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Representante de uma categoria majoritariamen-te feminina, a APEOESP sempre atuou na defesa incondicional das mulheres. Todo ano, o Sindicato 
lança no dia 08 de março um Boletim que celebra o Dia 
Internacional de Luta da Mulher e leva para a sala de aula, 
assuntos relevantes, como denúncias de violência domésti-
ca e assédio sexual, entre outros.
Sabemos que, por muito tempo, as mulheres não foram ouvidas e 
até eram desacreditadas quando denunciavam assédio, agressões e até 
estupro. Mas, não estamos mais neste momento; a sociedade e as pro-
fessoras e professores, especialmente, sabem que não podemos bana-
lizar o assédio e a violência. A culpa não é da vítima! Assédio não é 
sedução! 
Para falar sobre estes temas, a APEOESP de Americana lança esta 
cartilha, com dicas e informações úteis para a comunidade escolar. Afi-
nal, a Educação ainda é a melhor maneira de combater não apenas o 
machismo, mas o bullying entre estudantes, o racismo que ainda faz 
vítimas no século XXI e tantas outras formas de opressão, visíveis tam-
bém no ambiente escolar.
As mulheres, sejam elas professoras, estudantes ou funcionárias, 
precisam saber que não estão sozinhas e que não são culpadas pelo as-
sédio. Os homens, por sua vez, precisam entender que esta é uma luta 
de toda a sociedade e que não há justificativa aceitável para palavras, 
gestos e atitudes que desrespeitem a dignidade feminina. E
di
to
ria
l
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Disque 100 - Disque Direitos Humanos 
(Criado em 1997, com o nome de Disque 
Denúncia Nacional Contra o Abuso 
e a Exploração Sexual de Crianças e 
Adolescentes)
Disque-Denúncia através do telefone 
181 (Serviço do Instituto São Paulo Contra 
a Violência e da Secretaria de Segurança 
Pública)
Delegacias de Defesa da Mulher
 Americana: 3462 1079 (Rua São Vito, 
1675 - Bairro Santa Cruz)
 Santa Bárbara D´Oeste: 3455 2421 (Rua 
Duque de Caxias, 67 - Centro)
Conselhos Tutelares
 Americana: 3471 9800 (Rua Duque de 
Caxias, 253 – Vila Santa Catarina)
 Santa Bárbara D´Oeste: 3455 5925 (Rua 
Dante Torteli, 106 – Centro)
 Nova Odessa: 3466 5901 (Rua São 
Paulo, 55 - Jardim São Jorge)
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Sucesso internacional, 
performance denuncia 
assédio e violência
ma performance realizada, no final de 2019, nas ruas de Valparaíso, a 120 quilômetros 
de Santiago, capital chilena, transformou-se no hino feminista mais poderoso dos 
últimos tempos.
“Um estuprador em seu caminho” (‘Un violador en tu camino’ em espanhol), do 
Coletivo chileno Las Tesis, usa música e coreografia para denunciar o machismo e 
divulgar obras como “Calibã e a Bruxa”, da ativista norte-americana Silvia Federici, e 
a tese da antropóloga argentina Rita Segato sobre o estupro como crime de poder e 
frustração masculina.
No Dia Internacional da Violência Contra a Mulher, 25 de novembro, a performan-
ce de Valparaíso chegou à capital chilena, onde reuniu milhares de manifestantes, e 
desde então, mulheres do mundo inteiro aderiram à coreografia, em diferentes, idio-
mas, em todos os continentes.
Teoria e prática
O Coletivo Las Tesis reuniu-se, pela primeira vez, em abril de 2019 para adaptar 
teses de autoras feministas para o teatro, em ‘pockets shows’ de 15 minutos. 
A teoria levou o grupo à análise de fatos como o assédio sexual e o estupro e à 
constatação de que no Chile, a exemplo de outros países, as denúncias desse tipo ain-
da não são apuradas e muito menos punidas com rigor.
