civil. Pelo potencial existente no RCD do tipo A de acordo com a CONAMA n° 307, além de já ser normatizada pela NBR 15.116/2004 (Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural), a reutilização para esses fins listados nas NBR, pode ser meio para tentar minimizar o problema atual gerado pela disposição final irregular do RCD. O aproveitamento do agregado reciclado de RCD em pavimentação apresenta muitas vantagens, tais como: utilização de quantidade significativa de material reciclado, tanto na fração miúda quanto na graúda; simplicidade dos processos de execução do pavimento e de produção do agregado reciclado (separação e britagem primária), sem contar com a preservação das jazidas naturais e a redução nos custos das obras. Todos estes aspectos contribuem para a difusão desta forma de reciclagem e a possibilidade de uso dos diversos materiais componentes do resíduo (concretos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.) (TEIXEIRA et al, 2014). Assim, a hipótese deste trabalho é comprovar que se adotado um projeto adequado de recolhimento de resíduos de obra (RCD) e implementando usinas de reciclagens, grande parte desse material teria possibilidade de ser reciclado gerando matéria prima de qualidade. E que conforme normas já existentes, comprovar a empregabilidade desses agregados reciclados em concreto para pavimentações rígidas. 1.6 MEIOS DE PESQUISA O trabalho foi elaborado através de pesquisas bibliográficas baseadas em normas da DNIT e na NBR 15116/2004, com a intenção de realizar um estudo comparativo entre as resistências características do concreto tradicional preparado com agregados graúdos naturais e o concreto reciclado preparado com agregado graúdo oriundo da reciclagem da RCD classe A. 28 Todo o estudo foi realizado a partir de literaturas disponíveis sobre o assunto, para o auxílio da elaboração teórica do projeto, além dos ensaios laboratoriais feitos parte no laboratório do campus de Niterói da Faculdade Estácio de Sá e parte em parceria com o Laboratório de tecnologia de construção civil. 1.6.1 Técnicas de pesquisa A pesquisa foi elabora a partir de normas, leis, pesquisas acadêmicas e de diretrizes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, de modo que fosse possível um estudo para obter a resistência característica a compressão (fck) do concreto com agregado reciclado, Para o comparativo proposto nesse estudo fosse concluído, foi necessário a obtenção do resíduo de construção e demolição, que foi cedido pela empresa Y, ao qual foram usados em testes laboratoriais. 1.6.2 Método de abordagem Ao final deste estudo é desejado analisar se o concreto reciclado pode substituir o concreto tradicional, a partir de planilhas e tabelas comparativas com valores finais dos resultados dos ensaios laboratoriais de resistência a tração na flexão e compressão. Este trabalho é estruturado em cinco capítulos: 1 - Introdução, 2 - Fundamentação teórica, 3 – Desenvolvimento, 4 – Experimentos, 5 – Resultados e 6 - Conclusão. Na introdução, capítulo 1, são descritas informações necessárias para um entendimento inicial do tema abordado, bem como o objetivo do trabalho, a importância do tema, os métodos de pesquisas utilizados e possíveis resultados a serem obtidos neste trabalho. Na fundamentação teórica, capítulo 2, descreve o problema da geração de entulho nos dias atuais, as consequências pelo não tratamento do RCD e a importância do tratamento e as técnicas de reciclagens. 29 O capítulo 3 é o desenvolvimento, nele é descrito os tipos de pavimentações e a utilização de concreto reciclado para revestimento de pavimentação rígida. No capítulo 4, experimentos, são relatados os experimentos de resistência à compressão, onde é comparado o concreto tradicional com o concreto reciclado (utiliza-se agregado reciclado graúdo no lugar do agregado graúdo natural). No capítulo 5, resultados, são apresentados os resultados de comparação entre as resistências do concreto tradicional com o concreto reciclado. No capítulo 6, é descrita a conclusão do trabalho e levantada sugestões para pesquisas futuras. 30 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 GERAÇÃO DO RCD Desde a Pré-História, o homem tem transformado matérias-primas (pedras, barro, peles, lã, trigo, etc.) em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de transformação a que se denominou artesanato, na qual através de instrumentos transformava a matéria-prima até chegar ao produto final (Portal Brasil, 2013 apud BRASILEIRO, 2013). Hoje, como a urbanização acelerada e o crescimento das atividades no setor construtivo a demanda por matéria-prima aumentou e a geração de RCD alcançou números alarmantes. O setor de Construção Civil, apesar de sua importância dentro da economia no Brasil, sempre esteve muito ligado a questões relacionadas a perdas e desperdícios. É fato que o tema não vinha sendo prioridade para o setor até bem pouco tempo atrás. Assim sendo, a indústria da construção civil ficou defasada em relação a outros segmentos industriais quando se trata do assunto, e ainda apresenta números preocupantes em relação a perdas e desperdícios (SILVA, 2004). Em 1998, SOUZA et al (1998) apud ALMADEI (2011) quantificou a perda de material por tipos, como mostra o quadro 2. Quadro 2 - Perdas por tipo de materiais Fonte: Souza et al (1998, p.8, apud Almadei, 2011, p. 187). Tanto os países desenvolvidos quanto alguns países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, estão sempre ampliando seu ambiente construído. Para 31 tanto, tendem a consumir uma elevada quantidade de material e, por consequência, gerar uma quantidade grande de resíduos. (ALMADEI, 2011). O RCD pode ser gerado em diversas etapas da obra, segundo John, et al. (2000, p. 6), o entulho por ser gerado não só na construção, mas também nas reformas e demolições, como mostra a figura 1. A construção gera entulho devido os seus serviços serem executados em paralelo, exigindo uma grande demanda de matérias em um canteiro de obras, e, deste modo gerando uma parcela significativa de entulho, a reforma devido a alguma mudança de projeto, seja para modernizar o local ou tratar alguma patologia e a demolição que pode ter por objetivo a construção de um empreendimento mais moderno. Figura 1- Cadeia da Construção Civil Fonte: PUT apud