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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS PORTFÓLIO GESTÃO EDUCACIONAL PARTE I Gabriel Oliveira Herculano da Silva Email: gabriel_herculano@id.uff.br Matrícula: 117032015 ANGRA DOS REIS 2020 1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA - 14/09 Foi o dia de apresentação da disciplina, a professora Clarissa apresentou o curso e sua divisão em blocos temáticos. A professora também explicou um pouco como ocorreria o estágio, e já nos orientou a procurar um(a) diretor(a). 2) QUESTÕES AUTOBIOGRÁFICAS - 21/09 Minha trajetória de vida sempre foi marcada pelas minhas incertezas, fiz escola de Design Gráfico, curso de Eletrotécnica, formação de professores no curso de inglês, mas em nenhuma das atividades anteriores eu senti a motivação necessária pra me fazer correr atrás daquele objetivo. Quando me deparei com minhas opções, fazendo o cálculo dos pontos para ver os cursos que eu poderia fazer, cheguei ao ponto de ter que decidir em qual curso “cair de paraquedas” já que não sabia nada sobre nenhuma das minhas opções. Escolhi tentar Pedagogia na sorte, e logo na primeira semana de aula me apaixonei pelo curso, pela cidade e pelos professores. Mesmo ainda não sabendo praticamente nada sobre educação, e dar aulas e o leque de atividades que um Pedagogo pode/deve exercer (a depender do cargo e setor que trabalha), eu tinha certeza que iria aprender e podia sentir que estava no caminho certo. Não acredito que eu tenha escolhido Pedagogia porque gosto de dar aulas, tenho pra mim que escolhi permanecer nesse curso para que eu possa ajudar a inspirar outras pessoas através da educação, escolhi ficar porque acredito no potencial transformador da educação popular e decidi ajudar a construir esse projeto para a sociedade. Como disse anteriormente, escolhi esse curso para que eu possa inspirar outras pessoas, acredito que um dos papéis que um diretor(a) escolar tem a cumprir seja esse. Me lembro de sentir muito medo de ir para a direção, que quem era enviado para lá apanhava pois fez alguma coisa errada, mesmo que não soubesse o que fez. Ter essas lembranças também não me faz esquecer do quanto eu admirava o diretor, pois era uma figura de liderança no ambiente escolar. Quando alguma coisa acontecia e atrapalhava o cronograma/ambiente escolar, era ao diretor que todos os professores recorriam, e ele sempre tinha uma solução. Quando não tinha, encontrava uma. Uma diretora que marcou minha vida foi a Solange, do Instituto de Educação Sarah Kubitschek, ainda muito cedo (Na 1° série). Eu sempre fui muito enérgico, ativo, falava pelos cotovelos e na maioria das vezes não tinha onde gastar essa energia, ela e a coordenação pedagógica surgiram com uma peça na escola que minha turma tinha que fazer, pois não é que o papel que ela me deu era o de Padre em um casamento? Era justamente o papel com a maior quantidade de falas, e eu lembro dela conversando comigo no dia da apresentação, que era pra eu ficar tranquilo e que eu ia lembrar de tudo “direitinho” pra falar na frente. Ela sempre aparecia na sala para conversar com a turma e elogiar os trabalhos de murais. Nesse curso de Gestão Escolar eu espero aprender um pouco sobre as dificuldades burocráticas que um diretor de escola pública enfrenta, entender algumas questões que envolvem o financiamento escolar e alguns tópicos no relacionamento interno entre a direção e o corpo discente, docente e funcionários da limpeza, cozinha, e etc (Não os excluindo da prática educativa). 3) PRINCÍPIOS DA GESTÃO - 28/09 O texto de Paro busca elucidar as questões que orientam e problematizam a administração escolar, e consequentemente a posição que o diretor ocupa. Nesse sentido, ele procura causar uma reflexão sobre os responsáveis pelas funções diretivas e administrativas, quando são destinadas à pessoas diferentes, e explica que apenas em raras ocasiões alguém chega à escola procurando pelo administrador, e sim ao diretor, conferindo a este “a mais alta hierarquia de poder na instituição”. Quando se trata de aprofundar um pouco mais esta explicação, Ribeiro (1968) aponta que a direção escolar é um todo superior e mais amplo que a administração, e que se pode delegar função administrativa, por outro lado, não se pode delegar função diretiva. Paro afirma que se pode dizer que a direção é a administração revestida do poder necessário para se fazer a responsável máxima pela instituição, e cita Ribeiro (1952) para apontar que seu funcionamento precisa acontecer de acordo com um filosofia