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1 
 
FAVED 
SANDRA APARECIDA DE PAULA NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM SALA DE AULA: SUA 
INCLUSÃO E O PAPEL DO PROFESSOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARMO DO RIO CLARO-MG 
2018 
2 
 
 
FAVED 
SANDRA APARECIDA DE PAULA NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM SALA DE AULA: SUA 
INCLUSÃO E O PAPEL DO PROFESSOR 
 
 
 
 Artigo Científico encaminhado à FAVED como 
requisito parcial para obtenção do título de Pôs 
Graduação Atendimento Educacional 
Especializado Sala Recurso e Sala Multifuncionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARMO DO RIO CLARO-MG 
2018 
SUMÁRIO 
3 
 
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 5 
3. CONCLUSÃO.............................................................................................. 11 
REFERÊNCIAS................................................................................................ 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como objetivo investigar o processo de inclusão de alunos com Deficiência 
Intelectual, no contexto do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e da sala de aula regular, 
evidenciando as possíveis relações entre ambos. O AEE está sendo apresentado pelo Ministério da 
Educação (MEC) como apoio alternativo complementar ou suplementar à escola, na perspectiva de 
colaborar para que a criança com Deficiência Intelectual possa superar limites intelectuais e atingir 
melhores níveis de abstração dentro da sala de ensino regular. É um trabalho de cunho teórico tendo 
como referência a pesquisa bibliográfica, as principais fontes foram sites, livros. Considerando a atual 
situação do atendimento escolar oferecido ao aluno deficiente intelectual, torna-se necessário o 
desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre os diversos aspectos envolvidos neste atendimento. É 
importante verificar se na prática existem condições de aprendizagem, atendimento apropriado para o 
desenvolvimento integral das potencialidades e na escolarização desses alunos. 
 
Palavra chave: Deficiência Intelectual. Professores. Inclusão. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como objetivo investigar o processo de inclusão de 
alunos com Deficiência intelectual/ Deficiência Mental, no contexto do atendimento 
especializado. Tendo como foco a pesquisa bibliográfica, as principais fontes de 
pesquisa foram artigos, sites e livros. Contribuindo para futuros profissionais da área 
de educação que a inclusão social tem sido um desafio para todas as esferas da 
sociedade, principalmente para as pessoas portadoras de necessidades especiais 
que, muito além de poderem exercer a cidadania, deparam com a dificuldade de 
acesso em todos os sentidos 
O Atendimento Educacional Especializado na área da deficiência intelectual 
tem como objetivo básico promover, na escola regular e junto aos pares do aluno, 
ações educacionais que vislumbrem as possibilidades para o aprendizado, mesmo 
que ocorra de uma forma diferente do habitual 
Inicialmente é preciso levar em consideração que o trabalho de inclusão escolar 
só se diferencia ao ganhar autonomia e especificidade. É importante observar o 
contexto atual da educação e como vem sendo amplamente debatida, sendo vista 
como a tendência dos sistemas de ensino e, de acordo com a LDBEN 9394/96, o 
atendimento em classes e escolas especializadas, somente deve ser ofertado, quando 
for mais indicado para suprir as necessidades do educando. 
“De acordo com Mantoan, (2006, p. 23-24) ainda é difícil distinguir a educação 
especial, tradicionalmente conhecida e praticada, da nova concepção, o atendimento 
5 
 
educacional especializado”. O que leva a crer que o grande desafio é fazer com que 
a sociedade como um todo se interesse pela diversidade. 
É importante ressaltar que a construção da escola inclusiva não tem caminhos 
prontos, uma vez que sua construção se processará a partir da “desconstrução” das 
práticas excludentes. Conforme Mantoan (1997), por mais que seja ainda muito 
contestada, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no 
meio educacional, a proposta de educação inclusiva, é irreversível e convence a todos 
pela sua lógica e ética de seu posicionamento. Diante disso, a inclusão implica a 
inserção de todos, sem distinção, requerendo sistemas educacionais planejados e 
organizados que deem conta da diversidade dos alunos e ofereçam respostas 
adequadas às suas características e necessidades. 
 À pesquisa objetiva também analisar o papel do professor diante desse desafio 
que se refere a uma educação para todos sem exclusão. Uma escola que deve 
preparar os alunos para a diversidade, considerando que todos somos diferentes. 
O presente artigo consta-se com esta introdução, desenvolvimento e 
conclusão. 
 
