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ANÁLISE TEXTUAL - COESÃO

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Prévia do material em texto

maieaulas@gmail.com | 6298164.7478 | @maie_escola_de_redacao 
COESÃO REFERENCIAL E SEQUENCIAL 
 
A argumentação é construída mediante o entrelaçamento das ideias presentes no enunciado, processo que é realizado com 
o uso de elementos linguísticos específicos para esse fim: os recursos de coesão. Eles possibilitam a organização 
enunciativa, de modo que aquilo que o escritor quer dizer seja, efetivamente, dito, a fim de que o texto alcance seus 
objetivos. Vejamos, com mais detalhes, o conceito de coesão: 
 
“Por coesão entende-se a ligação, a relação, os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a superfície 
textual. Ao contrário da coerência, que é subjacente, a coesão é explicitamente revelada através de marcas linguísticas, 
índices formais na estrutura da sequência linguística e superficial do texto, o que lhe dá um caráter linear, uma vez que se 
manifesta na organização sequencial do texto.” Ingedore V. Koch e Luiz Carlos Travaglia. 
 
Vale ressaltar que há dois tipos de coesão, a referencial e a sequencial. Vamos entendê-las? 
 
 COESÃO REFERENCIAL 
 
Aquela em que alguma palavra ou sintagma no texto – a chamada forma remissiva – remete-nos a outra palavra (ou trecho 
textual) – o chamado termo referente. 
 
Anáfora e catáfora: as irmãs coesivas 
Conforme a linguística, há dois mecanismos pelos quais podemos fazer a coesão referencial: 
 
1. Anáfora 
 
Ocorre quando há remissão a elementos que já foram enunciados anteriormente no texto. 
 
Exemplo: 
Segundo a Oxfam, o Brasil ocupa, hoje, o oitavo lugar no ranking mundial de desigualdade socioeconômica. Essa 
preocupante posição é decorrente, sobretudo, da falta de políticas públicas que visem à minimização do hiato entre os 
pobres e os ricos no país. 
 
2. Catáfora 
 
Acontece quando há referência a elementos ainda não enunciados, que estão a seguir. 
 
O mais grave problema do Brasil é este: a desigualdade socioeconômica. 
 
Principais mecanismos de coesão referencial: 
 
 Léxico (repetição, sinônimos, hiperônimos e hipônimos) 
 Pronomes (relatos, demonstrativos, pessoais, possessivos, etc.). 
 
Dica! 
 
Coesão por envelopamento 
Com esse mecanismo, uma ou mais palavras retomam todo um trecho (orações, frases ou parágrafo). Um bom 
envelopamento pode ser feito por meio de um pronome demonstrativo + substantivo que retome o contexto ao qual você 
quer fazer referência. 
 
Exemplo: 
A história do Corcunda de Notre-Dame, narrada pelo escritor francês Victor Hugo, ficou mundialmente conhecida pelo 
retrato de Quasimodo, um sujeito que, devido às suas características físicas disformes, era repudiado pelos habitantes de 
Paris no período medieval. Essa narrativa, embora fictícia, é análoga à realidade brasileira, já que aqueles que não se 
enquadram aos padrões ditos normais continuam a ser repudiados e subestimados constantemente. 
 
Aprendeu? 
 
1. Faça o envelopamento: 
 
No mundo contemporâneo, a banalização da morte faz-se evidente. 
________________________________________________ pode ser observada(o) com o descaso do corpo social diante 
do exorbitante e crescente número de vítimas da covid-19. 
mailto:maieaulas@gmail.com
 
 
maieaulas@gmail.com | 6298164.7478 | @maie_escola_de_redacao 
2. Leia os textos abaixo e destaque os elementos de coesão referencial: 
 