A culpabilização da vítima também é um fato expresso na música. “A culpa não 
era minha, nem de onde estava, nem como me vestia. O estuprador é você”, cantam 
mulheres em Paris, Istambul, Nova York e São Paulo, em referência ao fato de que, 
em pleno século XXI, mulheres abusadas e estupradas ainda são questionadas sobre 
como estavam vestidas no momento da agressão.
U
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Olhos vendados
Neste mix de protesto e encenação, as ativistas chilenas incorporaram várias ques-
tões que retratam a opressão sobre o corpo feminino. As manifestantes dançam de 
olhos vendados, para denunciar a omissão da sociedade e da justiça diante dos casos 
de violência contra as mulheres.
As mulheres também fazem agachamentos durante a performance, em referência 
ao relatório da ONG Human Rights Watch, que denunciou casos de abuso por parte 
de policiais que forçaram manifestantes detidas a fazer agachamentos, enquanto es-
tavam nuas.
Estado opressor
Infelizmente, a história e o contexto em que a performance surgiu no Chile são 
muitos semelhante ao Brasil. A memória da ditadura e a violência brutal do Estado 
sobre o cidadão,vivenciadas por chilenas e brasileiras, inspiraram a composição.
“O patriarcado é um juiz que nos julga por nascer; e nosso castigo é a violência que 
você não vê”, cantam as mulheres. A performance original ‘Un violador en tu caminho’ 
está no Canal do Coletivo Lastesis no YouTube.
Resistência tem 
nome de mulher!
A reportagem sobre o sucesso da co-
reografia feminista do Coletivo Las Tesis 
está na edição 2020 do Boletim do Dia 
das Mulheres, editado pela APEOESP.
Esta cartilha é ilustrada com a arte 
das edições mais recentes da publica-
ção, que incentiva os educadores a levar 
para a sala de aula temas importantes 
no debate pela igualdade e no combate 
à violência contra as mulheres.
Boletim Especial • 08 de março de 2013Editorial
H á décadas como le-gítima representante do Magistério Paulista, a APEOESP empodera as professoras, que são a maioria na categoria. Seja através da sua pró-pria pauta de reivindicações, que atualmente inclui uma aguerrida luta contra o reforma da Previdência estadual, que vai penalizar especialmente as servidoras, ou através da Secretaria de Mulheres, que abraça o debate das questões feministas.Com Jair Bolsonaro na Presidência da República e João Doria no Governo do Estado de São Paulo, o debate retrocedeu a níveis inacreditáveis para o século XXI. Enquanto propõe abstinência para os jovens, o Gover-no desvirtua a ideia de educação sexual nas escolas, de acordo com uma visão precon-ceituosa, que não dialoga com os problemas reais das crianças e adolescentes em relação à sexualidade.A pauta ultraconservadora ecoa em todo País e em São Paulo, com propostas de escolas militarizadas e projetos para proibir aulas sobre temas como diversidade e gênero.Por isso, cada vez mais, precisamos lutar como mulheres fortes e determinadas a com-bater o desrespeito às diferenças, a violência que mata mulheres todos os dias, o estupro que faz vítimas a cada minuto e o racismo e a transfobia que discriminam, ainda mais, mulheres negras e transexuais.Além de levar para a sala de aula temas recorrentes do feminismo, o Boletim Especial do Dia Internacional das Mulheres destaca boas notícias como a realização da Marcha Mundial de Mulheres no Brasil e o fenômeno internacional do coletivo chileno “Lastesis”.Neste 08 de março de 2020, a APEOESP tem a alegria de destacar essas e outras iniciativas de resistência à ignorância e brutalidade que dominam o cenário político. Boa leitura!
