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Cidadania Fiscal - Uma Receita para o Brasil

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Cidadania Fiscal: Uma Receita para o Brasil
1. CIDADANIA E ÉTICA
· OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – MÓDULO 01
· Recordar o conceito de cidadania e ética
· Relacionar o termo Cidadania nos diferentes momentos históricos
· Caracterizar a relação entre ética e serviço público
1.1. HISTÓRIA DA CIDADANIA
 O conceito de cidadania é resultado de um processo histórico que VARIA NO TEMPO E NO ESPAÇO, conforme o período e o contexto vivido. Entretanto, pode-se ressaltar como inerente à ideia de cidadania, a PARTICIPAÇÃO. Ressalte-se, contudo, que o GRAU e a FORMA de participação se modificam no plano histórico e territorial.
1.1.1. CIDADANIA ONTEM
 ANTIGUIDADE CLÁSSICA Cidadania entre gregos e romanos era um ELO ENTRE O HOMEM LIVRE E A CIDADE, RECONHECENDO DIREITOS E IMPONDO DEVERES. CIDADÃO, na antiguidade clássica, era aquele que morava na cidade e participava de seus negócios - por isso o ESTRANGEIRO E O ESCRAVO NÃO ERAM CONSIDERADOS CIDADÃOS. O direito de participação no poder se restringia às famílias mais ricas e o corpo de cidadãos era organizado por uma escala de riquezas, ou seja, O STATUS DE CIDADÃO NÃO ERA ATRIBUÍDO A TODOS os seus moradores. A ideia de inclusão/exclusão estava presente.
 Na Grécia antiga, a expressão cidadão indicava apenas o membro ativo da sociedade política, aquele que podia PARTICIPAR DAS DECISÕES POLÍTICAS, especialmente a OCUPAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. Em Atenas, os cidadãos atenienses tinham liberdade de palavra, participavam das assembleias do povo e também votavam as leis que governavam a cidade. Apenas tinham direito de participação política, cidadãos masculinos, sendo os demais, mulheres, imigrantes e escravos, excluídos desse direito.
 A república romana (509 a.C a 27 a.C) também contribuiu e abriu caminho para a história da cidadania. Podemos apontá-la como berço das modernas noções de cidadania e participação popular, destacando-se a concessão de direitos civis e cidadania romana também para os habitantes dos territórios conquistados. Com a passagem da república romana para o império romano (27 a.C a 285 d.C), houve o desaparecimento da participação política, o que ocasionou uma redução do espaço público, onde O PODER PASSOU A SER DO IMPERADOR EM NÍTIDA POSIÇÃO MONARQUISTA ABSOLUTISTA.
 IDADE MÉDIA Após a queda do Império Romano, em 476 d.C, fruto das invasões bárbaras, inicia-se a Idade Média com profundas alterações nas estruturas sociais. O PERÍODO MEDIEVAL É MARCADO PELA SOCIEDADE CARACTERISTICAMENTE ESTAMENTAL, COM RÍGIDA HIERARQUIA DE CLASSES SOCIAIS: CLERO, NOBREZA e SERVOS.
Nesse período, a Igreja cristã constitui-se na instituição fundamental do processo político. Onde, antes, existia a regulação imperial, agora, passa a ser regulado pelos ditames da Igreja cristã. No plano teórico, a doutrina cristã, principalmente através da filosofia escolástica, alega a liberdade e a igualdade de todos os homens. Todavia, no plano pragmático, acaba por servir de legitimação à dominação do poder, possibilitando a estruturação de uma sociedade rigidamente estagmentada.
Na época medieval, em decorrência da rígida estrutura de classes, DILUI-SE O PRINCÍPIO DA CIDADANIA, pois o homem medieval ou era servo ou era senhor, jamais cidadão.
 Esse contexto começa a ser modificado com a formação dos ESTADOS NACIONAIS e o RENASCIMENTO URBANO. Nessa fase, conceituada como Baixa Idade Média, com a centralização do Estado, reincorpora-se, ainda que timidamente, a noção de cidadania relacionada à concessão do poder de participação popular (direitos políticos). Com a formação dos Estados Nacionais e o FORTALECIMENTO DA BURGUESIA MERCANTIL (parceiro necessário ao desenvolvimento econômico do Rei), inicia-se o desenvolvimento da moderna conceituação da cidadania, particularmente em decorrência das aspirações burguesas aos mesmos direitos estabelecidos aos estamentos superiores.
 Em 1215 surge, na Inglaterra, a Magna Carta. Considerada por alguns como a origem das atuais Cartas de Direitos, foi, na verdade, um documento imposto pelos Barões ao Rei João Sem Terra, marcando o início da limitação do poder do Estado.
 ILUMINISMO Em paralelo à formação dos Estados Nacionais, mudanças significativas ocorreram nos quadros da sociedade, sendo de particular relevo a CONSOLIDAÇÃO DA BURGUESIA COMO CLASSE ATUANTE, tanto política quanto economicamente. Nesse período, inúmeras revoluções ocorrem na tentativa de superação da "ERA DAS TREVAS": REFORMA PROTESTANTE, REVOLUÇÕES SOCIAIS, DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS E DAS ARTES, DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO E LUTAS POR LIBERDADE E IGUALDADE fazem com que esse período seja denominado de SÉCULO DAS LUZES (Iluminismo).
 Com o surgimento do CAPITALISMO e a REFORMA PROTESTANTE no século XVI busca-se a contestação dos valores e das injustiças praticadas pelo clero e pela nobreza no período medieval. Com isto, inova-se a concepção de cidadania, a qual aparece, novamente CONECTADA AOS IDEAIS DE IGUALDADE E LIBERDADE, tão presentes nas obras de Locke3 e Rousseau. Essas ideias acabaram por fundamentar as famosas Revoluções Burguesas, notadamente a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789). O debate em torno da cidadania, como a conhecemos hoje, é fruto das revoluções burguesas que marcaram o cenário político europeu dos séculos XVII e XVIII.
 A Revolução Francesa foi o grande marco desse período, sintetizando a natureza do novo cidadão e fundando os direitos civis e o estabelecimento de seus limites. A sua concepção se expandiu para abranger os direitos fundamentais do homem e os direitos vinculados à ideia de igualdade e justiça. O novo homem que nascia, a partir desse fato histórico, era intrinsecamente um cidadão. Fruto da revolução francesa, originou-se a DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, que comportava duas dimensões: uma UNIVERSAL - onde o homem é protegido em seus direitos naturais independentemente de nacionalidade, e outra NACIONAL - onde apenas os nacionais tinham direitos políticos.
 ESTADO SOCIAL O individualismo do Estado liberal provocou imensas injustiças. Os movimentos sociais do século passado e deste, especialmente, revelaram a insuficiência das liberdades burguesas, permitindo que se tivesse consciência da necessidade de JUSTIÇA SOCIAL. A partir das revoluções proletárias rompe-se com o Estado Liberal e inicia-se o Estado Social. Surgem, então, os denominados direitos sociais e econômicos, normalmente denominados de LIBERDADES-POSITIVAS, os quais EXIGEM QUE O ESTADO PRESTE SERVIÇOS E REGULE ATIVIDADES ECONÔMICAS COM A FINALIDADE DE REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS.
1.1.2. CIDADANIA HOJE
 O século XX se iniciou sob o signo das guerras e das revoluções. A luta pelos direitos sociais se confundia com uma luta por condições socioeconômicas que permitissem o pleno exercício da cidadania. No entanto, o reconhecimento efetivo dos direitos fundamentais somente ocorreu após a 2ª Guerra Mundial, com a aprovação da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Com as atrocidades cometidas pelas duas grandes guerras mundiais, na evolução da cidadania, surgem os DIREITOS COLETIVOS, que materializam poderes de titularidade coletiva, atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagrando o PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE (art. 3º CF/88 8)
1.2. CIDADANIA NO BRASIL
 Neste tópico, você fará um passeio pelo histórico da cidadania no Brasil, a partir da Independência, relembrando as principais realizações das Constituições Brasileiras.
· CONSTITUIÇÕES DO BRASIL
· 
Constituição política do Império do Brazil (25 de março de 1824)
O fato que propiciou o surgimento da Constituição de 1824 foi a declaração da independência, ocorrida em 7 de setembro de 1822.
Esta constituição:
Instituiu a Religião Católica como a religião oficial do império, podendo todas as outras Religiões ter seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo. (art.5º).
Fundamentada nas teorias de Benjamin Constant10 sobre a separação entre os poderes, estabeleceuquatro funções do Poder Político: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial. (art. 10).
O Tribunal do Júri tinha atribuições penais e civis.
Existência de sufrágio censitário, sendo vedado o direito de voto àqueles que não tivessem renda líquida anual de cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou empregos e, em relação à capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser eleito para ocupar algum cargo político, também havia necessidade de comprovação de renda mínima proporcional ao cargo pretendido. (art. 92,V e seguintes).
Instituiu a forma unitária de governo e a forma monárquica de governo (art. 3º).
Leia aqui a Constituição de 1 Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (24 de fevereiro de 1891)
