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Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Vimos que: A positividade trazida pelo impulso nervoso, através dos canais de sódio dependentes de voltagem, vai provocar a abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem. Esses canais de Cálcio estão presentes apenas no final do axônio. E, quando se abrem, entra Cálcio, que vai provocar a exocitose de vesículas com neurotransmissores. Introdução A transmissão sináptica depende do potencial de ação para acontecer. No terminal axônico já existem vesículas com o neurotransmissor. Elas são formadas antes do neurônio entrar em PA e ficam estocadas. O que é a transmissão sináptica? Um tipo de comunicação celular que envolve um ou mais neurônios, em sítios de contato especializados. Esses sítios se chamam sinapse. Ela pode ser entre um neurônio e diversas estruturas: músculo, glândulas, outros neurônios, etc. Sinapse A sinapse seria o terminal axônico, a área de liberação dos neurotransmissores e o alvo, que possui receptores para os neurotrans. O neurônio que entra em potencial de ação e libera os neurotransmissores é chamado de neurônio pré-sináptico. A comunicação ocorre através do meio extracelular, não existe um contato direto/físico entre o neurônio e o alvo. Esse sítio se chama fenda sináptica ou sinapse. Se a comunicação for com outro neurônio, aquele que recebe se chama de neurônio pós-sináptico. O neurotransmissor vai influenciar de alguma forma o neurônio pós-sináptico. O primeiro neurotransmissor descoberto foi a acetilcolina, que causa bradicardia. A sinapse que ocorre nos humanos é a química. Descobriu-se que existe a sinapse elétrica, por meio do contato entre neurônios, presente em organismos não humanos e durante o desenvolvimento embrionário. Ela ocorre através de junções comunicantes, pelas quais podem passar íons. Sinapse química Existe um retardo sináptico: não é imediatamente que o neurônio entra em PA e o alvo é afetado. Há um mediador químico, ou seja, há uma substância sendo liberada, os neurotransmissores. Esse mediador vai influenciar canais iônicos do terminal pós-sináptico. (canais dependentes de ligantes). Para que o neurotransmissor seja liberado, a célula tem que entrar em potencial de ação, para que o Cálcio entre e permita a liberação das vesículas. Quanto mais cálcio entrar na célula, mais vesículas vão ser liberadas. Isso significa que a liberação nos neurot. é totalmente dependente de cálcio. A transmissão é unidirecional, ou seja, o neurônio pré-sináptico sempre será o terminal pré de sua célula alvo. O pós não vira pré. Os neurotransmissores, ao chegar ao alvo, pode excitá-lo ou inibi-lo. O que precisa acontecer? A célula tem que ser capaz de produzir o neurotransmissor (muito antes da sinapse). Isso acontece no corpo celular, onde ele é empacotado em vesículas. Tem que haver Potencial de ação. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo O mecanismo de exocitose deve ocorrer. O alvo tem que ter um receptor para o neurotransmissor. Se ele não conseguir interagir, não acontece nada. O neurotransmissor tem que der capaz de modificar de alguma forma o alvo. O neurotransmissor tem que ser removido da fenda após realizar sua função. Se não for removido, continuará fazendo efeito. Etapas da liberação vesicular O neurotransmissor chega e fica empacotado nas vesículas. Essas vesículas não estão inicialmente posicionadas para a exocitose. Depois de ter a incorporação do nt, elas serão posicionadas no terminal axônico. Esse posicionamento tem uma ancoragem. O cálcio abre a vesícula que já estava posicionada na membrana plasmática. Essa vesícula que já liberou seu conteúdo vai ser reciclada. Diversas clatrinas a reciclam para que capte mais neurotransmissores. A etapa de ancoragem envolve uma maquinaria proteica altamente conservada (conservada porque não mudou ao longo da evolução): Complexo snare, etc. Elas vão se unindo à vesícula e acordando-a à membrana. Se alguma coisa acontecer com essas proteínas e elas não realizarem sua função, não haverá a liberação do nt mesmo que a célula entre em PA. Existem toxinas (botulismo) que atacam o complexo snare, prejudicando a ancoragem da vesícula, que não acontece sem o complexo snare. Essa toxina botulínica interfere nas sinapses colinérgicas (onde há a liberação do nt acetilcolina). Sem ela, o diafragma não contrái e a pessoa morre. No