Professora Bebel - Presidenta da APEOESP
 �Basta�de�feminicídio��Violência�Não! �Pelo�fim�do�assédio�moral,�sexual�e�da�cultura�do�estupro
 �Pelo�fim�da�divisão�sexual�do�trabalho�-�relações�compartilhadas�já
 �Nenhum�Direito�a�Menos �Liberdade,�igualdade�e�autonomia�das�mulheres
 �Salário�igual�para�trabalho�igual �Não�ao�machismo�–�Educação�para�a�Igualdade
 ��Em�defesa�da�democracia,�contra�a�entrega�de�estatais,�pela�reto-
mada�do�crescimento�econômico�com�geração�de�emprego�e�renda
 �Em�defesa�do�emprego,�dos�direitos,�dos� serviços�públicos,�da�
educação�e�da�saúde� �Em�defesa�do�saneamento�básico� ��Em�defesa�da�água,�clima�e�meio�ambiente�
 ��Em�defesa�das�políticas�públicas�universais�e�de�qualidade
 �Em�defesa�da� aposentadoria�pública� e� contra�o�desmonte�do�
sistema�previdenciário ��Empoderamento�da�mulher� e� participação�política� em� todos�
os�espaços
 �Combate�ao�racismo�e�toda�forma�de�discriminação�às�mulheres
 �Em�defesa�do� trabalho�decente� e� emprego� com�garantia�dos�
direitos�e�conquistas��Em�defesa�da�política�de�valorização�do�salário�mínimo
 ��Em�defesa�dos�direitos�sexuais�e�reprodutivos�das�mulheres
 ��Em�defesa�do�SUS,�da�saúde�da�mulher�e�do�parto�humanizado
 ��Em�defesa�da�ampliação�da�participação�política�das�mulheres�
nas�eleições
Resistência tem nome de mulher!Conheça as reinvindicações das trabalhadoras brasileiras no 08 de março de 2020:
Machismo oficial é alvo de denúncias e protestos
A repressão como política de Estado página 2
Antropóloga ameaçada é premiadapágina 2
Marielle é tema de Congresso da APEOESP página 3
Mulher brasileira no Oscarpágina 3
Um estuprador em seu caminhopágina 3
Lideranças femininas negras
página 4
Tarsila é 
pop
página 4
Estante feministapágina 4
Veja nesta Edição:
Nunca�um�presidente�da�República�foi�tão�vulgar�com�uma�mulher,�como�Jair�Bolso-naro�foi�com�a�repórter�Patrícia�Campos�de�Mello.�No�dia�18�de�fevereiro,�em�explícita�insinuação�sexual,�Bolsonaro�afirmou�que�a�repórter�que�investiga�as�‘fake�news’�que�o�elegeram,�queria�‘dar�o�furo�a�qualquer�preço”.�
Antes,�no�dia�06,�a�Relatoria�Especial�
da�ONU�para� Violência� contras� as�Mu-
lheres� recebeu,� denúncia� referente� ao�
esvaziamento�orçamentário� do� governo�
brasileiro�no�combate�à�violência�contra�
as�mulheres.�Segundo�informações�do�Mi-
nistério�da�Saúde,�a�cada�quatro�minutos�
uma�mulher�é�agredida�por�um�ou�mais�
homens,�no�Brasil.Antes�da�denúncia�à�ONU,�a�ministra�da�
Mulher,�da�Família�e�dos�Direitos�Humanos,�
Damares�Alves,�enfrentou�protestos�na�XIV�
Conferência�Regional�das�Mulheres,�que�
aconteceu�em� janeiro�na�Comissão�Eco-
nômica�para�a�América�Latina�e�o�Caribe.
Parte�da�plateia,�formada�por�ativistas�que�
atuam�em�defesa�dos�direitos�das�mulheres�e�
contra�a�desigualdade�de�gênero�na�América�
Latina�e�região,�ficou�de�costas�para�a�ministra,�
célebre�por�impor�suas�crenças�religiosas�em�
pautas�de�interesse�nacional.