 DESENVOLVIMENTO 
Contribuição da Educação Inclusiva na Perspectiva da Deficiência Intelectual 
 
A educação inclusiva, a partir do reconhecimento e valorização da diversidade 
como fator de enriquecimento do processo educacional, tem provocado mudanças na 
escola e na formação docente, propondo uma reestruturação da educação que 
beneficie todos os alunos. A organização de uma escola para todos prevê o acesso à 
escolarização e ao atendimento às necessidades educacionais especiais. A educação 
inclusiva é uma abordagem que procura responder às necessidades de aprendizagem 
de todas as crianças, jovens e adultos, com foco específico nas pessoas ou grupo de 
pessoas que estão excluídas da efetivação do direito à educação e que estão fora da 
escola ou enfrentam barreiras para a participação nos processos de aprendizagem 
escolar. 
Assim, o desafio pedagógico em relação ao processo de inclusão modifica-se 
e requer revisões, apontando a necessidade de instauração de formas democráticas 
de participação, a fim de que o sentido da inclusão direcione novas práticas 
6 
 
discursivas e sociais. Requer, portanto, o sentido de luta pela participação, de 
organização social e política. 
 
 O processo de inclusão, entretanto, não é facilmente alcançado apenas pela 
instauração de uma lei. Tampouco pode ser concluído rapidamente. Exige a 
adoção de uma serie de medidas gradativas de reformulação do ensino que 
começa pelos citados currículos, métodos e capacitação de professores e vai 
além. O atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais 
na rede regular de ensino exige de seus profissionais conhecimentos 
produzidos em diferentes áreas, para gerar um saber interdisciplinar. 
(Kafrouni; Pan, 2001) 
 
A Educação Inclusiva na área da deficiência intelectual é o suposto novo 
discurso a desafiar a escola do novo milênio. As pessoas a quem essa educação se 
destina, porém, não podem ser pensadas como “possuídas” ou “portadoras de 
deficiências” ou ser fixadas nos rótulos instituídos por suas identidades especiais. Os 
princípios envolvidos na tarefa de educar a todos devem ser regidos pela ética e pelo 
direito à cidadania, com vistas à implantação de uma escola para todos e à 
configuração de um mundo em que todos possam ocupar um lugar especial. 
Para pensarmos o Atendimento Educacional Especializado de alunos com 
deficiência intelectual, é necessário desvencilharmo-nos dos rótulos, dedicarmos a 
devida importância ao diagnóstico da deficiência intelectual, sem perdermos de vista 
o próprio aluno, suas dificuldades, porém, primordialmente, seu potencial de 
aprendizagem. 
Portanto, esse Atendimento Educacional Especializado com foco no aluno com 
deficiência intelectualimplica considerarmos não apenas recursos que poderão ser 
utilizados em seu processo de aprendizagem, mas, acima de tudo, a avaliação do 
aluno com deficiência intelectual que será a norteadora do processo de ensino e 
aprendizagem desse aluno na sala comum e na sala de recursos multifuncionais, 
estabelecendo-se, assim, a parceria necessária entre os professores da sala comum 
e da especializada. 
Ao se tratar de educação inclusiva passa-se automaticamente pela ideia de 
sociedade inclusiva, conceito que é recente (MONTOAN, 1997) “A inclusão traz já em 
sua gênese o que anteriormente foi segregado, e, portanto, excluído e, implícita ou 
explicitamente, denota a discriminação, mesmo que sob o pretexto de uma educação 
especial”. 
7 
 