Botox, as toxinas vão atacar neurônios motores específicos que realizam contração muscular da face. Isso tudo para evitar as rugas, que são resultado da contração do músculo. Receptores do NT O nt se liga aos seus receptores presentes no alvo. Esses receptores podem ser de dois tipos, depende do alvo: Ionotrópicos É um receptor para nt e ao mesmo tempo é um canal iônico. A ligação nt-receptor ionotrópico vai fazer com que ele mesmo se abra. Metabotrópicos Ele não é um canal iônico. Porém, vai influenciar canais iônicos próximos a ele. A ligação nt-receptor metabotrópico vai desencadear eventos intracelulares que vão influenciar canais iônicos próximos. Geralmente, essas ligações são mais amplificadas, porque um receptor pode influenciar vários canais. Já os ionotrópicos são mais diretos. Resposta no terminal pós-sináptico Um mesmo nt pode provocar respostas opostas, dependendo do tipo de receptor que esse possui. Exemplo: a acetilcolina provoca bradicardia no coração. A mesma acetilcolina tem efeito excitatório nas células musculares. O sufixo -érgico é utilizado para nomear os receptores de diferentes substâncias. Por exemplo, acetilcolina: receptores colinérgicos. Dopamina: dopaminérgico. Auto-receptores A célula pré-sináptica também possui receptores para o nt. Esses receptores, quando é a própria célula que tem eles, são chamados de auto-receptores. Então, na fenda sináptica o neurônio vai liberar o nt, que permanecerá na fenda. Do mesmo jeito que Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo ele interage com os receptores do alvo, em algum momento ele também vai interagir com os próprios receptores que estão no terminal axônico. Quanto mais nt é liberado, mais interação haverá dos nt com os auto-receptores. E, a tendência dessa interação é que seja produzido menos nt das próximas vezes. Esses auto-receptores são um mecanismo de feedback negativo, como uma regulagem da produção de nt. Inibem a liberação do nt em transmissões futuras. Remoção de NTs da fenda sináptica O nt ele fica na fenda sináptica, a não ser que algo o retire. Normalmente, por processos naturais ele não fica para sempre na fenda sináptica, já que ele precisa ser removido. Se não for removido, o efeito que ele promove fica muito prolongado. Existem algumas possibilidades para que ele seja removido. Isso vai variar do tipo de NT. A própria célula que produziu pode captar ele de volta e ser recarregado na vesícula. Pode ser que na fenda exista alguma enzima preparada para degradar o nt. Pode voltar para dentro do neurônio e ser degradado. Pode ser captado por células da glia. Classificação das sinapses quanto ao arranjo sináptico: Para sinapses entre neurônios Axodendrítica (a): Entre o terminal axônico e o dendrito. Axossomática (b): Entre o terminal axônico e a membrana plasmática do corpo celular. Axoaxônica (c): Entre dois terminaisaxônicos. Nessa sinapse, a sinapse fica muito longe da zona de disparo. Esse tipo de sinapse ilustra mexer na questão da liberação de cálcio. Não influencia do PA do neurônio, mas na liberação de vesículas. Pode ajudar ou atrapalhar as outras conexões. Integração sináptica Um só neurônio recebe sinapses de inúmeros outros ao mesmo tempo. Quando ele recebe comandos antagônicos, o que vai influenciar mais? Os excitatórios ou inibitórios? No sistema nervoso há bilhões de neurônios nessa situação, então há várias probabilidades. Quais fatores vão influenciar? Cada conexão com outro neurônio, é uma ação em potencial que pode acontecer. Potenciais excitatórios pós-sinápticos - PEPS São as entradas excitatórias. Ele acontece quando os neurotransmissores recebidos promovem a abertura (direta ou indireta) dos canais de sódio. Ou seja, culminam na ativação do PA. O balanço de todas as entradas e a distância até a zona de disparo que vai dizer se o PA aconteceria ou não. A efetividade de um peps para despolarizar um neurônio o suficiente para que ocorra o PA, depende da distância da zona de implantação, do número de peps ativados... Potenciais inibitórios pós-sinápticos - PIPS Entradas inibitórias. Em vez de abrir canais de sódio, abrem canais de potássio, provocando a hiperpolarização. A efetividade de um pips para hiperpolarizar um neurônio, depende da distância da zona de implantação, do número de pips ativados... Quem ganha? PEPS ou PIPS? Depende de muitos fatores: Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Somação