P rofessora�de� Inglês�da� rede�pública�de�Vinhedo�há�20�anos,�Virginia�Ferreira�foi�absolvida�no�último�mês�de�fevereiro,�em�um�processo�administrativo�disciplinar,�depois�de� ser�gravada�em�sala�de�aula�por�uma�estudante�e�exposta�no�Facebook�por�mem-bros�do�Movimento�Brasil�Livre.�Seu��crime:�antes�do�Dia�Internacional�das�Mulheres�de�2019,�a�professora�pediu�para�uma�turma�do�8º�ano,�que�pesquisasse� sobre�alguns�conceitos�do�feminismo�e�os�estrangeirismos�relacionados�com�o�conteúdo�do�próprio�livro�didático,�que� retratava�personagens�que�atuaram�a�favor�dos�direitos�civis.O�pai�de�uma�das�alunas�da�Escola�Mu-nicipal�Professor�Ricardo�Junco�foi�à�Secre-taria�da�Educação�e�disse�que�a�professora�estava�utilizando� suas�aulas�para�ensinar�sobre�feminismo�e�“ideologia�de�gênero”.�Para�completar�o�equívoco,�o�denunciante�ainda�acusou�a�professora�de�falar�Portu-
Professora é assediada por mencionar feminismo
guês�que,� como� todos� sabem,�é�a� língua�
mediadora�para�o�ensino�da�Língua�Inglesa.
Vinhedo,�que�é�a�cidade�onde�surgiu�o�
MBL�em��2014,�já�arquivou�dois�projetos�de�
lei� referentes�ao�Escola�sem�Partido,�que�
prega�a�doutrinação�de�direita�nas�escolas.�
Só�que�a�professora�Virginia�tornou-se�alvo�
duplo:� do�MBL� e� dos� conceitos� equivo-
cados�do�Escola� sem�Partido:�a�gravação�
de�sua�aula�foi�publicada�no�Facebook�do�
Movimento�Brasil� Livre�de�Vinhedo�e�ela�
enfrentou� um� processo� administrativo�
disciplinar,�que�foi�encerrado�no�dia�17�de�
fevereiro,� com�um�brilhante�parecer� do�
Núcleo�Especializado�de�Promoção�e�Defesa�
dos�Direitos�da�Mulher,�órgão�da�Defensoria�
Pública�de�São�Paulo.No�parecer� de� defesa� da� professora�
Vírginia,� o� Núcleo� argumentou� que� “a�
discussão�de�gênero�no�ambiente�escolar�
está�em�consonância�com�o�que�preconiza�
as� convenções� internacionais� assinadas�
pelo�Brasil�e�a�Constituição�Federal;�além�
de� condizer� com�o�direito�à�educação,� à�
liberdade�de�cátedra,�ao�pluralismo�peda-
gógico�e,�principalmente,�com�a�Lei�Maria�
da�Penha,�que��afirma�que�uma�das�formas�
de�prevenção�é�a�discussão�dos�papéis�de�
gênero.”.
“Entendemos�que�a�professora�fez�o�de-
bate�de�gênero,�que�é�essencial�não�só�por�ser�
determinação�legal,�mas�porque�existe�uma�
vinculação�entre�discriminação�das�mulheres�
e�violência”,�argumenta�a�defensora�pública�
Nalida�Coelho�Monte.A�professora�acredita�que� foi�exposta�
pela�sua�atuação�sindical�e�partidária�fora�
da� escola.� “A� extrema� direita� cria� uma�
mentira,� desqualifica� e� acusa.�Mas,� eu�
tenho�uma�atuação�como�cidadã.�Não�faço�
apologias�que�não�sejam�éticas�em�sala�de�
aula”,�justifica�a�professora.
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Educação & Respeito: 
assédio não é sedução
ema frequente de debates, o limite entre paquera e assédio nem entra em discussão 
quando o assunto é a relação entre alunos e professores, chefes e subordinados e, 
principalmente, quando envolve menores. Simplesmente, porque paquera e assédio 
não são aceitáveis, de forma nenhuma, nestes contextos.
