O Papel da Inspeção no Contexto Escolar

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GESTÃO ESCOLAR INTEGRADA COM ÊNFASE EM ADMINISTRAÇÃO, COORDENAÇÃO, INSPEÇÃO, SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Fabiano Moura Rúbio
O Papel da Inspeção no Contexto Escolar
A profissão de inspetor escolar é bem antiga, sua história caminha juntamente com a evolução do ensino, dessa maneira, é preciso conhecer o passado para compreender o presente e os seus paradigmas em discussão. Dependendo da localidade, o inspetor era nomeado de diferentes modos, além disso, dependendo da situação social, econômica e política de cada época, ele também podia apresentar certas particularidades e distintas atribuições.
No Brasil, o trabalho da inspeção escolar teve início com a chegada dos Jesuítas, no período colonial. Nessa época, o inspetor atendia as exigências do poder e, posteriormente, do Estado de poder. Antigamente as principais atividades desenvolvidas pelo inspetor eram de vistoriar, vigiar, fiscalizar, observar, revistar, examinar, inspecionar, verificar, olhar e controlar, bem como comparar resultados das escolas e relatar ao órgão competente.
Contudo, conforme mudanças vão ocorrendo no sistema político e educacional, aumenta a busca de um novo perfil deste profissional. A profissão de Inspeção Escolar passa a ser regulamentada por meio do Decreto n. 19.890 de 18 de abril de 1931, em seu artigo 51:
Art. 51 - Subordinado ao Departamento Nacional do Ensino, é criado o serviço da inspeção aos estabelecimentos de ensino secundário, sendo seus órgãos, junto àqueles, os inspetores e os inspetores gerais (BRASIL, 1931).
Sendo reforçada pelo Decreto n. 21.241 de 4 de maio de 1932, que consolida as disposições sobre a organização do ensino secundário e dá outras providências, em seu Capítulo II – “do serviço de inspeção”, artigos 63 a 86 (BRASIL, 1932).
O inspetor escolar tem a missão de colaborar no processo de ensino-aprendizagem e faz parte da equipe gestora, estando presente dentro da escola ou na administração do ensino, como na Secretaria de Educação. Segundo Augusto (2010), esse profissional tem uma função intermediária entre o sistema e as escolas, daí a sua característica de exercer a comunicação bidirecional.
Em busca da democratização da Educação, o Inspetor Escolar se torna responsável pela regularização e cumprimento das questões legais que instruem os promotores da educação. Ou seja, suas atividades não se limitam apenas ao papel de fiscalizador, o profissional auxilia, também, na prevenção e correção de desvios e disfunções no sistema.
Hoje em dia, educadores defendem o controle coletivo da qualidade da educação, ou seja, todos os atores que fazem parte do cenário educacional buscam essa qualidade (FERREIRA e FORTUNATO, s.n.). Nesse sentido, esse profissional tem se esforçado para garantir o funcionamento adequado das vertentes administrativas, financeiras e pedagógicas das escolas, trabalhando até mesmo como agente sócio-político.
Para tal, o Inspetor Escolar deve adquirir uma postura de educador, tornando-se capaz de ajudar a escola no desenvolvimento e criação de projetos, no exercício das práticas de ensino-aprendizagem, viabilizando um trabalho integrador. De acordo com Medina (2005) o inspetor deve ser capaz de encontrar nos dispositivos legais, os caminhos mais apropriados e as alternativas possíveis para alcançar seus objetivos, garantindo assim a qualidade do ensino.
Contudo, a importância da inspeção escolar para o sistema de ensino vai além da contribuição para a manutenção da qualidade da educação. O inspetor terá que saber lidar com as mudanças culturais, comportamentais, sociais e tecnológicas que vem surgindo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUGUSTO, M. H. O. G. A Regulação das Políticas Educacionais em Minas Gerais e a Obrigação de Resultados: O Desafio da Inspeção Escolar. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: FAE – UFMG, RBPAE - V.27, n2, p. 307 - 320 maio/ago, 2010.
BRASIL. Decreto Nº 19.890, de 18 de abril de 1931. Dispõe sobre a organização do ensino secundário. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d19890.htm>. Acesso em: 08 mar 2021.
BRASIL. Decreto nº 21.241, de 4 de abril de 1932. Consolida as disposições sobre a organização do ensino secundário e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D21241.htm#:~:text=Consolida%20as%20disposi%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20a,secund%C3%A1rio%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,o%20regime%20de%20inspe%C3%A7%C3%A3o%20oficial>. Acesso em: 08 mar 2021.
FERREIRA, N. S. C.; FORTUNATO, S. A. O. A Inspeção Escolar Como Forma de Controle no Estado Novo: Uma Contribuição às Origens da Gestão da Educação. Universidade Tuiuti do Paraná, [s.n.]. Disponível em: <http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe4/individuais-coautorais/eixo03/Naura%20Syria%20Carapeto%20Ferreira%20e%20Sarita%20Aparecida%20de%20Oliveira.pdf> Acesso em: 10 mar 2021.
MEDINA, A. S. Supervisão Escolar: da educação exercida à ação repensada. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.