SCHNEIDER (2003, p. 46, apud KARPINSKI et al ,2009, p. 21) 2.2 CONSEQUÊNCIA DO NÃO TRATAMENTO DO RCD O grande problema que vem atrelado à alta quantidade de entulhos gerados é o descarte em locais inapropriados conforme mostrado na imagem 1. Hoje na maioria das cidades brasileiras, os aterros sanitários não atendem a 32 demanda de entulhos, sendo assim necessária a criação de novos aterros, que por sua vez ficam longes das grandes metrópoles onde estão as construções, acarretando em descartes ilegais em terrenosbaldios, córregos, rios e vias. Imagem 1 - Descarte ilegal de entulho em São Carlos, SP. Fonte: Jornal Online O Globo, 23/10/2014. O ônus desta irracionalidade é distribuído por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho. Na maioria das vezes, esse resíduo é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias, gerando uma série de problemas ambientais e sociais, como a contaminação do solo por gesso, tintas e solvente; a proliferação de insetos e outros vetores contribuindo para o agravamento de problemas de saúde pública (MENDES, 2004). Ao analisar dados relacionados especificamente com a gestão dos RCD, Nunes et al (2004, p. 2) verificou que a grande maioria dos municípios brasileiros, 4.960 de 5.507, manejavam os resíduos da construção civil de forma incorreta levando a causar sérios problemas ambientais e de saúde pública. 33 A cadeia produtiva da construção civil é responsável por uma quantidade considerável de resíduos de construção e demolição (RCD) depositados em encostas de rios, vias e logradouros públicos, criando locais de deposições irregulares nos municípios. Esses resíduos comprometem a paisagem urbana, invadem pistas, dificulta o tráfego de pedestres e de veículos, como também a drenagem urbana; além de propiciar a atração de resíduos não inertes, com multiplicação de vetores de doenças e degradação de áreas urbanas, o que afeta a qualidade de vida da sociedade como um todo. 2.3 TRATAMENTO DO RCD Até 2002, o Brasil não tinha normas relacionadas ao RCD, em 05 de julho de 2002 entrou em vigor a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a qual estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, visando proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental (Lintz et al., 2012). Logo em seguida, em 2 de agosto de 2010, o Brasil aprovou a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), Lei de nº 12.305, que define a forma como a população brasileira deve dispor os seus resíduos sólidos e incentivar a reciclagem. A Lei de nº 12.305 estabelece que todos os envolvidos são responsáveis pelo descarte apropriado, desde a fabricação, distribuição e venda, a lei também proíbe os Lixões, onde os resíduos são descartados sem separação e tratamento. Com a criação destas normas a Reciclagem foi inserida no cenário da construção civil, de modo a aprendermos reutilizar todo material que antes era desposta de maneira inadequada. Geralmente, a maioria dos resíduos gerados nos canteiros de obras e de demolição é composta por restos de argamassas, tijolos, concretos, cerâmicas, gesso, madeira, metais e etc. que são descartados em aterros sanitários, devido à ausência de mercados para suas formas recicladas (Duran, Lenihan e O’Regan, 2006 apud BRASILEIRO, 2013). 34 2.4 RECICLAGEM No Brasil segundo Miranda et al. (2009), a taxa de crescimento de instalação de usinas de reciclagem de agregados classe A era pequena, só existiam 16 usinas até 2002. Após implementação da resolução CONAMA 307 em julho de 2002, ouve um crescimento importante em relação a esse número. Segundo levantamentos de Miranda et al. (2009), a quantidade usinas foi atualizado para 47 usinas de reciclagens, sendo identificadas em 23 privadas e 24 públicas. De acordo com os números apresentados na pesquisa setorial da ABRECON 2014/2015, foi possível determinar um panorama de concentração e distribuição das usinas nos estados brasileiros. O quadro 3 e o gráfico 2, demostram o panorama de concentração de usinas nos estados brasileiros: Quadro 3 - Dados do gráfico 2 ESTADOS TOTAL DE USINAS ESTADOS TOTAL DE USINAS SP 54% RN 3% PR 7% CE 2% RJ 7% GO 2% RS 7% BA 1% PB 4% DF 1% PE 4% ES 1% MG 3% MT 1% SC 3% Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). 35 Gráfico 2 - Panorama de concentração de usinas nos estados brasileiros Fonte: ABRECON (2015). O crescimento desse setor está cada vez maior no Brasil, principalmente na região sudeste, como pode ser visto no gráfico a cima, onde esta região tem a maior porcentagem de usinas instaladas. Essa região tem essa elevada porcentagem de usinas não somente pelo elevado número de empreendimentos da construção civil que geram um elevado volume de RCD, mas também por fatores relacionados aos altos valores de agregados naturais e distancia de pedreiras, que elevam muito o preço de transporte até os locais das obras, tornando a reutilização de agregados reciclados uma opção mais viável. Como visto anteriormente, segundo Miranda et al. (2009), a maior parte das usinas eram públicas. Esse quadro mudou após a instauração da resolução 307 do CONAMA, onde em 2008 quase 50% já eram privadas. Segundo a pesquisa setorial ABRECON (2014/2015), a tendência é continuar a predominância de usinas privadas sobre públicas, conforme visto no quadro 4 e no gráfico 3. 36 Com base nas 105 usinas que responderam a pesquisa, pode-se afirmar que 83% das usinas pertencem à iniciativa privada, 10% à gestão pública, 7% são usinas públicas privadas. ABRECON (2015). Quadro 4 - Dados do gráfico 3 TIPOS DE USINAS TOTAL Pública 10% Privada 83% Público-Privada 7% Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). Gráfico 3 - Percentual de usinas públicas e privadas Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). A inversão de perfil de usinas públicas e privadas, se deu, devido a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a resolução CONAMA 307, onde serviram de incentivo para um maior investimento do setor privado, aumentando o número de usinas privadas no mercado. De acordo com a pesquisa realizada pela ABRECON, dentre os tipos de usinas existentes no Brasil, o modelo fixo é o predominante, porém o modelo de usina móvel tende a crescer. O tipo móvel tem ganhado espaço principalmente econômico, duas das suas principais características é a sua flexibilidade