Aprender a trabalhar com aluno incluído requer saberes que vão sendo 
construídos no dia a dia, na prática, na interação com os colegas, fatores estes 
inseridos em uma temporalidade que acompanha os percursos de vida dos 
professores. E a primeira reação destes perante a inclusão é o medo. Assim sendo 
deve considerar também os conflitos que se estabelecem nas relações frente às 
questões relativas à gratificação no plano salarial e o aumento no trabalho para os 
professores do ensino regular. 
E importante que o professor tenha no seu horizonte que cada caso seja 
avaliado como único, pois as reações de cada aluno são variáveis. Existem muitas 
crianças que apresentam comportamentos distintos do ambiente familiar. E, 
geralmente seu comportamento reflete a maneira como ela é tratada o que remete a 
maneira como a criança se relaciona. 
 
Definição de Deficiência Intelectual 
 
Sabemos que não é uma tarefa simples, mas nos arriscamos a tentar esboçar 
uma análise entre as ações implementadas para a educação do aluno com Deficiência 
Intelectual e os conceitos desenhados na perspectiva histórico-cultural do 
desenvolvimento humano. 
 A Deficiência Intelectual não pode ser delimitada a partir de épocas definidas. 
Esboçamos períodos para que o leitor tenha uma melhor compreensão das 
transformações que aconteceram no decorrer da história. Destacamos que o 
surgimento de novas concepções sobre tal deficiência não significa a finalização de 
outras, podendo ocorrer a coexistência de várias concepções. 
Iniciamos relatando a mudança do termo “deficiência mental” por “deficiência 
intelectual”. A segunda expressão foi usada oficialmente em 1995, quando a 
Organização das Nações Unidas, juntamente com The National Institute of Child 
Health and Human Development, The Joseph P. Kennedy, Jr. Foundation, e The 1995 
Special Olympics World Games, realizaram em Nova York o simpósio chamado 
“Intellectual disability: programs, policies, and planning for the future” (Deficiência 
Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro). A substituição teve o 
intuito de diferenciar melhor a deficiência mental dos quadros de doença mental. De 
acordo com Sassaki (2005, p. 3). 
 
8 
 
 Hoje em dia cada vez mais se está substituindo o adjetivo mental por 
intelectual. A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização 
Mundial da Saúde realizaram um evento (no qual o Brasil participou) em 
Montreal, Canadá, em outubro de 2004, evento esse que aprovou o 
documento DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA 
INTELECTUAL. Observe-se que o termo intelectual foi utilizado também em 
francês e inglês: Déclaration de Montreal sur la Déficiénce Intelectuelle, 
Montreal Declaration on Intellectual Disability). 
 
A teoria da deficiência intelectual foi totalmente abalada com os efeitos das 
grandes transformações ocorridas na sociedade ocidental entre os séculos XVI e 
XVIII, isto é, com a consolidação de um novo ideário, de uma nova consciência: a 
modernidade. 
A modernidade constitui um ambicioso e revolucionário projeto cultural, que 
buscou transformar a face da Terra pela fé na ciência e na técnica aplicadas a força 
produtivas, nas relações liberais de mercado, como capazes de implementar um 
estado justo e próspero, na positividade de progresso e na sua constante renovação 
e superação. (Hipertexto, 2007). 
Segundo a análise de Vattimo (1996), a modernidade pode ser caracterizada 
como a “época da história”, em oposição à visão cíclica do curso do mundo: 
 
 [a modernidade é] dominada pela ideia da história do pensamento como uma 
“iluminação” progressiva, que se desenvolve com base na apropriação e na 
reapropriação cada vez mais plena dos “fundamentos”, que frequentemente 
são pensados também como as “origens”, de modo que as revoluções 
teóricas e práticas da história ocidental se apresentam e se legitimam na 
maioria das vezes como “recuperações", renascimentos, retornos. 
 
