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PORTFÓLIO DE ESTÁGIO GESTÃO EDUCACIONAL

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS
PORTFÓLIO GESTÃO EDUCACIONAL
PARTE I
Gabriel Oliveira Herculano da Silva
Email: gabriel_herculano@id.uff.br
Matrícula: 117032015
ANGRA DOS REIS
2020
1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA - 14/09
Foi o dia de apresentação da disciplina, a professora Clarissa apresentou o
curso e sua divisão em blocos temáticos. A professora também explicou um pouco
como ocorreria o estágio, e já nos orientou a procurar um(a) diretor(a).
2) QUESTÕES AUTOBIOGRÁFICAS - 21/09
Minha trajetória de vida sempre foi marcada pelas minhas incertezas, fiz
escola de Design Gráfico, curso de Eletrotécnica, formação de professores no curso
de inglês, mas em nenhuma das atividades anteriores eu senti a motivação
necessária pra me fazer correr atrás daquele objetivo. Quando me deparei com
minhas opções, fazendo o cálculo dos pontos para ver os cursos que eu poderia
fazer, cheguei ao ponto de ter que decidir em qual curso “cair de paraquedas” já que
não sabia nada sobre nenhuma das minhas opções.
Escolhi tentar Pedagogia na sorte, e logo na primeira semana de aula me
apaixonei pelo curso, pela cidade e pelos professores. Mesmo ainda não sabendo
praticamente nada sobre educação, e dar aulas e o leque de atividades que um
Pedagogo pode/deve exercer (a depender do cargo e setor que trabalha), eu tinha
certeza que iria aprender e podia sentir que estava no caminho certo. Não acredito
que eu tenha escolhido Pedagogia porque gosto de dar aulas, tenho pra mim que
escolhi permanecer nesse curso para que eu possa ajudar a inspirar outras pessoas
através da educação, escolhi ficar porque acredito no potencial transformador da
educação popular e decidi ajudar a construir esse projeto para a sociedade. Como
disse anteriormente, escolhi esse curso para que eu possa inspirar outras pessoas,
acredito que um dos papéis que um diretor(a) escolar tem a cumprir seja esse. Me
lembro de sentir muito medo de ir para a direção, que quem era enviado para lá
apanhava pois fez alguma coisa errada, mesmo que não soubesse o que fez. Ter
essas lembranças também não me faz esquecer do quanto eu admirava o diretor,
pois era uma figura de liderança no ambiente escolar. Quando alguma coisa
acontecia e atrapalhava o cronograma/ambiente escolar, era ao diretor que todos os
professores recorriam, e ele sempre tinha uma solução. Quando não tinha,
encontrava uma.
Uma diretora que marcou minha vida foi a Solange, do Instituto de Educação
Sarah Kubitschek, ainda muito cedo (Na 1° série). Eu sempre fui muito enérgico,
ativo, falava pelos cotovelos e na maioria das vezes não tinha onde gastar essa
energia, ela e a coordenação pedagógica surgiram com uma peça na escola que
minha turma tinha que fazer, pois não é que o papel que ela me deu era o de Padre
em um casamento? Era justamente o papel com a maior quantidade de falas, e eu
lembro dela conversando comigo no dia da apresentação, que era pra eu ficar
tranquilo e que eu ia lembrar de tudo “direitinho” pra falar na frente. Ela sempre
aparecia na sala para conversar com a turma e elogiar os trabalhos de murais.
Nesse curso de Gestão Escolar eu espero aprender um pouco sobre as
dificuldades burocráticas que um diretor de escola pública enfrenta, entender
algumas questões que envolvem o financiamento escolar e alguns tópicos no
relacionamento interno entre a direção e o corpo discente, docente e funcionários da
limpeza, cozinha, e etc (Não os excluindo da prática educativa).
3) PRINCÍPIOS DA GESTÃO - 28/09
O texto de Paro busca elucidar as questões que orientam e problematizam a
administração escolar, e consequentemente a posição que o diretor ocupa. Nesse
sentido, ele procura causar uma reflexão sobre os responsáveis pelas funções
diretivas e administrativas, quando são destinadas à pessoas diferentes, e explica
que apenas em raras ocasiões alguém chega à escola procurando pelo
administrador, e sim ao diretor, conferindo a este “a mais alta hierarquia de poder na
instituição”. Quando se trata de aprofundar um pouco mais esta explicação, Ribeiro
(1968) aponta que a direção escolar é um todo superior e mais amplo que a
administração, e que se pode delegar função administrativa, por outro lado, não se
pode delegar função diretiva.