de ser remanejada para qualquer lugar, necessitando de baixa quantidade de mão de 37 obra, se for utilizada no canteiro de obra, essa informação sobre o percentual dos tipos de usinas existentes no Brasil, pode ser visto no quadro 5 e no gráfico 5. Em 2013, 79% das usinas pesquisas eram fixas e não existiam usinas móveis e fixas ao mesmo tempo. Assim, os resultados de 2015 indicam que houve mais um crescimento de usinas móveis no país nos últimos 2 anos, (ABRECON, 2015). Quadro 5 - Dados do gráfico 4 TIPOS DE USINAS TOTAL Fixa 74% Móvel 21% Fixa e Móvel 5% Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). Gráfico 4 - Percentual de usinas móveis e fixas em 2015. Fonte: ABRECON (2015). Mesmo com o aumento do número de usinas sendo instaladas no Brasil, ainda se tem grande dificuldade para a venda e distribuição de RCD, devido a diversos fatores como falta de conhecimento do mercado sobre como reutilizar o agregado reciclado, carga tributária bem elevada entre outros. Porém, de acordo com a NBR 15116/2004, é possível usar esse agregado com a finalidade em pavimentação. Poderemos ver no quadro 6 e no 38 gráfico 5 a seguir, esse tipo de utilização está entre os principais consumidores de RCD de acordo com a ABRECON. Quadro 6 - Dados do gráfico 5 TIPOS DE CONSUMIDORES DE RCD TOTAL Construtoras 28% Órgãos públicos 24% Pessoa física 20% Pavimentadoras 14% Outros 14% Fonte: Adaptado de ABRECON (2015). Gráfico 5 - Detalhamento em porcentagem, os principais consumidores de agregados reciclado no Brasil Fonte: ABRECON (2015). 39 2.5 CLASSIFICAÇÕES DO RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃOA geração de resíduos proveniente da construção civil é caracterizada por um volume bem alto de diversos tipos de materiais existentes em uma obra. Esses resíduos podem ser transformados em forma de agregados através de três operações, sendo fragmentação, peneiramento e classificação. A classificação dos agregados é geralmente feita através da predominância em sua constituição, tendo quatro grupos divididos em classes, descritas na NBR 15116/2004 seguindo as determinações da resolução CONAMA 307. As quatro classes são divididas da seguinte maneira: Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: o De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem. o De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto o De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e 40 demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. De acordo com a NBR 15114/2004, é definido que os agregados são materiais com características granulares resultantes de beneficiamento de resíduos de construção civil classe A, que podem ser reutilizados em alguns tipos de obras de engenharia. Para o estudo em questão, somente os agregados da classe A que são classificados em misto e de concreto serão usados. Conforme descrito na NBR 15116/2004, o agregado de resido de concreto (ARC), tem por característica ter ao menos 90% de rochas e cimento Portland compondo a massa de sua fração graúda. Já o Agregado de resíduos misto (ARM), tem por característica ter menos que 90% de rochas e cimento Portland compondo a massa de sua fração graúda. 2.6 MÉTODOS DE BENEFICIAMENTOS DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO Conforme o Art. 2°, definição VIII da resolução CONAMA 307, o beneficiamento do RCD, se dá pelos processos de reciclagem com objetivos de transformar os resíduos de construção e demolição, em agregados com condições de serem usados como matéria-prima ou produto, na construção civil. Esse ato de beneficiamento em usinas de reciclagem de RCD tem processos de transformação dos resíduos em agregados semelhantes aos métodos utilizados para a obtenção de agregados naturais, de tal maneira que os equipamentos utilizados nos processos para a obtenção destes podem ser usados de forma totalmente parecida ou se necessário, serem adaptados para o fim necessário da usina em questão. O funcionamento das usinas, é relacionado as etapas de fragmentação, peneiramento e classificação, ao qual podemos citar como maquinário especifico para fragmentação o britador de impacto, para peneiramento a peneira vibratória e classificação é feita de forma manual. 41 2.6.1 Fragmentação A etapa de fragmentação tem por finalidade promover a quebra do RCD, para transformação do RCD em agregado graúdo ou miúdo. Esse processo de quebra reconhecido como britagem e moagem, pode ocorrer de diferentes maneiras, sendo por esmagamento, atrito, impacto, cisalhamento e também por combinações desses processos. Para a obtenção de agregado graúdos, normalmente é usado o processo de britagem, já o processo de moagem é usado para a obtenção de agregados miúdos. Sendo assim, podemos citar alguns tipos de equipamentos normalmente encontrados em usinas de RCD: Britado de impacto. Britador de mandíbula. Moinho de martelo. Britador de impacto Neste equipamento o resíduo é britado em uma câmara de impacto, pelo choque com martelos maciços fixados a um rotor e pelo choque com placas de impacto fixas, LIMA (1999). Podendo ser usado no processo de britagem primária e secundária. Esse modelo apresenta algumas vantagens, o tornando um dos mais usados nas usinas de RCD. Robustez, processando peças de concreto armado ou vigas de madeira (LIMA 1999). Alta redução das dimensões das peças britadas, com geração de boa porcentagem de finos, muitas vezes dispensando a rebritagem do material (LIMA 1999). Geração de grãos de forma cúbica, com boas características mecânicas, o que se explica pela ruptura por impacto, que faz com que as partículas se 42 partam nas linhas naturais de ruptura, gerando grãos mais íntegros (LIMA1999). Baixa emissão de ruído (LIMA 1999). Em contrapartida segundo LIMA (1999), esse tipo de britado apresenta como desvantagem o fato que são necessárias trocas periódicas de placas de impacto e martelo, gerando um alto custo de manutenção. Para HANSEN (1992) apud LIMA (1999), dentre os modelos de britadores, o de impacto mostrado na figura 2, é o que melhor se adequa para a produção de agregados com as características necessárias para a pavimentação. Figura 2 - Modelo de britador de impacto. Fonte: Portal Metálica (2016). Britador de mandíbula Muito utilizado para a reciclagem, o britador de mandíbula trabalha usando o esmagamento