Em qualquer ambiente, em qualquer idade, em qualquer circunstância, as mulhe-
res têm direito ao respeito. Têm o direito fundamental de não serem importunadas, 
insultadas ou assediadas.
O que fazer
Em uma carta aberta publicada na Revista Vogue, a figurinista Su Tonani ensina 
que romper o silêncio em situações de assédio é fundamental.
A figurinista que denunciou há três anos o assédio violento que sofreu do ator 
José Mayer, na TV Globo, desencadeou o movimento #mexeucomumamexeucomto-
das, que reuniu muitas vozes contra o assédio sexual e moral, inclusive de atrizes da 
própria TV Globo.
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Saiba o que diz a Lei
O assédio de conotação sexual caracteriza-se por 
constranger alguém, mediante palavras, gestos ou 
atos, com o fim de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o assediador (agente) da sua 
condição de superior hierárquico ou da ascendência 
inerente ao exercício de cargo, emprego ou função 
(Lei n° 10.224, de 15 de maio de 2001 - Código Penal, 
art. 216-A). 
Há, portanto, uma finalidade de natureza sexual 
para os atos de perseguição e importunação. O assé-
dio sexual pode ser consumado, mesmo que ocorra 
apenas uma única vez. A pena prevista é de detenção, 
de 1 a 2 anos.
Quando o assédio por parte do adulto ocorre com 
crianças e adolescentes, seja dentro ou fora do ambien-
te escolar, o crime está tipificado no Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente: “submeter criança e adolescente a 
vexame ou constrangimento” (artigo 232).
Não se pode falar em flerte ou paquera, já que não 
há, de modo algum, uma relação consentida. 
Em outras palavras, trata-se de comportamento de 
teor sexual merecedor de reprovação, considerado de-
sagradável, ofensivo e impertinente. A lei pune o cons-
trangimento que tem o sentido de forçar, compelir, 
obrigar alguém a fornecer favor sexual. 
Tal proteção abrange todas as relações em que haja 
hierarquia e ascendência: relações laborais, educacio-
nais, médicas etc.
Atitudes fundamentais
 Dizer claramente não ao assediador;
 Contar para os/as colegas, amigos e familiares, para outro/a professor/a 
ou orientador/a da escola o que está acontecendo, formando assim, uma 
rede de apoio;
 Reunir todas as provas possíveis, como bilhetes e possíveis presentes;
 Conversar com colegas que possam ser testemunhas;
 Relatar os fatos para a diretoria, no caso de uma escola, ou para o setor 
de recursos humanos, no caso de uma empresa;
 Denunciar ao Sindicato;
 Registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher e, na falta dessa, em uma 
delegacia comum;
 Denunciar no telefone 180.
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A escola tem que ser 
um lugar de confiança
odos os profissionais que atuam no ambiente escolar são, obviamente, educados para 
trabalhar com crianças e adolescentes e, nesta função, têm que estar atentos ao com-
portamento dos estudantes. 
Além de exercer o seu trabalho com respeito e ética, professores e demais profis-
sionais devem atuar para inibir qualquer constrangimento contra seus alunos.
O assédio sexual não é uma luta de mulheres contra homens; é uma questão que 
diz respeito a todos quedesejam um ambiente de ensino e aprendizagem saudável. 
Derrotar a prática do assédio é parte integrante da luta pela igualdade de direitos 
e oportunidades entre homens e mulheres.
Família
O papel da família é fundamental, principalmente para identificar os primeiros 
sinais do assédio sexual. O diálogo pode facilitar que crianças e adolescentes expres-
sem seus medos e constrangimentos. 
Os pais podem e devem procurar a direção, a coordenação da escola de seus filhos 
para esclarecer dúvidas e denunciar qualquer caso de assédio, bullying ou agressão.