O fato que propiciou o surgimento da Constituição de 1891 foi a proclamação da república, ocorrida em 15 de novembro de 1889. Nesta constituição:
Com o entusiasmo pela teoria da separação entre os poderes de Montesquieu11, houve a repartição em três funções: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos (art. 15).
O sufrágio, embora tendente a ser universal, ainda encontrava restrições censitárias, pois impedia o voto àqueles que eram considerados mendigos e aos analfabetos. (art. 70).
Instituiu-se a forma federativa de estado e a forma republicana de governo (art. 1º).
Previu-se expressamente o Habeas Corpus12, onde se estabelecia que "dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder" (art. 72, § 22).
Houve a separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurada à Religião Católica o status de religião oficial. Deste modo, foi estabelecido o direito de culto externo a todas as religiões. (art. 11, § 2º).824.
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (16 de julho de 1934)
A Constituição de 1934 surge como consequência da chegada ao poder de Getúlio Vargas, ocorrida em 3 de novembro de 1930 (conhecida como ‘revolução de 30'). Esta constituição:
Constitucionalizou os direitos sociais, estabelecendo um Título referente à ordem econômica e social (Título IV).
Criou o mandado de segurança13 e a ação popular14 no capítulo dos direitos e garantias individuais (art. 113).
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos.
Estabeleceu dois mecanismos de reforma constitucional, a revisão e a emenda, estabelecendo que a Constituição poderá ser emendada, quando as alterações propostas não modificarem a estrutura política do Estado; a organização ou a competência dos poderes da soberania e revista, no caso contrário, estabelecendo que o processo de revisão seria mais rígido do que o processo de emenda. (art. 178).
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (10 de novembro de 1937)
A Constituição de 1937, conhecida como constituição 'polaca', em razão de sua semelhança com a constituição fascista polonesa, surgiu com a criação do Estado Novo - período autoritário da história republicana brasileira, de 1937 a 1945, quando Getúlio Vargas era o Presidente do Brasil. Esta constituição:
Reduziu a esfera dos direitos individuais, desconstitucionalizando o mandado de segurança e a ação popular.
Os Prefeitos Municipais passaram a ser nomeados pelo Governador de Estado.
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos.
Possibilitou que o Presidente da República interferisse nas decisões do Judiciário, pois lhe possibilitava submeter à apreciação do Parlamento as leis declaradas inconstitucionais, podendo o Parlamento desconstituir esta declaração e inconstitucionalidade através de dois terços de seus membros (art. 9, parágrafo único).
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (18 de setembro de 1946)
Fruto da queda do Estado Novo, a Constituição de 1946 resgatou a estabilidade democrática, reconhecendo os direitos sociais anteriormente suprimidos e garantindo os tradicionais direitos civis e políticos. Com esta constituição:
A propriedade foi condicionada à sua função social, possibilitando a desapropriação por interesse social (art. 141, § 16º).
Continuou a proibir o voto dos analfabetos.
Constitucionalizou-se o mandado de segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e a ação popular (art. 141).
Reduziram-se as atribuições do Poder Executivo, que, na Constituição precedente o tornaram um verdadeiro ditador, com a interferência nos outros Poderes. Assim, na Constituição de 1946 estabelece-se o equilíbrio entre os poderes.
Constituição do Brasil de 1967
O fato que propiciou o surgimento da Constituição de 1967 foi a tomada de poder pelos militares, em 31 de março de 1964, período também conhecido por 'revolução militar de 64'. Esta constituição:
Concentrou poderes na União e privilegiou o Poder Executivo em detrimento dos outros poderes.
Baseou toda a estrutura de Poder na Segurança Nacional.
Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.
Houve a criação de uma ação de suspensão de direitos políticos e individuais15.
Reduziu a autonomia dos Municípios, estabelecendo a nomeação dos Prefeitos de alguns municípios pelo Governador (art. 16 § 1º - Serão nomeados pelo Governador, com prévia aprovação: a) da Assembleia Legislativa, os Prefeitos das Capitais dos Estados e dos Municípios considerados estâncias hidrominerais em lei estadual; b) do Presidente da República, os Prefeitos dos Municípios declarados de interesse da segurança nacional, por lei de iniciativa do Emenda Constitucional 01 de 1969 (editada em 17/10/1969)
Com esta Emenda Constitucional houve:
Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado.
Ampliação do mandato presidencial para cinco anos.
Extinção das imunidades parlamentares.Poder Executivo).
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (05 de outubro de 1988)
Com a ruptura do regime militar e o início da redemocratização, iniciada em 1985, surge a Constituição de 1988, conhecida como 'Constituição-Cidadã'. Esta constituição:
Após um período ditatorial, a Constituição de 1988 tratou de assegurar princípios e objetivos fundamentais que têm a finalidade de possibilitar o integral desenvolvimento do ser - humano, tendo como base o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º a 4º).
Criação do Superior Tribunal de Justiça em substituição ao Tribunal Federal de Recursos.
Criou o mandado de injunção16 (CF, art. 5º, LXXI); mandado de segurança coletivo17 (CF, art. 5º, LXX); habeas data18 (CF, art. 5º, LXXII).
Estabeleceu a faculdade do exercício do direito de voto ao analfabeto.
1.3. CIDADANIA E ÉTICA
Neste tópico você terá acesso a informações sobre alguns pressupostos filosóficos da ética e sobre a dimensão ética de sua atividade profissional, aliados aos fundamentos para o desenvolvimento da efetiva cidadania.
1.3.1. ÉTICA PARA QUE?
A ética19é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que não é fácil de explicar quando alguém pergunta.
Tradicionalmente, ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e, eventualmente, até teológica, sobre os costumes ou ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida, quando vivida conforme os costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.
Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Nesse sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social20.
1.3.2. SER ÉTICO: COMPROMISSO COM A SOCIEDADE
Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É também agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade.
É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações morais: Como agir em determinada situação? Como me comportar perante o outro?Diante da corrupção e das injustiças, o que fazer?
Assim, seguidamente nos encontramos em situações que ensejam esses confrontos, relacionados com a nossa vida em sociedade, ou seja, situações que envolvem escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem que se faça um juízo de valor entre o que socialmente é considerado justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente.
3.4. Ética: questão de escolha
Escolha
A escolha é o momento final - e o mais visível - de uma reflexão que a precede.
O que significa a escolha?
A rigor, esse aspecto da ação seria impensável se ao agente não se colocassem alternativas. Pois com apenas um caminho a seguir não haveria escolha.
O processo avaliativo da ética depende de que se façam certas coisas não tomadas como inevitáveis. Do contrário não haveria mérito na ação.
É a partir das comparações com o que as pessoas poderiam ter feito, mas acabaram não fazendo, que se chega a um juízo sobre o mérito ou demérito.
Deliberação
A moralidade supõe uma estrutura do mundo em que pelo menos uma parte dos eventos não está submetida a uma necessidade férrea, em que tudo que acontece não poderia ser diferente, da qual nada e ninguém pode escapar.
Se todos os eventos fossem inevitáveis, a escolha não seria apenas impensável, mas inútil. Contudo, a escolha exige uma introspecção prévia que vai não só definir a intenção do agir, mas desencadear um processo de amadurecimento. Isto é, a ação que provocará uma intervenção no mundo, a modificação de um estado de coisas, requer um tempo de gestação interna: a deliberação.
Determinismo ou liberdade?
Por outro lado, a deliberação e a escolha não seriam plausíveis se supuséssemos que os acontecimentos do mundo estão à completa mercê do acaso.
POR QUÊ?
O homem é determinado e é livre...
Para que a ética seja de fato uma dimensão significativa de nossas vidas, precisamos estar convictos de que a deliberação e a escolha fazem uma grande diferença no resultado final, isto é, que o mundo seria muito distinto do que é, se o deixássemos seguir seu curso sem a nossa interferência consciente.
3.5. Ética: virtudes e caráter
