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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS REALEZA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA MILENE FERREIRA COLHERI NAYARA SOUZA RELATÓRIO: FERRAMENTAS MOLECULARES UTILIZADAS NOS ESTUDOS EM MEDICINA VETERINÁRIA. REALEZA - PR 2021 MILENE FERREIRA COLHERI NAYARA SOUZA RELATÓRIO: FERRAMENTAS MOLECULARES UTILIZADAS NOS ESTUDOS EM MEDICINA VETERINÁRIA. Relatório de atividades apresentado ao componente curricular de biologia molecular, como requisito parcial para obter aprovação no componente curricular, semestre 2020/2. Orientação: Drª Vanessa Silva Retuci. REALEZA - PR 2021 RESUMO O seguinte trabalho se trata de uma revisão bibliográfica sobre as ferramentas e técnicas utilizadas pela biologia molecular na medicina veterinária para diagnosticar patologias, mutações, desenvolvimento de vacinas e terapêutica, terapia gênica; utilizando as técnicas western blotting, PCR, expressão de proteínas recombinantes, Phage display, sequenciamento e imunofluorescência direta, cada uma com suas vantagens e desvantagens, aplicações, equipamentos utilizados, uso na veterinária, demonstrando como a biotecnologia se tornou importante desde o descobrimento do DNA. PALAVRAS-CHAVE: biologia molecular; biotecnologia; ferramentas moleculares. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 5 2.1.1 WESTERN BLOTTING ............................................................................ 5 2.1.2 PCR - REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE .................................... 8 2.1.3 EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS RECOMBINANTES ............................. 11 2.1.4 PHAGE DISPLAY .................................................................................. 13 2.1.5 SEQUENCIAMENTO ............................................................................. 14 2.1.6 IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA ...................................................... 16 3 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19 1 INTRODUÇÃO Com um marco na biotecnologia, em 1970 foram criadas algumas ferramentas moleculares que auxiliam nos estudos relacionados à biologia molecular, contando com o desenvolvimento de enzimas de restrição, vetores de clonagem e polimerases. (Southern, 1977). Atualmente, as ferramentas moleculares são um método muito importante e utilizado no meio da biotecnologia. Com um papel indispensável em relação ao DNA, responsáveis pela análise qualitativa da molécula e viabiliza a realização de testes comparativos nas fitas prontas, permitindo a detecção de doenças. Consequentemente, a utilização dessas ferramentas vem ganhando estima e muita utilidade na diferenciação de fungos fitopatogênicos. (Silva-Mann et al., 2002). Entretanto, ainda existem barreiras a serem superadas nesse meio. O presente trabalho abordará algumas ferramentas moleculares muito utilizadas na área da saúde e consequentemente, na medicina veterinária. Com o propósito de descrever desde os conceitos básicos de cada, até o modo de execução das mesmas. As ferramentas selecionadas para a realização deste trabalho são: Western blotting, PCR (reação em cadeia da polimerase), Expressão de proteínas recombinantes, Phage display, Sequenciamento e Imunofluorescência direta. A metodologia adotada na elaboração é o aprofundamento das técnicas mencionadas anteriormente, exibindo ilustrações das etapas e os equipamentos envolvidos em cada processo. O critério escolhido para análise dos dados será apresentado em forma de tabela para uma leitura clara e objetiva. Dessa forma, as seções desenvolvidas ao longo do trabalho se iniciaram com a apresentação da técnica, abordando conceitos e história; seguidamente de imagens e ilustrações do procedimento e equipamentos, aplicações da ferramenta no uso da Medicina Veterinária, por fim, uma tabela demonstrando 2 DESENVOLVIMENTO 2.1.1 WESTERN BLOTTING a) apresentação da técnica; Segundo SOUZA, A técnica de western blotting ou immunoblotting é utilizado para a imunodetecção de proteínas após a separação por eletroforese em gel (gel de SDS-poliacrilamida) e transferência para membrana adsorvente (blotting), a WB permite detectar, caracterizar e quantificar as proteínas, incluindo as que estão em baixa quantidade, foi desenvolvida baseada