e uma política de educação. Ainda de acordo com o mesmo, esta filosofia e política de educação se colocam acima e fora da área administrativa e dentro da área diretiva da escola. O autor então afirma que no âmbito desta administração existe o emprego do esforço humano coletivo, e que há inclusive a coordenação desse esforço, seja esta aplicada ao todo ou a partes do processo. Embora esse poder diretivo esteja nas mãos de poucas pessoas, isso não impede que pensemos em uma hipótese onde os fins sejam estabelecidos pelos próprios indivíduos atores desses processos. Paro aponta que é comum que a concepção formulada sobre o diretor da escola não seja diferente da concepção de diretor de qualquer empresa da produção econômica, o que é problemático, já que as empresas no sistema capitalista se caracterizam pela apropriação do excedente de trabalho pelo capital, enquanto que a administração escolar deve estar focada na produção de sujeitos humanos históricos, atores sociais no processo de desenvolvimento humano. São trabalhos antagônicos. Nessa medida, o autor aponta que existe uma contradição no trabalho do diretor escolar, que mesmo ocupando a mais alta posição na hierarquia escolar, ainda é funcionário do Estado, que por sua vez exige que este cumpra medidas administrativas que nem sempre estão de acordo com os objetivos da educação. Paro justifica o estudo da administração escolar com a necessidade de se estudar maneiras do diretor contribuir para a melhoria da educação básica, e problematiza o que se tornou o objetivo deturpado da escola: ser um preparatório para o vestibular. Ele afirma que nem meramente passar o conhecimento adiante é algo possível para a realidade escolar brasileira. Para tensionar o ponto que ele deseja abordar, Ribeiro (1952) afirma que se trata de estabelecer se estamos diante de um problema administrativo ou no âmbito de uma filosofia e de uma política da educação à qual a administração deve servir. Nesse sentido, é preciso questionar a concepção de educação que temos no senso comum, isso porque a finalidade da educação (legislativamente) é o “pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (art. 2° da Lei 9.394/1996). Há ainda uma complementação desta problemática apresentada: se a afirmativa de que vivemos em uma sociedade democrática se prova verdadeira, há que se admitir que todos nascem “com o direito universal de acesso à herança cultural produzida historicamente, então a educação não pode se restringir aos conhecimentos e informações, mas precisa abarcar tudo aquilo que compõe a cultura produzida historicamente e necessária para a formação do ser humano-histórico em seu sentido pleno”. Dessa maneira, não é o suficiente passar conteúdos adiante, é necessária a verdadeira promoção do exercício da cidadania. É abordado em seguida a coerência a ser mantida entre o processo pedagógico ser visto como um processo que toma o educando como sujeito no fim deste, ele precisa ser visto como um sujeito, um ator social, no processo também. Agora, para que seja possível promover uma educação de qualidade, e uma administração positiva dos recursos e gestão de problemas, é necessário visualizar as dimensões em que esses sujeitos estão imersos, em seu desenvolvimento biopsíquico e social. Isso não pode ser feito por qualquer pessoa, é necessário reivindicar o lugar do “pensar a educação” para as pessoasque dedicam sua formação acadêmica para tal. 4) POLÍTICAS E PRÁTICAS DE GESTÃO - 05/10 VISÃO DA DIRETORA SOBRE A EXPERIÊNCIA COM A EDUCAÇÃO ONLINE Minha entrevistada é diretora da Escola Municipal Professor Antônio José Novaes Jordão, no morro do Peres, em Angra dos Reis. Ela é diretora há 2 anos na escola. Estão matriculados na escola 290 alunos, funciona no turno da manhã e da tarde, e abriga turmas da Educação Infantil ao 5° ano. O espaço físico conta com 7 salas de aula, uma sala de diretoria, uma sala de professores, cozinha, biblioteca, secretaria e despensa. Ao perguntar sobre a experiência desse ano com a educação online, ela disse que eles acabaram de começar a fazer os testes, com uma reunião online com os pais, mas que vinha fazendo reuniões com os professores para ouvir demandas e pensarem em formas de se organizar durante esse período de quarentena (enquanto ainda não havia uma resposta sólida da secretaria de educação), em que os alunos não estão indo para a escola, principalmente com o objetivo dos alunos continuarem em contato com a cultura escolar. Ela conta que os alunos estão tendo contato com as atividades planejadas através do