para obter o êxito de redução às partículas do RCD. São geralmente utilizados como britadores primários, pois não reduzem muito as dimensões dos grãos, gerando alta porcentagem de graúdos. LIMA, 1999. Ao contrário do britador de impacto, o britador de mandíbula tem ao seu favor o baixo custo de manutenção, além de ser ideal para o processo de 43 fragmentação de rochas em pedreiras. De acordo com HANSEN (1992) apud LIMA (1999) esse modelo tem como resultado final, agregados reciclados com melhor curva granulométrica, para serem usados em concreto, porém, quando esse agregado é resultado do processamento de resíduo de concreto estrutural. Por outro lado, o britador de mandíbula mostrado na figura 3, apresenta as seguintes desvantagens conforme dito por LIMA, 1999: Geração de alta porcentagem de graúdos, não sendo usado como único equipamento de britagem ou em recicladoras em que o material não é rebritado. Geração de grãos lamelares, com tendência à baixa qualidade, por apresentarem linhas de fratura muito pronunciadas, que podem gerar pontos fracos nas aplicações, como por exemplo em vigas e pilares. Dificuldade de britagem de peças armadas e praticamente impossibilidade de britagem de peças de madeira de grandes dimensões, casos em que geralmente ocorrem quebras do eixo do britador. Alta emissão de ruído. Figura 3 - Modelo de britado mandíbula. Fonte: Furlan (2016). 44 Moinho de martelo Esse modelo de fragmentador, tem funcionamento demonstrado na figura 4, que é parecido com método parecido com o britador de impacto, usando o impacto causado pelo martelo e de placas de impacto fixas, podendo assim, ocorrer a ruptura do resido, transformando-o em agregados, Podendo ser usado também em conjunto com o britador de impacto. Outra característica desse modelo, é que mesmo contém uma espécie de grelha aonde o material triturado é expelido, com a função de impedir quem o material que ainda se encontra em estado graúdo saia, permitindo somente a saída de agregados miúdos. Equipamento usadocomo britador secundário, pois apresenta boca de entrada de materiais relativamente pequena e produz alta porcentagem de miúdos. LIMA, 1999. Figura 4 - Ilustração do funcionamento do moinho de martelo. Fonte: Fonte: Portal Metálica (2016). 45 2.6.2 Peneiramento Seguindo a ordem de beneficiamento o RCD, após a etapa de fragmentação ser concluída, se dá início ao processo de peneiramento, para que se possa ter a separação de agregados graúdos e miúdos. Esse processo é feito de duas maneiras, sendo seco e úmido. Em relação ao processo de peneiramento úmido, a água é usada para facilitar a separação dos finos que ficam grudados nas frações de grãos graúdos, na tela de peneiramento. O método seco, mais usado nas usinas brasileiras, se dá pelo uso da peneira vibratória mostrada na figura 5, onde é feita a separação das frações de agregados, devido a uma combinação de movimentos horizontais e verticais gerados por um motor vibratório. O processo de peneiramento tem como principal função, a separação e classificação dos agregados. Figura 5 - Peneira vibratória. Fonte: CCM Comércio de máquinas e serviços Ltda (2016). 46 2.6.3 Classificação A etapa de classificação nas usinas de reciclagem, se dá principalmente pelo processo de retirada de impurezas presentes nos agregados reciclados e não somente a classificação do agregado. Dentre os processos de classificação, um dos processos mais simples, se dá pela retirada manual de materiais como papéis, plástico, madeiras entre outros possíveis de serem retirados manualmente, além de utilização de eletroímã para a retirada de materiais ferrosos. Para o auxílio desse processo de classificação, também se pode usar peneiras planas para a retirada de materiais de partículas leves. Segundo LIMA (1999), também para partículas leves, é possível usar classificadores com jato de ar ou por processos úmidos, para a realização dessa etapa nas usinas de reciclagem. 47 3 DESENVOLVIMENTO “Governar é construir estradas”. A afirmação de Washington Luís, Presidente do Brasil entre 1926-1930, procurava destacar a importância da infraestrutura de transportes para o desenvolvimento da economia: boas estradas reduzem o custo de transportes e, portanto, o preço final dos produtos, tornando- os mais acessíveis ao consumidor e mais competitivos com os concorrentes. MENDES,2011. O crescimento de uma sociedade se dá por diversos fatores importantes, entre esses fatores, podemos citar a interligação de pessoas, produção, comércio entre cidades, países e continentes. Essa interligação pode ser realizada por meios de transporte de diferentes tipos, sendo aquáticos, terrestres e aéreos. O transporte terrestre ou rodoviário se caracteriza por ser o mais utilizado devido ao seu menor custo e maior facilidade de acesso. Porém, todos os sistemas de transporte necessitam de uma devida infraestrutura para que possam ser utilizados de maneira eficaz. De acordo com o livro SENÇO (1997), a infraestrutura se dá a partir de vias urbanas e estradas de boa qualidade para o uso de veículos. As vias e estradas usam uma tecnologia chamada de pavimento. Temos como definição de pavimento, de acordo com SENÇO (1997): Pavimento é a estrutura construída sobre terraplanagem e destinada, técnica e economicamente, a: a- Resistir aos esforções verticais oriundos do tráfego e distribuí-los; b- Melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança; c- Resistir aos esforços horizontais (desgaste), tornando mais durável a superfície de rolamento. Ainda segundo o SENÇO, podemos entende que o pavimento é uma estrutura formada por múltiplas camadas de espessuras finitas, formadas a partir do processo de terraplenagem, com o objetivo especifico de resistir aos esforços provocados pelo tráfego de veículos, além de proporcionar um sistema satisfatório de condições de rolamento, segurança, conforto e economia para o usuário. O pavimento rodoviário é classificado normalmente em dois principais tipos, sendo eles: 48 Pavimento flexível Pavimento Rígido 3.1 PAVIMENTO FLEXÍVEL O sistema de pavimento flexível é o tipo mais utilizado no Brasil, sendo essa informação de fácil confirmação, pois a maior parte da malha viária do país é composta de pavimentação flexível. Esse tipo de pavimentação, facilmente associada aos pavimentos asfálticos, tem