Prévia do material em texto
1 FAVED SANDRA APARECIDA DE PAULA NUNES ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM SALA DE AULA: SUA INCLUSÃO E O PAPEL DO PROFESSOR CARMO DO RIO CLARO-MG 2018 2 FAVED SANDRA APARECIDA DE PAULA NUNES ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL EM SALA DE AULA: SUA INCLUSÃO E O PAPEL DO PROFESSOR Artigo Científico encaminhado à FAVED como requisito parcial para obtenção do título de Pôs Graduação Atendimento Educacional Especializado Sala Recurso e Sala Multifuncionais. CARMO DO RIO CLARO-MG 2018 SUMÁRIO 3 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 4 2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 5 3. CONCLUSÃO.............................................................................................. 11 REFERÊNCIAS................................................................................................ 14 4 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo investigar o processo de inclusão de alunos com Deficiência Intelectual, no contexto do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e da sala de aula regular, evidenciando as possíveis relações entre ambos. O AEE está sendo apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) como apoio alternativo complementar ou suplementar à escola, na perspectiva de colaborar para que a criança com Deficiência Intelectual possa superar limites intelectuais e atingir melhores níveis de abstração dentro da sala de ensino regular. É um trabalho de cunho teórico tendo como referência a pesquisa bibliográfica, as principais fontes foram sites, livros. Considerando a atual situação do atendimento escolar oferecido ao aluno deficiente intelectual, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre os diversos aspectos envolvidos neste atendimento. É importante verificar se na prática existem condições de aprendizagem, atendimento apropriado para o desenvolvimento integral das potencialidades e na escolarização desses alunos. Palavra chave: Deficiência Intelectual. Professores. Inclusão. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo investigar o processo de inclusão de alunos com Deficiência intelectual/ Deficiência Mental, no contexto do atendimento especializado. Tendo como foco a pesquisa bibliográfica, as principais fontes de pesquisa foram artigos, sites e livros. Contribuindo para futuros profissionais da área de educação que a inclusão social tem sido um desafio para todas as esferas da sociedade, principalmente para as pessoas portadoras de necessidades especiais que, muito além de poderem exercer a cidadania, deparam com a dificuldade de acesso em todos os sentidos O Atendimento Educacional Especializado na área da deficiência intelectual tem como objetivo básico promover, na escola regular e junto aos pares do aluno, ações educacionais que vislumbrem as possibilidades para o aprendizado, mesmo que ocorra de uma forma diferente do habitual Inicialmente é preciso levar em consideração que o trabalho de inclusão escolar só se diferencia ao ganhar autonomia e especificidade. É importante observar o contexto atual da educação e como vem sendo amplamente debatida, sendo vista como a tendência dos sistemas de ensino e, de acordo com a LDBEN 9394/96, o atendimento em classes e escolas especializadas, somente deve ser ofertado, quando for mais indicado para suprir as necessidades do educando. “De acordo com Mantoan, (2006, p. 23-24) ainda é difícil distinguir a educação especial, tradicionalmente conhecida e praticada, da nova concepção, o atendimento 5 educacional especializado”. O que leva a crer que o grande desafio é fazer com que a sociedade como um todo se interesse pela diversidade. É importante ressaltar que a construção da escola inclusiva não tem caminhos prontos, uma vez que sua construção se processará a partir da “desconstrução” das práticas excludentes. Conforme Mantoan (1997), por mais que seja ainda muito contestada, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, a proposta de educação inclusiva, é irreversível e convence a todos pela sua lógica e ética de seu posicionamento. Diante disso, a inclusão implica a inserção de todos, sem distinção, requerendo sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e necessidades. À pesquisa objetiva também analisar o papel do professor diante desse desafio que se refere a uma educação para todos sem exclusão. Uma escola que deve preparar os alunos para a diversidade, considerando que todos somos diferentes. O presente artigo consta-se com esta introdução, desenvolvimento e conclusão. DESENVOLVIMENTO Contribuição da Educação Inclusiva na Perspectiva da Deficiência Intelectual A educação inclusiva, a partir do reconhecimento e valorização da diversidade como fator de