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- Iniciar a abordagem com a anamnese e exame físico. - Avaliar a ferida em todos aspectos: a) Características do tecido (tipos de tecido): - Tecido viável (formado no processo de cicatrização com objetivo de reconstituição da área lesada): 1- Tecido de granulação: tecido vermelho vivo característico de tecido conjuntivo altamente vascularizado; 2- Tecido de epitelização: tecido rosado, indicativo de encerramento da ferida, surge a partir das margens. - Tecido inviável (tecido desvitalizado, geralmente composto por necrose ou esfacelo, relacionado aos diferentes níveis de morte tecidual): 1- Tecido necrosado: geralmente de coloração enegrecida e que pode ter consistência dura (necrose seca/escara) ou mole (necrose úmida). 2- Tecido esfacelo: tecido necrosado de consistência delgada, de coloração amarela ou acastanhada, podendo estar aderida ao leito e margens da ferida ou frouxamente ligada ao leito formado por excesso de fibrina; 3- Hipergranulação: excesso de tecido de granulação, que se forma para além do nível do leito da ferida, gerando tensão nos bordos. Impede a migração das células epiteliais basais e consequentemente a cicatrização. 4- Maceração: resultado de umidade excessiva (exsudato) nas superfícies epiteliais conferindo ao tecido perilesional aspecto esbranquiçado; 5- Hiperqueratose: espessamento excessivo de pelo causado por atrito frequente. Este espessamento contribui diretamente no aumento do leito da lesão se não removido. Há formação de tecido caloso ao redor da ferida. b) Características das bordas: - Se está aderida, descolada, hiperemiada, macerada, se há hiperqueratose e solapamento (túnel). c) Características do exsudato: - O tipo: 1. Sanguinolento: fino, vermelho brilhante, ruptura de vasos. 2. Seroso: fino, aguado, claro, baixo conteúdo proteico, originado do soro sanguíneo ou das secreções serosas das células, observado nas reações inflamatórias agudas e nos estágios precoces da infecção bacteriana; 3. Purulento: fino ou espesso de coloração marrom opaco para amarelo, composto por leucócitos e proteínas, produzido por um processo inflamatório; 4. Sero-sanguinolento. - O volume: se é ausente, pouco, moderado ou em grande quantidade; - O odor: se é ausente, discreto, moderado ou forte. d) Características da região perilesional: - Normal (hidratada, com cor e temperatura normais); - Desidratada (seca, descamada e pruriginosa); - Mancha ocre; - Hiperpigmentada e escura; - Temperatura fria ou quente; - Hiperemia; - Edema. - Mensurar a ferida: 1. Técnica de mensuração da área lesada: - Proceder a limpeza da ferida conforme técnica do soro em jato; - Colocar o papel filme estéril ou parte interna da gaze sobre a ferida; - Desenhar o contorno da ferida com caneta para retroprojetor; - Traçar uma linha na maior extensão vertical e maior extensão horizontal formando um ângulo de 90º entre as linhas; - Multiplicar uma medida pela outra para obtenção de área em cm². 2. Técnica de mensuração da profundidade da ferida: - Limpar a ferida; - Introduzir uma espátula estéril ou seringa de insulina estéril, sem agulha ou sonda n° 6 ou 8; - Marcar no instrumento o ponto mais próximo da borda; - Medir com uma régua o segmento marcado e anotar resultados em cm para comparação posterior; - Deve-se respeitar o orifício no qual se realiza a medição e ter o cuidado para não o ampliar durante o procedimento. 3. Técnica de mensuração de solapamento da ferida: - Introduzir sonda uretral número 10 na ferida; - Fazer varredura da área no sentido horário; - Identificar o ponto de maior descolamento tecidual (direção em horas). A referência de 12 horas deverá estar no sentido cefálico. - Marcar na espátula o ponto mais próximo da borda; - Medir na régua o segmento marcado; - Registrar na ficha o tamanho (cm) e direção (H) da medida feita para comparação posterior.
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