A escolha, como algo distinto da deliberação, sugere que a ética não se resume a uma questão de inteligência, de capacidade cognitiva. É preciso, além da natureza inteligente da ação moral, uma disposição para agir conforme a direção apontada pelo intelecto. Esse ponto remete às virtudes.
Que é a virtude?
Ser virtuoso em um ambiente democrático e participativo é colocar-se na perspectiva do outro. É desenvolver a sublime sabedoria de compreender o que se passa na alma do outro. É agir com a firme e desinteressada intenção de suavizar a aflição dos que sofrem. É ter sabedoria e humildade para entender que só nos realizamos enquanto seres humanos pelo olhar do outro, que nos molda e nos define. São virtudes essenciais ao exercício da vida em sociedade.
O caráter
Na verdade, NÃO EXISTE UMA VIRTUDE, MAS VÁRIAS. Uma pessoa encerra em si mesma uma mistura de disposições, que lidam com as diferentes partes da engrenagem da ação. Algumas dessas disposições podem ser virtudes, em diferentes graus, e outras, vícios.
A complexa mistura de disposições numa personalidade vai constituir o que chamamos de CARÁTER.
Ética: Autonomia e responsabilidade
Autonomia
Autonomia 22 é a condição que nos torna autores da ação. A autoria dos atos significa uma atitude para governar a nós mesmos, e para fixar nossas próprias regras de vida.
Essa ideia de autonomia está diretamente relacionada à ideia de democracia e república, pois não se constrói um Estado Democrático de Direito sem a participação ativa e crítica de todos os cidadãos.
Saiba Mais!
Responsabilidade
Se a autonomia significa o início da obra, a responsabilidade 23 significa a assinatura dela tão logo ganhe o mundo. A responsabilidade é uma consequência direta dessa ideia de autoria da ação.
A responsabilidade nos remete novamente à deliberação e à escolha.
A deliberação discrimina alternativas, todas precárias e incertas, ainda que uma ou algumas delas sejam mais prováveis que outras. A escolha deve encerrar a deliberação, mesmo na dúvida. Mas a dúvida é um indício da possibilidade de erro. Por isso, na tomada de decisões, é necessária a responsabilidade.
3. Cidadania e Ética
3.7. Ética e serviço público
A natureza da política
A política diz respeito à ação de uma comunidade. Trata-se de uma dimensão essencial de nossas vidas porque sabemos que a maioria das grandes coisas que precisamos e podemos fazer jamais seria feita por apenas um único indivíduo ou mesmo por um punhado de indivíduos.
A política significa deliberar e fazer escolhas, como na ética. A política é uma atividade inteligente, na medida em que exige a racionalidade do ser humano. Sua marca é intervir no mundo segundo uma intenção premeditada, para conservar ou mudar um estado de coisas.
A importância do Estado
O Estado constitui, além da ordem jurídica que engloba toda a comunidade, uma estrutura administrativa permanente. O Estado é um agente coletivo com identidade própria com poderes suficientes para cumprir quatro missões básicas, a saber:
Promover o bem comum.
Representar a comunidade perante outras comunidades.
Mediar as relações entre os cidadãos e o governo.
Mediar as relações entre os próprios cidadãos.
 4.7.1 Ética e serviço público - O Cargo Público
O Cargo Público é uma posição de poder dentro da estrutura administrativa do Estado e essa posição de poder vincula-se ao serviço prescrito no cargo - o poder é proporcional à responsabilidade.
O aspecto público do cargo significa que ele não pertence à pessoa que eventualmente o ocupa.
Sua investidura não implica um título de propriedade, um direito de "uso e abuso", em que seu detentor possa herdar, doar, emprestar ou vender ao seu bel-prazer, ou extrair rendas através de sua exploração econômica.
A pessoa investida no cargo recebe uma missão com a expectativa de que utilizará os meios e recursos adicionados ao cargo na proporção que a missão exigir.
A missão do servidor público é, necessariamente, zelar pela república e estar a serviço dos interesses e aspirações dos cidadãos.
No fundo, o servidor público faz pela comunidade aquilo que ela não pode fazer por si mesma.
O servidor público representa a comunidade, sabendo que não está ali para fazer o que bem entender.
Em resumo, a responsabilidade do detentor de um cargo público corresponde a estes três aspectos da consciência político-moral:
O servidor público zela por algo que não lhe pertence.
O servidor público tem poder e autonomia proporcionais à sua missão.
O servidor público faz coisas importantes não em seu próprio nome, mas em nome de uma coletividade.
3. Cidadania e Ética
3.8. A conduta no serviço público
 Estado x Patrão
Por outro lado, o Estado não é um "patrão" no sentido usual, que explora o trabalho alheio para promover seus próprios interesses. Se há um "patrão" em jogo - a própria comunidade que o Estado deve representar , ele não se encaixa bem no papel de explorador do trabalho, embora até possa ser rigoroso com os seus funcionários, no que tange ao zelo com a coisa pública (res publica).
O serviço público é uma vocação profissional pelo caráter nobre da atividade: servir uma comunidade e promover o bem comum são missões honradas e dignificantes.
 Serviço público x Emprego
A carreira do serviço público não é um emprego comum, no sentido que este termo adquiriu na sociedade industrial. O Estado, por um lado, não é uma empresa capitalista, cujo objetivo é a produção de mercadorias com vista ao lucro. O serviço público, portanto, está longe de ser um pacote indefinido de produtos e serviços voltados para o mercado.
 4.8.1 A conduta no serviço público
 Profissionalismo
O serviço público é uma atividade altamente profissional, é produto da opção do Estado de convocar seus quadros de carreira para uma dedicação plena. Dos ocupantes dos cargos públicos se espera:
Concentração no trabalho
Dedicação
Empenho para servir à comunidade
Competência
O profissionalismo do serviço públicoé mais do que o exercício talentoso de uma função. Há valores em jogo e uma conduta adequada a seguir. Para além do compromisso ético com o bem comum, uma atitude profissional exige, entre outras qualidades: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 24.
 4.8.2 A conduta no serviço público - continuação
Decoro
Decoro, do latim decorum, é "a face pública de um estado pessoal da honradez" (David Burchell). Decoro, portanto, compreende não apenas a correção de uma ação, mas também que essa ação é vista como correta pela sociedade.
O servidor deve construir uma personalidade e uma reputação cívicas à altura de sua autoridade formal.
Eis o valor auxiliar das normas de conduta, que se relacionam diretamente com os códigos de ética que veremos a seguir. O propósito desses códigos é justamente indicar ao ocupante do cargo público maneiras de construir aquela personalidade. Exatamente porque a reputação é tão importante na noção de decoro, duas qualidades vizinhas o acompanham inevitavelmente: a probidade e a integridade.
O decoro, a probidade e a integridade não são apenas patrimônios pessoais. São caracteres imediatamente transferidos à "personalidade" do Estado. Isto quer dizer que uma administração pública proba, íntegra e atenta ao decoro, é função direta da probidade, integridade e honestidade de seus servidores.
3.9. Código de ética
É um padrão que serve de guia para a conduta de um determinado grupo.
É um conjunto de princípios, assumidos publicamente, que orientam determinadas atividades, de acordo com os anseios sociais por honestidade, solidariedade e correção.
O código deve ser posto em relação, por um lado, com a lei e, por outro, com a moralidade em sentido mais amplo. Um código de ética não pode, obviamente, pôr-se fora ou além da lei: não pode servir como desculpa ou meio para legitimar comportamentos que a lei proíbe.
Para que serve o Código de Ética?
O Código de ética expressa-se por princípios que formam a consciência profissional do servidor, representa imperativos de sua conduta.
Para diferentes contextos, há diferentes códigos de ética. Quando se trata de uma entidade ou órgão público, quatro questões devem ser tratadas num código de ética:
A finalidade e as características mais gerais da entidade.
As relações internas entre os seus servidores e outros colaboradores.
As relações com outras entidades, públicas ou privadas.
As relações com o cidadão.
Em resumo, o Código de Ética numa entidade pública deve estabelecer um padrão geral de conduta.
4.9.1 Ética na administração pública
O Brasil dispõe de um marco regulatório e institucional de gestão da ética relativamente antigo, caracterizado por grande multiplicidade de normas. A Constituição estabelece princípios que direcionam a atuação da Administração Pública nas três esferas de governo que integram a federação:
princípios 25 da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
licitação pública 26, como regra para aquisição de bens e serviços
probidade administrativa 27, cujos atos a ela contrários são punidos com a suspensão dos direitos políticos
Iniciativas da administração pública federal
