Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Princípios RYB: - 1° red, 2° yellow e 3° black: 1. Proteger a cor vermelha (granulação); 2. Limpar a cor amarela (necrose de liquefação, esfacelo); 3. Desbridar a cor preta (necrose de coagulação) em seguida limpar a amarela e finalmente proteger a vermelha. Curativo e cobertura: - Curativo é o procedimento do cuidado com a ferida (limpeza, desbridamento e cobertura); - Já a cobertura é o produto colocado sobre a ferida; Curativo ideal: - Mantém a umidade; - Remove o excesso da umidade; - Permite trocas gasosas; - Fornece isolamento térmico; - Impermeável a bactérias; - Permite a retirada sem traumas. Curativo seco X curativo úmido: - Curativo seco: recomendado em feridas cirúrgicas limpas, drenos e cateteres, pois nesses casos a umidade é fator de risco para proliferação bacteriana e risco de maceração. - Curativo Úmido: protege as terminações nervosas superficiais, diminuindo a dor, acelera a cicatrização, previne a desidratação tecidual e consequente morte celular, evita trauma na troca. Curativo: Passo 1: limpeza: - Tem o objetivo de remover produtos químicos, corpos estranhos, fontes de infecção da superfície da ferida; geralmente é feita com soro fisiológico a 0,9% em jato (evitar o agressivo esfregaço da pele íntegra ao redor da área para não a traumatizar. Importante: - Limpar da área menos contaminada para a mais contaminada; - Clorexidina é tóxica para feridas; - No ambiente hospitalar e ambulatorial a limpeza deve ser realizada com técnica estéril: soro fisiológico, gaze estéril, luvas de procedimento e cirúrgica. - Em caso de infecções, biofilme o uso sabão antisséptico pode ser considerado. Passo 2: desbridamento: - Processo de remoção dos tecidos desvitalizados ou corpos estranhos do leito da ferida; - Promover a limpeza da ferida, deixando-a em condições adequadas para a cicatrização; - Reduzir o conteúdo bacteriano impedindo a proliferação dos mesmos; - Prepara a área para a intervenção cirúrgica. - A seleção do método de desbridamento mais apropriado dependerá das características e do tipo da ferida, da quantidade de tecido necrosado, das condições do indivíduo, do local da ulcera e da experiência do profissional. O desbridamento pode ser: - Autolítico: Auto degradação natural do tecido necrótico. Para que este processo possa acontecer, é necessário que o leito da ferida seja mantido com umidade fisiológica e temperatura em torno de 37°, utilizando coberturas que são detentoras de umidade. Sua vantagem é ser um método indolor, não invasivo e seletivo (destrói somente o tecido desvitalizado). É mais lento que os outros métodos (72 a 96 horas). Produtos que podem ser usados nesse tipo: 1. Hidrogel: gel transparente, incolor, composto por: água (77%), Carboximetilcelulose-CMC (2,3%), Propilenoglicol-PPG (20%); mantém o meio úmido, amolece e remove o tecido desvitalizado por desbridamento autolítico; indicado para remover crostas e tecidos desvitalizados; tempo de troca de até 4 dias. - Químico/enzimático: método onde são utilizadas enzimas proteolíticas para obter remoção mais rápida do tecido desvitalizado por degradação do colágeno. Produtos que podem ser usados nesse tipo: 1. Colagenase: a colagenase tem a propriedade de decompor o colágeno em seu estado nativo; o colágeno de tecidos saudáveis ou de tecidos de granulação recentemente formados não é atacado pela colagenase (será?); mais indicada para necroses; tempo de troca de 12h ou 14h. 2. Papaína: provém do látex do fruto verde do mamoeiro (Carica papaya); desbridante químico com ação enzimática; mistura complexa que dissocia moléculas de proteínas desfazendo tecido necrótico; inativada ao reagir com agentes oxidantes como o ferro, o oxigênio, derivados de iodo, água oxigenado e nitrato de prata, luz, calor; apresentações: pó (100%), Gel (2% ou 4% ou 10% ou 20%), pomada (2% ou 4% ou 10% ou 20%); tempo de troca de 24h. * Mais indicada para necrose como desbridante; - Mecânico: remoção do tecido desvitalizado do leito da ferida com o uso de