Buscar

Gestão - Inclusão e Democracia no Ambiente Escolar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GESTÃO ESCOLAR INTEGRADA COM ÊNFASE EM ADMINISTRAÇÃO, COORDENAÇÃO, INSPEÇÃO, SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Fabiano Moura Rubio
GESTÃO: INCLUSÃO E DEMOCRACIA NO AMBIENTE ESCOLAR
A Educação Inclusiva foi considerada pela primeira vez pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1961, onde utilizava-se o termo “excepcionais” para reportar-se às pessoas com necessidades especiais, e a Educação Inclusiva não era obrigatória, ou seja, era cumprida quando possível (BRASIL, 1961). Como podemos observar nos artigos 88 e 89 dessa lei:
Art. 88 - A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. 
Art. 89 - Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções.
Em 1988, com a criação da Constituição Federal, as pessoas com deficiência passaram a ter seus direitos educacionais certificados e garantidos por lei, o que implica na possibilidade de o aluno com deficiência estudar na escola regular, com acesso ao atendimento educacional especializado, oferecido por meio de profissionais capacitados teórica e metodologicamente para a educação inclusiva (BRASIL, 1988). Como consta no artigo 208, inciso III:
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
(...)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Porém, somente em dezembro de 1996, com a nova LDB, e posteriormente, com o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB n.2), de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais de Educação Especial para a Educação Básica, houve uma atenção maior para a diversidade das pessoas com deficiências, pois ambos determinam que todos os alunos devem ser matriculados em todos os sistemas de ensino e que o atendimento dos alunos com necessidades especiais deve ser realizado em classes comuns do ensino regular em qualquer etapa ou modalidade da educação básica (BRASIL, 1996; BRASIL, 2001). 
Com a evolução das políticas dirigidas às pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE), torna-se urgente a mudança de pensamento da escola, do professor e da sociedade sobre o que é Educação Inclusiva. Ou seja, pensar no aluno como a origem de um problema, exigindo que ele se ajuste à escola é uma leitura inconcebível nos dias atuais (MENDES, 2006).
Porém, mesmo da obrigatoriedade, a educação inclusiva ainda se encontra em fase inicial (RETONDO e SILVA, 2008). Embora ainda estejamos longe de atingir os ideais de uma educação para todos, é de suma importância a efetivação das políticas existentes para que mecanismos legais possam garantir o direito de todas as crianças conviverem e aprenderem juntas em espaços regulares de ensino (GARCIA, 2007). 
Nesse sentido, o grande desafio é organizar as escolas de forma que possam contribuir com o aprendizado de todos os alunos, em especial aos que apresentam NEE, transformando-as em um ambiente acolhedor e prazeroso, onde todos tenham acesso, possam permanecer, e desfrutem de um aprendizado com sucesso e qualidade, independentemente de suas características físicas, cognitivas, sociais ou culturais (STAINBACK e STAINBACK, 1999; CARVALHO, 2004).
Segundo Repoli, et al. (2010), a inclusão deve quebrar os paradigmas do conservadorismo que circundam o ambiente escolar, visto que, a escola se torna inclusiva quando reconhece as diferenças entre seus alunos e busca por meio do processo educativo a integração de todos, bem como o uso de novas práticas pedagógicas. Segundo os autores, “Não é fácil e nem imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula”.
Além disso, para Mantoan (2006) o nosso sistema educacional, diante da democratização do ensino, apresenta dificuldades para solucionar uma relação complexa, que é a de garantir escola para todos, mas de qualidade. É indiscutível que o problema escolar brasileiro é dos mais difíceis, e que a inclusão aumenta esse grau de dificuldade, pois o número de alunos que temos de atender é excessivo, as diferenças regionais são inúmeras, as escolas são extremamente conservadoras, entre outros fatores. 
Pesquisas apontam ainda, que a má formação dos professores, a míngua ou a limitada disponibilidade de recursos, os espaços inapropriados e as políticas não ajustadas às situações são as principais razões pela qual educação inclusiva não é praticada corretamente (BRUNO, 2007; GLAT e FERREIRA, 2003).
Nesse sentido, se sobressai a importância do gestor escolar para se construir uma escola regular que atenda as NEE dos alunos, uma vez que, é ele quem contribui com a estruturação das escolas, objetivando transformações. Assim sendo, se torna necessário ter um gestor comprometido com a educação inclusiva e inclinado a mobilizar toda a comunidade escola.
Compreendemos que uma gestão escolar envolvida com os princípios democráticos, onde os propósitos derivam sempre de um todo, faz com que a escola assuma o papel de lutar pela mudança social, garantindo alterações de atitudes e valores discriminatórios, onde os indivíduos construam uma sociedade inclusiva, que objetiva a educação de qualidade para todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em < www.planalto.gov.br >. Acesso em: 20 Mai. 2020.
______. Constituição. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constitui... Acesso em: 22 Mar. 2020.
______. Presidência da República. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Disponível em < www.planalto.gov.br >. Acesso em: 25 Mar. 2020.
______. Plano Nacional de Educação. 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ arquivos/pdf/pne.pdf. Acessado em: 27 Mar. 2020.
__________. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira Educação. 2006.
BRUNO, M. M. G. Educação Inclusiva: componente da formação de educadores. Revista Benjamin Constant, Ed. 38, 2007.
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.
GARCIA, R. M. C. O Conceito de flexibilidade curricular nas políticas publicas de inclusão educacional. In: Jesus, D. M. e col. (Org.). Inclusão, práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisa. (p.11-20). Porto Alegre: Mediação, 2007.
GLAT, R.; FERREIRA, J. R. Panorama Nacional da Educação Inclusiva no Brasil. Relatório elaborado para a Oficina de Educação Inclusiva/Banco Mundial, 2003.
MANTOAN, Maria Tereza E. Ser ou estar: eis a questão. Explicando o déficit intelectual. Rio de Janeiro, WVA, 1997.
REPOLI, E. A.; MANTOAN, M. T. E.; MACHADO, R. A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceara, 2010.
RETONDO, C. G.; SILVA, G. M. Ressignificando a Formação de Professores de Química para a Educação Especial e Inclusiva: Uma História de Parcerias. Química Nova na Escola, 30, 27-33, 2008.
STAINBACK, S. B.; STAINBACK, W. C. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, 1999.

Continue navegando