aplicativo SectOnline - Projeto Apoiar (Playstore), em que precisam utilizar sua matrícula como login e senha, e que os alunos que não possuem internet em casa estão conseguindo ir na escola buscá-las, diante de horário agendado e cumprindo as normas de segurança. Esses alunos com acesso à internet precisam fazer as atividades para ganhar presença e receber o aval para “passar de ano”, os poucos que não possuem internet os professores precisam recolher as atividades, da mesma forma que as entregam aos alunos, para que possam ser corrigidas. Ela avalia que essa medida chegou muito tarde, agora no segundo semestre e que eles vão ter que cumprir o ano letivo até o final de janeiro do ano que vem. De acordo com a mesma, apesar dos esforços dos professores, a situação anda complicada, porque é de comum acordo entre os docentes que é muito mais complicado operar essas tecnologias e manter um contato que beneficie a relação ensino-aprendizagem entre alunos e professores, e por isso eles afirmam que precisam tentar reinventar a forma como guiam seus conteúdos pela plataforma. 5) PRINCÍPIOS DA GESTÃO E GESTÃO NA PANDEMIA - 19/10 O texto é de 2004 e aponta a recente eleição de Lula como um feixe de esperança para o rompimento com a política neoliberal que dominara os anos 90, e o nascimento de uma nova política nacional baseada no projeto popular dos anos 80. Existe uma dúvida sobre a possibilidade de concretização desse projeto, e o autor aponta que para que ele se concretize é necessário uma atenção especial com a atualização e re-elaboração do pensamento progressista, que tem como perspectiva a transformação social, ele aponta que essa tarefa se destina àqueles que têm como função diagnosticar a realidade, refletir sobre ela e propor soluções teoricamente fundamentadas para os problemas nacionais. É dito que o grande desafio no campo da educação é pô-la a serviço dos interesses das camadas populares. É transformá-la em instrumento de emancipação e construção da hegemonia da classe trabalhadora. Ele aponta que é preciso repensar então, esta escola, que tem servido aos interesses da dominação e foi transformada em um instrumento de domesticação que tem quase que exclusivamente o papel de reprodução da força de trabalho. Estudos demonstram que a administração escolar tem se pautado teórica e praticamente no paradigma da administração empresarial, que encontra na Teoria Geral da Administração (TGA) a expressão de seu pensamento e origem de suas práticas. Até meados da década de 80 os autores da administração escolar usavam como fundamento para suas propostas nesse campo, o arcabouço teórico advindo dos movimentos que compõem a Administração Empresarial. Isso quer dizer que existe um pressuposto, de que administrar uma escola é uma tarefa equivalente a administração de uma empresa qualquer. Outros pressupostos citados são: a administração é uma técnica e que possui princípios e métodos, cuja aplicação prática garantem os melhores resultados; é universal, podendo ser aplicada em qualquer negócio, incluindo a escola; é neutra pois foi construída de modo desinteressado e à parte dos conflitos que se manifestam nas organizações. O autor aponta a TGA como produto da Sociedade Capitalista, que teve seu objeto de estudo amoldado e delimitado pelos interesses de dominação, e que esta se transformou em instrumento deste para possibilitar um maior grau de dominação do capital sobre o trabalho. Essa teoria está diretamente associada com eficácia, eficiência e produtividade. Ainda é apontado que, pelo menos na época, não existem estudos que levem em consideração os interesses dos trabalhadores nas teorias da administração, que adotem as perspectiva da democratização do poder e da autoridade nas organizações. Ao atribuir caráter de universalidade e neutralidade em sua teoria, a TGA se converte em ideologia. Entretanto, se percebe que a administração se manifesta como uma prática “burocratizada, reiterativa, espontânea, descolada de qualquer orientação teórica específica”. O autor aponta então que para que seja possível conceber uma proposta para superar o paradigma da Administração Empresarial como fundamento para Administração Escolar, esta tem que ter como hipótese a natureza do processo pedagógico escolar, e então conceber como incompatíveis o modelo de produção capitalista com o modelo de produção escolar. Sendo assim ele entende que produzir uma teoria da administração que tenha como fundamento a especificidade do processo pedagógico da escola significa produzir um conhecimento sobre o