Paro afirma que se pode dizer que a direção é a administração revestida do
poder necessário para se fazer a responsável máxima pela instituição, e cita Ribeiro
(1952) para apontar que seu funcionamento precisa acontecer de acordo com um
filosofia e uma política de educação. Ainda de acordo com o mesmo, esta filosofia e
política de educação se colocam acima e fora da área administrativa e dentro da
área diretiva da escola. O autor então afirma que no âmbito desta administração
existe o emprego do esforço humano coletivo, e que há inclusive a coordenação
desse esforço, seja esta aplicada ao todo ou a partes do processo. Embora esse
poder diretivo esteja nas mãos de poucas pessoas, isso não impede que pensemos
em uma hipótese onde os fins sejam estabelecidos pelos próprios indivíduos atores
desses processos.
Paro aponta que é comum que a concepção formulada sobre o diretor da
escola não seja diferente da concepção de diretor de qualquer empresa da
produção econômica, o que é problemático, já que as empresas no sistema
capitalista se caracterizam pela apropriação do excedente de trabalho pelo capital,
enquanto que a administração escolar deve estar focada na produção de sujeitos
humanos históricos, atores sociais no processo de desenvolvimento humano. São
trabalhos antagônicos. Nessa medida, o autor aponta que existe uma contradição
no trabalho do diretor escolar, que mesmo ocupando a mais alta posição na
hierarquia escolar, ainda é funcionário do Estado, que por sua vez exige que este
cumpra medidas administrativas que nem sempre estão de acordo com os objetivos
da educação.
Paro justifica o estudo da administração escolar com a necessidade de se
estudar maneiras do diretor contribuir para a melhoria da educação básica, e
problematiza o que se tornou o objetivo deturpado da escola: ser um preparatório
para o vestibular. Ele afirma que nem meramente passar o conhecimento adiante é
algo possível para a realidade escolar brasileira. Para tensionar o ponto que ele
deseja abordar, Ribeiro (1952) afirma que se trata de estabelecer se estamos diante
de um problema administrativo ou no âmbito de uma filosofia e de uma política da
educação à qual a administração deve servir. Nesse sentido, é preciso questionar a
concepção de educação que temos no senso comum, isso porque a finalidade da
educação (legislativamente) é o “pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (art. 2° da Lei
9.394/1996).
Há ainda uma complementação desta problemática apresentada: se a
afirmativa de que vivemos em uma sociedade democrática se prova verdadeira, há
que se admitir que todos nascem “com o direito universal de acesso à herança
cultural produzida historicamente, então a educação não pode se restringir aos
conhecimentos e informações, mas precisa abarcar tudo aquilo que compõe a
cultura produzida historicamente e necessária para a formação do ser
humano-histórico em seu sentido pleno”. Dessa maneira, não é o suficiente passar
conteúdos adiante, é necessária a verdadeira promoção do exercício da cidadania.
É abordado em seguida a coerência a ser mantida entre o processo
pedagógico ser visto como um processo que toma o educando como sujeito no fim
deste, ele precisa ser visto como um sujeito, um ator social, no processo também.
Agora, para que seja possível promover uma educação de qualidade, e uma
administração positiva dos recursos e gestão de problemas, é necessário visualizar
as dimensões em que esses sujeitos estão imersos, em seu desenvolvimento
biopsíquico e social. Isso não pode ser feito por qualquer pessoa, é necessário
reivindicar o lugar do “pensar a educação” para as pessoasque dedicam sua
formação acadêmica para tal.
4) POLÍTICAS E PRÁTICAS DE GESTÃO - 05/10
VISÃO DA DIRETORA SOBRE A EXPERIÊNCIA COM A EDUCAÇÃO ONLINE
Minha entrevistada é diretora da Escola Municipal Professor Antônio José Novaes
Jordão, no morro do Peres, em Angra dos Reis. Ela é diretora há 2 anos na escola. Estão
matriculados na escola 290 alunos, funciona no turno da manhã e da tarde, e abriga
turmas da Educação Infantil ao 5° ano. O espaço físico conta com 7 salas de aula, uma
sala de diretoria, uma sala de professores, cozinha, biblioteca, secretaria e despensa. Ao
perguntar sobre a experiência desse ano com a educação online, ela disse que eles
acabaram de começar a fazer os testes, com uma reunião online com os pais, mas que
vinha fazendo reuniões com os professores para ouvir demandas e pensarem em formas
de se organizar durante esse período de quarentena (enquanto ainda não havia uma
resposta sólida da secretaria de educação), em que os alunos não estão indo para a
escola, principalmente com o objetivo dos alunos continuarem em contato com a cultura
escolar.