na southern blotting, técnica de blotting de DNA, que também gerou a northern blotting (RNA). As técnicas eletroforéticas e suas aplicações foram responsáveis por ajudar na compreensão das bases moleculares da estrutura e funções celulares, além disso a WB é de fácil uso, rápida e eficaz (MIGUEL, 2012). É um método altamente específico e sensível, ideal para o diagnóstico de inúmeras doenças em animais, tal qual a leishmaniose visceral americana (LVA), zoonose de alta importância para a saúde pública (KASVI). De acordo com MIGUEL e SOUZA, podem ser usados como fonte de proteínas: tecidos, culturas celulares e fluidos corporais, como plasma ou líquido cefalorraquidiano (LCR), também, proteínas de bactérias, vírus e outros agentes infecciosos. A técnica consiste em alguns passos principais, primeiro é feito a preparação da amostra, fazendo a extração e a quantificação das proteínas, logo após ocorre o fracionamento de proteínas a partir da eletroforese em gel, depois de pronta, na placa de gel é feita a transferência das proteínas fracionadas para membrana adsorvente, então bloqueiam-se as ligações inespecíficas, e adicionam-se os anticorpos, que serão ligados à proteína específica a ser analisada, depois de colocar tudo na “fita cassete”, são feitos alguns banhos e enfim é possível ver a revelação da membrana para análise do resultado. (MIGUEL, 2012) b) ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; Segundo a empresa Thermo Fisher Scientific In e o Portal do conhecimento do departamento de bioquímica (USP) os materiais necessários são o gel SDS-PAGE, os corantes de proteínas específicos para o gel SDS-PAGE, os papéis específicos para blotting e para shooting, papéis absorventes, a membrana, os anticorpos, antígenos e reagentes, e os equipamentos essenciais são o “cassete” para eletroforese, a cuba, aparelho transferidor, aparelho Odyssey. Figura 1 montagem do "sanduíche" adaptado de MIGUEL et al. 2012 Figura 2 cuba para eletroforese fonte: Portal do Conhecimento do Departamento de Bioquímica (usp) Figura 3 suporte de gel montado, “cassete” fonte: Portal do Conhecimento do Departamento de Bioquímica (usp) Figura 4 suporte de gel com amostra fonte: KASVI c) relacionar aplicações na medicina veterinária. Na medicina veterinária o uso do WB ainda é inicial, por conta da necessidade de mão de obra especializada e do custo elevado, quando comparado com outras técnicas, mesmo que o diagnóstico do immunoblotting seja mais preciso e preferencial. (MIGUEL, 2012). Segundo MIGUEL, algumas patologias veterinárias que podem ser diagnosticadas através do western blotting são: - Leishmaniose Visceral Americana; - Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EETs), como BSE e Scrapie; - Desordens Neurodegenerativas Crônicas Fatais causadas por Príons; - Mielo encefalite Equina por Protozoário (MEP) - Salmonelose; - Infecção por Mycoplasma hyopneumoniae em suínos; Além disso ainda é “utilizada para melhor entendimento em neoplasias, estudo de doenças hereditárias e descoberta de proteínas para a produção de vacinas” (MIGUEL, 2012, p. 12).2.1.2 PCR - REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE a) Apresentação da técnica; Segundo HAAS, para a biologia molecular a técnica de PCR é revolucionária, já que permitiu o desenvolvimento do estudo das sequências de ácidos nucleicos, a técnica permite identificar agentes infeccioso com alta sensibilidade em amostras sem microrganismos viáveis na amostra; além disso a técnica rendeu um prêmio Nobel de química para seu idealizador, Kary Banks Mullis em 1993. O método além de permitir a identificação precoce de doenças, tem o diagnóstico preciso e rápido (PREZZ, 2010). A reação em cadeia pela polimerase baseia-se no processo de replicação de DNA que ocorre in vivo, onde uma molécula de DNA (molde) pode gerar milhares de cópias, graças à enzima DNA-polimerase (HAAS, 2016). A técnica, de acordo com Haas, é feita por meio de etapas de variação de temperaturas, envolvendo os quatro deoxinucleotídeos (dNTPs) do DNA, que são adenina, citosina, timina e guanina (A-C-T-G), envolve também iniciadores específicos, oligonucleotídeos, chamados de primers, envolve o DNA molde, um tampão que mantenha ph e condições adequadas, água ultra pura para diluição e a DNA polimerase termoestável. Essa molécula pode ser a Taq (Termus