por ordem de detalhamento básico, que pode ser visto na figura 6, o revestimento apoiado em camadas de base, sub-base, reforço de subleito, regularização de subleito e subleito. Figura 6 - Seção transversal de pavimento flexível com detalhamento de camadas. Fonte: Adaptada de SENÇO 1997, p. 16. Desta forma, a principal função de uma estrutura de um pavimento, é resistir a esforços de compressão e de tração devido à flexão, desse modo submetendo as demais camadas após a camada de revestimento, principalmente ao esforço de compressão. As camadas existentes em uma estrutura de pavimentação, podem ser definidas das seguintes maneiras: 49 Revestimento De acordo com SENÇO (1997), pode-se definir revestimento ou também chamada de capa de rolamento, a camada mais nobre do pavimento, ao qual recebe diretamente os esforços oriundos da ação do tráfego de veículos, tendo também como função, ser destinada a melhorar a superfície de rolamento quantos as necessárias condições de conforto e segurança, e também a resistir ao desgaste. Base É a camada com função de resistir aos esforços verticais causados devido ao tráfego de veículos na camada de revestimento distribui-los as demais camadas. Devido a base ser imediatamente depois da camada de revestimento, faz com que a base responda mais diretamente aos carregamentos oriundos do tráfego de veículos. Sub-base É a camada complementar à base, que além de ter a função de resistir e distribuir os esforços provenientes do tráfego nas camadas superiores, para as camadas inferiores, também tem atuação na drenagem do pavimento. Reforço do subleito Este reforço é uma camada que visa atenuar as cargas aplicadas sobre um subleito frágil ao ponto em que este seja capaz de suportar tais cargas. Também pode ser considerado como camada complementar à base, haja vista que ambas possuem funções semelhantes SENÇO (1997). A utilização dessa camada da estrutura de pavimento é facultativa, devido às outras camadas superiores poderem cumprir a sua necessidade, porém, reforçar o subleito é uma alternativa mais viável economicamente, do que construir as demais camadas com espessuras maiores. 50 Regularização do subleito A regularização do subleito, também denominada de preparo do subleito, consiste em uma camada de espessura irregular de aterro compactado com a finalidade de garantir ao subleito as características geométricas transversais e longitudinais de projeto para a via, evitando gastos desnecessários com subleitos irregulares que apresentem alta resistência SENÇO (1997). Subleito De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006), subleito tem como definição, ser o terreno de fundação aonde será apoiado todo o pavimento. De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006), o pavimento flexível se caracteriza por todas as camadas sofrerem deformações elásticas significativas devido ao carregamento aplicado, desse modo à carga é distribuída em frações equivalentes, entre todas as camadas do pavimento. Deste modo o pavimento flexível faz o uso de mais camadas, distribuindo a carga em uma menor área do subleito, como é mostrado na figura 7. Figura 7 - Método de distribuição de cargas do pavimento flexível.Fonte: Adaptado de Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 51 Como dito anteriormente, esse tipo de pavimento é o mais utilizado no país, por ser inicialmente mais viável economicamente, para vias com tráfego de pequeno porte. Podem ser citadas algumas vantagens e desvantagens do pavimento flexível. Vantagens o Não ser necessário à construção de junta de dilatação. o Melhor sinalização devido às cores das sinalizações se destacarem na cor escura do pavimento flexível. o Preço unitário menor em relação ao preço do pavimento rígido Desvantagens o Durabilidade menor em relação ao pavimento rígido o A superfície do pavimento flexível quando molhada, se torna muito escorregadio. o Por conta de sua coloração escura, dificulta a visibilidade no período noturno, principalmente em dias com chuva. o Degrada facilmente com chuvas frequentes e grandes variações de temperaturas 3.2 PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA A pavimentação rígida é toda pavimentação cuja rigidez é muito elevada em relação às camadas inferiores, absorvendo assim todas as tensões que advém do carregamento nela aplacada, DNIT (2006). A pavimentação rígida por ser classificadas em diversos tipos de acordo com MEAN, A.; ANANIAS, R.; OLIVEIRA, V. (2011). 52 Pavimentação de concreto simples Pavimento de concreto simples, mostrado na figura 8, é o pavimento de concreto Portland, em que as tensões solicitantes são combatidas somente pelo próprio concreto, não contendo nenhum tipo de armadura distribuída (não são consideradas armaduras eventuais sistemas de ligação de transferência de carga entre as placas formadas pelas juntas longitudinais e transversais). Figura 8 – Pavimento de Concreto Simples Fonte: Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho Pavimentação do tipo Whitetopping O Whitetopping é um pavimento de concreto sobreposto a um pavimento flexível já existente, conforme a imagem dois. Normalmente é usado para a recuperação de estradas que estejam em más condições. O pavimento flexível serve como sub-base para o concreto. Nesse tipo de pavimentação não são usadas armaduras distribuídas para suportar tensões solicitantes. As tensões são 53 suportadas pelo próprio concreto e no máximo são usadas armaduras para eventuais sistemas de transmissão entre placas. Imagem 2 - Pavimentação Rígida Whitetopping. Fonte: Portal Infraestrutura Urbana. Pavimentação Estruturalmente Armada A pavimentação estruturalmente armada tem armadura, vista na figura 9, com a finalidade estrutural e tem a função de combater tensões de tração na flexão gerada na placa. Nesse tipo de pavimento normalmente a armação é colocada na parte inferior das placas, pois é nesta região a maior solicitação de esforços. Figura 9 – Pavimenta Estruturalmente Armado Fonte: Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho 54 Pavimentação em Concreto Rolado O concreto rolado ou compactado com rolo é indicado para locais onde há circulação de veículos em baixa velocidade, independentemente de seu peso. Por exemplo, em estacionamentos, pátios de manobras, rodovias vicinais. O uso desse concreto