Iniciativas têm sido tomadas pela Administração Pública Federal brasileira, no sentido de estabelecer padrões éticos de conduta. Destacamos:
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo aprovado em 22 de junho de 1994 .
Sistema de Gestão da Ética
Como ponto alto desse processo, destaca-se o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal , criado por Decreto Presidencial em 1º de fevereiro de 2007, integrado pela Comissão de Ética Pública, pelas Comissões de Ética responsáveis pela implementação de Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e pelas demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.
· OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM – MÓDULO 02
· Descrever a tributação no Estado Brasileiro
· Indicar o papel dos tributos na fixação de despesas
· Destacar os mecanismos de controle na Administração Pública
· Relatar o orçamento participativo
2.1. IMPORTANCIA DA TRIBUTAÇÃO
 Para compreendermos a importância da tributação, em qualquer sociedade, devemos iniciar com uma reflexão sobre o Estado e sua atividade financeira. Esse é o objetivo deste tópico.
Comecemos com a seguinte indagação: Por que criamos o Estado?
Para alguns estudiosos, antes da criação natural de um Estado, os indivíduos sentiam a necessidade de viverem em sociedade, de se estabelecerem em um determinado território e de se organizarem para que houvesse segurança quanto a sua sobrevivência (por exemplo, defesa contra agressão de outras sociedades, intempéries, falta de alimentos e, estabelecimento de regras de conduta entre os indivíduos da sociedade).
Algumas teorias são apontadas sobre a criação do Estado, sendo basicamente divididas em duas:
teorias não-contratualistas 
teorias contratualistas.
2.1.1. ESTADO BRASILEIRO
 Não nos aprofundando na discussão sobre a longa evolução do Estado, temos alguns elementos que distinguem o Estado de outras instituições:
povo
território
governo soberano
finalidade: bem ou felicidade do povo.
Objetivando a promoção do bem do próprio povo que o criou, seja garantindo direitos, seja prestando bens e serviços, o Estado tem fundamentos 30e objetivos fundamentais próprios 3.
2.1.2. DESPESAS E RECEITAS PÚBLICAS
É evidente que as despesas públicas possuem um elevado custo. Para custeá-las o Estado pode alienar seus próprios bens, fornecer bens e serviços remunerados (preços públicos), emitir moeda (com seus notórios efeitos inflacionários nefastos), receber doações dos próprios indivíduos e contrair empréstimos.
Contudo, constata-se que essas formas de financiamento não são suficientes para cobrir o total das despesas. Nesse sentido, surge a necessidade de o Estado brasileiro impor aos indivíduos os tributos.
2.2. FEDERALISMO TRIBUTÁRIO E DESTINAÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
2.2.1. DESPESAS E RECEITAS PÚBLICAS
Conforme dispõe o artigo 1º da CF/88 33, o Brasil se estrutura por meio de uma forma federativa de estado.
Princípios de uma Federação:
Repartição Constitucional de competências
Autonomia 34 de seus membros (auto-organização, autogoverno e autoadministração)
Discriminação constitucional das rendas tributárias (repartição da competência tributária e da distribuição da receita tributária)
Critérios de repartição das competências
Predominância do interesse 35
Competências exclusivas - Artigo 21 da CF/88
Competências privativas - Artigo 22 da CF/88
Competências comuns - Artigo 23 da CF/88
Competências concorrentes - Artigo 24 da CF/88
Competências reservadas - Artigo 25, § 1º da CF/88
Competência residual tributária - Artigo 154, I da CF/88
2.2.2. REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
No âmbito tributário, duas formas são utilizadas para prover as pessoas jurídicas de direito público dos meios financeiros necessários para o atendimento aos anseios da sociedade.
A primeira forma, mais direta, diz respeito à própria competência tributária de cada ente, instituindo e arrecadando os tributos da sua respectiva competência.
Nas Seções III, IV e V do Título VI, da Constituição da República Federativa do Brasil, foram situadas as competências tributárias da União ( CF, art. 153 e 154 ); dos Estados e do Distrito Federal ( CF, art. 155 ) e dos Municípios ( CF, art. 156 ).
A segunda forma configura-se como uma complementação à primeira, sendo uma redistribuição das receitas tributárias arrecadadas, com base nas respectivas competências, de uma pessoa para outra - é a denominada participação tributária.
2.2.3. CONTROLE DA DESTINAÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS NO ÂMBITO FEDERAL
O sistema orçamentário surge como instrumento de limitação do Poder Executivo realizado pelo Parlamento, haja vista que anterior à sua existência, o executivo era livre para estipular receitas e realizar despesas, sem que houvesse qualquer tipo de controle.
Com o surgimento do modelo orçamentário clássico estabelece-seque toda previsão de receita e autorização de despesa seja previamente aprovada pelo Legislativo, projetando-se, então, um verdadeiro mecanismo de controles recíprocos entre os poderes - Mecanismo dos freios e contrapesos:
O PPA 37 é o instrumento de planejamento estratégico do governo para um período de quatro anos, visando o planejamento de resultados pretendidos
O Plano Plurianual, conforme nos ensina José Afonso da Silva, "é um plano de investimento, com o qual deverão estar em consonância todos os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição (arts. 48, IV e 165, § 4º)".
Assim, na esfera federal, o governo ordena suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA, um plano de médio prazo, elaborado no primeiro ano de mandato do Presidente eleito, para execução nos quatro anos seguintes. Deverá orientar a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual.
Criada pela CF/88, a LDO 38 tem a finalidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. Busca sintonizar a Lei Orçamentária Anual - LOA - com as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública, estabelecidas no PPA.
Conforme estabelece o art. 169, compete à Lei de Diretrizes Orçamentárias autorizar a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da Administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Não havendo a previsão na LDO, o ato que concedeu aumento de remuneração será considerado nulo de pleno direito, conforme dispõe o art. 21 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000).
O orçamento anual visa concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO.
A proposta da LOA compreende os três tipos distintos de orçamentos da União, a saber:
(i)Orçamento Fiscal 39
(ii)Orçamento de Seguridade Social 40
(iii)Orçamento de Investimento das Empresas Estatais 41
Assim, podemos afirmar que é matéria da Lei Orçamentária Anual:
I - a previsão da receita;
II - a fixação da despesa;
III - a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito.
Responsabilidade fiscal
A Reforma Administrativa instaurada com a Emenda Constitucional n.º 19 de 1998 inovou o trato com a "coisa pública", passando-se a um modelo gerencial, focado em resultados, preocupando-se menos com a formalização de procedimentos (própria do modelo burocrático). Nesse contexto foi inserido, por exemplo, o princípio da eficiência 42 como um dos princípios basilares da Administração Pública, exigindo-se a fixação de objetivos e metas a serem atingidos.
Também em 1998, surgiu o Programa de Estabilidade Fiscal - PEF -, com o objetivo de redução do déficit público e a estabilização do montante da dívida pública, com a seguinte premissa básica: "o Estado não pode mais viver além de seus limites, gastando mais do que arrecada."
Saiba Mais!
No ano 2000, integrando esse processo de implementação da reforma do Estado surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal 
(Lei Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000) - LRF - exigindo-se dos administradores, em cada ente federativo, responsabilidade no que tange à gestão fiscal das receitas e despesas públicas.
3.2. Gestão Fiscal responsável
Afinal, o que é uma gestão fiscal responsável?
A própria LRF informa que uma gestão fiscal responsável tem as seguintes características:
a) objetivo: equilíbrio das contas públicas;
b) obediência a limites e condições predefinidos quanto a:
renúncia de receita;
geração de despesa:
com pessoal;
da seguridade social;
outras;
dívida consolidada;
dívida fundada;
operação de crédito, inclusive por antecipação de receita;
concessão de garantia;
inscrição em restos a pagar.
c) mediante:
ação planejada;
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas;
prevenção de riscos;
correção de desvios;
transparência.
Analisando-se os dispositivos da LRF.
DESTINATÁRIOS:
A quem se dirige a LRF?
Ao administrador, visto que a ênfase é a gestão.
Carlos Motta (2001, p. 240) assim conclui:
O administrador, portanto, ainda que possa transferir encargos, distribuir tarefas e delegar competências, não estará, por apenas isso, à margem de qualquer sanção. O gerenciamento, lato sensu, é indelegável.
EQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS
A fim de que haja o desejado equilíbrio das contas públicas não se deve promover despesas a mais do que as receitas públicas, evitando-se endividamentos. Um eventual desequilíbrio pode ser corrigido tanto com diminuição do valor das despesas, quanto com o aumento do valor das receitas públicas. Percebe-se que os limites e condições acima citados visam esse equilíbrio.
PLANEJAMENTO
Como na iniciativa privada, há necessidade de o Estado planejar sua estratégia de atuação eficiente no que se refere ao ingresso de recursos nos cofres públicos e suas destinações e aplicações, com clareza de seus objetivos e fixação de metas e planos de contingência para cada uma das ações, num período razoável de tempo, assegurando-se sua continuidade.
Como vimos no tópico anterior, o planejamento do Estado, de forma ampla, é formalizado basicamente em 3 leis PPA, LDO e LOA. Todo o gestor público deve estar atento se suas ações as respeitam.
O PPA estabelece que a gestão fiscal deverá obedecer, dentre outras, as seguintes diretrizes da política fiscal:
redução gradual da carga tributária federal;
ganho de eficiência e combate à evasão na arrecadação.
CONTROLE
Para que haja efetivo controle institucional interno e externo e controle social da gestão fiscal, a LRF estabeleceu um acompanhamento sistemático, tornado efetivo com a transparência. Controle, transparência e responsabilização são corolários de um Estado Democrático de Direito e de uma República, aproximando o Estado da sociedade, legitimando-o.
Quanto à transparência, não basta a divulgação de dados da gestão, sendo necessário que ela venha formatada de forma que a população tenha possibilidade de interpretá-los.
Igualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2008 (Lei n.º 11.514, de 2007) estabelece que a elaboração e aprovação dos Projetos da Lei Orçamentária de 2008 e de seus créditos adicionais e a execução das respectivas leis deverão ser realizadas de modo a evidenciar a transparência da gestão fiscal, observando-se o princípio da publicidade, permitindo-se o amplo acesso da sociedade a todas as informações relativas a cada uma dessas etapas. Exige também que o Poder Executivo divulgue na internet as estimativas das receitas.
As boas práticas de gestão e sua responsabilização são conhecidas como accountability 43.
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3.3. Instituição, previsão e arrecadação de tributos
O que ocorre se a previsão de receitas não se confirmar ao longo do ano? Haverá impacto nos resultados primário e nominal.
A LRF estabeleceu o corte de gastos ou o contingenciamento de despesas 44. À medida que houver o restabelecimento da receita prevista, permite-se o proporcional descontingenciamento.
A superestimativa de receitas com o objetivo de elevar os limites das despesas é uma prática inadequada.
A LRF estabelece que as previsões de receita devem observar as normas técnicas e legais, considerando-se os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante, sendo acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois anos seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Qualquer reestimativa de receita, por parte do Poder Legislativo, só é admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
Há obrigação de cada ente federativo instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os tributosde sua alçada?
Sim! Uma gestão, para ser considerada responsável, deve instituir todos os seus tributos, fazer sua previsão de forma técnica e, efetivamente, arrecadá-los. Caso falhe especificamente quanto aos impostos, a LRF estabelece a sanção de o ente federativo não receber transferências voluntárias.
Também nos afeta diretamente a obrigatoriedade de fixação de metas bimestrais de arrecadação dos tributos, especificando-se em separado:
medidas de combate à evasão e à sonegação;
quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa;
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
3.4. Renúncia de receitas
A sociedade precisa saber, de forma clara, qual é o seu montante de renúncia de receitas, os beneficiários, quais são as atividades afetadas pela ausência desses recursos e todos os aspectos capazes de propiciar uma análise do seu custo-benefício social e eventuais riscos.
Apontam-se como possíveis finalidades de renúncia fiscal a compensação de gastos realizados pelos contribuintes com serviços não atendidos pelo governo, a compensação de ações complementares às funções típicas de Estado desenvolvidas por entidades civis, promoção da equalização das rendas entre regiões e incentivo a determinado setor da economia.
3.5. O papel dos tributos na fixação das despesas
A previsão e arrecadação dos tributos influenciam diretamente nos gastos públicos.
As despesas de caráter continuado para serem implementadas devem:
a) demonstrar a origem dos recursos para seu custeio;
b) não afetar as metas de resultados fiscais;
c) ser executadas somente após a compensação por:
c.1) aumento permanente de receita, entendido como elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo; ou
c.2) redução permanente de outra despesa.
As despesas de pessoal pela União (que inclui os terceirizados) tem como limite o valor equivalente a 50% da receita corrente líquida, apuradas a cada quadrimestre. Quando se atinge 95% desse valor, a LRF determina que ficam vedados:
concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
criação de cargo, emprego ou função;
alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
Na hipótese de se estourar o limite, informa a LRF que, sem prejuízo das medidas previstas acima, o percentual excedente deve ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras:
redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
exoneração dos servidores não estáveis.
4.5. O papel dos tributos na fixação das despesas - cont...
Caso não se alcance a redução aos limites no prazo estabelecido, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal 45.
Também, enquanto perdurar o excesso, o ente federativo fica impedido de:
receber transferências voluntárias;
obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
Em relação às despesas com a Seguridade Social, para se criar, majorar ou estender benefício ou serviço, há obrigatoriedade de indicação da fonte de custeio total.
O recebimento de transferências voluntárias pelos entes federativos tem como uma de suas condições, estar em dia com o pagamento de tributos devidos ao ente transferidor dos recursos.
A dívida consolidada ou fundada dos entes federativos tem seus limites definidos pelo Senado Federal, que, no caso da União, corresponde a 3,5 vezes a receita corrente líquida, com sanções ao seu descumprimento.
4. Mecanismos de controle da Administração Pública
4.1. Introdução
No presente tópico vamos abordar as formas de controle da Administração Pública: o controle institucional efetuado por órgãos e entidades da Administração Pública criados para este fim e as formas de participação e de controle social da gestão pública, exercidas direta ou indiretamente pelo cidadão.
Segundo Levy (2002), o fortalecimento da transparência e o combate à corrupção no setor público repercutem decisiva e favoravelmente sobre o desenvolvimento econômico e constituem importantes elementos para o incremento da legitimidade dos governos e para o fortalecimento da democracia.
Nesse sentido, vamos encontrar, além das funções clássicas e institucionalizadas de controle, uma crescente participação da sociedade na gestão da coisa pública, com o objetivo de garantir a legitimidade e transparência das ações governamentais e o pleno exercício da cidadania.
4. Mecanismos de controle da Administração Pública
4.2. O controle institucional
O controle administrativo pode ser conceituado como sendo "o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre a sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação" (DI PIETRO, 2001).
Na Administração Pública, o controle é realizado através da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, com o objetivo principal de verificação da legalidade, legitimidade e economicidade da gestão dos recursos.
A Constituição estabelece que a fiscalização da Administração direta e indireta, em suas diversas modalidades, é exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder, conforme Art. 70 46.
As disposições constitucionais a respeito do controle no âmbito da União aplicam­-se também aos Estados e Municípios. Assim, no modelo brasileiro, temos:
o Tribunal de Contas da União (TCU) 47 na esfera federal;
os Tribunais de Contas dos Estados (TCE), presentes nos 27 Estados;
os Tribunais de Contas dos Municípios (TCM), em quatro estados: Bahia, Ceará, Goiás e Pará - como órgãos estaduais de controle dos seus municípios;
os Tribunais de Contas Municipais 48 em dois municípios específicos: Rio de Janeiro e São Paulo;
os Conselhos de Contas dos Municípios;