Ela conta que os alunos estão tendo contato com as atividades planejadas através
do aplicativo SectOnline - Projeto Apoiar (Playstore), em que precisam utilizar sua
matrícula como login e senha, e que os alunos que não possuem internet em casa estão
conseguindo ir na escola buscá-las, diante de horário agendado e cumprindo as normas
de segurança. Esses alunos com acesso à internet precisam fazer as atividades para
ganhar presença e receber o aval para “passar de ano”, os poucos que não possuem
internet os professores precisam recolher as atividades, da mesma forma que as
entregam aos alunos, para que possam ser corrigidas. Ela avalia que essa medida
chegou muito tarde, agora no segundo semestre e que eles vão ter que cumprir o ano
letivo até o final de janeiro do ano que vem. De acordo com a mesma, apesar dos
esforços dos professores, a situação anda complicada, porque é de comum acordo entre
os docentes que é muito mais complicado operar essas tecnologias e manter um contato
que beneficie a relação ensino-aprendizagem entre alunos e professores, e por isso eles
afirmam que precisam tentar reinventar a forma como guiam seus conteúdos pela
plataforma.
5) PRINCÍPIOS DA GESTÃO E GESTÃO NA PANDEMIA - 19/10
O texto é de 2004 e aponta a recente eleição de Lula como um feixe de
esperança para o rompimento com a política neoliberal que dominara os anos 90, e
o nascimento de uma nova política nacional baseada no projeto popular dos anos
80. Existe uma dúvida sobre a possibilidade de concretização desse projeto, e o
autor aponta que para que ele se concretize é necessário uma atenção especial
com a atualização e re-elaboração do pensamento progressista, que tem como
perspectiva a transformação social, ele aponta que essa tarefa se destina àqueles
que têm como função diagnosticar a realidade, refletir sobre ela e propor soluções
teoricamente fundamentadas para os problemas nacionais.
É dito que o grande desafio no campo da educação é pô-la a serviço dos
interesses das camadas populares. É transformá-la em instrumento de
emancipação e construção da hegemonia da classe trabalhadora. Ele aponta que é
preciso repensar então, esta escola, que tem servido aos interesses da dominação
e foi transformada em um instrumento de domesticação que tem quase que
exclusivamente o papel de reprodução da força de trabalho. Estudos demonstram
que a administração escolar tem se pautado teórica e praticamente no paradigma
da administração empresarial, que encontra na Teoria Geral da Administração
(TGA) a expressão de seu pensamento e origem de suas práticas.
Até meados da década de 80 os autores da administração escolar usavam
como fundamento para suas propostas nesse campo, o arcabouço teórico advindo
dos movimentos que compõem a Administração Empresarial. Isso quer dizer que
existe um pressuposto, de que administrar uma escola é uma tarefa equivalente a
administração de uma empresa qualquer. Outros pressupostos citados são: a
administração é uma técnica e que possui princípios e métodos, cuja aplicação
prática garantem os melhores resultados; é universal, podendo ser aplicada em
qualquer negócio, incluindo a escola; é neutra pois foi construída de modo
desinteressado e à parte dos conflitos que se manifestam nas organizações.
O autor aponta a TGA como produto da Sociedade Capitalista, que teve seu
objeto de estudo amoldado e delimitado pelos interesses de dominação, e que esta
se transformou em instrumento deste para possibilitar um maior grau de dominação
do capital sobre o trabalho. Essa teoria está diretamente associada com eficácia,
eficiência e produtividade. Ainda é apontado que, pelo menos na época, não
existem estudos que levem em consideração os interesses dos trabalhadores nas
teorias da administração, que adotem as perspectiva da democratização do poder e
da autoridade nas organizações. Ao atribuir caráter de universalidade e neutralidade
em sua teoria, a TGA se converte em ideologia. Entretanto, se percebe que a
administração se manifesta como uma prática “burocratizada, reiterativa,
espontânea, descolada de qualquer orientação teórica específica”.
O autor aponta então que para que seja possível conceber uma proposta
para superar o paradigma da Administração Empresarial como fundamento para
Administração Escolar, esta tem que ter como hipótese a natureza do processo
pedagógico escolar, e então conceber como incompatíveis o modelo de produção
capitalista com o modelo de produção escolar.