TEMA: Os impasses para o combate ao capacitismo no Brasil 
 
“Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?” O questionamento do morto mais célebre da literatura 
nacional, o protagonista de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, romance de Machado de Assis, deixa nítido seu desprezo 
por Eugênia, personagem que, embora nutrisse o interesse do defunto-autor, foi abandonada pelo simples fato de ser 
acometida por uma deficiência. Fora da ficção, a sociedade brasileira, em analogia à obra, também propaga uma visão 
capacitista em relação a essa parcela da população, uma vez que subestima a capacidade e a aptidão de tais pessoas em 
virtude das debilidades de que são vítimas. Nesse sentido, é necessário compreender que o combate ao problema não se 
efetiva devido tanto à naturalização do preconceito quanto à inoperância estatal em garantir a inclusão dessa minoria. 
Diante dessa conjuntura, vale reiterar que a nação trivializou a discriminação contra as chamadas pessoas com 
deficiência (PcDs). Essa lamentável circunstância vai ao encontro de postulados do sociólogo francês Pierre Bourdieu, 
para quem uma sociedade, ao repetir determinadas condutas, mesmo que nocivas, naturaliza-as, isto é, passa a considerá-
las como padrões comportamentais inerentes à comunidade. Conforme essa análise sociológica, sabe-se que, em função de 
o Brasil ter banalizado o capacitismo, essa forma de preconceito reproduz-se cotidianamente como uma afronta à 
dignidade, ratificando a exclusão de tal minoria, o que se observa, por exemplo, em meio à recorrência de violências físicas 
e psicológicas contra quem não se enquadra aos padrões ditos normais. Logo, é insofismável que, enquanto esse hábito 
cruel não for desconstruído, essa camada continuará estigmatizada como inapta ao convívio coletivo. 
Ademais, prepondera também a inoperância do Estado em garantir, de fato, a inclusão dessa parcela 
populacional, o que corrobora a solidificação de um cenário adverso às PcDs. Sob tal ótica, mesmo que, no Brasil, o 
governo assegure a inserção dessa minoria à sociedade por intermédio do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o qual, em 
tese, protege os direitos dessa minoria e impõe penalidades a quem infringir a lei, o poder público não cumpre seus deveres. 
Prova disso é que pessoas com deficiência permanecem à margem, vivenciando, diariamente, situações que reforçam o 
panorama capacitista, a exemplo da falta de profissionais nas escolas para atender às demandas específicas a esse grupo e 
a ausência de fiscalização nas empresas que se recusam a reservar-lhe vagas. Dessa forma, é necessária uma postura 
governamental que esteja em consonância com o que está previsto legalmente. 
Portanto, urgem medidas que combatam a vigente naturalização dessa mazela e a inoperância estatal para que 
esse imbróglio seja, enfim, mitigado. Para isso, cabe à Secretaria dos Direitos Humanos, em parceria com as mídias, 
estimular a população a lutar contra a conduta discriminatória, por intermédio de campanhas publicitárias – veiculadas em 
jornais, redes sociais e televisão – focadas, principalmente, em reforçar a capacidade e o potencial das pessoas com 
deficiência, a fim de que sejam inseridas de forma ativa em sociedade, sobretudo no mercado de trabalho. Além disso, a 
sociedade civil organizada, em uma ação conjunta com tal minoria, deve reivindicar o cumprimento do Estatuto da Pessoa 
com Deficiência para que os direitos a esse grupo sejam devidamente assegurados. Somente assim, visões tão levianas 
como a de Brás Cubas serão, paulatinamente, extintas do país. 
 
 
TEMA: Qual a finalidade da vida humana? 
 