com baixa quantidade de água também é utilizado para a execução de sub-bases de pavimentos como no caso do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, como visto na imagem três. Segundo Carvalho, da ABCP (Associação Brasileira de Concreto Portland), a aplicação do concreto rolado evita deformações excessivas e uniformiza o suporte. Imagem 3 – Lançamento do concreto rolado no Rodoanel Mário Covas. Fonte: Portal Recuperação. Pavimentação com peças em concreto pré-moldado As pavimentações constituídas por peças pré-moldadas, como visto na imagem quatro, são feitas em diversos formatos, junta postos com ou sem articulações e rejuntadas com asfalto. Essa pavimentação é adequada para estacionamentos, vias de acesso e desvio de trafego leve. 55 Imagem 4 - Pavimentação com peças em concreto pré-moldado Fonte: Autor (2016) A pavimentação rígida vem conquistando seu espaço dia a dia nas obras nacionais, já que tem uma durabilidade maior e exige menos manutenção comparada a pavimentação flexível. Enquanto os pavimentos flexíveis têm uma vida útil de aproximadamente 10 anos, os pavimentos rígidos são projetados para uma vida útil de 30 anos, deste modo tendo um custo benefício viável, pois a pavimentação rígida pode custar até três vezes mais que a pavimentação flexível. Umas das grandes diferenças entre os dois pavimentos é a forma de como as cargas são distribuídas no terreno. Na pavimentação flexível tendem a ir verticalmente, concentrando-se em um único ponto, já na pavimentação rígida, as placas de concreto funcionam como uma ponte sobre o subleito, como pode ser visto na figura 10, desta forma as cargas são distribuídas em uma área maior do solo. 56 Figura 10 - Distribuição de cargas na pavimentação rígida Fonte: Adaptado de Vias Concretadas – Eng.º Marcos Dutra de Carvalho A partir dos estudos sobre os tipos Pavimentação, a Pavimentação Simples de Concreto foi selecionada a para aplicação do concreto reciclado como revestimento, serão realizados testes laboratoriais para verificar se o concreto alcançara o Fck solicitado de 30 Mpa, conforme a norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos. No capítulo a seguir serão apresentados os resultados obtidos nos testes, como o objetivo de uma análise mais simples, se o concreto reciclado é apto ou não para exercer tal função. 3.3 UTILIZAÇÃO DO CONCRETO RECICLADO NA PAVIMENTAÇÃO Segundo PEREIRA et, al. (2015), o RCD foi empregado em diferentes tipos de utilizações como por exemplo, na base e sub-base da pavimentação rígida, camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação flexível. Ainda conforme PEREIRA et, al (2015), podemos citar alguns lugares do planeta que já utilizaram o RCD na pavimentação. 57 Belo Horizonte Na cidade de Belo Horizonte, as Avenidas Raja Gabaglia e Mário Werneck, foi utilizado o RCD nas camadas de base e sub-base da pavimentação flexível. Tendo com resultado parecidos em relação as estruturas dimensionadas utilizando RCD e estruturas utilizando agregado natural. Espanha O agregado graúdo foi substituído pelo RCD no concreto asfáltico na pavimentação flexível e tendo como vantagens a minimização de danos socioambientais causados pelos resíduos, além de vantagens econômicas para a obra. Nova Jersey Teve como meio de utilização do RCD, substituição do agregado natural pelo RCD, na base e sub-base da pavimentação flexível. De acordo com MOTTA (2005), alguns países do mundo, tendo como exemplo a Itália, possuem especificações próprias para utilização de RCD na pavimentação, levando em conta a forma e a heterogeneidade dos grãos a serem utilizados. A partir dos meios de utilização do RCD na pavimentação, o presente estudo irá utilizar o tipo de pavimentação rígida de concreto simples, para estudar a possibilidade de substituição do agregado natural pelo agregado proveniente de RCD na camada de revestimento. 58 3.4 PAVIMENTAÇÃO DE CONCRETO SIMPLES Trata-se de pavimento no qual os esforços atuantes são resistidos apenas pelo concreto, sem a presença de armadura. Apresenta espessuras elevadas para correção da deficiência do concreto em relação à sua baixa resistência à tração. (PITTA, 1989 apud PETRONILHO, 2011). A pavimentação é feita por placas de concreto de pequenas dimensões, que se apoiam sobre a fundação ou subleito reforçado. Segundo a norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos, a resistência a compressão das placas aos 28 dias tem que ser igual ou maior a 30 Mpa.59 4 PROCEDIMENTOS Neste capítulo serão descritos os procedimentos executados para um estudo preliminar, sobre a possibilidade de substituição do agregado natural, pelo RCD na camada de revestimento de pavimento rígido de acordo com a NBR 15.116/2004. 4.1 COLETA DE AMOSTRA As amostrar, mostradas na imagem 5, foram coletas em restos de concretagem e de tratamentos estruturais, onde as estruturas tiveram partes escareadas devido a algum tipo de patologia ou para regularização da superfície estruturais. Imagem 5 - Amostra de RCD Fonte: Autor (2016). 4.2 GRANULOMETRIA Dentre os requisitos necessários para a utilização do RCD, para a utilização com o fim proposto, é necessário o estudo granulométrico para 60 determinar se o agregado reciclado cumpri a exigência contida na NBR 15.116/2004. De acordo com a item 6.1 de requisitos gerais, é necessário que o RCD tenha sua composição granulométrica não uniforme e bem graduado com coeficiente de uniformidade Cu>10, como visto no quadro 7, além da NBR 7181/1994, também indicada na mesma tabela. Quadro 7 - Requisito de composição granulométrica Propriedades Agregado reciclado classe A Normas ensaios Graúdo Miúdo Graúdo Miúdo Composição Granulométrica Não uniforme e bem graduado com coeficiente de uniformidade Cu > 10 ANBT 7181 Fonte: Adaptado da NBR 15.116/2004 4.2.1 Ensaio de composição granulométrica RCD O ensaio de composição granulométrica de acordo com a NBR 7181/1984, foi realizado por etapas, e utilizou os seguintes itens. Estufa Balança Bandeja Conjunto de peneiras Agitador Pincel Na 1° etapa do ensaio, foi feita da pesagem de duas amostras em dois 6recipientes iguais e com mesma quantidade de amostra, e conforme a imagem 6 pode-se ver um dos recipientes sendo pesado, em seguida foi posto em pratica o procedimento informado no item 4.2.3 da NBR 7181/1984, ao qual o material