Além de contar com o auxílio dos Tribunais de Contas, o Poder Legislativo exerce o controle externo através das comissões temáticas de cada uma das Casas do Congresso Nacional - Câmara dos Deputados e o Senado Federal - que recebem petições, reclamações, representações e queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas.
Além do controle externo, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário devem estruturar sistema de controle interno, que deverá atuar de forma integrada entre os demais poderes, com a finalidade precípua, descrita no Art. 74 da Constituição Federal de 1988 49.
Cumpre ressaltar que o controle interno não substitui ou se sobrepõe ao controle externo, mas serve de apoio a este, já que está obrigado a dar conhecimento ao Tribunal de Contas correspondente sobre qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tiver conhecimento.
No âmbito federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) é o órgão responsável pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo e exerce também atividades de defesa do patrimônio público, incremento da transparência, auditoria, correição, ouvidoria e também de prevenção e combate à corrupção.
Além do controle externo - exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas - e do controle interno - exercido pela CGUna esfera federal - há outros órgãos que exercem o controle sobre a Administração Pública, no intuito de assegurar o compromisso ético e a correta administração dos recursos, combatendo a corrupção e a impunidade. No âmbito federal, temos:
Ministério Público 50
Poder Judiciário 51
Polícia Federal 52
Ouvidoria 53
4.3. A participação popular e o controle social
O distanciamento entre representantes e representados, o déficit de desempenho dos governos e a ineficiência institucional de atender às demandas sociais, aliados à corrupção, às fraudes e ao desrespeito aos direitos assegurados por lei geram sentimentos de desconfiança, insatisfação e desapreço dos cidadãos com relação à atividade política. Essa síndrome caracteriza-se por sintomas de cinismo, alienação, apatia e desengajamento cívico, segundo Moisés (2008).
A participação 54 é um dos mais importantes princípios políticos. Relacionada ao ideal de soberania popular, a participação política permanente é um instrumento de legitimação, exercício de cidadania e fortalecimento da gestão democrática.
O controle social é entendido como "monitoramento dos poderes públicos por parte dos indivíduos, acesso público à informação e participação social na formulação de políticas públicas" (Faria, 2006).
As ideias de participação e controle social estão intimamente relacionadas: por meio da participação na gestão pública os cidadãos podem intervir na tomada de decisões, orientando a Administração para que adote medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem exercer o controle sobre a ação do Estado, exigindo que o administrador preste contas dos seus atos de gestão.
A Constituição reconhece a participação popular como fundamento do Estado Democrático de Direito. Por isso afirma que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" (Art .1°, § único).
Como instrumentos de concretização da participação popular, a CF/88 prevê, por exemplo:
LEGISLATIVO
O art. 14 assegura a soberania popular e o voto direto e secreto de igual valor para todos, prevendo ainda o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular como instrumentos de democracia direta; há a possibilidade da participação popular através de audiências públicas e reclamações contra atos das autoridades nas Comissões das casas legislativas, previstas no Art. 58, II e IV; bem como a participação direta na produção de leis, através da iniciativa prevista no Art. 61, § 2º. Na esfera municipal, também há a possibilidade de iniciativa popular em projeto de lei de interesse local, no art 29, XIII, por meio da manifestação de pelo menos 5% do eleitorado.
EXECUTIVO
O art. 5°, XXXIII, garante ao cidadão o direito de receber informações dos órgãos públicos. No art. 10, é assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão.
Especialmente na formulação e fiscalização de políticas públicas, a Constituição de 1988 prevê a participação da comunidade nas iniciativas relacionadas à:
seguridade social (art. 194, VII),
saúde (art. 198, III);
assistência social (art. 204, II);
educação (art. 206, VI);
cultura (art. 216, § 1o);
defesa e preservação do meio ambiente (Art. 225) e
criança e adolescente (art. 227, § 1o).
JUDICIÁRIO
A participação popular é assegurada no acesso a este Poder, conforme art. 5°, XXXIV, 'a', que garante ao cidadão o direito de petição aos Poderes Públicos, independentemente do pagamento de taxas. Também através do mandado de segurança - individual ou coletivo - contra ilegalidade ou abuso de poder de autoridade pública previsto no Art. 5°, LXIX e através de ação popular (art. 5°, LXXIII) e de ação civil pública (Art. 129, § 1°).
O princípio da democracia participativa encontra-se, portanto, plenamente amparado pela Constituição de 1988; muito embora não se trate de um rol exaustivo e sim aberto a outras formas de participação popular.
5.3. A participação popular e o controle social - cont...
A gestão fiscal responsável e transparente está intimamente ligada ao tema da moralidade administrativa e da gestão democrática, possibilitando que mecanismos de participação e controle social efetivos minorem as possibilidades de corrupção ou de má gestão dos recursos públicos.
A transparência fiscal "significa a oferta de informações que façam sentido para a sociedade e o que faz sentido para o cidadão é saber se as necessidades e problemas coletivos serão atendidos, em quanto, quando e a que custo" (Sscheffer).
Porém, se, de um lado, a gestão democrática requer a abertura do governo para escutar a sociedade e promover a partilha de poder no processo decisório, bem como para informar e prestar contas dos atos de gestão assegurando a transparência; de outro, o grande desafio é fomentar um maior envolvimento dos cidadãos nas atividades políticas.
Atualmente, existem vários canais de participação previstos no ordenamento legal como os conselhos e colegiados públicos.
Aumentar a participação política é, sem dúvida, um dos maiores desafios para concretizar a gestão democrática nas relações entre o governo e sociedade, o que depende de aprendizado e amadurecimento político da população.
A seguir, apresentamos o funcionamento de alguns dos instrumentos de participação e/ou controle social existentes:
Os Conselhos Setoriais;
A Audiência Pública;
A Consulta Pública e
O Orçamento Participativo.
 5.3.1 Conselhos Setoriais
São órgãos colegiados na estrutura do Poder Executivo, de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, voltados para a formulação, acompanhamento e controle de políticas públicas setoriais, encontrados nas três instâncias de governo: federal, estadual e municipal.
Uma das principais funções do conselho é realizar a mediação entre o governo e a sociedade civil, de forma a contemplar a pluralidade das demandas sociais na formulação de normas e também na proposição ou deliberação de diretrizes de ação para os órgãos executivos.
No desempenho de suas atribuições, cada Conselho tem autonomia para exercer as atividades que lhe forem conferidas pela legislação própria - federal, estadual ou municipal. Assim, os Conselhos podem ser criados com atribuições de caráter normativo, deliberativo, consultivo, mobilizador e/ou fiscalizador, com o objetivo de apoiar a formulação, a implementação, o acompanhamento e a fiscalização das políticas públicas.
 5.3.2 Audiência Pública
A audiência pública é uma sessão de discussão, aberta ao povo, promovida pelo Poder Público em todos os níveis governamentais, na qual os cidadãos (individualmente ou por meio de associações) exercem o direito de manifestar suas opiniões sobre planos e projetos de lei.
Saiba Mais!
Além dos dispositivos constitucionais do artigo 29, XII e artigo 58, § 2°, II, a Audiência Pública foi prevista na legislação por vários diplomas que tratam de questões ambientais, urbanísticas, administrativas e dos usuários de serviços públicos (direitos difusos e coletivos), como por exemplo:
Lei 8.666/93, art. 39, caput
Lei 9.784/99, art. 32 - Lei do Processo Administrativo
Lei Complementar 101/00 (LRF), art 9, § 4 (cumprimento das metas fiscais)
A LRF e o Estatuto da Cidade preveem a realização de audiências públicas nos processos de elaboração e discussão dos PPA, LDO e LOA.
No processo legislativo, a Constituição (art. 58, § 2º, inc. II) determina a realização de Audiência Pública, devendo as comissões do Congresso Nacional e das Casas Legislativas (Senado e Câmara) implementarem o instituto. Nesse sentido, tanto no Regimento Interno do Senado (art. 90, II), quanto no da Câmara dos Deputados (art. 255 e 258) a Audiência Pública foi prevista para ser realizada pelas comissões temáticas.