“Soul”, o novo filme da Pixar, conta a história de Joe – um músico frustrado que busca, incansavelmente, a 
realização de um sonho – e de Vinte e Dois, uma alma que, por nunca ter encontrado o sentido da vida, não consegue 
receber o seu passaporte para a Terra. Apesar de se tratar de uma animação infantil, a obra cinematográfica, a todo 
momento, aborda questionamentos caros à filosofia, como o propósito da existência humana. Nesse sentido, a trama 
reaviva discussões fundamentais em uma contemporaneidade que, em função das imposições de felicidade e da exacerbada 
cobrança por produtividade, não permite a compreensão acerca da real finalidade da vida: a plenitude. 
Frente a esse quadro, vale destacar que, atualmente, o mundo vive sob a égide de uma “ditadura da felicidade”, 
de acordo com a qual é preciso estar ou aparentar estar contente o tempo todo. Nesse panorama, o que mais impulsiona tal 
imposição é o fato de ela ser repetida constantemente,sobretudo, nas redes sociais, nas quais vigora a ideia de que 
transparecer, diariamente, uma vida perfeita confere status ao indivíduo. A verdade é que, nesse cenário, no qual o homem, 
ao buscar a alegria infindável, termina por compreender que ser feliz é um imperativo incontornável, muitas vezes, pode 
ser acarretado efeito inverso, afinal, conforme a psicóloga Erika Maracaba: “a felicidade compulsória é um forte 
combustível para a infelicidade”. Dessa forma, o ser humano tem um complexo desafio a ser superado: combater essa 
ditadura para, então, conseguir entender que a finalidade da vida é estar em paz consigo mesmo, pleno, e não atender a 
ordens externas. 
Outrossim, a dificuldade em desvendar o desígnio existencialista resulta também de uma cobrança incessante 
por produtividade na sociedade hodierna. Ora, não há como esperar do sujeito uma resposta plausível e confortante à 
indagação sobre o objetivo de estar no planeta se às pessoas o sistema impõe, diuturnamente, a ideologia de que o 
cumprimento de tarefas extenuantes é uma necessidade. Sob tal ótica, prepondera, como já apontava o filósofo Karl Marx, 
uma realidade em que o trabalho, ao invés de libertar, aprisiona e aliena o ser, cada vez mais explorado para auferir a 
máxima lucratividade à elite. Essa conjuntura agrava-se, ainda mais, com o avanço das tecnologias, as quais, além de 
possibilitarem que o funcionário esteja 24 horas disponível ao seu patrão, desencadearam a chamada “uberização do 
trabalho”, em que o empregado labora sem usufruir de direitos trabalhistas. Logo, a autossatisfação, que deveria ser o 
mailto:maieaulas@gmail.com
 
 
maieaulas@gmail.com | 6298164.7478 | @maie_escola_de_redacao 
verdadeiro fim da humanidade, fica suprimida em decorrência de um regime explorador que dissemina a acepção de que o 
cidadão jamais produz o suficiente. 
Assim, é preciso que a contemporaneidade supere a ditadura da felicidade e a exploração do capital para que 
compreenda que a finalidade da vida não é mais que a plenitude, a qual imbui o sujeito de paz interior. Para tanto, urge 
uma luta contra as influências maléficas das redes sociais, nas quais ganha prestígio quem leva, no rosto, um sorriso 
indestrutível. Para tanto, urge que o sistema restitua ao trabalho a condição de instrumento de libertação. Para tanto, enfim, 
urge que os Joes e os Vinte e Dois imponham seus sonhos e desejos de alma contra os imperativos mecânicos desta época 
tão pouco humana. 
 
 COESÃO SEQUENCIAL 
 
A coesão sequencial caracteriza-se por englobar mecanismos linguísticos que permitem a sequência textual harmônica 
entre orações, frases e parágrafos no texto. Afinal, é preciso conectar bem as partes do texto, para que ele não fique 
fragmentado e para que se estabeleça, de forma eficiente, a transição entre as ideias. Mas é fundamental usar de modo 
adequado as partículas que estabelecem essa conexão. Por isso, vamos estudar, detalhadamente, um quadro com os recursos 
coesivos mais usados nesse processo. 
 