trabalho pedagógico escolar e sua organização,buscando melhorar a formação dos sujeitos da educação. A corrente do pensamento que defende a construção de uma teoria específica da administração escolar compreende a realidade como heterogênea e busca entender suas dinâmicas de transformação. Ele afirma que como a administração não possui objetivos próprios, mas sim os do objeto administrado, é possível concluir que os objetivos da administração escolar são os da educação enquanto processo social, e os da escola como instituição. É então que é apresentada a reflexão da Administração Escolar como mediadora dos interesses da sociedade. Já se sabe que a Administração Escolar foi produzida durante muito tempo como uma extensão da TGA, que por sua vez era focada em empresas. Com o impulso ganho no campo das Pedagogias Críticas, a partir da década de 60, verificou-se um questionamento sobre o projeto de escola produzido pela sociedade capitalista, que envolveu desde sua dimensão curricular e metodológica até a forma de sua organização e gestão. O autor aponta que se obtém, então, a transição do paradigma empresarial para o da especificidade da escola ainda em curso se dá no contexto das críticas geradas pelas correntes progressistas da Pedagogia à ideologia da escola capitalista, à transformação da escola em instrumento de reprodução da sociedade de classes: A perspectiva crítica gerada por Althusser, Baudelot e Establet (1971), e Bourdieu e Passeron (1975), gerando o conceito de reprodutivismo, evoluiu para uma vertente crítica não reprodutivista, por meio das contribuições de autores de uma perspectiva menos nociva; No Brasil essas críticas vão aparecer mais ou menos no fim da década de 70 e durante a década de 80, tendo como alicerce a crítica ao modelo “neutro” e “universal” de se fazer educação dentro de uma sociedade de classes essencialmente desigual e multifacetada. Além dessa, outras críticas apontam as falhas do modelo de administração advindo da TGA, que por sua burocracia excessiva acaba atrapalhando o processo pedagógico (que deveria ser o foco da instituição), e assim pode contribuir para o processo de evasão escolar. Russo aponta então, que as contribuições individuais de cadaárea só podem fazer sentido no conjunto da educação se articuladas em um projeto pedagógico que confira sentido social e político, de preferência eleito pelo conjunto dos sujeitos na escola. Tudo isso para indicar que “à administração cabe criar as condições que favoreçam o processo educativo escolar”, mencionando um movimento de mediação da utilização racional dos recursos e a coordenação do esforço humano coletivo, e essa mediação tem de ser orientada pelo PPP, que deve estar atualizado. Ele então nos leva à uma reflexão crítica sobre a relação teoria x prática. Ele tem a teoria como resultado do esforço humano para compreender a realidade prática, e que esta não é estática, se atualiza conforme as práticas sofrem transformação. Dessa forma, as duas são indissociáveis e codependentes na concepção de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Assim, superando as teorias macrossociológicas, ganham espaço as teorias microssociológicas que terão foco na cotidianidade e especificidade de cada unidade escolar. Partindo disso foram propostas diversas pesquisas nos anos 90 tendo como foco essa cotidianidade, voltadas ao conhecimento das práticas concretas. O foco agora é a organização do trabalho escolar, entender como funcionam os aparatos que guiam a uma nova educação, de viés democrático e com participação cidadã. Ao concluir o texto, o autor explica que um paradigma é considerado dominante devido ao elevado número de pessoas que partilham da visão que este proporciona na explicação teórica ou prática deste (KUHN, 1962). Isso para explicar que na época que este artigo foi escrito vivia-se uma transição paradigmática, em que na prática o paradigma dominante ainda era o da gestão burocrática, enquanto que no campo teórico o paradigma dominante era o que deslocava a ideia de administração empresarial aplicada à escola para colocar em seu lugar a pesquisa das especificidades da escola. Russo finaliza o texto apontando a gestão democrática como proposta para obtermos uma educação libertadora, porém afirma que a mesma ainda se encontra em um horizonte distante. 