Com relação à função jurisdicional, a Lei 9.868/99, art. 9º, § 1, prevê a realização de Audiência Pública no controle concentrado de constitucionalidade das normas pelo STF. Também a Lei Orgânica Nacional do MinistérioPúblico (Lei 8.625/93), em seu art. 27, IV, prevê a realização de Audiência Pública.
É importante lembrar que a realização de Audiências Públicas não se restringe apenas às hipóteses previstas em Lei, mas sempre que houver interesse, oportunidade e conveniência para a oitiva da população, especialmente quando se tratar de assuntos polêmicos ou que ensejem debates, discussões, esclarecimentos e um maior diálogo com a sociedade civil antes da tomada de decisão pelo Poder Público.
 5.3.3 Consulta Pública
A diferença entre a Audiência e a Consulta Pública é que nas Consultas não vigora o princípio da oralidade, inexistindo sessões públicas de debate.
A Consulta Pública é um procedimento de divulgação de minutas de atos normativos, com abertura de prazo não inferior a dez (10) dias para que todos os interessados (pessoas físicas ou jurídicas) possam se manifestar, por escrito, através do envio de críticas ou sugestões, bem como para solicitar informações ou esclarecer dúvidas.
As Consultas Públicas são utilizadas para colher contribuições tanto de setores especializados quanto da sociedade em geral, sobre as políticas e os instrumentos legais que irão orientar as diversas ações do Governo. Elas podem ser aplicadas durante o processo de elaboração de leis, resoluções, instruções normativas, diretrizes, projetos ou anteprojetos de lei, ou para quaisquer outros atos da Administração Pública.
A divulgação oficial das consultas públicas é feita por meio do Diário Oficial da União 55.
Saiba Mais!
 5.3.4 Orçamento Participativo
O Orçamento Participativo é um importante instrumento de democratização da gestão pública municipal, através do qual os cidadãos participam diretamente das decisões de investimentos do governo, estabelecendo prioridades para cada região.
Saiba Mais!
A prática do Orçamento Participativo tem efeito positivo em termos de impacto sobre a gestão pública e na inversão de prioridades de investimentos, promovendo uma verdadeira redistribuição de renda, sem contar no efeito pedagógico de exercício da cidadania, que se dá com a participação direta ou semidireta da população no processo decisório orçamentário e de definição de políticas públicas.
 5.3.4 Orçamento Participativo - cont...
Na prática, o Orçamento Participativo não possui um formato específico 56, ele é construído socialmente, como o resultado de propostas feitas por cada um dos atores e das instituições disponíveis para implementá-las, com ênfase no aspecto colaborativo.
Como prática inovadora de gestão, o Orçamento Participativo proporciona uma dupla democratização. De um lado, pela ampliação do modo de exercício da soberania popular, criando instâncias diretas de participação no processo decisório. De outro, pela redistribuição de bens e serviços públicos a parcelas menos favorecidas da população, propiciando o acesso a recursos que, historicamente, sempre beneficiaram grupos elitistas da sociedade. Essa dupla democratização apresenta, portanto, caráter tanto formal, quanto material.
Trata-se de um procedimento de inclusão que amplia as formas de participação política e o controle social em vários sentidos, melhorando o desempenho da Administração em termos de eficiência e transparência e promovendo maior equidade na alocação dos recursos públicos e, por consequência, maior justiça social.
4.4. Conclusão
A combinação dos instrumentos de controle - institucional e social - permitem uma articulação transparente entre os diversos atores políticos e sociais, o que proporciona maior legitimidade às políticas públicas e ao exercício da democracia, promovendo a accountability.
O ideal democrático de soberania popular preceituado na Constituição supõe cidadãos atentos ao processo político, informados dos acontecimentos e dos problemas, capazes de se envolver na discussão das alternativas e, sobretudo, interessados em formas diretas e indiretas de participação; o que requer um alto grau de desenvolvimento político, comprometimento e consciência cidadã por parte da sociedade; e de abertura, transparência decisória, oferta de informações e compartilhamento do poder, por parte do governo.
Aumentar a participação política é, sem dúvida, um dos maiores desafios para concretizar a democracia participativa e o controle social nas relações entre o governo e sociedade.
3. EDUCAÇÃO FISCAL – UM CAMINHO POSSÍVEL
3.1. Objetivos de aprendizagem – módulo 03
· Descrever o Programa Nacional de Educação Fiscal;
· Listar as atividades dos participantes;
· Recordar as experiências exitosas do PNEF;
3.2. PNEF
 O PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL - PNEF é um instrumento à DISPOSIÇÃO DA SOCIEDADE que visa PROMOVER E INSTITUCIONALIZAR A EDUCAÇÃO FISCAL PARA O PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA.
3.2.1. O que é Educação Fiscal?
 A Educação Fiscal é um INSTRUMENTO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SER HUMANO QUE INTERNALIZA OS CONCEITOS DE ESTADO, com seus OBJETIVOS E FINANCIAMENTO, E O CONTROLE DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS ARRECADADOS, ESTIMULANDO O EFETIVO EXERCÍCIO DA CIDADANIA. Nessa perspectiva, a Educação Fiscal exorta a PARTICIPAÇÃO POPULAR. Sob essa visão, a participação da sociedade na gestão pública é incentivada como mecanismo de DEMOCRATIZAÇÃO, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas, mas, também, FISCALIZEM A APLICAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS.
 A Educação Fiscal pode ser reconhecida em todos os momentos da vida. Na infância, quando aprendemos a não jogar lixo no chão, a respeitar as regras de convivência, a falar a verdade. Na juventude consolidamos nosso caráter, as bases éticas e morais e começamos a decidir os rumos da nossa vida. Nessa fase, descobrimos que é importante ser honesto, que é possível buscar um mundo melhor, e temos a vontade de mudá-lo. Na fase adulta, as responsabilidades e compromissos acabam nos dando a sensação de que os ideais formados na juventude se volatilizam. Mas, quando exigimos a aplicação de uma lei, quando precisamos fazer justiça e temos a possibilidade de sermos corretos nas nossas ações, reconhecemos as bases da educação fiscal, pois ela está intrinsecamente relacionada com a consciência do indivíduo, e se reflete em atitudes cidadãs.
3.2.2. Origem
 Historicamente, a relação entre o fisco e o contribuinte foi permeada pelo conflito: de um lado, as necessidades da sociedade (saúde, educação, transporte, saneamento, etc.) e, de outro, a necessidade do financiamento destes serviços mediante o pagamento dos tributos. Com a finalidade de possibilitar ao cidadão o conhecimento da correlação existente entre a arrecadação e os gastos públicos, de conscientizá-lo sobre a importância social do tributo, e do acompanhamento da aplicação dos recursos arrecadados em benefício da sociedade, surge o PNEF.
 Como antecedentes históricos do Programa Nacional de Educação Fiscal podem ser apontados os seguintes eventos:
· Mai/1996: Na reunião do Confaz - Conselho Nacional de Políticas Fazendárias - no Ceará, apresentou-se o tema EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA e a experiência desenvolvida no estado do Espírito Santo desde 1992. Foi estabelecido como meta a introdução do ensino do PROGRAMA DE CONSCIÊNCIA TRIBUTÁRIA nas escolas.
· Set/1996: celebrado Convênio de Cooperação Técnica entre a União, Estados e Distrito Federal, que conteve, entre outras atividades, a elaboração e a implementação de um PROGRAMA NACIONAL PERMANENTE DE CONSCIENTIZAÇÃO TRIBUTÁRIA, a ser desenvolvido nas unidades da Federação.
· Jul/1997: o Confaz aprovou a criação do GRUPO DE TRABALHO DE EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA - GET, composto por representantes do:
· Ministério da Fazenda - Gabinete do Ministro, Secretaria da Receita Federal e Escola de Administração Fazendária - ESAF;
· Secretarias de Fazenda, Finanças ou Tributação dos estados e do Distrito Federal.
· Fev/1998: A Portaria nº 35, de 27/02/1998, oficializou o Grupo de Trabalho de Educação Tributária – GET.
· Mar/1999: a Secretaria do TESOURO NACIONAL e o MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO passaram a integrar o PROGRAMA NACIONAL PERMANENTE DE CONSCIENTIZAÇÃOTRIBUTÁRIA.
Jul/1999: o Confaz aprovou a alteração da denominação ‘Programa Nacional Permanente De Conscientização Tributária' para PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL - PNEF. A nova denominação compreende tanto os tributos quanto a alocação de recursos públicos e a sua gestão.
· Dez/2002: a Portaria nº 413, de 31/12/2002, assinada pelos Ministros da Fazenda e da Educação, reformulou o Grupo de Trabalho Educação Fiscal e definiu as competências de todos os órgãos envolvidos com o Programa.
3.2.3. Os Participantes
	Gestores
	Secretarias Estaduais de Educação
	Receita Federal
	