aquaticus) a ou Tfl (T. flavus), enzimas termosensíveis extraídas de bactérias extremófilas encontradas em fontes hidrotermais (SANTIAGO, 2007). Para SANTIAGO e HAAS, as etapas estão divididas, em desnaturação da dupla fita de DNA, anelamento dos primers (senso e anti-senso) a uma das fitas simples, e então a polimerização e extensão pela adição dos nucleotídeos com a ação da Taq DNA polimerase, as temperaturas variam para cada uma das etapas, para a desnaturação varia entre 94 e 95ºC, na segunda etapa tem que ser de 1 a 5ºC abaixo da Tm (temperature melting - temperatura onde metade das moléculas estão separadas primer/DNA e metade estão híbridas, a Tm costuma ser de 35 a 60°C), a síntese de dna ocorre a 72°C. As etapas se repetem por aproximadamente 25 a 45 ciclos, sendo que a cada ciclo a quantidade de fragmentos de DNA dobra. (HASS, 2016). O PCR possui uma metodologia bem flexível, e passou por algumas modificações que criou as técnicas PCR multiplex e PCR real-time, a primeira técnica amplia várias regiões do DNA ao mesmo tempo no mesmo recipiente, com vários primers; já a segunda, PCR em tempo real é um método semi-quantitativo, sensível e muito rápido, ela permite a identificação dos patógenos com um número menor de ciclos (HAAS, 2016; RIBEIRO, 2016). b) Ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; O equipamento utilizado no PCR é o termociclador, atualmente existem aparelhos tecnológicos, automatizados, ele serve para determinar a temperatura e o tempo de cada etapa, bem como o número de ciclos de replicação. (KASVI, 2018) Figura 5 Termociclador para PCR em tempo real LineGene 9600 Plus com capacidade para 96 amostras de 0,2 ml (tubos, strips ou placas). Possui 4 canais de detecção e pode ter a programação controlada por um computador ou tablet. Conexões: USB, RS232 e bluetooth. fonte: ANALITICA Figura 6 Termociclador Gene Touch Plus, com capacidade para 2 blocos de 48 x 0,2 ml ou 6 x 8 strips de tubos em cada bloco. Excelentes taxas de aquecimento e resfriamento. Possui gradiente de temperatura e interfaces de conexão: LAN, USB2.0, RS232 e Bluetooth. Pode ser controlado por um computador fonte: ANALITICA Alguns componentes são essenciais para que ocorra a PCR: presença de uma DNA polimerase termoestável, presença de um par de primers; cátions divalentes, como MgCl2; deoxinucleotídeos trifosfatados (dNTPs), com quantidades iguais de dATP, dCTP, dTTP e dGTP; DNA molde, podendo ser fita simples ou fita dupla; Tampão para manutenção do pH, geralmente entre 8,3 e 9 à temperatura ambiente. (SANTIAGO, 2007, p 14-15) Figura 7 as etapas do PCR adaptado de: KASVI, 2018 c) Relacionar aplicações na medicina veterinária. Por conta de sua especificidade e alta sensibilidade o PCR é utilizado na veterinária para avaliar a presença de possíveis patógenos em amostras clínicas, como leite, sangue, fezes, secreções e tecidos em pouco tempo, o que auxilia na sanidade e agiliza o diagnóstico e tratamento, ele é utilizado para diversas patologias infecciosas (Haas, 2016) As principais doenças infecciosas em espécies animais de interesse veterinário onde o diagnóstico pode ser feito por meio do PCR são: Micoplasmose, Clamidiose, Coriza e anemia infecciosa das galinhas, campilobacteriose genital, rinotraqueíte infecciosa, leucose enzoótica, babesiose, leptospirose, leishmaniose, cinomose, parvovirose, batolenose, imunodeficiência, leucemia felina, peritonite infecciosa felina, linfadenite caseosa, língua azul, artrite e encefalite caprina, influenza, anemia infecciosa, piroplasmose, arterite viral, doença de Aujeszky, síndrome respiratória e reprodutiva dos suínos e peste suína clássica (HAAS, 2016, p. 9-10, tabela 1) 2.1.3 EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS RECOMBINANTES a) apresentação da técnica; Após o ano de 1970, a Microbiologia, Bioquímica, Imunologia e Genética Microbiana originaram novas tecnologias, dentre elas está a tecnologia do DNA recombinante, possibilitando o diagnóstico de doenças infecciosas e genéticas. Possui grande importância na obtenção de genes de interesse e na obtenção de proteínas a quais codificam. É necessário determinar o propósito em que a proteína recombinante será utilizada, pois para criação de antígenos, a mesma pode ser usada na forma nativa e na forma desnaturada. Para estudos bioquímicos e estruturais, é necessário