Partículas de coesão intraparagrafal (mobilizadas para conectar orações e frases no interior de um mesmo parágrafo) 
 
PARTÍCULAS DE RELEVÂNCIA 
(PARA DAR DESTAQUE) 
EXEMPLO 
em primeiro lugar; primordialmente; antes de mais nada; 
principalmente; acima de tudo; primeiramente; sobretudo, 
mormente (sobretudo). 
No atual governo do Brasil, verifica-se uma presença 
excessiva de comandantes e oficiais no alto escalão da 
administração pública em posições em nada relacionadas à 
vocação marcial, a exemplo do que ocorreu durante a 
Ditadura Militar de 1964, o que desperta a desconfiança 
acerca de um regresso na política, confirmada, mormente, 
no fato de que os militares não têm preparo para os negócios 
comuns de Estado e de que a governança democrática 
repugna a partidarização dos quartéis. 
PARTÍCULAS DE TEMPO (FREQUÊNCIA, 
DURAÇÃO, ORDEM, SUCESSÃO, ANTERIORIDADE, 
POSTERIORIDADE, SIMULTANEIDADE, 
EVENTUALIDADE) 
EXEMPLO 
Ordem 
então; enfim; logo depois; imediatamente; a princípio; logo 
depois; pouco depois; em seguida; posteriormente; 
finalmente; por fim. 
 
Frequência 
eventualmente; às vezes; não raro; muitas vezes; sempre; 
raramente; constantemente; com frequência. 
 
Simultaneidade 
ao mesmo tempo que; nesse ínterim (nesse intervalo de 
tempo); concomitantemente; simultaneamente. 
 
Para tanto, urge uma luta contra as influências maléficas das 
redes sociais, nas quais ganha prestígio quem leva, no rosto, 
um sorriso indestrutível. Para tanto, urge que o sistema 
restitua ao trabalho a condição de instrumento de libertação. 
Para tanto, por fim, urge que os Joes e os Vinte e Dois 
imponham seus sonhos e desejos de alma contra os 
imperativos desumanos e mecânicos desta época tão pouco 
humana. 
 
Raramente, o corpo social reivindica seus direitos, o que, 
para o escritor Lima Barreto, ocorre devido à formação não 
de um povo, mas de um público, inerte, que apenas assiste 
às atrocidades, sem que nada faça para transformar a 
realidade em que está inserido. 
 
Concomitantemente à inércia governamental, a população 
insiste em eximir-se de suas responsabilidades coletivas. 
PARTÍCULAS PARA EXPRIMIR SEMELHANÇA, 
COMPARAÇÃO E CONFORMIDADE 
EXEMPLO 
Comparação/ semelhança 
igualmente; da mesma forma; do mesmo modo; semelhante a 
tal contexto; análogo a isso; analogamente a; por analogia; de 
maneira idêntica; assim como. 
 
“Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?” O 
questionamento do morto mais célebre da literatura 
nacional, o protagonista de “Memórias Póstumas de Brás 
Cubas”, romance de Machado de Assis, deixa nítido seu 
desprezo por Eugênia, personagem que, embora nutrisse o 
interesse do defunto-autor, foi abandonada pelo simples fato 
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Conformidade (estas partículas são usadas para dar 
continuidade ou ampliação a uma ideia que acabou de ser 
mencionada) 
 
sob o mesmo ponto de vista; de acordo com essa perspectiva; 
nessa perspectiva; sob essa linha de pensamento; sob essa 
ótica; conforme essa teoria; sob esse viés; segundo essa 
premissa (ideia inicial); nesse viés; nesse sentido; nessa 
lógica; com base nessa perspectiva, pode se afirmar que... 
de ser acometida por uma deficiência. Fora da ficção, a 
sociedade brasileira, em analogia à obra, também propaga 
uma visão capacitista em relação a essa parcela da 
população. 
 