	Secretarias Estaduais de Fazenda
	SOF – Secretaria de Orçamento Federal
	
	PGNF – Procuradoria Geral da Fazenda
	Enap - Escola Nacional de Administração Pública
	
	CGU – Controladoria Geral da União
	Tesouro Nacional
	Parceiros
	Ministério da Educação
3.2.4. Objetivos
	Geral
	Promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania.
	Específicos
	Sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo;
	Levar aos cidadãos conhecimentos sobre administração pública;
	Levar a capacitação em finanças públicas aos agentes públicos e políticos;
	Incentivar o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos;
	Criar condições para uma relação harmoniosa entre o estado e o cidadão.
.
3.2.5. Valores e Diretrizes
	Valores
	Cidadania
	Comprometimento
	
	Efetividade
	Ética
	
	Justiça
	Solidariedade
	
	Transparência
	
	
	Diretrizes
	Ênfase na comunicação mobilizadora, visando o estabelecimento de vínculos de corresponsabilidade;
	
	Estimular o exercício da cidadania com vistas à organização, mobilização e participação social no tocante às finanças públicas;
	
	Ação de âmbito nacional e sua implementação deve envolver os três níveis de governo;
	
	As ações do Programa devem ter caráter permanente, sendo recomendada a desvinculação de logomarcas e mensagens que caracterizem determinada gestão governamental, eliminando assim a possibilidade de utilização do programa com objetivos político-partidários;
	
	O material didático do PNEF deve estar em consonância com as Diretrizes e Bases Curriculares Nacionais, respeitando-se a autonomia das instituições de ensino. Os conteúdos de Educação Fiscal deverão ser inseridos na teoria e na prática escolares;
	
	Todo o material produzido, inclusive o didático, é propriedade do PNEF e deverá seguir as linhas de referências nacionais definidas neste documento e em documentos orientadores específicos, devendo haver socialização das experiências realizadas e distribuição do material produzido, vedada sua comercialização;
	
	O financiamento das ações do PNEF deve ser feito, prioritariamente, com recursos orçamentários, sem prejuízo de fontes alternativas.
3.2.6. Missão
 ESTIMULAR A MUDANÇA de VALORES, CRENÇAS e CULTURAS dos indivíduos, na perspectiva da formação de um ser humano integral, como meio de POSSIBILITAR O PLENO EXERCÍCIO DE CIDADANIA E PROPICIAR A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.
	Do Programa Nacional de Educação Fiscal
	Compartilhar conhecimentos e interagir com a sociedade sobre a origem, aplicação e controle dos recursos públicos, favorecendo a participação social.
	Das instituições gestoras do Programa
	Desenvolver o PNEF, institucionalizadamente, de forma ética e responsável.
3.2.7. Abrangência
3.2.7.1. Áreas de Abrangência
	Áreas de Abrangência
	Módulo I
	O Módulo I destina-se às crianças do ensino fundamental, de forma que, da 1ª à 8ª série, elas possam conhecer gradativamente todos os conceitos ligados à Educação Fiscal.
	
	Módulo II
	O Módulo II envolve os adolescentes do ensino médio, com aprofundamento maior dos assuntos.
	
	Módulo III
	O Módulo III é para os servidores públicos, num processo de sensibilização e envolvimento no Programa.
	
	Módulo IV
	O Módulo IV está voltado para os universitários, portanto acompanhando o cidadão em toda sua vida estudantil.
	
	Módulo V
	O Módulo V é direcionado à sociedade em geral, para abranger aqueles que não teriam a chance de voltar mais aos bancos escolares, utilizando de preferência as organizações a que pertencem, como clubes, associações, sindicatos, clubes de serviço e ONGs, entre outras.
3.2.7.2. Abrangência
 Por intermédio do Programa, a sociedade passa a ter melhor entendimento:
· Da ESTRUTURA e do FUNCIONAMENTO da Administração Pública em seus TRÊS NÍVEIS DE GOVERNO - FEDERAL, ESTADUAL e MUNICIPAL;
· Da FUNÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TRIBUTOS;
· Da APLICAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS;
· Das ESTRATÉGIAS E DOS MEIOS PARA O EXERCÍCIO DO CONTROLE DEMOCRÁTICO.
 Vale ressaltar que, ao se difundirem esses conceitos, contribui-se para que servidores públicos, professores, líderes comunitários, universitários, entre outros, possam realizar seu papel de modo cada vez mais consciente e responsável.
3.2.7.3. Áreas de atuação
 O Programa possui cinco áreas de atuação:
· ENSINO FUNDAMENTAL - destina-se às crianças do 1º ao 9º ano, para que elas possam conhecer gradativamente todos os conceitos ligados à Educação Fiscal;
· ENSINO MÉDIO - envolve os adolescentes do ensino médio com o objetivo de aprofundar os assuntos tratados no ensino fundamental
· ENSINO SUPERIOR - está voltado para os universitários, portanto acompanhando o cidadão em toda sua vida estudantil;
· SERVIDORES PÚBLICOS - está direcionado para os servidores, num processo de sensibilização e envolvimento no Programa; e
· SOCIEDADE EM GERAL – destina-se á sociedade com o intuito de abranger aqueles que não teriam a chance de voltar aos bancos escolares, utilizando de preferência as organizações a que pertencem, como clubes, associações, sindicatos, clubes de serviço e ONGs, entre outras.
3.3. Oque Podemos Fazer?
 Vistos todos os conteúdos dos módulos e tópicos anteriores, você deve estar se perguntando como colocar tudo isso na prática, no seu dia a dia e mais, "o que eu posso fazer para cumprir o meu papel de servidor/colaborador cidadão?"
 Num primeiro momento, pensa-se na ideia de que devemos ter um comportamento cidadão em todos os locais onde transitamos, na instituição, no ambiente familiar, nas associações de classe/bairro, no nosso círculo de amizades, na participação na escola dos filhos, etc., adotando postura ética, crítica, responsável e comprometida com a cidadania.
Realmente, isso é importante, entretanto, podemos analisar esse assunto de maneira mais focada na instituição que atuamos.
3.4. Experiências Exitosas
	Atividades desenvolvidas por estado
	Acre
	
	
	Amazonas
	
	
	...
	
	
	Mato 
Grosso
	1. PALESTRA sobre ÉTICA E CONTROLE SOCIAL na Universidade Federal de Mato Grosso;
2. PALESTRA sobre DIREITO TRIBUTÁRIO e CONTROLE SOCIAL na VII Convenção Regional de Contabilidade do Estado de Mato Grosso;
3. INSERÇÃO EM JORNAL DE CIRCULAÇÃO ESTADUAL DO ARTIGO: DIREITO TRIBUTÁRIO E CONTROLE SOCIAL;
4. INSERÇÃO EM TV DO TEMA: FUNDO DE AMPARO À CRIANÇA E ADOLESCENTE;
5. REALIZAÇÃO DE CURSO sobre a FUNÇÃO SOCIAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL na Universidade Federal de Mato Grosso;
6. INSERÇÃO EM TV DO TEMA: DESTINAÇÃO DE MERCADORIAS APREENDIDAS para entidades beneficentes de assistência social;
7. PARTICIPAÇÃO NAS VÁRIAS EDIÇÕES DO PROGRAMA ”OLHO VIVO NO DINHEIRO PÚBLICO”, organizado pela CGU.
8. Peça – Tributação e Contribuição Aduaneiro – Cuiabá – MT (1º evento de Educação Fiscal para a Cidadania – Módulo: Ensino Fundamental, tema “Tributos e Controle Aduaneiro)
	
	...
	
3.4.1. Lista De Sítios Importantes
	Escola de Administração Fazendária - ESAF
Sociedade Eticamente Responsável- SER Maringá
Controladoria-Geral da União
Portal do Tribunal de Contas da União
Programa de Educação Fiscal em Pernambuco
Programa de Educação Fiscal do Rio Grande do Norte
	Escola Nacional de Administração Pública
Leãozinho
Transparência Brasil
Portal da Transparência
Portal Nacional dos Tribunais de Contas do Brasil
Programa Consciência Fiscal do Estado de Mato Grosso
	Revista Eletrônica - Consciência.net
Associação dos Amigos de Santa Catarina
Amigos Associados de Ribeirão Bonito
Educação Fiscalno Estado de Minas Gerais
Programa de Educação Fiscal no Estado do Rio de Janeiro
Programa de Educação Fiscal de Sergipe
Grupo de Educação Fiscal do Estado de Rondônia
Programa Municipal de Educação Fiscal de Santa Maria - RS

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