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INSTITUTO DE TREINAMENTO E PESQUISA EM GESTALT-TERAPIA Alessandra Iovanovich de Paula Oliveira Turma: 34 O livro “O Ciclo do Contato”, foi produzido por Jorge Ponciano Ribeiro, em 2007, no intuito de apresentar de forma clara e didática conceitos de bastante utilização na abordagem gestáltica, como o que é o contato, a forma como ele é feito, fatores de cura e bloqueios de contato, trazendo ainda, a importância do self nesses processos. Ribeiro (2007), apresenta o contato como instrumento, técnica de aproximação e compreensão da realidade, descobrindo um caminho entre a experiência imediata e a realidade interna do outro. Em um processo psicoterapêutico, o que se pretende, é a busca pela a razão da totalidade, tendo como resultado, o contato pleno como agente potencial de mudanças. Nesse sentido, totalidade, consciência e contato sustentam o que é dito como “tripé da mudança”. Na ausência de pelo menos um desses, o processo de mudança é rompido, inoperando o contato. (RIBEIRO, 2007) O processo de mudança e o contato pleno, acontece quando por meio da junção das funções sensitivas, cognitivas e motora (sentir, pensar e agir), em uma interdependência dinâmica, que por meio de uma consciência emocionada, no encontro, por exemplo, com o “medo”, “coragem”, “esperança” e etc., possibilita bem-estar pleno em conjunto a mudanças e possibilidades novas, reisignficando coisas, pessoas e até a existência. Isso acontece quando o indivíduo vivencia esses processos de forma intensa e verdadeira. (RIBEIRO, 2007) O clico da mudança é didática e visualmente melhor para compreensão dos campos do cliente presentes no momento. O contato então, é resultado da relação dinâmica na relação pessoa-mundo, existente em seu espaço vital, entendendo então, que o self organiza sua própria auto-regulação, usando seus respectivos mecanismos. (RIBEIRO, 2007) A relação entre contato e self é intrinsicamente direta, levando em consideração que o self só existe quando se está em contato, ou seja, é holístico e relacional-existencial (PERLS, HEFFERLINE E GOODMAN, 1951, apud RIBEIRO, 2007). O self expressa-se via mecanismo de regulação organísmica, sendo ora saudável, quando estão em posição de auto-regulação com o universo e funcionam como protetores naturais da relação self-eu, e ora patológico, quando o universo energeticamente está influenciando negativamente estes mecanismos, afetando, assim, sua própria unidade relacional de forma disfuncional. (RIBEIRO, 2007) Ribeiro (2007) relata o self como centro do Ciclo de Contato, que permite- nos captar a existência do sujeito pela influencia que lhe é concebida e a forma como esse sistema (ciclo e self) foi construído com o tempo na relação self-eu- no-mundo. O self possui uma atribuição de equilibrar as forças que emergem do mundo em direção ao eu e as sensações do self. A partir daí, motiva-se a necessidade do surgimento dos mecanismos de defesa do eu para a defesa do self de alguma situação inapropriada para aquele individuo naquele momento. A resistência formada pelo mecanismo de defesa, será vista, no processo psicoterapêutico, como um mecanismo desequilibrador para um processo saudável dessa pessoa. (RIBEIRO, 2007) No Ciclo de Contato, envolve Fatores de Cura, como um alto potencializador de mudanças, capaz de afetar a própria natureza da personalidade. Quando se é vivenciado plenamente cada passo do Ciclo de Contato, ocorre a possibilidade de mudanças e estimulando a pessoa para o contato total consigo mesma, no mundo. (RIBEIRO, 2007) O Fator de Cura, para Ribeiro (2007), é tido como momento maior do contato, envolve alguns elementos, tais como: um universo cognitivo, onde o sujeito vai localizar sua relação com o sintoma de forma interessada, constante e inteligente; uma consciência emocionada para descobrir todas emoções presentes como motivadoras para mudança; e uma totalidade dinamicamente transformadora. Os processos que envolvem os Fatores de Cura, são: Fluidez, como movimento criativo e espontâneo para recriar o seu cotidiano; Sensação, foco e atenção aos sinais que o corpo manifesta; Consciência, como conhecimento mais claro e reflexivo sobre as pessoas e coisas; Mobilização, necessidade de mudar, sair da rotina; Ação, impulso interno à agir para com suas responsabilidades; Interação, como aproximação do outro sem reciprocidade; Contato final, a fonte de prazer é encontrado em si mesmo, é nutrido por aquilo que quer e do que gosta sem influencias; Satisfação, o outro é fonte de contato nutritivo para o prazer e a vida pode ser co-dividida; Retirada, sair de situações as quais não lhe convém, sendo fiel a si mesmo. (RIBEIRO, 2007) O CicIo apresenta, igualmente, mais nove processos de Bloqueios do Contato, sendo eles: Fixação, apego excessivo a pessoas, ideias ou coisas, temendo ao novo; Dessensibilização, frieza diante a qualquer tipo de contato, onde ocorre uma redução sensorial a estímulos externos; Deflexão, sentimento de incompreensão, de menor valor onde o vitimismo se faz muito presente; Introjeção, onde faz deste individuo digerir normas, valores e opiniões alheias como dele; Projeção ocorre uma dificuldade e identificar o que é meu, projetando no outro coisas que não são agradáveis a este individuo; Proflexão, onde ocorre uma manipulação para que as situações saiam exatamente como este individuo é; Retroflexão, este individuo deseja ser como os outros querem que ele seja, submetendo-se passivamente à eles; Egotismo, este individuo como centro das coisas; Confluência, ligação forte entre este indivíduo e o outro, sem diferenciar o que é dele e do outro, buscando sempre agradar o outro. (RIBEIRO, 2007) O Ciclo do Contato esta instituído por nove Bloqueios de Contato e nove Fatores de Cura como uma forma de modelo a se pensar na psicopatologia do sintoma, visando já, um prognostico de mudanças. Analisando a forma que a pessoa descreve como sua dinâmica funciona, é possível encontrar o local do Ciclo do Contato e Fatores de Cura que o indivíduo está situado. (RIBEIRO, 2007) Não acontece a estabilização em somente um ponto no Ciclo do Contato, pois intercala tanto nos fatores de cura, quanto nos bloqueios de contato, contudo, há um foco maior mais em um do que outros pontos. Experenciar intensa e conscientemente cada um desses pontos é certamente curativo, pois permite a pessoa entrar em contato com a mecanismo polar no processo em busca de sua essência. (RIBEIRO, 2007) Ribeiro (2007), implica o conceito de contato nas organizações, como um modo estruturado para analisar o comportamento de uma organização, focando nas relações relevantes e então, identificar o núcleo, cultura, identidade ou self da empresa, almejando a saúde e não-doença nas organizações, sob o ângulo do conceito de Contato. Ao finalizar o livro, o autor faz referência entre o contato e as teorias que o sustenta, tais como: A teoria Humanista Existencialista; Fenomenologia; Teoria de Campo; Teoria Organísmica; Psicologia da Gestalt. REFERÊNCIA Ribeiro, J. P. (2007). O ciclo do contato. Summus Editorial. Perls, F., Hefferline, R. E., & Goodman, P. (1951). Gestalt Therapy Excitement and Growth in the Human and Personality.
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