Diante dessa conjuntura, vale reiterar que a nação trivializou 
a discriminação contra as chamadas pessoas com 
deficiência (PcDs). Essa lamentável circunstância vai ao 
encontro de postulados do sociólogo francês Pierre 
Bourdieu, para quem uma sociedade, ao repetir 
determinadas condutas, mesmo que nocivas, naturaliza-as, 
isto é, passa a considerá-las como padrões comportamentais 
inerentes à comunidade. Conforme essa análise 
sociológica, sabe-se que, em função de o Brasil ter 
banalizado o capacitismo, essa forma de preconceito 
reproduz-se cotidianamente como uma afronta à dignidade 
de quem não se enquadra aos padrões ditos normais. 
 
Segundo o filósofo francês Guy Debord, vive-se em uma 
sociedade do espetáculo. De acordo com essa teoria, os 
indivíduos agem como se a realidade fosse um imenso palco 
no qual todos almejam o destaque e, para alçar esse 
objetivo, o homem destina boa parte de seu tempo e de seu 
dinheiro à construção de uma imagem de sucesso, mesmo 
que irreal. Sob tal viés, pode se afirmar que a sociedade está 
submetida a uma forte coerção... 
PARTÍCULAS DE ADIÇÃO DE NOVOS 
ARGUMENTOS E DE CONTINUAÇÃO DE IDEIAS 
EXEMPLO 
Adição de novos argumentos 
além disso; além do mais; além de tudo; ademais; afora isso; 
também; outrossim. 
 
Continuação de ideias (sem a manutenção de fortes 
vínculos lógicos) 
 nesse contexto; nesse cenário; nesse quadro; 
nessa conjuntura; diante desse contexto; diantedesse quadro; 
diante desse cenário; diante dessa conjuntura. 
 
Continuação de ideias + tom de conclusão e/ou de 
consequência (com fortes vínculos lógicos) 
 
desse modo; dessa forma; dessa maneira; assim; 
 
Ademais, prepondera também a inoperância do Estado em 
garantir, de fato, a inclusão dessa parcela populacional, o 
que corrobora a solidificação de um cenário adverso às 
PcDs. 
 
Nesse sentido, para o filósofo alemão Ludwig Feuerbach, o 
chamado arquiteto do universo não é mais que a projeção 
das qualidades que os homens consideram elevadas, mas 
fracassam em alçar. De fato, a figura de Jesus, por exemplo, 
representa exatamente tudo que a moral considera nobre. 
 
Desse modo, não é plausível conceber uma entidade que 
dite, de antemão, o destino de bilhões, atribuindo à vida o 
objetivo de louvor eterno. 
 
Frente a esse quadro, vale destacar que, atualmente, o 
mundo vive sob a égide de uma “ditadura da felicidade”, de 
acordo com a qual é preciso estar – ou aparentar estar – 
contente o tempo todo. 
PARTÍCULAS DE CERTEZA 
E DE ÊNFASE 
EXEMPLO 
por certo; certamente; sem dúvida alguma; indubitavelmente, 
inquestionavelmente; inequivocamente; inegavelmente; 
insofismavelmente (de maneira insofismável, 
irrefutavelmente.) 
 
O Brasil, insofismavelmente, não é um país de todos. 
PARTÍCULAS DE FINALIDADE 
E INTENÇÃO 
EXEMPLO 
com a finalidade de; com o intento de; com vistas a; com o 
intuito de; com a intenção de; com o objetivo de; a fim de; 
com o propósito de; para que; para. 
Com o fito de garantir o progresso nacional, deve haver 
consideráveis investimentos na educação. 
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PARTÍCULAS DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA 
 
EXEMPLO 
Consequência 
por consequência; por conseguinte; consequentemente; como 
resultado disso; com isso; como consequência desse contexto; 
por conta dessa conjuntura; assim; dessa forma; desse modo, 
logo. 
 
Causa 
por causa de; em virtude de; em razão de; como consequência 
de; devido a; em função de; por conta de; como resultado de. 
 
O acesso aos recursos tecnológicos nada representa senão 
um privilégio de poucos. Por conseguinte, durante a 
pandemia de covid-19, o ensino remoto faz-se inalcançável 
à maioria, de forma que as desigualdades sejam ainda mais 
escancaradas nacionalmente. 
 