espacial O número de entradas de cada um (o que estiver em maior número ganha); Inúmeras conexões ao mesmo tempo dão maior efeito do que uma só. Somação temporal O número de estimulações geradas. Uma entrada que estimula em alta frequência terá mais impacto que aquela que só estimula uma vez e para. A posição das conexões também influencia. Pode haver umas entradas mais próximas do cone de implantação. Observação: Pode existir uma inibição/excitação pré-sináptica, na qual um terceiro neurônio vai inibir ou instensificar a liberação de nt de outro, afetando seu efeito no terminal pós-sináptico. Sinapse tripartida Sempre numa fenda sináptica haverá glias influenciando as dinâmicas com os NTs. Chama-se de tripartida porque é neurônio-neurônio-glia. Geralmente é o astrócito. Neurotransmissores Neurotransmissor vs Hormônio As substâncias são consideradas neurotransmissores quando liberadas em fendas sinápticas; Considerados hormônios quando secretados por células endócrinas na corrente sanguínea ou no meio extracelular. As duas atuam num alvo, que precisa ter receptores específicos para ela. Agonistas vs Antagonistas Agonista Pode haver moléculas/substâncias muito parecidas ao NT, que se ligam ao mesmo receptor e promovem a mesma resposta. Provoca o mesmo efeito que o NT original. Um bom exemplo disso são medicamentos. Tudo que favorecer uma determinada neurotransmissão, será chamada de ação agonista. Antagonista Há situações em que substâncias parecidas com a original conseguem se ligar ao receptor, mas sem gerar resposta. Impede a original de se ligar. Um bom exemplo são medicamentos. Tudo que prejudica será efeito antagonista. Principais NTs: Acetilcolina Encontrada na junção neuromuscular (sinapses entre neurônios e células musculares estriadas esqueléticas). No coração, causa bradicardia. Neurônios que inervam células musculares são necessariamente colinérgicos. A conexão acontece na placa motora: local da fibra muscular onde existem receptores colinérgicos. Ela causa contração muscular, é excitatória. Não possui ação inibitória. O relaxamento do músculo acontece pela ausência de sinapse. Receptores: Muscarínicos (metabotrópico) e nicotínicos (ionotrópico). Agonistas: Nicotina e muscarina. Antagonistas: Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Curare e atropina. Miastenia gravis Doença autoimune caracterizada pelo funcionamento anormal das junções neuromusculares. O alvo é atacado (a fibra muscular). A placa motora é atacada. Anticorpos atacam os receptores colinérgicos. Provoca fraqueza muscular. Catecolaminas Derivados da tirosina. Esse aminoácido vai sofrendo reações enzimáticas até dar origem a um deles: Adrenalina/Epinefrina e Noradrenalina/Noraepinefrina Estão relacionados às funções viscerais e o sistema nervoso autônomo. No SNC, estão relacionadas a nível de alerta. Causam taquicardia. Ambas conseguem se conectar aos mesmos receptores. Receptores: Alfa 1: Ionotrópicos Alfa 2: Ionotrópicos Beta 1: Metabotrópicos Beta 2: Metabotrópicos Beta 3: Metabotrópicos Agonista: Fenilefrina. Antagonista: Propanolol. Dopamina Controle do humor e do comportamento. Relacionado ao abuso de drogas ou comportamentos viciosos. Controle de movimento. Os núcleos da base têm receptores dopaminérgicos. Quando há degeneração desses neurônios, causa Parkinson. Receptores: D1, D2, D3 e D4. Agonista: L-dopa. Antagonista: Haloperidol. Serotonina Derivada do triptofano. Atua na regulação do humor. Bastante presente no trato gastrointestinal. Receptores: 5HT 1A-1F. 5HT 2A-C e. 5HT3. Agonista: Fluoxetina-prozac. Antagonista: Risperidona-antipsicótico. Glutamato Principal NT excitatório do SNC. Relacionado a aprendizagem. Receptores: AMPA. NMDA. Cainato. GABA - ácido gama amino butírico Principal NT inibitório do SNC. Quase todas as conexões inibitórias no encéfalo são mediadas por esse NT. É o glutamato alterado, que sai do estado excitatório para o inibitório. Receptores: Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Professor Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo GABA A. GABA B. Agonista: Muscimol. Antagonita: Bicuculina. Ele é um dos medicamentos que diminui a atividade do SNC. Há medicamentos que atuam como agonistas do GABA não por imitá-lo, mas por favorecer a afinidade do GABA com o seu receptor. Quando estão ligados, prolongam a ação GABAérgica.
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