Sendo assim ele entende que produzir uma teoria da administração que
tenha como fundamento a especificidade do processo pedagógico da escola
significa produzir um conhecimento sobre o trabalho pedagógico escolar e sua
organização,buscando melhorar a formação dos sujeitos da educação. A corrente
do pensamento que defende a construção de uma teoria específica da
administração escolar compreende a realidade como heterogênea e busca entender
suas dinâmicas de transformação. Ele afirma que como a administração não possui
objetivos próprios, mas sim os do objeto administrado, é possível concluir que os
objetivos da administração escolar são os da educação enquanto processo social, e
os da escola como instituição. É então que é apresentada a reflexão da
Administração Escolar como mediadora dos interesses da sociedade.
Já se sabe que a Administração Escolar foi produzida durante muito tempo
como uma extensão da TGA, que por sua vez era focada em empresas. Com o
impulso ganho no campo das Pedagogias Críticas, a partir da década de 60,
verificou-se um questionamento sobre o projeto de escola produzido pela sociedade
capitalista, que envolveu desde sua dimensão curricular e metodológica até a forma
de sua organização e gestão. O autor aponta que se obtém, então, a transição do
paradigma empresarial para o da especificidade da escola ainda em curso se dá no
contexto das críticas geradas pelas correntes progressistas da Pedagogia à
ideologia da escola capitalista, à transformação da escola em instrumento de
reprodução da sociedade de classes: A perspectiva crítica gerada por Althusser,
Baudelot e Establet (1971), e Bourdieu e Passeron (1975), gerando o conceito de
reprodutivismo, evoluiu para uma vertente crítica não reprodutivista, por meio das
contribuições de autores de uma perspectiva menos nociva;
No Brasil essas críticas vão aparecer mais ou menos no fim da década de 70
e durante a década de 80, tendo como alicerce a crítica ao modelo “neutro” e
“universal” de se fazer educação dentro de uma sociedade de classes
essencialmente desigual e multifacetada. Além dessa, outras críticas apontam as
falhas do modelo de administração advindo da TGA, que por sua burocracia
excessiva acaba atrapalhando o processo pedagógico (que deveria ser o foco da
instituição), e assim pode contribuir para o processo de evasão escolar.
Russo aponta então, que as contribuições individuais de cadaárea só podem
fazer sentido no conjunto da educação se articuladas em um projeto pedagógico
que confira sentido social e político, de preferência eleito pelo conjunto dos sujeitos
na escola. Tudo isso para indicar que “à administração cabe criar as condições que
favoreçam o processo educativo escolar”, mencionando um movimento de
mediação da utilização racional dos recursos e a coordenação do esforço humano
coletivo, e essa mediação tem de ser orientada pelo PPP, que deve estar atualizado.
Ele então nos leva à uma reflexão crítica sobre a relação teoria x prática. Ele
tem a teoria como resultado do esforço humano para compreender a realidade
prática, e que esta não é estática, se atualiza conforme as práticas sofrem
transformação. Dessa forma, as duas são indissociáveis e codependentes na
concepção de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Assim, superando
as teorias macrossociológicas, ganham espaço as teorias microssociológicas que
terão foco na cotidianidade e especificidade de cada unidade escolar. Partindo disso
foram propostas diversas pesquisas nos anos 90 tendo como foco essa
cotidianidade, voltadas ao conhecimento das práticas concretas. O foco agora é a
organização do trabalho escolar, entender como funcionam os aparatos que guiam a
uma nova educação, de viés democrático e com participação cidadã.
Ao concluir o texto, o autor explica que um paradigma é considerado
dominante devido ao elevado número de pessoas que partilham da visão que este
proporciona na explicação teórica ou prática deste (KUHN, 1962). Isso para explicar
que na época que este artigo foi escrito vivia-se uma transição paradigmática, em
que na prática o paradigma dominante ainda era o da gestão burocrática, enquanto
que no campo teórico o paradigma dominante era o que deslocava a ideia de
administração empresarial aplicada à escola para colocar em seu lugar a pesquisa
das especificidades da escola. Russo finaliza o texto apontando a gestão
democrática como proposta para obtermos uma educação libertadora, porém afirma
que a mesma ainda se encontra em um horizonte distante.