A deficiência intelectual adquiriu um novo sentido a partir da ciência moderna: 
o de “moléstia física”, cuja semiologia nasce de um critério médico de classificação 
pela qual várias são agrupadas em um só quadro, diferenciadas apenas em níveis 
comportamentais. Ela passou a representar um conjunto de sintomas presentes em 
grupos bastante heterogêneos de anomalias, provenientes de etiologia orgânicas 
diversas e sempre relacionadas a déficits irreversíveis da atividade mental superior. 
Outros nomes importantes na história da teoria da deficiência intelectual, como 
Philippe Pinel (1745- 1826), médico francês, pioneiro na definição da loucura como 
doença e na descrição de idiotia, e Jean- Etienne Esquirol (1772 – 1840), que 
distinguiu a idiotia da loucura, deixaram uma contribuição decisiva para que o conceito 
de idiotia passasse a ser buscado nos tratados de patologia cerebral e não mais no já 
citado Directorium Inquisitorum. 
9 
 
Segundo Ceccin (1997), a virada na informação sobre a deficiência intelectual 
ocorreu quando seus determinantes passaram a ser procurados na história das 
experiências das pessoas com deficiências. Nesse ponto, o conhecimento biológico, 
marcou o fim do dogma na deficiência intelectual, a qual, no entanto, como vimos, foi 
capturada pela psiquiatrização e pelo sentido de irrecuperabilidade. 
Os indivíduos com deficiência intelectual foram classificados, de acordo com o 
grau de comprometimento de sua atividade mental superior, em cretinos, idiotas ou 
imbecis. Eram considerados irrecuperáveis, e sua deficiência, irreversível. 
Com as contribuições da psicologia social, da sociologia e da antropologia, a 
deficiência intelectual passa a ser analisada a partir das condições sociais que podem 
influir na sua constituição, reafirmando a falta de evidências das condições limitadoras 
da maior parte da população considerada deficiente e evidenciando os processos de 
estigmatizacão decorrentes. 
A educação especial é uma modalidade de ensino cuja aplicação permeia todo 
o sistema educacional do país e visa proporcionar a pessoa com deficiência à 
promoção de suas capacidades, o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a 
participação ativa na sociedade no mundo do trabalho e aquisição de conhecimentos. 
 
 O Papel do Professor no Atendimento Educacional Especializado com Alunos 
com Deficiência Intelectual 
 
Os desafios para a implementação de uma escola inclusiva são inúmeros, uma 
vez que a singularidade de cada aluno com deficiência demanda um (re)planejamento 
e uma organização dos tempos e espaços escolares, com estratégias pedagógicas 
até então não pensadas ou disponibilizadas na e para a escola. 
O profissional da educação deseja uma educação realmente inclusiva e de 
qualidade para todos, mas a forma de atingir esses ideais ainda não são claras em 
nossa sociedade, isto porque está em um momento de mudanças, de reorganização 
e de quebras de paradigmas. 
No entanto, apesar do crescente reconhecimento da Educação Inclusiva como 
forma prioritária de atendimento a alunos com necessidades educativasespeciais, na 
prática este modelo ainda não se configura em nosso país como uma proposta 
educacional amplamente difundida e compartilhada. Embora nos últimos anos tenham 
10 
 