6) POLÍTICAS E PRÁTICAS DA GESTÃO - 26/10 O aspecto das novas perspectivas, abordado no texto, toca justamente no ponto crucial do ensino remoto, que gere seu funcionamento. A autora aponta para o fato que é necessário conhecer as realidades dos alunos e dos outros componentes do corpo escolar, com o objetivo de conceber um projeto estruturado de formação de cidadãos, então como isso pode ocorrer dentro desse processo do ensino remoto? A resposta não é nada simples, e carece de cuidado ao tratar o tema, para não incorrer em inúmeras armadilhas desse tema, mas a chave para entendê-lo é a conversa. É preciso estabelecer diálogo com as pessoas para compreender as diferentes perspectivas que constroem o ambiente escolar. Minha rotina mudou drasticamente, a começar pelo local de minha moradia, que antes era na cidade de Angra dos Reis, e hoje é na cidade do Rio de Janeiro. O espaço é outro, os conflitos são outros, os desafios são outros a serem superados, isso tudo atribuído ao local da formação para a docência, partindo desse ponto é possível imaginar a dificuldade dos diretores (as) em se adaptar a esse contexto. Essa dificuldade não ocorre em razão apenas da transferência de um trabalho presencial para um trabalho virtual, mas em consequência do volume de trabalho, das dificuldades comunicacionais (Com os alunos, seus pais, os professores, equipe gestora…), e até decorrente da demora na criação de subsídios para essa primeira experiência com o ensino remoto, que apresentará diversas falhas em primeiro momento. Ao mesmo tempo que compreendo que é necessário dar conta dos problemas que chegam, me parece que o dia dura muito pouco para isso. Ou seja, parece-me que minha vida se resumiu a resolver atividades e assistir aulas, quase como quesitos eliminatórios, sem aquela paixão pelo estudo que existia antes, imagino que para os diretores isso também esteja ocorrendo. Acredito que seja, sim, possível dar conta de acompanhar as atividades online, os professores, alunos e pais, mas é preciso organizar muito bem o tempo para dar conta dessas tarefas. É necessário investir tempo no aprendizado sobre as ferramentas virtuais e compreender como será possível acompanhar essas instâncias da escola sem estar presente presencialmente, mas à distância e respeitando as necessidades de cada pessoa envolvida nos processos. Nas respostas em grupo, concordamos com os padrões de desempenho enquanto uma forma de democratização da qualidade de ensino, pois é necessário garantir que a equipe da gestão tenha as competências necessárias para realização do trabalho com qualidade. Porém esses padrões devem respeitar a autonomia, as especificidades e contextos que essa equipe gestora está inserida, entendendo a realidade da escola e compreendendo que para cobrar o desempenho colocado como norte por esses padrões é preciso oferecer os recursos e estruturas para que as equipes o alcancem. 7) ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL - 09/11 A partir do estudo conduzido sobre o texto “Federalismo, SNE e os obstáculos ao direito à educação básica”, selecionei alguns artigos e passagens que julguei interessantes para complementar o debate provocado pelo texto. Os primeiros dois artigos que aponto pertencem à LDB/96, e são os artigos 8° e 9°, justamente porque são artigos constituintes da seção que diz respeito à organização da educação nacional. O artigo 8° confere à União, os Estados/DF e os Municípios a organização, em regime de colaboração, dos sistemas de ensino; já o artigo 9° regulamenta o que cabe como tarefa à União, como a elaboração do Plano Nacional de Educação, e a prestação de assistência técnica e financeira aos estados e municípios para os desenvolvimentos de seus sistemas de ensino. Esses dois artigos da lei me chamaram bastante a atenção justamente pelo ponto que data o regime de colaboração obrigatório entre estados, distrito federal, municípios e União, visando uma melhora na estrutura educacional destas esferas. É muito interessante observar a relação direta entre a melhora da educação nacional, o financiamento sobre esta, e o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação, visto que existe uma problemática financeira, e uma variável - a corrupção, esquemas de desvio - a serem contornados para o cumprimento destas políticas de concretização de metas e melhora na estrutura. 