foi 61 passado na peneira 2,0 mm para reter na mesma somente o material composto por grãos maiores que a abertura da malha da peneira. O material retido, foi lavado com o objetivo de eliminar o restante do material composto por grãos finos, ainda presentes nas amostras. Essas amostras foram postas para secagem na estufa. Imagem 6 - Amostra pesada antes de passar pela peneira de 2,0 mm Fonte: Autor (2016). Na 2° etapa, foi montada a sequência de peneiras de acordo com o item 4.5.2 da NBR 7187/1984, como mostrado na imagem 6, com as seguintes dimensões de malha: 62 50 mm 38 mm 25 mm 19 mm 9,5 mm 4,8 mm As peneiras utilizadas no procedimento podem ser vistas na imagem 7. Imagem 7 - Peneiras montadas na ordem determinada Fonte: Autor (2016). Na sequência, foi utilizado o agitador para que fosse possível que o material da amostra passasse pelas malhas peneiras. O material retido em cada uma das peneiras, foi pesado de acordo com o tipo de balança indicado para cada tamanha de amostra, conforme o item 4.2.1 da NBR 71/1984, ao quem pode ser visto no quadro 8. 63 Quadro 8 - Determinação do peso de amostra seca ao ar Dimensões dos grãos maiores contidos na amostra (mm) Balança a ser utilizada Capacidade nominal (Kg) Resolução 0,5 (g) >25 10 1 5 a 25 5 0,5 <5 1,5 0,1 Fonte: Adaptado da NBR 7181/1984. A 3° etapa, foi feita a montagem da planilha com os resultados obtidos no ensaio descrito a cima, foi possível determinar a curva granulométrica da amostra utilizada no mesmo, além do coeficiente de uniformidade Cu. O meio de se calcular esse coeficiente se dá pela razão entre os diâmetros das peneiras correspondente a 60% e 10% das frações de material passante, tomados da curva granulométrica, determinando assim o D60 e D10. Formula coeficiente de uniformidade. Cu=D60/D10 O coeficiente de uniformidade tem por função determinar a uniformidade ou não da amostra, seguindo os seguintes parâmetros. Cu < 5 – Denominado solo uniforme 5 < Cu < 15 – Denominado solo mediamente uniforme Cu > 15 – Denominado Solo desuniforme 4.3 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO Com o objetivo de verificar se o concreto reciclado tem capacidade de alcançar a resistência de compressão axial de 30Mpa aos 28 dias, como exigido pela norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos, foram realizados testes com o traço do concreto, conforme o quadro 9, onde a brita tradicional foi substituída integralmente pela brita reciclada. A partir deste concreto, foram 64 moldados 5 corpos de prova para o estudo da sua resistência a compressão axial. Quadro 9 - Traço do Concreto Reciclado para resistência de 30 Mpa TRAÇO EM MASSA Para 1 Kg de Cimento – CPII Areia (kg) Agregado Graúdo A/C 2,36 2,54 0,53 Fonte: Autor (2016). 4.3.1 Ensaio de compressão 1º Etapa – Dosagem: Para dosar a quantidade dos matérias utilizados no concreto foram utilizados balanças e baldes graduados, a modo de garantir a qualidade do traço. 2º Etapa – Mistura: Os componentes foram misturados e houve a adição de água de modo a garantir a homogeneidade do concreto, como mostrado na imagem 8. Imagem 8 - Mistura do traço do Concreto Fonte: Autor (2016). 3º Etapa – Preenchimento dos corpos de prova cilíndricos (moldes de 10x20cm) – Os moldes foram preenchidos em 3 camadas de concreto, sendo 65 cada uma delas adensadas com o auxilio de uma haste e sobre cada camada foram aplicados 25 golpes distribuídas uniformemente, como mostra a imagem 9. Para retirar eventuais bolhas, foi utilizado um martelo de cabeça emborrachada. Imagem 9 - Adensamento da última camada com auxílio da haste. Fonte: Autor (2016). 4º Etapa – Após o preenchimento e adensamento dos corpos de prova, regulariza-se a superfície com uma colher de pedreiro e identifica-se cada corpo de prova, como na imagem 10. Imagem 10 - Corpos de Provas identificados Fonte: Autor, 2016. 5º Etapa – Após 7 (sete) dias e 28 (vinte e oito) dias da moldagem do corpo de prova, o mesmo são submetidos a testes de carga, a modo de verificar a sua 66 resistência a compressão axial e comprovar se o mesmo alcançou a resistência solicitada, como mostra a imagem 11 abaixo. Imagem 11 - Rompimento dos Corpos de Prova Fonte: Tecnocon Serviços Técnicos, ano não informado. 67 5 RESULTADOS Esta etapa do presente estudo, serão apresentados os resultados obtidos nos ensaios mencionados anteriormente e comparados ao valore de fck necessário especificado no manual de pavimentação rígida do DNIT (2004), além da especificação sobre a graduação do RCD dita no item 6.1 da NBR 15116/2004. 5.1 Resultado do ensaio de composição granulométrica RCD O primeiro passo do ensaio de granulometria, se deu pela pesagem de duas amostras iguais, com peso inicial de 5 Kg. Após esse procedimento, as duas amostras foram passadas pela peneira de 2,0 mm para reter na mesma somente o material composto por grãos maiores que a abertura da malha da peneira e, em seguida, o material retido das duas amostras foi lavado e posto para secagem. O resultado desse procedimento se deu com os seguintes valores: Amostra 1 Com peso inicial de 5Kg, após o procedimento relatado a cima, essa amostra passou a ter o peso de 4,958 Kg. Amostra 2 Com peso inicial de 5Kg, após o procedimento relatado a cima, essa amostra passou a ter o peso de 4,959 Kg. Na sequência do ensaio de composição granulométrica das amostras de RCD utilizadas nesse estudo, foram apresentados os seguintes resultados, presentes nos quadros 10 e 11, além da curva granulométrica das duas amostras, presentesnos quadros 12 e 13 e gráficos 6 e 7 a seguir. 