É importante destacar que, em caso de assédio, admite-se até a gravação de con-
versas ou imagens.
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Você já passou ou está 
passando por isso? 
 Elogios excessivos de um superior (professor, chefe ou 
autoridade), especialmente referindo-se ao seu corpo 
e seus atributos?
 Insinuações, explícitas ou veladas, de caráter sexual; 
 Gestos ou palavras, escritas ou faladas, de caráter 
sexual?
 Cantadas grosseiras e até vulgares?
 Promessas de tratamento diferenciado na escola, no 
trabalho ou outro espaço de convivência social, com 
insinuações sexuais?
 Vantagem para permanência ou promoção no em-
prego?
 Conversas indesejáveis sobre sexo?
 Piadas ou uso de expressões de conteúdo sexual?
 Contato físico não consentido?
 Solicitação de favores sexuais?
 Convites impertinentes e/ou obscenos? 
 Ameaças, veladas ou explícitas, de represálias, como a 
de não ter nota na escola ou perder o emprego?
 Perturbação, ofensa? 
 Pressão para participar de “encontros” e saídas?
 Atos de exibicionismo?
 Criação de ambientes pornográficos?
 Mensagens nas redes sociais com conteúdo sexual? 
 Chantagens ou ameaças de divulgação pública, de qual-
quer imagem sua com conteúdo sexual por qualquer 
meio, especialmente pelas redes sociais?
Se você respondeu SIM a uma dessas perguntas, saiba que está sofrendo ou so-
freu ASSÉDIO SEXUAL! SAIA DO SILÊNCIO! DENUNCIE!
Saiba que buscar ajuda e enfrentar o problema é fundamental! Com o afeto e 
a solidariedade de colegas, familiares e amigos, você terá melhores condições de 
enfrentar o agressor.
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Assédio 
sexual 
no trabalho
violência sexual é uma prática perversa que atinge homens e mulheres de todas as 
idades, classes sociais, raças e orientações sexuais, em particular as meninas e mulhe-
res. Uma das formas mais corriqueiras desta violência é o assédio sexual no ambiente 
do trabalho. Trata-se de crime de violação dos direitos, previsto na legislação brasi-
leira. 
O assédio sexual fere a dignidade e demais direitos fundamentais dos servidores 
públicos, dos empregados e dos estagiários. Viola os direitos de trabalhadores/as à 
segurança no trabalho e à igualdade de oportunidades, além de prejudicar sua saúde. 
Quem assedia e 
quem é assediado?
Pode haver assédio sexual de homens contra mulheres, mulheres contra homens, 
homens contra homens e mulheres contra mulheres. Contudo, as pesquisas indicam 
ser muito mais frequente o assédio de homens contra mulheres, em particular as mu-
lheres negras. Outro grupo particularmente vulnerável é a população LGBTI+.
De que maneira?
Vertical: Ocorre quando o homem ou a mulher, em posição hierárquica superior, se 
vale de sua posição de chefe para constranger alguém, com intimidações, pressões ou 
outras interferências, com o objetivo de obter algum favorecimento sexual. É a forma 
clássica de assédio, caracterizada como crime no Código Penal.
Horizontal: Ocorre quando não há distinção hierárquica entre a pessoa que assedia 
e aquela que é assediada, a exemplo do constrangimento verificado entre colegas de 
trabalho ou de sala. Essa forma não é “crime de assédio” previsto no Código Penal 
brasileiro, embora a conduta possa também ser punida penalmente, enquadrada em 
outros tipos penais.
Já existe projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional para tornar crime o 
assédio sexual praticado por pessoa de hierarquia igual ou inferior à de quem é asse-
diado.
Danos
Quem é assediado tem a integridade física e psicológica afetada, em consequência 
da desestabilização emocional causada pelo assédio, do sentimento de vergonha, do 
autoisolamento e da introjeção da culpa.