Em razão da exclusão tecnológica, o direito à educação, 
durante a pandemia de covid-19, foi tolhido de milhares de 
cidadãos, cujas condições econômicas não favoreceram o 
acesso ao ensino remoto a distância. 
PARTÍCULAS INDUTORAS DE UMA CONCLUSÃO EXEMPLO 
portanto; desse modo; assim; então; logo; por conseguinte; 
dessa forma; desse modo; destarte. 
A leitura desenvolve a cognição e o pensamento crítico. 
Logo, todos devem praticá-la. 
PARTÍCULAS DE OPOSIÇÃO EXEMPLO 
no entanto; todavia; porém; não obstante; entretanto; ao 
contrário disso. 
Diante desse panorama, vale destacar que, de acordo com a 
perspectiva socrática, na Grécia Antiga, o diálogo é 
fundamental para que se tomem as melhores decisões em 
favor da coletividade. Entretanto, apesar de milenar, o 
ensinamento do pensador é ignorado pelos militares, entre 
os quais prepondera uma concepção de que a obediência 
servil deve prevalecer sobre o debate, convertendo soldados 
em máquinas reprodutoras do ideal de que a imposição é a 
estratégia mais perspicaz contra quem se recusa à submissão 
cega. 
 
 Coesão interparagrafal 
 
Abarca os operadores argumentativos dos quais o candidato lança mão para conectar os parágrafos entre si. 
 
Recursos coesivos para iniciar o D1 
Diante desse contexto, vale ratificar... 
Diante desse cenário, é importante apontar... 
Diante dessa conjuntura, é crucial pôr em relevo... 
Nesse cenário, vale destacar... 
Nesse contexto, é fundamental ratificar... 
Nessa conjuntura, é crucial salientar... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: Se a relação entre os parágrafos for de CAUSA e CONSEQUÊNCIA, o D2 deve ser introduzido com uma 
partícula que indique consequência. Se a relação entre os parágrafos for de OPOSIÇÃO, o D2 deve ser introduzido com 
uma partícula que indique oposição. 
 
 
 
 
 
Recursos coesivos para iniciar o D2 
Ademais, em concomitância (retomada da problemática desenvolvida no D1), outro fator que... 
Além disso, como se não bastasse (retomada da problemática desenvolvida no D1), observa-se ainda que... 
Outrossim, além de (retomada da problemática desenvolvida no D1), outro empecilho... 
Afora isso, além do(a) (retomada da problemática desenvolvida no D1), outro fator que... 
Afora isso, além do(a) (retomada da problemática desenvolvida no D1), outro fator que... 
Recursos coesivos para iniciar a conclusão 
Portanto; logo; assim; desse modo; dessa maneira. 
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Orações modalizadoras 
 
Os modalizadores são expressões que contribuem na concatenação das ideias, formando um texto coeso. Afora isso, 
guardam alto poder de persuasão, posto que dão ao enunciado subsequente muito mais força argumentativa. Portanto, use 
bastante as orações modalizadoras em sua redação. Vamos às principais: 
 
 
 
Presença de elementos coesivos 
 
A avaliação deste item deve seguir a seguinte ordem: 
 
1. O texto apresenta recursos coesivos? 
2. O autor faz repetição dos mesmos elementos coesivos? 
3. Os elementos utilizados estão apropriados ao contexto de uso? 
 