enriquecimento do processo educacional, tem provocado mudanças na escola e na formação docente, propondo uma reestruturação da educação que beneficie todos os alunos. A organização de uma escola para todos prevê o acesso à escolarização e ao atendimento às necessidades educacionais especiais. A educação inclusiva é uma abordagem que procura responder às necessidades de aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos, com foco específico nas pessoas ou grupo de pessoas que estão excluídas da efetivação do direito à educação e que estão fora da escola ou enfrentam barreiras para a participação nos processos de aprendizagem escolar. Assim, o desafio pedagógico em relação ao processo de inclusão modifica-se e requer revisões, apontando a necessidade de instauração de formas democráticas de participação, a fim de que o sentido da inclusão direcione novas práticas 6 discursivas e sociais. Requer, portanto, o sentido de luta pela participação, de organização social e política. O processo de inclusão, entretanto, não é facilmente alcançado apenas pela instauração de uma lei. Tampouco pode ser concluído rapidamente. Exige a adoção de uma serie de medidas gradativas de reformulação do ensino que começa pelos citados currículos, métodos e capacitação de professores e vai além. O atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino exige de seus profissionais conhecimentos produzidos em diferentes áreas, para gerar um saber interdisciplinar. (Kafrouni; Pan, 2001) A Educação Inclusiva na área da deficiência intelectual é o suposto novo discurso a desafiar a escola do novo milênio. As pessoas a quem essa educação se destina, porém, não podem ser pensadas como “possuídas” ou “portadoras de deficiências” ou ser fixadas nos rótulos instituídos por suas identidades especiais. Os princípios envolvidos na tarefa de educar a todos devem ser regidos pela ética e pelo direito à cidadania, com vistas à implantação de uma escola para todos e à configuração de um mundo em que todos possam ocupar um lugar especial. Para pensarmos o Atendimento Educacional Especializado de alunos com deficiência intelectual, é necessário desvencilharmo-nos dos rótulos, dedicarmos a devida importância ao diagnóstico da deficiência intelectual, sem perdermos de vista o próprio aluno, suas dificuldades, porém, primordialmente, seu potencial de aprendizagem. Portanto, esse Atendimento Educacional Especializado com foco no aluno com deficiência intelectualimplica considerarmos não apenas recursos que poderão ser utilizados em seu processo de aprendizagem, mas, acima de tudo, a avaliação do aluno com deficiência intelectual que será a norteadora do processo de ensino e aprendizagem desse aluno na sala comum e na sala de recursos multifuncionais, estabelecendo-se, assim, a parceria necessária entre os professores da sala comum e da especializada. Ao se tratar de educação inclusiva passa-se automaticamente pela ideia de sociedade inclusiva, conceito que é recente (MONTOAN, 1997) “A inclusão traz já em sua gênese o que anteriormente foi segregado, e, portanto, excluído e, implícita ou explicitamente, denota a discriminação, mesmo que sob o pretexto de uma educação especial”. 7 Aprender a trabalhar com aluno incluído requer saberes que vão sendo construídos no dia a dia, na prática, na interação com os colegas, fatores estes inseridos em uma temporalidade que acompanha os percursos de vida dos professores. E a primeira reação destes perante a inclusão é o medo. Assim sendo deve considerar também os conflitos que se estabelecem nas relações frente às questões relativas à gratificação no plano salarial e o aumento no trabalho para os professores do ensino regular. E importante que o professor tenha no seu horizonte que cada caso seja avaliado como único, pois as reações de cada aluno são variáveis. Existem muitas crianças que apresentam comportamentos distintos do ambiente familiar. E, geralmente seu comportamento reflete a maneira como ela é tratada o que remete a maneira como a criança se relaciona. Definição de Deficiência Intelectual Sabemos que não é uma tarefa simples, mas nos arriscamos a tentar esboçar uma análise entre as ações implementadas para a educação do aluno com Deficiência Intelectual e os conceitos desenhados na perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano. A Deficiência Intelectual não pode ser delimitada a partir de épocas definidas. Esboçamos períodos para que o leitor tenha uma melhor compreensão das transformações que aconteceram no decorrer da história. Destacamos que o surgimento de novas concepções sobre tal deficiência não significa a finalização de outras, podendo ocorrer a coexistência de várias concepções. Iniciamos relatando a mudança do termo “deficiência mental” por “deficiência intelectual”. A segunda expressão foi usada oficialmente em 1995, quando a Organização das Nações Unidas, juntamente com The National Institute of Child Health and Human Development, The Joseph P. Kennedy, Jr. Foundation, e The 1995 Special Olympics World Games, realizaram em Nova York o simpósio chamado “Intellectual disability: programs, policies, and planning for the future” (Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro). A substituição teve o intuito de diferenciar melhor a deficiência mental dos quadros de doença mental. De acordo com Sassaki (2005, p. 3). 