8) 16/11 - ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL Utilizando do arcabouço do texto, me chamou atenção o fato de ter sido comentada a importância das diretrizes do PNE no apontamento da instituição do Sistema Nacional de Educação, dispostas no artigo 2° como a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar, a superação das desigualdades educacionais e a promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e sustentabilidade socioambiental. Essas diretrizes apontam na direção da instituição do SNE justamente por se colocarem como direcionamentos para a construção de uma educação plural, em toda sua complexidade, mas aberta às discussões com a comunidade local, indicando a própria emergência ao direito à educação. A importância da instituição de um Sistema Nacional de Educação pertence à esfera da política federal em articulação com os municípios, estados e distrito federal sob regime de cooperação, previsto na constituição de 1988. A criação desse sistema pode proporcionar mudanças significativas no dia a dia de diferentes comunidades escolares em todo o país, inclusive nas comunidades que contam com a educação do campo, por exemplo, daí a importância das diretrizes do PNE em sua criação. 9) POLÍTICAS E PRÁTICAS DE GESTÃO - 23/11 Este encontro foi destinado a uma roda de conversa com a Secretaria de Educação. O objetivo desta atividade era conhecer os aparatos da secretaria, compreendendo como se dá a coordenação de uma rede escolar.No encontro foram mencionadas diversas características da gestão da secretaria, desde a sua divisão interna, eixos norteadores para as ações fomentadas, até a quantidade de unidades de ensino que compõem a rede e seus respectivos alunos. Eles explicaram também como as diferentes modalidades de ensino ofertadas pela rede tem funcionado remotamente, com relação à forma como funcionava antes desse ano. Penso que o encontro foi muito positivo, pois acrescentou ao nosso campo de conhecimento um relato de experiência com gestão educacional que não costumamos ouvir. 10) AUTOAVALIAÇÃO Minhas expectativas sobre o que era Gestão Escolar no começo deste curso se concentravam em uma perspectiva que se limitava somente ao território da escola e às ações do diretor(a), porém conforme avançamos no conteúdo pude compreender que vai muito além dessa ótica. Analisar a lógica de funcionamento de uma escola é fundamental para conseguir entender a realidade que a mesma constrói e se insere. Nesse sentido, penso que essa lógica depende de muitos fatores que antecedem a utilização dos recursos por uma escola, como por exemplo as políticas de financiamento da educação pública, assim como suas divisões e limitações orçamentárias. Esse curso foi muito importante para que eu fosse capaz de entender como essas políticas funcionam, e quais suas implicações na materialidade da escola pública. Compreendo agora que a gestão dos recursos escolares não se faz como em uma empresa, não é possível ajustar uma lógica criada para gerar lucros aos objetivos da educação pública. É preciso tomar outro caminho. Desse modo, entendo que a Gestão Escolar mais eficiente e inclusiva se faz a muitas mãos e opiniões, não somente entre a equipe gestora, como também entre os alunos e funcionários. Este período acadêmico se revelou um tanto complicado para mim, não tanto pelas questões propostas pelas disciplinas que peguei, mas pela quantidade de atividades às quais tive que me dedicar e dividir minha atenção. Com relação a essa disciplina, eu acredito que tenha apresentado tarefas bem coerentes e consistentes com relação ao conteúdo apresentado, porém algumas delas acabaram ficando um pouco complicadas de fazer, devido a uma carga de leitura um pouco alta. Sei que poderia ter me esforçado mais, mas acredito que eu consegui concluir o que me foi pedido dentro das minhas limitações físicas e mentais devido a sensação de exaustão que esse período trouxe. Se fosse sugerir uma nota, traduzindo meu esforço em detrimento do que foi pedido e entregue, sugeriria 8,5 ou 9. 12) REFERÊNCIAS PARO, Vitor. A educação, a política e a administração: reflexões sobre a prática do diretor de escola. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.3, p. 763-778, 2010. RUSSO, Miguel H. Escola e Paradigmas de Gestão. ECCOS – Rev. Cient., UNINOVE, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 25-42, 2004. DOURADO, Luiz Fernandes. AZEVEDO, Janete Maria Lins de (Organizadores). Relações Federativas e Sistema Nacional de Educação – Camaragibe. PE: CCS Gráfica e Editora, 2016. LÜCK, Heloísa. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009 ______ . Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Publicada no Diário Oficial de 23 de dezembro de 1996. BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 13.005 de 25 de junho de 2014 – Estabelece o Plano Nacional de Educação. Publicada no Diário Oficial de 27 de junho de 2014.
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