68 Quadro 10 - Resultados Ensaio de granulometria da amostra 1 Fonte: Autor (2016). Tendo em vista os resultados apresentados no quadro 10, a amostra 1 teve uma perda de 0,014 Kg em relação ao peso da mesma amostra após o procedimento de secagem, representando 0,28% de perda de amostra durante o procedimento o procedimento de passagem da amostra pelo conjunto de peneiras. O coeficiente de uniformidade da amostra foi calculado de acordo com a fórmula: Cu=D60/D10 Cu=25/9,5=2,63 < 5 AMOSTRA 1 Peneiras (mm) Peso retido M1 (Kg) R acumulado M1(Kg) Retido % M1 % Retido Acumulado M1 % que passa M1 2" 50 0 0 0 0 100 1 '/2" 38 0 0 0 0 100 1" 25 0,988 0,988 19,93 19,93 80,07 3/4" 19 1,242 2,23 25,05 44,98 55,02 3/8" 9,5 2,136 4,366 43,08 88,06 11,94 4 4,8 0,29 4,656 5,85 93,91 6,09 Fundo 0,288 4,944 5,81 99,72 0,28 69 Com o valor do coeficiente de uniformidade encontrado, foi possível determinar que a amostra 1 é classificada com uma amostra de solo uniforme. Sendo assim, não cumprindo a exigência feita no item 6.1 da NBR 15116/2004. Quando 11 - Resultados Ensaio de granulometria da amostra 2 AMOSTRA 2 Peneiras (mm) Peso retido M2(Kg) R acumulado M2(kg) Retido % M2 % Retido Acumulado M2 % que passa M2 2" 50 0 0 0 0 100 1 '/2" 38 0 0 0 0 100 1" 25 1,014 1,014 20,44 20,44 75,56 3/4" 19 1,228 2,392 24,76 45,2 54,8 3/8" 9,5 2,122 4,514 42,79 87,99 12,01 4 4,8 0,293 4,807 5,91 93,9 6,1 Fundo 0,29 4,947 5,84 99,74 0,26 Fonte: Autor (2016). Com o valor do coeficiente de uniformidade encontrado, foi possível determinar que a amostra 1 é classificada com uma amostra de solo uniforme. Sendo assim, não cumprindo a exigência feita no item 6.1 da NBR 15116/2004. 70 Quadro 12 - Dados do gráfico 6 AMOSTRA 1 Peneiras (mm) % que passa M1 50 100 38 100 25 80,07 19 55,02 9,5 11,94 4,8 6,09 Fonte: Autor (2016). Quadro 13 - Dados do gráfico 7 Fonte: Autor (2016). AMOSTRA 2 Peneiras (mm) % que passa M1 50 100 38 100 25 75,56 19 54,8 9,5 12,01 4,8 6,1 71 Gráfico 6 - Curva Granulométrica Amostra 1 Fonte: Autor (2016). 72 Gráfico 7 - Curva Granulométrica Amostra 2 Fonte: Autor (2016). 73 Ao analisar o gráfico da curva granulométrica das duas amostras, foi possível determinar que as amostras são compostas por RCD de granulometria uniforme, conforme visto anteriormente, com os resultados dos coeficientes de uniformidade das amostras, não atendendo a exigência presente na NBR 15116/2004, em relação a classificação granulométrica do agregado reciclado. 5.2 Resultado ensaio de compressão Quadro 14 - Resultados Ensaio de Compressão do Concreto LAUDO DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS DE ARGAMASSA FcK específico: 30Mpa DATA DA MOLDAGEM QUANTIDADE DE CORPOS DE PROVA MOLDADOS RESISTÊNCIA NAS IDADES DE ROMPIMENTO (Mpa) 7 Dias 28 Dias 25/10/2016 5 10,8 11,2 10 11 Fonte: Autor (2016). Após os resultados de 28 dias de compressão, foi possível concluir que o traço do concreto feito com o agregado graúdo reciclado, classificado como solo uniforme, não alcançou o FcK específico de 30 Mpa, conforme a norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos. 74 6 CONCLUSÃO A geração de resíduos sólidos é uma preocupação mundial, tendo em vista que a maior parte dos resíduos gerados no mundo é composta por RCD, deste modo é imprescindível que hajam meios de reutilização deste resíduo, já que mesmo tem grande potencial como agregado e que adotando formas de reutilização diminuirá significativamente os impactos gerados pelo descarte irregular. Um dos meios de reutilização do RCD se dá pela reciclagem, transformando-o em agregado. A utilização mais comum na construção civil é na pavimentação, em base e sub-base de estradas. O estudo em questão teve intenção de implementar uma outra empregabilidade do RCD na pavimentação, aplicando o concreto reciclado para o revestimento de pavimentação rígida de concreto simples, este concreto é feito através da substituição do agregado graúdo natural pelo agregado reciclado oriundo do RCD. Para obtenção da resistência do Concreto foram realizados o ensaio de granulometria de concreto e o ensaio de Compressão do Concreto. Durante a execução do ensaio de granulometria da amostra utilizada para traçar o concreto, foi possível perceber que, na etapa em que o RCD foi passado pelas peneiras com o auxílio do agitador mecânico, os grãos sofreram um leve deterioramento, resultando em uma maior quantidade de material que passou na peneira de 4,8 mm, e se depositaram no fundo do conjunto de peneiras, tendo em vista que no início do processo, observado a olho nu, a impressão tida era que a quantidade que iria ficar depositada no fundo seria menor. Durante a execução do traço do concreto, conseguimos observar que os grãos de agregados reciclados são mais porosos que o agregado natural. Deste modo, concluímos com os estudos realizados, que a amostra de agregado de RCD utilizada no traço do concreto reciclado, não contém as características que são imprescindíveis para que o concreto alcance a resistência específica. Conforme a NBR 15116/2004, essas características são: solo não uniforme, bem graduado e com coeficiente de uniformidade maior que 10. 75 Desta maneira foi comprovado com ensaio de compressão, que o concreto feito com a amostra de agregados de RCD utilizada nesse estudo não chegou ao Fck de 30Mpa exigido no manual de pavimentação rígida do DNIT/2004. Os resultados obtidos não excluem a possibilidade de utilização do RCD na camada de revestimento da pavimentação rígida, desde que os agregados reciclados de RCD contenham todas as características necessárias descritas na norma do DNIT 157/2001 – Pavimentos Rígidos. 76 7 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO. Pesquisa Setorial ABRECON. 2015. Disponível em:< http://www.abrecon.org.br/relatorio-pesquisa-setorial-20142015/ >. Acesso em set/2016 ALMADEI, D. I. B. et. al. A Questão dos Resíduos de Construção Civil: um breve estado da arte. Revista NUPEM, Campo Mourão, v.3, n.5, ago. /dez.2011. ANDERE, P. A. R.; SANTOS, H. I. Disposição Final de Resíduos da Construção Civil – estudo de caso. Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental. Goiânia – GO. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. Rio de Janeiro, 2004. ______. NBR 7181: Solo – Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984. BRASIL. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes. Manual de Pavimentação. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Rodoviárias, IPR - 719, 2006. ______. Manual de Pavimentação Rígida. 2.ed. Versão Preliminar. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Rodoviárias, 2004. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010: institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 ago. 2010. BRASILEIRO, L. L. Utilização de Agregados Reciclados Provenientes de RCD em Substituição ao Agregado Natural no Concreto Asfáltico. Teresina, PI, 2013. 77 COMÉRCIO DE MÁQUINAS E SERVIÇOS LTDA. Disponível em: <http://www.ccmmaquinas.com.br/>. Acessado em: out/2016. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n º 307, de 05