8 Hoje em dia cada vez mais se está substituindo o adjetivo mental por intelectual. A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde realizaram um evento (no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em outubro de 2004, evento esse que aprovou o documento DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Observe-se que o termo intelectual foi utilizado também em francês e inglês: Déclaration de Montreal sur la Déficiénce Intelectuelle, Montreal Declaration on Intellectual Disability). A teoria da deficiência intelectual foi totalmente abalada com os efeitos das grandes transformações ocorridas na sociedade ocidental entre os séculos XVI e XVIII, isto é, com a consolidação de um novo ideário, de uma nova consciência: a modernidade. A modernidade constitui um ambicioso e revolucionário projeto cultural, que buscou transformar a face da Terra pela fé na ciência e na técnica aplicadas a força produtivas, nas relações liberais de mercado, como capazes de implementar um estado justo e próspero, na positividade de progresso e na sua constante renovação e superação. (Hipertexto, 2007). Segundo a análise de Vattimo (1996), a modernidade pode ser caracterizada como a “época da história”, em oposição à visão cíclica do curso do mundo: [a modernidade é] dominada pela ideia da história do pensamento como uma “iluminação” progressiva, que se desenvolve com base na apropriação e na reapropriação cada vez mais plena dos “fundamentos”, que frequentemente são pensados também como as “origens”, de modo que as revoluções teóricas e práticas da história ocidental se apresentam e se legitimam na maioria das vezes como “recuperações", renascimentos, retornos. A deficiência intelectual adquiriu um novo sentido a partir da ciência moderna: o de “moléstia física”, cuja semiologia nasce de um critério médico de classificação pela qual várias são agrupadas em um só quadro, diferenciadas apenas em níveis comportamentais. Ela passou a representar um conjunto de sintomas presentes em grupos bastante heterogêneos de anomalias, provenientes de etiologia orgânicas diversas e sempre relacionadas a déficits irreversíveis da atividade mental superior. Outros nomes importantes na história da teoria da deficiência intelectual, como Philippe Pinel (1745- 1826), médico francês, pioneiro na definição da loucura como doença e na descrição de idiotia, e Jean- Etienne Esquirol (1772 – 1840), que distinguiu a idiotia da loucura, deixaram uma contribuição decisiva para que o conceito de idiotia passasse a ser buscado nos tratados de patologia cerebral e não mais no já citado Directorium Inquisitorum. 9 Segundo Ceccin (1997), a virada na informação sobre a deficiência intelectual ocorreu quando seus determinantes passaram a ser procurados na história das experiências das pessoas com deficiências. Nesse ponto, o conhecimento biológico, marcou o fim do dogma na deficiência intelectual, a qual, no entanto, como vimos, foi capturada pela psiquiatrização e pelo sentido de irrecuperabilidade. Os indivíduos com deficiência intelectual foram classificados, de acordo com o grau de comprometimento de sua atividade mental superior, em cretinos, idiotas ou imbecis. Eram considerados irrecuperáveis, e sua deficiência, irreversível. Com as contribuições da psicologia social, da sociologia e da antropologia, a deficiência intelectual passa a ser analisada a partir das condições sociais que podem influir na sua constituição, reafirmando a falta de evidências das condições limitadoras da maior parte da população considerada deficiente e evidenciando os processos de estigmatizacão decorrentes. A educação especial é uma modalidade de ensino cuja aplicação permeia todo o sistema educacional do país e visa proporcionar a pessoa com deficiência à promoção de suas capacidades, o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a participação ativa na sociedade no mundo do trabalho e aquisição de conhecimentos. O Papel do Professor no Atendimento Educacional Especializado com Alunos com Deficiência Intelectual Os desafios para a implementação de uma escola inclusiva são inúmeros, uma vez que a singularidade de cada aluno com deficiência