Leia os textos abaixo e destaque os elementos de coesão sequencial: 
 
TEMA: Os impasses para o combate ao capacitismo no Brasil 
 
A série “Atypical” narra a história de Sam, um jovem autista que enfrenta, diariamente, dificuldades de 
socialização diante do julgamento social. Fora da ficção, sabe-se que a realidade brasileira reproduz um cenário, 
infelizmente, semelhante àquele retratado na produção cinematográfica, na medida em que indivíduos acometidos por 
fragilidades físicas e psicológicas são, frequentemente, alvos de estigmas. Com efeito, seja em razão da inoperância estatal 
acerca dos direitos das pessoas com deficiência (PCDs), seja pela falta de discussões sobre o assunto, não se efetiva o 
combate ao capacitismo em âmbito nacional. 
MODALIZADORES EXEMPLOS 
É necessário que se entenda, de uma vez por todas, que... Não há dúvida de que a corrupção tornou-se 
sistêmica no Brasil. 
 
É fato inconteste que a democracia efetiva não é 
praticada no Brasil. 
 
É notório que os políticos não cumprem seu papel de 
representar a população. 
 
É insofismável que as populações marginalizadas são 
as que mais sofrem com os abusos do poder policial. 
 
É inequívoco que a indústria cultural lança o homem 
à categoria de coisa. 
 
Não se pode admitir que os direitos humanos sejam 
usurpados, como vem ocorrendo no Brasil. 
Não se pode admitir que... 
É certo que... 
É óbvio que... 
É fato inconteste que... (É fato incontestável que...) 
É irracional que... 
É ilógico que... 
É indiscutível que... 
É evidente que... 
É notório que... (É evidente, para todos, que...) 
É certeiro que... 
É ingênuo acreditar que... 
Tem-se a certeza de que... 
O certo é que... 
O fato é que... 
A verdade é que... 
Não há dúvida de que... 
Todos sabem que... 
É insofismável que... (Não se pode negar que...) 
É incontestável que... 
É inquestionável que... 
É inequívoco que... (Não há equívoco em afirmar que...) 
É indubitável que... (Não há dúvida nenhuma que...) 
É inaceitável que... 
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Sob essa perspectiva, vale destacar, de início, que, à luz das ideias de Thomas Hobbes, é papel do governo, na 
figura daquilo que o filósofo denominou Estado-Providência, garantir o bem-estar coletivo e o bom funcionamento da 
sociedade. No Brasil, contudo, contraria-se,diurnamente, essa premissa, uma vez que o poder público não cumpre, de 
forma consistente, a sua função, sobretudo no que tange aos direitos dos deficientes. A título de comprovação, observa-se 
que, embora existam diretrizes legais inclusivas, como a Lei de Cotas, cuja intenção é promover o acesso igualitária ao 
mercado de trabalho, ainda são escassas ações que permitam o cumprimento da lei, impelindo as PCDs à exclusão. Assim, 
seria leviano negar a importância da concretização de um Estado provedor das necessidades das minorias para a superação 
dessa conduta discriminatória. 
Ademais, não bastasse a negligência do governo, o fato de o assunto não ser devidamente discutido nada 
representa senão outro grave empecilho ao combate ao preconceito contra deficientes no Brasil. Acerca dessa questão, 
constata-se que há, em relação aos estigmas concernentes às PCDs, um “arquivo” – termo usado pelo filosofo Michel 
Foucault para designar as condições que possibilitam ou não a construção de dados discursos – que concebe o tema como 
um tabu no país. Diante disso, debates que desconstruam os estereótipos e as ideias negativas referentes a essa minoria, em 
ambientes de socialização, como as escolas, são pouco realizados. Dessa forma, enquanto a necessidade de melhor inclusão 
dos indivíduos com deficiência não for amplamente discutida pelos brasileiros, o capacitismo continuará a vigorar na 
nação. 
Logo, urgem medidas para que seja combatida essa grave problemática. Para tanto, é fulcral que o Governo 
Federal altere a sua postura de negligência, por meio da efetivação e da ampliação dos direitos das pessoas com deficiência, 
– processo que deve incidir sobre os mais diversos setores sociais, como o mercado de trabalho, o que deve ser feito, por 
exemplo, com ações de fiscalização das empresas quanto ao cumprimento das cotas –, a fim de que o capacitismo não mais 
comprometa a participação ativa dos deficientes em sociedade. Além disso, é fundamental que o Ministério da Educação 
atue na desconstrução do tabu em relação aos estigmas sofridos por sujeitos com fragilidades físicas e psicológicas, 
mediante a promoção de amplas discussões sobre a temática. Somente assim, o cenário de discriminação observado em 
“Atypical” não mais aludirá à realidade brasileira. 
 
