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Resenha breve Histórico do espaço enquanto campo disciplinar

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KOHLSDORF, Maria Elaine: Breve Histórico do espaço enquanto campo disciplinar. In: FARRET, R. L. O espaço da cidade. Contribuição à análise urbana. São Paulo: Projeto, 1987.
Discente: Gabriela Gasparotto / Urbanismo I
Antes do século XIX, na Idade Média, Renascimento, Barroco, entre outros, a arquitetura e o espaço urbano tiveram diversas transformações de morfologias e modos de ver a cidade, caracterizados por critérios estéticos e funcionais, e não críticos. Com a vinda da Revolução Industrial, houve uma nova transição. Um novo modo de vida estava se criando, com o esvaziamento do campo, e consequente superlotação dos centros urbano, entretanto sem uma preparação para a crescente quantidade de habitantes em tão pouco espaço de tempo. 
A autora apresenta um questionamento importante, de maneira a notar que a crítica quanto o urbano é precário na arquitetura. Muitas matérias estudam a cidade como a arquitetura deveria estudar, refletindo sobre ela como parte da sociedade. Isso é constantemente colocado em análise pela autora, pois geografia, sociologia e economia por mais que analisem criteriosamente não focam ao urbano como a arquitetura faria caso centralizasse sua atenção a isso. Nesse contexto, na Europa certas ideologias são colocadas após a Revolução Industrial tratando do espaço urbano tanto em vista do futuro, progressismo, quanto do passado, culturalismo. Mas Maria Elaine já deixa explícito que ambas posições são consideradas incorretas. 
Culturalismo surgiu entre 1880 e 1890, e acreditava que a era industrial fazia com que a cidade sofresse uma perda de valores, sua manifestação frequentemente era feita de maneira indireta. Era apegada ao passado e ao modo de vida dos períodos anteriores. Mesmo diante disso, é a proposta mais cabível a autora, pois as interferências não necessitavam de grandes investimentos, como era o caso do progressismo, interessado no futuro. 
No progressismo, a Revolução é a chave dos tempos modernos, chegou até a um distanciamento da realidade. Voltado as estruturas técnicas, assumiu novas feições após a Segunda Guerra Mundial com seu conceito voltadas as tecnologias construtivas a fim de suprir a necessidade que o espaço urbano precisava, tornando possível a respostas as necessidades socais. Kohlsdorf também apresenta a ideia de Marx e Engels sendo que “somente a partir de transformações das estruturas sociais seria possível haver transformações nas estruturas urbanas”.
Com a obra de Patrick Geddes “Cidades em Evolução” inicia-se um novo pensamento, o planejamento urbano ou planning, uma estratégia racional de pensar a cidade antes de inicia-la. A autora deixa claro um abandono as ideias europeias do progressismo e culturalista, pois procedendo a obra de Geddes, os trabalhos de Lewis Munford estudam a cidade como ponto crítico do convívio social, análise essa que era precária considerando a posição da autora na introdução. Dessa forma, o passado e o futuro que antes andavam separados, começam a se interligar com a cidade industrial. Entretanto, nesse período, o estudo do espaço por outras disciplinas como sociologia, economia e geografia, foi avançando, exceto pela arquitetura, que não manteve seu enfoque.
No Brasil, a industrialização por mais que atrasada também influenciou na urbanização, com intervenção do progressismo europeu. Sendo assim, o urbanismo do país não é crítico, como a autora indaga necessário. Esse fato é concretizado nos projetos urbanos de Goiânia e Belo Horizonte por exemplo. Consequência disso, hoje em dia é o urbanismo praticado sem nenhuma reflexão ou pesquisa, como cita Maria Elaine “os resultados do processo de concentração demográfica e econômica em nosso pais expressam-se, hoje, na acentuação dos desiquilíbrios de distribuição populacional e de economias regionais, reforçando o antigo modelo colonial”.

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