força física empregada por meio de fricção. Pode ser usada fricção com gaze, irrigação com soro instrumental cortante. - Cirúrgico: Remoção do tecido inviável com uso de lâmina bisturi, pinças e tesoura. É um método rápido, seletivo e que pode ser associado a outros tipos de desbridamento (enzimático ou autolítico). Método não recomendado em pacientes com risco de desenvolver hemorragias. Só deve ser realizado por profissional especializado e com experiência. - Biológico: é realizado pela utilização de larvas cujos ovos passaram por esterilização. As larvas secretam agentes proteolíticos e antibacterianos que liquefazem a necrose e a absorvem. Esqueminha para tratamento de feridas: 1. Tem necrose? Desbridar 2. Tem exsudato? Não - umedecer. Sim - manter. Abundante - absorver. 3. Tem odor? Sim – desbridar/ocluir 4. Tem dor? Analgesia 5. Pele adjacente? Observar/proteger 6. Tem infecção? Antibioticoterapia Passo 3: cobertura: 1. Primárias: são aquelas colocadas diretamente sobre as feridas; 2. Secundárias: são aquelas colocadas sobre a cobertura primária, quando necessário; 3. Interativas: mantém microambiente úmido e facilita cicatrização. Sua estrutura se altera à medida que reage com a lesão; 4. Bioativas: fornecem elementos necessários à cicatrização, estimulando a cura; 5. Passivas: protegem e cobrem as feridas. - Nenhuma cobertura substitui o manejo adequado; observar sempre as especificidades do paciente; - Correlato: é tudo aquilo que uso diretamente na ferida pomadas soluções - Cobertura: aquilo que usa para cobrir a ferida. Na escolha da cobertura deve-se considerar: - Ser impermeável à agua e outros fluidos, permitindo as trocas gasosas; - Ser de fácil aplicação e remoção sem causar traumas; auxiliar na homeostasia; - Proteger a úlcera contra traumas mecânicas e contra infecções; - Limitar o movimento dos tecidos ao redor da ulcera; - Promover um ambiente úmido; absorver secreções; - Promover o desbridamento; - Aliviar a dor; - Proporcionar condições favoráveis as atividades da vida diária do paciente. Princípios básicos para a realização de curativos: - Higienização das mãos antes e após; - Usar tecnologias de forma consciente; - Revisar continuamente novos conceitos; - Revisar continuamente novos conceitos; - Manter leito úmido e limpo; - Lavar lesão com solução neutra ou antisséptico adequado, quando necessário; - Não secar leito de lesão; - Desbridar (SN); - Preencher túneis e cavidades; - Proteção das bordas; - Usar cobertura adequada; - Usar adesivos hipoalérgicos; - Registrar o procedimento; Tipos de cobertura: - Prata: Raras descrições de resistência são relatadas. Quando em forma de nanopartículas (1 a 100 nm), tem seu efeito melhorado devido ao aumento da superfície de contato. Destroem a membrana e depois entram nas células causando mais danos. Tem melhor efeito nas gram negativas. Os íons de prata podem apresentar alguma toxicidade dose e tempo dependente, que é menor quando em nanopartículas. Em pediatria deve-se usar por mais de 15 dias apenas se tiver boa razão clínica (KONOP et al, 2016). - Cadexômero de Iodo: Iodo 0,9% modificado e amido hidrofflico modificado. O cadexômero são pequenas esferas com iodo 0,9%, que, em presença de exsudato fazem a liberação sustentada do iodo. Assim, absorve exsudato e libera iodo na lesão. Causa lise das células bacterianas em segundos. Tempo máximo de uso contínuo: 3 meses. NÃO usar em pessoas com insuficiência renal ou distúrbios da tireoide, nem lactantes. Dose máxima: 50g por curativo ou 150g por semana. - AGE (óleo de girassol): mantém meio úmido; já é aprovado pela ANVISA como curativo; induz fatores envolvidos na cascata de cicatrização;tempo de troca: AGE: 12h ou 24h. Gaze de rayon com óleo vegetal: 48h. Gaze de rayon com óleo mineral: 72h. - Óleo Ozonizado (sempre bom ter em casa): cicatrizes, ulceras na pele, queimaduras de primeiro e segundo grau, psoríase, seborreia, herpes zoster labial, infecção na pele; - Creme barreira: proteção contra incontinências, auxilia na diminuição de maceração devido