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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE BIOLOGIA Ariane Gonçalves, Eduarda Agda, Fernanda Nascimento, Leane de oliveira, Tailane Pinheiro Resenha SALVADOR - BA 2019 1 Anne Gonçalves, Eduarda Agda, Fernanda Nascimento, Tailane Pinheiro Resenha 2 Salvador-BA 2019 Problema: Queimadas na região da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil A ocorrência de incêndios florestais é um distúrbio natural em muitos ecossistemas, que se manifesta em condições determinadas de umidade do ar, temperatura e direção dos ventos (Rebelo, 1980), porém a ação antrópica tende a ampliar a recorrência e a extensão deste fenômeno. Esses Incêndios são considerados em diversos estudos como sendo umas das principais ameaças às unidades de conservação, devido às mudanças físicas, biológicas, e químicas que produz no ambiente, gerando consequências sobre o solo, a vegetação, a fauna e o ar atmosférico (Miranda et. al., 1996). O uso de fogo na vegetação é proibido de acordo com o código florestal. Porém existem exceções em alguns casos como : locais onde se justifique a prática agropastoril e florestal, queima controlada em Unidades de Conservação (UC) cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo,atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa.No entanto, essas práticas devem ser autorizadas pelos órgãos estaduais competentes. Com relação à legislação se o incêndio provocado for criminoso, o responsável será punido. Segundo o artigo 41 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), a pena para quem provocar incêndio em mata ou floresta é de reclusão de dois a quatro anos e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa (IBAMA,2014). Dentre as regiões do Brasil que sofrem com incêndios, está a Chapada Diamantina, na Bahia. O principal tipo de vegetação da Chapada Diamantina é o campo rupestre. Essa região possui uma flora única e rica, exibe mais de 3.000 espécies de Angiospermas (Giulietti et. al., 1986), as mais variadas fisionomias, e alguns gêneros endêmicos, sendo esta diversidade comparada apenas à encontrada em regiões de Mata Atlântica, Floresta Amazônica (Harley, 1995). O Parque Nacional (Parna) da Chapada Diamantina é a unidade de conservação (UC) federal que registra o número de focos de incêndio por 3 temporada, embora normalmente não seja aquela onde se encontram as maiores extensões queimadas (IBAMA 2008). A Chapada Diamantina é um importante centro de diversidade da flora brasileira, onde muitos gêneros mostram extraordinário grau de diversificação (Harley & Simmons, 1986). Ela é considerada uma das regiões de maior diversidade florística da América do Sul (Giulietti et aI., 1996) e é uma das regiões que mais são assoladas por constantes queimadas, demandando grande quantidade de recursos financeiros no combate e controle dos incêndios. Sabe-se que havendo indícios de incêndio é necessário entrar em contato com o Corpo de Bombeiros para que os mesmos desempenhem suas funções e atuem na preservação da Unidade de Conservação. Porém, o voluntariado é cada vez mais crescente, principalmente em regiões em que há queimadas constantes. A região da Chapada conta com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade que além de oferecer treinamento para os voluntários, também oferece recursos para manutenção da brigada e estadia das pessoas que se dispuseram a ajudar. Mais conhecida como AVC-VC, a Associação dos Condutores de Visitantes do Vale do Capão é constituída por moradores locais voluntários. Esta associação atua em ações emergenciais de busca e salvamento em ambientes remotos e também na prevenção e combate dos incêndios florestais. (AVC-VC, 2016) O ecoturismo fornecido gratuitamente por esta associação recebe doações dos visitantes que é convertido em recursos para a aplicação de cursos ambientais para a população local. Além das doações dos visitantes, a associação recebe auxílio do governo com os equipamentos de proteção e ação. Devido às ações empregadas nas áreas de monitoramento, combate e investigação, O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) registrou, no período de fevereiro de 2017 a março de 2018, o menor índice de incêndios dos últimos 16 anos e, provavelmente, o da sua história. Nessa temporada foram contabilizados 19 focos. No ano de 2002, quando os incêndios passaram a ser monitorados com maior precisão, foram registrados cerca de 250 focos, um número 13 vezes maior. Dados coletados pela estação pluviométrica de Lençóis mostram que, apesar do clima cada vez mais seco, ao longo desse tempo, foi possível 4 diminuir as áreas queimadas. Em 2015 quando mais de 20% da sua área foi atingida pelo fogo, caíram cerca de 730 mm de chuva, enquanto o ano 2017, apesar de ter recebido 100 mm a menos, teve quase 20 vezes menos o número de incêndios (ICMBio, 2018). Com esses resultados é possível observar que as ações empregadas em conjunto pelos moradores, voluntários e Instituição e geraram resultados e uma queda efetiva dos incêndios na Chapada Diamantina. Essas queimadas ainda são recorrentes, se tornando necessária uma constante e incessante conscientização da população. Pois muitas vezes, ainda agem de forma imprudente, quando acendem objetos inflamáveis (cigarros, isqueiros, fogareiros, etc) no Parque Nacional da Chapada Diamantina e nas imediações. Esses incêndios florestais colocam em risco a fauna e a flora. Devido a isso, a atuação do biólogo é muito importante, na tentativa de minimizar a situação de risco de extinção de espécies que foram prejudicadas dentro do seu próprio hábitat pela ação do homem.O biólogo pode desempenhar papéis importantes relacionados à esses desastres ambientais, tais como: Conservação in situ, ex situ e on farm. Na conservação in situ são utilizadas estratégias de conservação de ecossistemas e habitats naturais e de manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais. A conservação ex situ, por outro lado, envolve a manutenção das espécies que ocorre fora do seu habitat natural, esse método possui importância científica e econômico-social. A conservação on farm é complementar à estratégia de conservação ex situ, sendo uma forma de conservar recursos genéticos da agrobiodiversidade(MMA). Ao longo do tempo, esses eventos têm atingido muitos Parques de Conservação, Portanto, é fundamental que mais estudos sejam feitos para descobrir métodos eficientes de controle que busquem sistematizar estas ocorrências e utilizar os dados para planejar ações de prevenção e combate, além de subsidiar pesquisas cientìficas referentes à esses problemas 5 Referências Harley, RM. & Simmons, N.A. 1986. Florula of Mucuge. Chapada Diamantina, Bahia, Brasil.Royal Botanic Gardens, Kew, 227 p Giulietti, A.M., Queiroz, L.P. & Harley, R.M. 1996. Vegetação e flora da Chapada Diamantina, Bahia. Anais 4' Reunião Especial da SBPC, Feira de Santana, pp. 144-156. MIRANDA, H. S.; ROCHA E SILVA, E. P.; MIRANDA, A. C. Comportamento do Fogo em Queimadas de Campo Sujo. In: Simpósio sobre Impacto das queimadas sobre os ecossistemas e mudanças globais. Anais... Brasília: UnB, 1996 IBAMA. 2008. Parque Nacional da Chapada Diamantina – BA. Relatório de combate ampliado. IBAMA – PREVFOGO: Brasília. 11 fl. INPE 2010. Catálogo de imagens. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Lei da vida: Lei dos crimes ambientais: Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. /2º ed., revista e atualizada. CNIA. – Brasília: Ibama, 2014. 64 p.
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