sido desenvolvidas experiências promissoras, a grande maioria das redes de ensino 
carece das condições institucionais necessárias para sua viabilização. 
A prática pedagógica do professor na educação inclusiva é perpassada pela 
concepção de emancipação a ser alcançada pelo próprio aluno. Desta forma não cabe 
ao professor aqui definir o ponto de chegada, mas oferecer ao aluno instrumentos 
para que ele próprio desvende seu caminho, desvencilhando possíveis entraves e 
superando seus próprios limites. 
Em sua atividade docente diária, o professor se constitui um mediador que 
ajuda a criança a despertar suas habilidades. Desse modo, as metodologias não 
podem ser engessadas, mas abertas às mudanças que acompanhem as 
necessidades de cada aluno. Se para determinado aluno é necessário o trabalho com 
materiais lúdicos, que estes materiais façam parte do cotidiano educativo, se para 
outro a música ajuda na compreensão do conteúdo proposto, então que a música seja 
um elemento pedagógico. O aluno através desta concepção não precisa se adaptar 
ao que já existe em sala, mas o existente em sala deve ser aberto para modificações 
a partir do que ele precisa para atuar no processo educativo. Para Glat (2007, p. 73) 
“são mais interessantes as atividades que possuem sons, imagens, movimentos, 
despertam sentimentos, favorecem reflexão”. 
O aluno com a deficiência intelectual lança um desafio para o professor, que é 
o de descobrir caminhos para ensinar e aprender, diferentes dos habituais 
apresentados pelos alunos que não têm seu desenvolvimento influenciado por essa 
necessidade educacional especial. A estrutura de desenvolvimento que esse aluno 
apresenta, geralmente, não é a que o professor está habituado a lidar e a pensar 
diante do formato do currículo, do planejamento das atividades, da avaliação, dos 
espaços e tempos para a realização das propostas, assim como dos recursos 
necessários para a aprendizagem. 
No AEE, o aluno com deficiência intelectual deve encontrar possibilidades de 
desenvolver suas funções psicológicas superiores, as quais se relacionam ao 
aprimoramento dos aspectos cognitivos – percepção, memória, raciocínio, linguagem 
–, e aos aspectos de sua conduta – controle deliberado de sua ação, tomada de 
decisões, autonomia em suas ações. Entretanto, o desenvolvimento desses aspectos 
não se dá de forma apartada da proposta curricular que ocorre na classe comum, o 
11 
 
que confere uma necessidade premente de articulação entre professor comum e o 
especialista. 
Assim sendo, no AEE, o aluno deve ser desafiado a pensar, a fazer uso de seu 
raciocínio, da linguagem, da memória, encontrando pontos de aproximação com o 
currículo escolar. Com efeito, não se trata de transferir o lócus de aprendizagem e de 
desenvolvimento curricular, mas também não abandoná-lo, visto que é a referência 
do trabalho na escola. Se assim não o fizermos, corremos o risco de tornar o AEE um 
serviço paralelo, que não se articula com a proposta curricular da escola e que acabe 
por se centrar na deficiência, uma vez que perde o referente de aprendizagem: o 
currículo. 
 Os educadores demandam capacitação teórica, auxílio de outros profissionais, 
como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, e de diagnósticos e 
laudos, na tentativa de encontrar respostas para suas dificuldades e completar o seu 
saber (PANTUZZO, 2004). Ainda assim, a prática lhes mostra que há sempre algo 
impossível de significação, algo que não se conhece. 
 
Segundo Rocha (2002, apud Pantuzzo, 2004, p.10), “pelo fato de os efeitos 
educativos não serem passíveis de cálculos, previsões e controles, é 
necessário que o educador aposte para além da ‘criança com necessidades 
especiais’ em um sujeito a ser escutado, a instituição escolar podendo, pois, 
contribuir para que este sujeito emerja”. 
 
É bom lembrarmos sempre que, a inclusão escolar como consequência da 
transformação das nossas escolas significa o caminho para que seja garantido o 
direito incondicional à escolarização de todos. Uma escola inclusiva, ética e de 
qualidade para todos tem na cooperação e na solidariedade instrumentos 
imprescindíveis para uma real aprendizagem de todos os alunos. 
 
CONCLUSÃO 
Ao longo das últimas décadas, temos a temática da educação inclusiva inscrita 
em diferentes contextos e circunstâncias e a instituição escolar tem sido convocada a 
dar algum tipo de resposta. O atual momento histórico exige uma participação efetiva 
da escola e, para tanto, é preciso redimensionar o modo de pensar e fazer educação, 
tarefa complexa por natureza. 
A história da humanidade disseminou preconceitos que ainda persistem na 
atualidade. No entanto, a sociedade vem compreendendo que todos são capazes de 
12 
 