6) POLÍTICAS E PRÁTICAS DA GESTÃO - 26/10
O aspecto das novas perspectivas, abordado no texto, toca justamente no
ponto crucial do ensino remoto, que gere seu funcionamento. A autora aponta para
o fato que é necessário conhecer as realidades dos alunos e dos outros
componentes do corpo escolar, com o objetivo de conceber um projeto estruturado
de formação de cidadãos, então como isso pode ocorrer dentro desse processo do
ensino remoto? A resposta não é nada simples, e carece de cuidado ao tratar o
tema, para não incorrer em inúmeras armadilhas desse tema, mas a chave para
entendê-lo é a conversa. É preciso estabelecer diálogo com as pessoas para
compreender as diferentes perspectivas que constroem o ambiente escolar.
Minha rotina mudou drasticamente, a começar pelo local de minha moradia,
que antes era na cidade de Angra dos Reis, e hoje é na cidade do Rio de Janeiro. O
espaço é outro, os conflitos são outros, os desafios são outros a serem superados,
isso tudo atribuído ao local da formação para a docência, partindo desse ponto é
possível imaginar a dificuldade dos diretores (as) em se adaptar a esse contexto.
Essa dificuldade não ocorre em razão apenas da transferência de um trabalho
presencial para um trabalho virtual, mas em consequência do volume de trabalho,
das dificuldades comunicacionais (Com os alunos, seus pais, os professores, equipe
gestora…), e até decorrente da demora na criação de subsídios para essa primeira
experiência com o ensino remoto, que apresentará diversas falhas em primeiro
momento. Ao mesmo tempo que compreendo que é necessário dar conta dos
problemas que chegam, me parece que o dia dura muito pouco para isso. Ou seja,
parece-me que minha vida se resumiu a resolver atividades e assistir aulas, quase
como quesitos eliminatórios, sem aquela paixão pelo estudo que existia antes,
imagino que para os diretores isso também esteja ocorrendo.
Acredito que seja, sim, possível dar conta de acompanhar as atividades
online, os professores, alunos e pais, mas é preciso organizar muito bem o tempo
para dar conta dessas tarefas. É necessário investir tempo no aprendizado sobre as
ferramentas virtuais e compreender como será possível acompanhar essas
instâncias da escola sem estar presente presencialmente, mas à distância e
respeitando as necessidades de cada pessoa envolvida nos processos.
Nas respostas em grupo, concordamos com os padrões de desempenho
enquanto uma forma de democratização da qualidade de ensino, pois é necessário
garantir que a equipe da gestão tenha as competências necessárias para realização
do trabalho com qualidade. Porém esses padrões devem respeitar a autonomia, as
especificidades e contextos que essa equipe gestora está inserida, entendendo a
realidade da escola e compreendendo que para cobrar o desempenho colocado
como norte por esses padrões é preciso oferecer os recursos e estruturas para que
as equipes o alcancem.
7) ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL - 09/11
A partir do estudo conduzido sobre o texto “Federalismo, SNE e os
obstáculos ao direito à educação básica”, selecionei alguns artigos e passagens que
julguei interessantes para complementar o debate provocado pelo texto. Os
primeiros dois artigos que aponto pertencem à LDB/96, e são os artigos 8° e 9°,
justamente porque são artigos constituintes da seção que diz respeito à organização
da educação nacional. O artigo 8° confere à União, os Estados/DF e os Municípios a
organização, em regime de colaboração, dos sistemas de ensino; já o artigo 9°
regulamenta o que cabe como tarefa à União, como a elaboração do Plano Nacional
de Educação, e a prestação de assistência técnica e financeira aos estados e
municípios para os desenvolvimentos de seus sistemas de ensino. Esses dois
artigos da lei me chamaram bastante a atenção justamente pelo ponto que data o
regime de colaboração obrigatório entre estados, distrito federal, municípios e
União, visando uma melhora na estrutura educacional destas esferas. É muito
interessante observar a relação direta entre a melhora da educação nacional, o
financiamento sobre esta, e o cumprimento das metas estabelecidas no Plano
Nacional de Educação, visto que existe uma problemática financeira, e uma variável
- a corrupção, esquemas de desvio - a serem contornados para o cumprimento
destas políticas de concretização de metas e melhora na estrutura.
8) 16/11 - ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL
Utilizando do arcabouço do texto, me chamou atenção o fato de ter sido
comentada a importância das diretrizes do PNE no apontamento da instituição do
Sistema Nacional de Educação, dispostas no artigo 2° como a erradicação do
analfabetismo, a universalização do atendimento escolar, a superação das
desigualdades educacionais e a promoção dos princípios do respeito aos direitos
humanos, à diversidade e sustentabilidade socioambiental. Essas diretrizes
apontam na direção da instituição do SNE justamente por se colocarem como
direcionamentos para a construção de uma educação plural, em toda sua
complexidade, mas aberta às discussões com a comunidade local, indicando a
própria emergência ao direito à educação.