aprimorar suas condições como a atividade funcional. Com um percentual de 80% das proteínas utilizadas para estabelecer estruturas tridimensionais registradas no prontuário de Protein Data Bank no ano de 2003, foram através do sistema de expressão. (Sorensen and Mortensen, 2005). Uma alternativa para substituir o AMR, é o teste de ELISA indireto realizado com a LipL32 recombinante. (Bomfim et al., 2005). Apresentando eficácia nos experimentos feitos com a LipL32, como imunógeno no controle da leptospirose e que a BCG recombinante também pode ser uma tática para a formulação de vacinas. (Seixas et al., 2007). b) ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; Figura 8 Dogma central da biologia molecular - Procariotos – A sequência do mRNA é igual à sequência do DNA genômico Adaptado de: MIYAMOTO. Figura 9 Dogma central da biologia molecular - Eucariotos superiores – O transcrito primário sofre processamento (perda dos introns), e somente os exons estão presentes no mRNA. Adaptado de: MIYAMOTO. Figura 10 Desenho esquemático de um plasmídeo de expressão mostrando as principais características: promotor forte, sítio de múltipla clonagem (SMC), origem de replicação (OR) e marcador genético (MG). Adaptado de: MIYAMOTO. Figura 11 Esquema do procedimento para expressão de proteínas recombinantes Adaptado de: MIYAMOTO. 1.Cultura de E. coli, transformadas com plasmídeo de expressão, em meio semissólido, 2.Inoculação e crescimento (37° C), sob agitação, de algumas colônias em meio líquido rico, 3. Indução com IPTG ou lactose em DO600 ideal – sistemas que utilizam RNA polimerase bacteriana, e – sistemas que utilizam T7 RNA polimerase. 4. Coleta das bactérias por centrifugação. Figura 12 Equipamentos: Agitador Multiplataformas, Banho Seco, Minicentrífuga, Micropipetas, Placas de Petri e Pipetas Sorológicas. FONTE: KASVI, 2017. c) relacionar aplicações na medicina veterinária. Um dos principais uso da Proteína recombinante na Medicina Veterinária é o desenvolvimento de vacinação, como o caso da imunização de bovinos; outro exemplo é o melhoramento animal, para torna-los com mais qualidade. 2.1.4 PHAGE DISPLAY a) apresentação da técnica; De acordo com Smith (1985), a tecnologia dephage display teve um grandioso impacto na biologia celular e na imunologia, que resultou no descobrimento de algumas vacinas, fármacos e aprimoração nos testes diagnósticos em geral. Essa ferramenta permite a identificação de peptídeos ligantes dentro de uma variedade de moléculas, como o caso das imunoglobulinas que estão vinculadas na resposta imune aos agentes infecciosos (Blank et al, 1999). Essa técnica também é usada como revelação de vários tipos de interações na relação antígeno-anticorpo, na definição de epítopos para anticorpos monoclonais, seleção de substratos para enzimas e outras realizações (Kay et al, 1996). Além disso, a técnica desfruta de protocolos curtos de seleção, pois o sobrenadante das culturas infectadas pode ser usado direto no processo de seleção, dispensando a transferência para membranas que limitaram o número de clones e tornaram um processo mais complicado. (Brigido & Maranhão, 2002). A técnica phage display é utilizada para identificação e seleção de peptídeos, proteínas ou anticorpos para a finalidade de interesse. Dispõem-se de vírus de bactérias modificados geneticamente e fagos. (Smith, 1997). b) ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; Figura 13 Phage Display com o sistema Phagemid.FONTE: Carlos Henrique Rodrigues Gomes, 2018 . E.coli são transformadas com o phagemid contendo a fusão ScFv-plll. Para a produção de particular virais, as células são co- transfectadas com um fago auxiliar (helper phage) contendo todos genes necessários para a produção viral, mas deficiente na sua sequência de empacotamento. Desta forma, particular virais contendo plll selvagem e plll recombinantes, carregando o DNA simples fita do phagemid são produzidas. Figura 14 FONTE: Cusabio c) Relacionar aplicações na medicina veterinária. Phage Display é utilizada amplamente na biologia molecular, possibilitando isolar e selecionar vetores de clonagem elaborados da biblioteca genômica, através de fagos infeccionados filamentosos ou fagomídeos, que irá permitir o rastreamento dos clones. 