Também são frequentes os relatos de redução da autoestima, diminuição da pro-
dutividade, afastamentos por doenças e até comprometimento permanente da saúde, 
em razão da pressão psicológica sofrida.
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Responsabilização
O assediador pode ser responsabilizado na esfera criminal, administrativa e traba-
lhista. O assédio sexual cometido no ambiente de trabalho pode provocar a demissão 
por justa causa do assediador, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho, bem 
como a abertura de processo administrativo e respectivas consequências (Lei nº 8.112, 
de 1990). Também na esfera administrativa, o agressor pode ser punido pela conduta 
de assédio. Na esfera criminal, a punição pelo assédio pode chegar a dois anos de 
detenção.
Prevenção
A prática do assédio sexual deteriora o ambiente de trabalho, que deve propor-
cionar, antes de tudo, respeito à dignidade humana. A construção desse ambiente de 
trabalho saudável é de responsabilidade de todos. Os gestores são particularmente 
responsáveis por monitorar o ambiente de trabalho e prevenir situações constrange-
doras para as pessoas que ali trabalham.
Punições no 
serviço público
Quando o assediador é um servidor públi-
co, a punição pode acontecer em várias esfe-
ras: civil, administrativa e penal. 
O servidor pode inclusive ser exonerado, 
após processo disciplinar. A prática do assé-
dio sexual viola os seguintes deveres: manter 
conduta compatível com a moralidade admi-
nistrativa e tratar as pessoas com urbanidade, 
conceito que engloba cortesia e respeito.
Alguns Estados possuem legislação especí-
fica sobre o assédio sexual no serviço públi-
co, mas há uma Lei Federal que, embora não 
aborde expressamente a questão, é taxativa.
A Lei n° 8.112/90 estabelece que a conduta 
do assediador pode ser punida, por afrontar 
o dever de moralidade. O assédio também é 
considerado um ato de improbidade adminis-
trativa, por atentar contra os princípios da Ad-
ministração Pública; por isso, sua prática pode 
levar à perda da função pública.
Vale ressaltar ainda que União, Estado ou 
Município podem ser responsabilizados civil-
mente pelos danos materiais e morais sofridos 
pela vítima. É que a Constituição prevê que, ao 
ser comprovado o assédio por agente público, 
cabe ao Estado indenizar a vítima.
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EX
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NT
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Diretora Executiva da APEOESP 
Zenaide Honório
 Coordenador 
André Luiz dos Santos Fernandes
 Secretário Geral 
Gerson Ferrari 
Vice-Secretária 
Eliana Cristina Michelletti Sandes
 Secretário de Finanças 
Gilberto Aleixo de Sandes
Vice-secretário de Finanças 
Nilson Ribeiro da Silva
 Secretários dos Aposentados 
Ana Lúcia Spigolon e Aparecido Januário da Silva 
 Secretária Sindical 
Clayton Freitas de Lima
Secretária de Formação 
Julia Carolina Moraes
 Secretárias de Políticas Sociais 
Janete Pelisson e Patrícia Sparn 
Secretários de Legislação 
Zenaide Honório e Benedicto da Silva 
 Secretária da Mulher 
Edilaine Barricalla 
 Organização Nova Odessa
Ronaldo Perdigão e Herivaldo Pereira
 Organização Santa Bárbara 
Gilberto Aleixo de Sandes
Organização Americana 
Nilson Ribeiro da Silva 
Produção 
Executiva da Subsede APEOESP de Americana 
 Colaboradores 
José Geraldo Fábio e Fernando Franzói
 Secretária
Josileila Pires 
Supervisão
Zenaide Honório
1
130
12/11/2020
Secretaria de C
omunicação
APEOESP EX
IGE 
DA SPPREV F
IM 
DO CONFISC
O 
DOS APOSENTAD
OS 
E PENSIONISTAS

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