demanda um (re)planejamento e uma organização dos tempos e espaços escolares, com estratégias pedagógicas até então não pensadas ou disponibilizadas na e para a escola. O profissional da educação deseja uma educação realmente inclusiva e de qualidade para todos, mas a forma de atingir esses ideais ainda não são claras em nossa sociedade, isto porque está em um momento de mudanças, de reorganização e de quebras de paradigmas. No entanto, apesar do crescente reconhecimento da Educação Inclusiva como forma prioritária de atendimento a alunos com necessidades educativasespeciais, na prática este modelo ainda não se configura em nosso país como uma proposta educacional amplamente difundida e compartilhada. Embora nos últimos anos tenham 10 sido desenvolvidas experiências promissoras, a grande maioria das redes de ensino carece das condições institucionais necessárias para sua viabilização. A prática pedagógica do professor na educação inclusiva é perpassada pela concepção de emancipação a ser alcançada pelo próprio aluno. Desta forma não cabe ao professor aqui definir o ponto de chegada, mas oferecer ao aluno instrumentos para que ele próprio desvende seu caminho, desvencilhando possíveis entraves e superando seus próprios limites. Em sua atividade docente diária, o professor se constitui um mediador que ajuda a criança a despertar suas habilidades. Desse modo, as metodologias não podem ser engessadas, mas abertas às mudanças que acompanhem as necessidades de cada aluno. Se para determinado aluno é necessário o trabalho com materiais lúdicos, que estes materiais façam parte do cotidiano educativo, se para outro a música ajuda na compreensão do conteúdo proposto, então que a música seja um elemento pedagógico. O aluno através desta concepção não precisa se adaptar ao que já existe em sala, mas o existente em sala deve ser aberto para modificações a partir do que ele precisa para atuar no processo educativo. Para Glat (2007, p. 73) “são mais interessantes as atividades que possuem sons, imagens, movimentos, despertam sentimentos, favorecem reflexão”. O aluno com a deficiência intelectual lança um desafio para o professor, que é o de descobrir caminhos para ensinar e aprender, diferentes dos habituais apresentados pelos alunos que não têm seu desenvolvimento influenciado por essa necessidade educacional especial. A estrutura de desenvolvimento que esse aluno apresenta, geralmente, não é a que o professor está habituado a lidar e a pensar diante do formato do currículo, do planejamento das atividades, da avaliação, dos espaços e tempos para a realização das propostas, assim como dos recursos necessários para a aprendizagem. No AEE, o aluno com deficiência intelectual deve encontrar possibilidades de desenvolver suas funções psicológicas superiores, as quais se relacionam ao aprimoramento dos aspectos cognitivos – percepção, memória, raciocínio, linguagem –, e aos aspectos de sua conduta – controle deliberado de sua ação, tomada de decisões, autonomia em suas ações. Entretanto, o desenvolvimento desses aspectos não se dá de forma apartada da proposta curricular que ocorre na classe comum, o 11 que confere uma necessidade premente de articulação entre professor comum e o especialista. Assim sendo, no AEE, o aluno deve ser desafiado a pensar, a fazer uso de seu raciocínio, da linguagem, da memória, encontrando pontos de aproximação com o currículo escolar. Com efeito, não se trata de transferir o lócus de aprendizagem e de desenvolvimento curricular, mas também não abandoná-lo, visto que é a referência do trabalho na escola. Se assim não o fizermos, corremos o risco de tornar o AEE um serviço paralelo, que não se articula com a proposta curricular da escola e que acabe por se centrar na deficiência, uma vez que perde o referente de aprendizagem: o currículo. Os educadores demandam capacitação teórica, auxílio de outros profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, e de diagnósticos e laudos, na tentativa de encontrar respostas para suas dificuldades e completar o seu saber (PANTUZZO, 2004). Ainda assim, a prática lhes mostra que há sempre algo impossível de significação, algo que não se conhece. Segundo Rocha (2002, apud Pantuzzo, 2004, p.10), “pelo fato de os efeitos educativos não serem passíveis de cálculos, previsões e controles, é necessário que o educador aposte para além da ‘criança com necessidades especiais’ em um sujeito a ser escutado, a instituição escolar podendo, pois, contribuir para que este sujeito emerja”. É bom lembrarmos sempre que, a inclusão escolar como consequência da transformação das nossas escolas significa o caminho para que seja garantido o direito incondicional à escolarização de todos. Uma escola inclusiva, ética e de qualidade para todos