 
TEMA: Qual a finalidade da vida 
TÍTULO: Um suicídio por amor à vida? 
 
Em 4 de novembro de 1995, um dos maiores filósofos contemporâneos lançou-se da janela do apartamento. Ao 
suicidar-se, Gilles Deleuze, ateu convicto, com câncer pulmonar e impossibilitado de dar aulas e de, dignamente, escrever, 
entendeu que deveria pôr término à existência, para ele, já sem sentido. Nesse viés, a atitude do pensador corrobora a ideia 
de que a vida não tem finalidade alguma, ou seja, ela não foi erigida para cumprir um objetivo pré-determinado – que 
delinearia todo o devir da espécie. Dessa forma, ao contrário da postura assumida por aqueles que tratam a existência como 
um chamado divino, reprimindo suas experiências, é preciso que o homem, com a liberdade que lhe é intrínseca, 
simplesmente ame os seus dias na Terra. 
Diante dessa conjuntura, muitos dirão que o propósito maior dos sujeitos é adorar a Entidade que os agraciou 
com o sopro da vida. Todavia, com um pouco mais de reflexão, percebe-se que a presença dessa divindade jamais foi 
provada pelos mais refinados instrumentos da ciência, na qual é majoritária a teoria de que a criação biológica resultou de 
processos físico-químicos que converteram substâncias inorgânicas em partículas capazes de originar os seres. Nesse 
sentido, para o filósofo alemão Ludwig Feuerbach, o chamado arquiteto do universo não é mais que a projeção das 
qualidades que os homens consideram elevadas, mas fracassam em alçar. De fato, a figura de Jesus, por exemplo, representa 
exatamente tudo que a moral considera nobre. Desse modo, não é plausível conceber uma entidade que dite, de antemão, 
o destino de bilhões, atribuindo à vida o objetivo de louvor eterno – isso seria, no mínimo, um imperativo egoísta por parte 
do suposto Criador. 
Por conseguinte, levando-se em conta que a religião prescreve a passagem terrena como transitória – reservando 
à dimensão transcendente a verdadeira existência –, quando se entende a irrazoabilidade desse sistema, não resta ao sujeito 
senão amor incondicional aos dias no mundo. Tal processo foi nomeado pelo filósofo Friedrich Nietzsche como “amor 
fati”, uma experiência que dá margem às manifestações da potência e dos instintos humanos, soterradas pela ideia de que 
a finalidade da vida é agradar ao demiurgo com condutas moralistas, que impõem inúmeros limites às realizações pessoais 
e ao prazer. Assim, superadas as amarras metafísicas, o homem está, em conformidade com a máxima do pensador Jean-
Paul Sartre, condenado à liberdade, afinal não há instância alguma que defina, previamente, os rumos do ser. 
Portanto, a vida não está determinada a um fim traçado a priori por Deus, entidade incomprovada pela ciência, 
o que estabelece aos sujeitos o imperativo de amor à existência. Nesse contexto, o criacionismo é descartado, relegando às 
divindades não mais que o status de projeção de qualidades humanas que o “Homo sapiens sapiens” malogra em atingir. 
Logo, sem o condicionamento metafísico imposto aos seres, um forte sentimento de apreço pelos dias terrenos e de 
liberdade deve ser comungado pelos sujeitos. Então, compreende-se melhor a postura de Deleuze, que devotou, como se 
nota em seus escritos, grande apreço pela vida, mas, sem mistificação, colocou-lhe ponto-final quando a debilidade física 
impedia-o de experienciá-la com o devido rigor. 
 
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