2.1.5 SEQUENCIAMENTO a) apresentação da técnica; Houve uma trajetória difícil de captar a sequência de nucleotídeos do DNA, entre os anos de 1800 e 1900 as moléculas consideradas importantes eram as proteínas e no ano de 1953 houve a primeira sequência proteica, no mesmo ano Crick e Watson apresentaram o modelo de dupla hélice do DNA, possibilitando que um novo estudo fosse realizado sobre a molécula de DNA (Watson e Crick, 1953). Essa dificuldade foi se desdobrando em torno de 1970 com a estudos de Alan Maxam e Walter Gilbert (respaldada em hidrólise química) e outro estudo feito por Frederick Sanger (respaldado em reações enzimáticas). Isso permitiu estabelecer a sequência de nucleotídeos de fragmentos maiores da molécula de DNA. Esses projetos revolucionaram o campo de pesquisas científicas e essas metodologias se espalharam pelo mundo, tornando-se base da Genômica (Sanger et al., 1977). Esse método de sequenciamento, permite alcançar informações sobre a expressão gênica diferencial, função e estrutura dos genes, existência de elementos no genoma, genes obtidos por transferência lateral, diversidade genética, relações evolutivas e viabilizar a elaboração de mapas metabólicos (Nierman et al., 2000). Animais domésticos que são alvo de interesse econômico já possuem maior parte do seu genoma sequenciado, animais de produção, como exemplo os os caprinos, foi uma das últimas a obter seu genoma sequenciado inteiramente pela tecnologia (Wade et al., 2009; Doan et al., 2012; Dong et al., 2012). A técnica segue sendo utilizada no sequenciamento de diversas espécies de animais já sequenciadas, com objetivo de desvendar variações no número de cópias, deleções, inserções e novos polimorfismos de nucleotídeo único, com intuito de de aprimorar a qualidade e quantidade de dados genômicos para essas espécies (Doan et al., 2012; Barris et al., 2012). b) ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; Figura 15 Ilustração da técnica FONTE: BORGES-OSÓRIO Figura 16 Equipamentos utilizados: Micropipetas, Ponteiras e Microtubos FONTE: KASVI, 2018. c) relacionar aplicações na medicina veterinária. A aplicação do Sequenciamento do DNA possibilita a identificação de bactérias e detecção de mutações, além de ser muito utilizado na indústria agropecuária, como a criação de suínos, bovinos, frangos, ovinos, equinos e caprinos. 2.1.6 IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA a) apresentação da técnica; A imunofluorescência direta (IFD) se baseia em uma reação antígeno- anticorpo, que podem ser visualizadas e quantificadas por meio de marcadores, tanto para o antígeno quanto para o anticorpo, a IFD foi demonstrada pela primeira vez em 1942, por Albert Coons, que fez a marcação de anti-pneumococos com fluoresceína em tecido pulmonar, depois na década de 60, foi introduzida a dermatologia, onde é amplamente usada até os dias atuais. (AOKI, 2010) Segundo MEDINA (a técnica de IFD é simples e rápida, além de não exigir métodos elaborados para coleta, refrigeração, transporte e estocagem, tendo ainda o benefício de ser suficientemente sensível e específico. Para a imunofluorescência são usados corantes que absorvem luz ultravioleta e emitem luz visível, os fluorocromos, os mais utilizados são o isotiocianato de fluoresceína (FITC), que emite luz verde e a rodamina que emite luz vermelha, para se fazer a leitura são utilizados os microscópios de epi luminescência e confocal (AOKI, 2010). O corante se liga com um anticorpo, e então os locais de reação entre antígeno e anticorpo podem ser visualizados (LABPAC). As amostras são de material não fixado de biópsias para demonstrar a presença de imunoglobulinas (LABPAC) podendo ser utilizadas amostras de secreções, urina, fezes e cortes de tecidos; as etapas para se fazer o exame são fixação em lâmina, tratamento com o anticorpo escolhido, incubação, lavagem para que o excesso de anticorpos não ligados seja removido, após isso é só fazer a visualização em microscópio fluorescente. (AOKI, ,2010) Existem três formas distintas de fluorescência: específica, não específica e autofluorescência. A específica deve-se à reação entre o substrato e a proteína marcada com o fluorocromo, é a reação antígeno-anticorpo. A fluorescência não específica é causada pela marcação dos tecidos por corante livre. A autofluorescência ocorre por fluorescência natural dos tecidos (amarela, azul), expostos à luz ultravioleta (AOKI, 2010). Além da