tem na cooperação e na solidariedade instrumentos imprescindíveis para uma real aprendizagem de todos os alunos. CONCLUSÃO Ao longo das últimas décadas, temos a temática da educação inclusiva inscrita em diferentes contextos e circunstâncias e a instituição escolar tem sido convocada a dar algum tipo de resposta. O atual momento histórico exige uma participação efetiva da escola e, para tanto, é preciso redimensionar o modo de pensar e fazer educação, tarefa complexa por natureza. A história da humanidade disseminou preconceitos que ainda persistem na atualidade. No entanto, a sociedade vem compreendendo que todos são capazes de 12 produzirem, mesmo com limitações. Diante desta realidade, a atenção para as pessoas com deficiência tem gerado grandes mudanças. A inclusão é um grande desafio, pois envolve mudanças na concepção de sociedade, de homem, de educação e de escola. Tais mudanças não são tão simples e fáceis, já que as pessoas beneficiadas foram historicamente injustiçadas, marginalizadas e excluídas da sociedade, e em consequência da escola. Ao falar de inclusão dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, deve-se verificar se realmente estamos fazendo essa inclusão, tendo em vista que os alunos com deficiência intelectual têm um desafio maior para inclusão nas escolas de ensino regular, pois além de mudar os conceitos devem-se mudar as estruturas pedagógicas, como exemplo adequação curricular. A pesquisa nos permitiu encontrar visões herdadas de uma concepção de deficiência associada à infantilização ou passividade da criança com deficiência. A ideia de integração de alunos deficientes intelectuais na escola de ensino regular tem como objetivo primordial promover a integração social e se constitui numa meta cada vez mais presente nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse objetivo requer o desprendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema escolar. Isto porque a característica mais marcante na abordagem de um ensino tradicional consiste em reduzir as oportunidades oferecidas aos alunos. É necessária ainda uma mudança na concepção de prestação de serviço frente a uma orientação de manutenção que sobressaem as noções de crescimento e desenvolvimento pessoal, o que implica em oferecer alguns serviços continuados e variados para responder às necessidades destes alunos. Estas necessidades devem ser determinadas através de avaliações psicopedagógicos feitas por uma equipe multiprofissional. Contudo o aluno com deficiência intelectual rompe com todo o saber pronto, padronizado, marcando a exceção, o inesperado, o imprevisível. É diante desse aluno que o educador percebe o fracasso e a esterilidade de suas teorias pedagógicas, pois não há receitas, um método eficaz que possa utilizar para obter os resultados esperados. O papel do professor é se qualificar para receber o aluno, oferecer desafios adequados, além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, apoiar a inserção familiar, 13 escolar e social, bem como prepará-lo para uma adequada formação profissional, almejamdo seu desenvolvimento integral, remete a uma dificuldade em lidar com o imprevisível, com o desconhecido. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CECCIN, R.B. exclusão da alteridade: uma nota de imprensa e uma nota sobre a deficiência mental. In: SKLIAR, C. Educação e exclusão: abordagens sócio-antroplogicas em educação especial. Porto Alegre: mediação, 1997. p. 21-49GLAT, Rosana. Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7Letras, 2007. HIPERTEXTO: o universo em questão. Considerações sobre o tempo em que vivemos. Disponível em: < http:// www.unb.br/fac/ncint/site/parteio.htm>. Acesso em:31 mar.2007 KAFROUNI, R.; PAN, M.A.G.S.A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais e os impasses frente à capacitação dos profissionais da educação básica: um estudo de caso. Interação em Psicologia, Curitiba, v.5, p. 31-46,2001 LEI n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. São Paulo: Saraiva,1996. MANTOAN, M. T. E. A integração das pessoas com deficiências: contribuição para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. MANTOAN, M. T. E. (2006). O desafio das diferenças na escola. Disponível em http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/seires/175610Desafio.pdf, último acesso em 18/10/2010. PANTUZZO, F. L. A inclusão escolar da deficiência mental: o furo no saber pedagógico. In: Anais III Seminário Internacional Sociedade inclusiva. Ações inclusivas de sucesso. Belo Horizonte, 24 a 28 de maio de 2004. VATTIMO, G. O fim da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 1996. http://www.unb.br/fac/ncint/site/parteio.htm http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/seires/175610Desafio.pdf