exsudato excessivo; usado em periostomias; hidratante; mantém o ph da pele próximo ao normal (5 a 7); deve-se aplicar fina camada sobre pele limpa e seca; *Reaplicar a cada terceira ou quarta troca de fralda ou a cada 24h. - Hidrocolóide: em contato com uma superfície de ferida úmida, os curativos DuoDERM formam um gel que cria um ambiente ideal de cicatrização de feridas úmidas; filme externo impermeável; alívio de desconforto; pode ser usado em LPP 1 ou 2; o extrafino pode ser usado em lesões secas ou com leve exsudato, tecido recém formado ou pele em risco de ruptura; tempo de troca de 7 dias. - Mepilex: é composto por cinco camadas que absorve e retém o exsudato, mantendo-o longe do leito da ferida, além de permitir movimentos em qualquer direção, reduzindo o estresse da pele. - Parafina: mantém meio úmido; não adere; muito usado em áreas doadoras de enxerto; tempo de troca de 24h a 48h; usa-se impregnada em gaze. - Película de Poliuretano: membrana sintética transparente e poliuretano; não aderente na retirada; irrigar a lesão com SF para fazer retirada; indicado para granulação, lesões de epiderme, áreas doadoras de enxerto, abrasão; tempo de troca de 5 a 7 dias. - Tecnologia Lípido Coloide (TLC): impregnação de hidrocolóide (carboximetilcelulose), vaselina e/ou parafina e polímeros numa fina malha de poliéster ou numa camada aderente macia; o exsudato é absorvido, as partículas hidrocolóides tornam-se hidratadas e interagem com os polímeros de petróleo para formar um gel lipocolóide que cria um ambiente úmido; remoção não traumática; tempo de troca de 7 em 7 dias. Coberturas absorventes: - Alginato: composto de fibras marinhas extraídas de algas marrons, com ácido gulurônico e ácido manurônico, com íons de cálcio e sódio incorporados; auxilia a hemostasia devido ao cálcio presente que estimula a cascata de coagulação; alta capacidade de absorver exsudato; o alginato com carboximetilcelulose em contato com exsudato forma um gel mantém umidade no leito (absorção vertical); não ultrapassar as bordas da lesão quando não tiver carboximetilcelulose; tempo de troca de até 7 dias, se infecção até 24h. - Hidrofibra: fibras agrupadas de carboximetilcelulose sódica; alta capacidade de absorver exsudato verticalmente; em contato com exsudato forma um gel e mantém umidade no leito; ultrapassar em 2 cm as bordas da lesão; tempo de troca: até 7 dias. - Fibras Geleificantes: é um curativo de fibra gelificante, não tecido e estéril, com rápida ação antimicrobiana e proteção contra bactérias Gram positivas e Gram negativas. Em contato com o exsudato da ferida, ela se transforma em um gel. O gel ajuda a suportar um ambiente úmido na cicatrização de feridas e permanece uma peça inteiriça para removê-lo facilmente reduzindo o risco de extravasamento e maceração. Para feridas de médio a alto exsudato. Combinação com as coberturas de espuma de silicone com borda Mapilex Border: rápida ação antimicrobiana por até 7 dias; mata uma gama de patógenos incluindo por até 7 dias; mata 99% das bactérias em 24 horas. Carvão ativado: absorve o odor em feridas com odor fétido; Fixadores do curativo: - Malha tubular; - Filme transparente: prevenção de lesões por fricção; permite monitorar alterações indicativas de LPP; primário em lesões superficiais; secundário para fixação; impermeável, adaptável e extensível; tempo de troca de 7 dias. - Curativo HYPAFIX: a elasticidade e capacidade de acomodação do Hypafix garantem ao paciente maior liberdade de movimento. A ampla área de fixação do curativo reduz o risco de contaminação. Princípios básicos no tratamento de feridas: - Implementar terapia tópica adequada - Para isso observar os seguintes princípios: 1. Necrose e corpos estranhos devem ser eliminados; 2. Infecção deve ser identificada e tratada; 3. Espaços mortos devem ser obliterados; 4. O excesso de exsudato deve ser absorvido; 5. A umidade no leito da ferida deve ser mantida; 6. O isolamento térmico deve ser favorecido; 7. A ferida deve ser protegida de traumas e bactérias.
Compartilhar