imunofluorescência direta, existe a imunofluorescência indireta onde um anticorpo se liga ao antígeno de interesse, então um segundo anticorpo que contém o fluoróforo é adicionado e liga-se com o primeiro anticorpo, levando a emissão da luz colorida (ARGOS). b) ilustrações/fotos/imagens da técnica e dos equipamentos empregados; Figura 17 Representação esquemática do princípio geral da técnica de imunofluorescência. No exemplo, antígenos nucleares estão marcados positivamente com anticorpos marcados com um fluoróforo Alexa-fluor 488. Fonte: ARGOS PATOLOGIA Figura 18 Imunofluorescência direta Fonte: AOKI, 2010 Figura 19 Microscópio Confocal Fonte: Central Analítica IQ-USP c) relacionar aplicações na medicina veterinária. O teste de IFD, pode ser utilizado na veterinária para fazer o diagnóstico principalmente de dermatopatias, ou doenças como cinomose, leishmaniose e raiva, sendo pouco utilizado por conta da abertura a interpretação da pessoa que fará o laudo. (AOKI, 2010). 3 CONCLUSÃO O trabalho apresentou seis ferramentas moleculares, suas aplicações na medicina veterinária, imagens e ilustrações da técnica e dos equipamentos junto com um breve histórico e explicação do funcionamento das técnicas, elas são muito utilizadas na microbiologia, pois facilitam o diagnóstico de patologias além de auxiliaremna criação de vacinas e medicações. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Greyciele Rodrigues de et al. PHAGE DISPLAY E SUA APLICAÇÃO EM MEDICINA VETERINARIA. Centro Cientifico Conhecer, Enciclopedia Biosfera, 1 dez. 2015. Ciencias Biológicas, p. 1-17. DOI AOKI, Valéria et al . Imunofluorescência direta e indireta. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 85, n. 4, p. 490-500,. 2010 . CARUSO, Célia Sulzbacher. Clonagem, expressão e caracterização de proteínas recombinantes de Xylella Fastidiosa. Orientador: Dr. Emanuel Carrilho. 2007. 187 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007. Conheça a técnica de PCR, suas aplicações e princípios, Kasvi, 2018. Disponível em:<https://kasvi.com.br/3-etapas-pcr/>, acesso em: 15/03/2021 EXAMES REALIZADOS - Laboratório de Anatomia Patológica LABPAC, disponível em <https://www2.labpac.com.br/exame/imunofluorescencia> acesso em 16/03/2021 Fluorescência Direta - ARGOS Patologia, disponivel em <https://www.argospatologia.com.br/fluorescencia-direta/> acesso em 16/03/2021 GONÇALVES, Carolina de Souza. Expressão de proteínas RAP1 recombinantes e produção de anticorpos anti-RAP1: potencial uso como biomarcador no diagnóstico de tumores, Belo Horizonte, 2014. Disponível em: HAAS, Dionei Joaquim; TORRES, Ana Caroline Doyle. Aplicações das técnicas de PCR no diagnóstico de doenças infecciosas dos animais. Rev Científica de Medicina Veterinária, v. 14, n. 26, 2016. Microscopia confocal - Central Analítica IQ-USP, disponível em: <http://ca.iq.usp.br/novo/paginas_view.php?idPagina=15> acesso em 16/03/2021 MIGUEL, Marina Pacheco; MENEZES, Liliana Borges de; ARAÚJO, Eugênio Gonçalves de. Western Blotting: A técnica e aplicações na pesquisa e rotina diagnóstica em medicina veterinária. 2012. PREZZ, Joel Alberto; DUARTE, Keila Maria Roncato. Detecção de agentes patogênicos em animais de produção através da Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR). PUBVET, v. 4, p. Art. 830-836, 2010. RIBEIRO, Eduardo L. et al . Estudo comparativo e validação de três técnicas de PCR em tempo real (qPCR) para diagnóstico de Peste Suína Africana. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 36, n. 6, p. 473-478, June 2016 . SANTIAGO, Adelita Carolina; VENERONI, Gisele Batista; REGITANO, LC de A. Reação em cadeia da polimerase (pcr). Embrapa Pecuária Sudeste-Capítulo em livro científico (ALICE), 2007. SOUZA, Brenda Valério. Western Blotting como método diagnóstico para neosporose. 2019. Termociclador Gene Touch Plus, ANALITICA disponível em: <https://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=termociclador-gene-touch- plus&Bid=p5f32c9ddefe14> acesso em 15/03/2021 Termociclador para PCR em tempo real LineGene 9600 Plus, ANALITICA disponível em: <https://www.analiticaweb.com.br/p.php?tit=termociclador-para-pcr-em-tempo- real-&Bid=p5f32c45e437b8> acesso em 15/03/2021 Western blot (teoria). Portal do conhecimento do departamento de bioquímica (USP). 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