produzirem, mesmo com limitações. Diante desta realidade, a atenção para as 
pessoas com deficiência tem gerado grandes mudanças. 
 A inclusão é um grande desafio, pois envolve mudanças na concepção de 
sociedade, de homem, de educação e de escola. Tais mudanças não são tão simples 
e fáceis, já que as pessoas beneficiadas foram historicamente injustiçadas, 
marginalizadas e excluídas da sociedade, e em consequência da escola. 
 Ao falar de inclusão dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, 
deve-se verificar se realmente estamos fazendo essa inclusão, tendo em vista que os 
alunos com deficiência intelectual têm um desafio maior para inclusão nas escolas de 
ensino regular, pois além de mudar os conceitos devem-se mudar as estruturas 
pedagógicas, como exemplo adequação curricular. 
A pesquisa nos permitiu encontrar visões herdadas de uma concepção de 
deficiência associada à infantilização ou passividade da criança com deficiência. 
A ideia de integração de alunos deficientes intelectuais na escola de ensino 
regular tem como objetivo primordial promover a integração social e se constitui numa 
meta cada vez mais presente nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse 
objetivo requer o desprendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema 
escolar. Isto porque a característica mais marcante na abordagem de um ensino 
tradicional consiste em reduzir as oportunidades oferecidas aos alunos. É necessária 
ainda uma mudança na concepção de prestação de serviço frente a uma orientação 
de manutenção que sobressaem as noções de crescimento e desenvolvimento 
pessoal, o que implica em oferecer alguns serviços continuados e variados para 
responder às necessidades destes alunos. Estas necessidades devem ser 
determinadas através de avaliações psicopedagógicos feitas por uma equipe 
multiprofissional. 
Contudo o aluno com deficiência intelectual rompe com todo o saber pronto, 
padronizado, marcando a exceção, o inesperado, o imprevisível. É diante desse aluno 
que o educador percebe o fracasso e a esterilidade de suas teorias pedagógicas, pois 
não há receitas, um método eficaz que possa utilizar para obter os resultados 
esperados. 
O papel do professor é se qualificar para receber o aluno, oferecer desafios 
adequados, além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade 
intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, apoiar a inserção familiar, 
13 
 
escolar e social, bem como prepará-lo para uma adequada formação profissional, 
almejamdo seu desenvolvimento integral, remete a uma dificuldade em lidar com o 
imprevisível, com o desconhecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
CECCIN, R.B. exclusão da alteridade: uma nota de imprensa e uma nota sobre a deficiência 
mental. In: SKLIAR, C. Educação e exclusão: abordagens sócio-antroplogicas em educação 
especial. Porto Alegre: mediação, 1997. p. 21-49GLAT, Rosana. Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 
7Letras, 2007. 
 
HIPERTEXTO: o universo em questão. Considerações sobre o tempo em que 
vivemos. Disponível em: < http:// www.unb.br/fac/ncint/site/parteio.htm>. Acesso 
em:31 mar.2007 
 
KAFROUNI, R.; PAN, M.A.G.S.A inclusão de alunos com necessidades educativas 
especiais e os impasses frente à capacitação dos profissionais da educação básica: 
um estudo de caso. Interação em Psicologia, Curitiba, v.5, p. 31-46,2001 
 
LEI n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação 
Nacional. São Paulo: Saraiva,1996. 
 
 
MANTOAN, M. T. E. A integração das pessoas com deficiências: contribuição para 
uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. 
 
MANTOAN, M. T. E. (2006). O desafio das diferenças na escola. Disponível em 
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/seires/175610Desafio.pdf, último acesso em 
18/10/2010. 
 
PANTUZZO, F. L. A inclusão escolar da deficiência mental: o furo no saber 
pedagógico. In: Anais III Seminário Internacional Sociedade inclusiva. Ações 
inclusivas de sucesso. Belo Horizonte, 24 a 28 de maio de 2004. 
 
 
VATTIMO, G. O fim da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 1996. 
 
 
http://www.unb.br/fac/ncint/site/parteio.htm
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/seires/175610Desafio.pdf

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