A importância da instituição de um Sistema Nacional de Educação pertence à
esfera da política federal em articulação com os municípios, estados e distrito
federal sob regime de cooperação, previsto na constituição de 1988. A criação
desse sistema pode proporcionar mudanças significativas no dia a dia de diferentes
comunidades escolares em todo o país, inclusive nas comunidades que contam com
a educação do campo, por exemplo, daí a importância das diretrizes do PNE em
sua criação.
9) POLÍTICAS E PRÁTICAS DE GESTÃO - 23/11
Este encontro foi destinado a uma roda de conversa com a Secretaria de
Educação. O objetivo desta atividade era conhecer os aparatos da secretaria,
compreendendo como se dá a coordenação de uma rede escolar.No encontro
foram mencionadas diversas características da gestão da secretaria, desde a sua
divisão interna, eixos norteadores para as ações fomentadas, até a quantidade de
unidades de ensino que compõem a rede e seus respectivos alunos. Eles
explicaram também como as diferentes modalidades de ensino ofertadas pela rede
tem funcionado remotamente, com relação à forma como funcionava antes desse
ano. Penso que o encontro foi muito positivo, pois acrescentou ao nosso campo de
conhecimento um relato de experiência com gestão educacional que não
costumamos ouvir.
10) AUTOAVALIAÇÃO
Minhas expectativas sobre o que era Gestão Escolar no começo deste curso
se concentravam em uma perspectiva que se limitava somente ao território da
escola e às ações do diretor(a), porém conforme avançamos no conteúdo pude
compreender que vai muito além dessa ótica.
Analisar a lógica de funcionamento de uma escola é fundamental para
conseguir entender a realidade que a mesma constrói e se insere. Nesse sentido,
penso que essa lógica depende de muitos fatores que antecedem a utilização dos
recursos por uma escola, como por exemplo as políticas de financiamento da
educação pública, assim como suas divisões e limitações orçamentárias. Esse
curso foi muito importante para que eu fosse capaz de entender como essas
políticas funcionam, e quais suas implicações na materialidade da escola pública.
Compreendo agora que a gestão dos recursos escolares não se faz como em
uma empresa, não é possível ajustar uma lógica criada para gerar lucros aos
objetivos da educação pública. É preciso tomar outro caminho. Desse modo,
entendo que a Gestão Escolar mais eficiente e inclusiva se faz a muitas mãos e
opiniões, não somente entre a equipe gestora, como também entre os alunos e
funcionários.
Este período acadêmico se revelou um tanto complicado para mim, não tanto
pelas questões propostas pelas disciplinas que peguei, mas pela quantidade de
atividades às quais tive que me dedicar e dividir minha atenção. Com relação a essa
disciplina, eu acredito que tenha apresentado tarefas bem coerentes e consistentes
com relação ao conteúdo apresentado, porém algumas delas acabaram ficando um
pouco complicadas de fazer, devido a uma carga de leitura um pouco alta. Sei que
poderia ter me esforçado mais, mas acredito que eu consegui concluir o que me foi
pedido dentro das minhas limitações físicas e mentais devido a sensação de
exaustão que esse período trouxe. Se fosse sugerir uma nota, traduzindo meu
esforço em detrimento do que foi pedido e entregue, sugeriria 8,5 ou 9.
12) REFERÊNCIAS
PARO, Vitor. A educação, a política e a administração: reflexões sobre a prática
do diretor de escola. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.3, p. 763-778,
2010.
RUSSO, Miguel H. Escola e Paradigmas de Gestão. ECCOS – Rev. Cient.,
UNINOVE, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 25-42, 2004.
DOURADO, Luiz Fernandes. AZEVEDO, Janete Maria Lins de (Organizadores).
Relações Federativas e Sistema Nacional de Educação – Camaragibe. PE: CCS
Gráfica e Editora, 2016.
LÜCK, Heloísa. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências. Curitiba:
Editora Positivo, 2009
______ . Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil.
Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 –
Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Publicada no Diário Oficial
de 23 de dezembro de 1996.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 13.005 de 25 de junho de 2014 –
Estabelece o Plano Nacional de Educação. Publicada no Diário Oficial de 27 de
junho de 2014.

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