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Aula 9 Internacao involuntaria - TEXTO

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Internação Involuntária 
 
A legislação americana de todos os estados autoriza a internação involuntária 
quando o paciente apresentar riscos de vida para si ou para outros em grau 
evidente. No entanto, todos os casos de hospitalização compulsória devem ser 
periodicamente analisados por comissão mista, composta por médicos psiquiatras, 
médicos não psiquiatras, advogados e representantes da comunidade sem vínculos 
com a instituição de internação, pois se considera que está havendo uma medida 
emergencial de privação do direito constitucional à liberdade. A legislação 
brasileira tem seguido esta mesma abordagem, mas tem encontrado resistências no 
se que refere à instalação de comissão mista (não exclusivamente médica) para 
análise dos casos. O Conselho Federal de Medicina, em análise solicitada pelo 
Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul sobre a Lei 9.716/93 daquele 
Estado que, dispondo sobre a reforma psiquiátrica, estabelecia que o Ministério 
Público poderia solicitar “junta interdisciplinar composta por três membros, sendo 
um profissional médico e os demais profissionais em saúde mental com formação 
de nível superior, para fins de formação de seu juízo sobre a necessidade e 
legalidade da internação”, emitiu o Parecer CFM 25/94 se pronunciando de modo 
favorável a estas comissões mistas, com a ressalva de que cabem ao médico a 
realização do exame clínico e a análise do procedimento através de prontuário 
médico. Afirma ainda no mesmo parecer que “as internações psiquiátricas 
distanciam-se cada vez mais de atos meramente técnicos para constituírem-se em 
atos envolvidos pelas mais variadas pressões de origem social e familiar, 
justificando plenamente a revisão imposta pela lei". 
 
Muitos autores têm defendido veementemente que deve haver um pacto entre o 
profissional médico, ou da área de saúde, com o paciente de modo que possam 
dividir e rever decisões sempre que houver alguma alteração de circunstâncias e 
que o fato de estar internado em hospital psiquiátrico não retira do paciente as 
condições e o direito de tomar decisões acerca de seu próprio tratamento. Esta 
perspectiva vem ganhando maior legitimidade desde o ano de 2001, quando o 
então Presidente Fernando Henrique Cardoso, sancionou a Lei Federal10.216/01 
2/3 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm) que 
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais 
e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

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