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Acidente vascular cerebral Ave isquêmico Definição: É uma alteração neurológica, decorrente da falta de suprimento sanguíneo para o tecido encefálico (cérebro, cerebelo, tronco encefálico), isso leva a isquemia e infarto. É uma doença de origem vascular, e tem durabilidade acima de 24 horas. Epidemiologia: O AVC é a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil, sendo no mundo a segunda causa de mortalidade. O AVC isquêmico é o mais prevalente, sendo assim, o mais comum. Fatores de risco: São condições que aumentam a chance de ter um quadro de AVC isquêmico: Hipertensão arterial sistêmica (principal causa) Diabetes Mellitus Raça negra Dislipidemia Tabagismo Cardiopatias Idade acima de 50 anos Ser do sexo masculino Fibrilação atrial Prótese valvar Obs. Lembrando que essas são apenas algumas condições, temos N fatores que podem aumentar a chance de um quadro de AVC isquêmico. Etiologia: Decorre da oclusão agua de uma artéria. 3 causas: Embólica: 45% dos casos. O embolo se origina em uma região e se destina ao encéfalo. Pode ter origem em dois locais principais, sendo esses: Cardioembólico: o êmbolo é formado no coração (pode ser decorrente de fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio e de cardiomiopatia dilatada) Arterioembólico: o êmbolo é formado em uma artéria. O local mais frequente é na carótida comum/ bifurcação carotídea e artéria vertebral. Trombótico: 25% dos casos. Há formação de placa ateromatosa na artéria com progressiva oclusão do lúmen. Os sintomas são de instalação mais lenta. Pode acometer artérias de vários portes, seja (pequeno calibre, médio e grande). Criptogênica: 30 % dos casos Tem uma causa desconhecida Fisiopatologia: A partir de uma oclusão arterial seja: embólica, trombótica ou criptogênica, vai existir isquemia do tecido encefálico. A completa ausência de irrigação sanguínea por 4-10 minutos leva à morte (infarto) das células neuronais Os sinais e sintomas vão variar de acordo com a região afetada, pois cada região encefálica tem funções especificas. Zona de penumbra: é uma área que fica envolta da região infartada, a zona de penumbra é potencialmente viável caso haja reperfusão a tempo; o tratamento é baseado na recuperação dessa área. Obs. O que já foi infartado, não se recupera. Diagnóstico: O diagnóstico será realizado por meio da histórica clínica + exame neurológico completo. Avaliando: força, sensibilidade, reflexos, movimentos oculares, fala, cognição e etc; Uma maneira fácil de lembrar é o FAST (Esquema); F: Face: avaliar alteração na face (pedir para sorrir) A: Arms (Braços) – pedir para o paciente elevar ambos os braços e avaliar a diferença de altura; S: Speak (Falar) – avaliar verificação na fala T: Time (Tempo) –horário do início dos sintomas – agir rápido Obs. A partir de uma suspeita neurológica (déficit neurológico de início súbito por mais de 15 minutos), solicitar tomografia computadorizada de crânio). Obs. A tomografia computadorizada não mostra AVC isquêmico nas primeiras 12-24 horas, porém ela é mais barata e serve para descartar AVC hemorrágico (aparece como uma área hiperdensa branca) Obs. A ressonância magnética também é utilizada, porém tem um custo muito alto, sendo disponível em poucos lugares no Brasil. Exames complementares: Tem a função de analisar etiologia e controlar futuras complicações; Laboratoriais: Hemograma completo; glicemia; ureia; Na; K; Ca; coagulograma completo; Proteína C; dentre outros; Raio X de tórax; ECG (eletrocardiograma) NIHSS- “National institute of Health Stroke Scale” – é um instrumento utilizado para quantificar o déficit neurológico relacionado com o AVC, a escala possuí 11 itens, com pontuações que variam de acordo com cada um. Pontuação total é de 0 a 42 (quanto maior a pontuação, maior será o déficit). Comprometimento leve: Menos que 5 pontos Comprometimento expressivo: Mais que 25 pontos. De forma geral: Déficit leve (NIHSS: menor que 5) Déficit moderado (NIHSS: entre 5-17) Déficit grave: (NIHSS: entre 17-22) Déficit muito grave: (NIHSS: maior que 22) Tratamento: O tratamento vai depender do tempo do início dos sintomas. Passos iniciais: Primeiro passo: confirmar a história de déficit focal de início súbito que dura mais do que 15 minutos. Perda de força, sensibilidade, dificuldade visual/ de fala, cefaleia súbita e intensa, desequilíbrio, tontura, caso for possível aplicas a escala de NIHSS. Segundo passo: estabilizar o paciente, e iniciar medidas de suporte Sala de urgência/ unidade de AVC/UTI Terceiro passo: coletas exames laboratoriais iniciais como por exemplo: hemograma completo Quarto passo: solicitar tomografia computadorizada de crânio sem contraste ou ressonância magnética caso esteja disponível. Quinto passo: avaliar se os sintomas se iniciaram a menos de 4 horas e meia. (Critérios para trombólise) Sexto passo: iniciar AAS 100 a 300 mg/ dia + heparina profilática ex: Enoxaparina 40 mg Medidas de suporte: Monitorização: cardíaca contínua; saturação; Acesso venoso: 2 acesos calibrosos nas veias periféricas Controle agressivo: de glicemia (manter entre 80-140 mg/dl Cabeceira: manter a zero graus ou levemente inclinada Decúbito: mudança a cada 2 horas, para evitar formação de úlcera Inibidor de bomba: para evitar ulcera de estresse no estômago; ex: Omeprazol 40 mg endovenoso Jejum: somente nas primeiras 24 horas pelo risco de broncoaspiração e cirurgia de emergência; Hidratação endovenosa: sempre manter o paciente hidratado Soro de manutenção: reposição de calorias diárias e hidroeletrólitos Reabilitação: fisioterapia motora e fonoaudiologia quando for possível Controle pressórico: Labetalol 100 mg/ 20 ml (nome comercial: Trandater)
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