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Vitamina K

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Vitamina K 
 
 
 
 
A vitamina K existe naturalmente em duas formas dietéticas: filoquinona (vitamina K1)  alimentos de origem vegetal. 
 menaquinona (vitamina K2)  alimentos de origem animal 
A maioria das menaquinonas podem ser sintetizadas pelas bactérias intestinais. A ingestão dietética de menaquinonas é 
responsável por até 25% do consumo total de vitamina K e contribui para as funções biológicas da vitamina K. 
 
FUNÇÃO METABÓLICA DA VITAMINA K 
O papel biológico mais conhecido da vitamina K está relacionado com sua atuação como cofator para a reação de 
carboxilação específica que transforma resíduos seletivos de glutamato em resíduos de γ-carboxiglutamato (Gla) em um 
número limitado de proteínas. Essas proteínas fazem parte dos fatores de coagulação e também apresentam-se em 
muitos tecidos extra-hepáticos, como a osteocalcina no osso. A carboxilação da vitamina K está envolvida, portanto, na 
homeostase, metabolismo ósseo e crescimento celular. 
 
Processos de coagulação 
Os fatores de coagulação dependentes de vitamina K são proteínas inativas presentes no fígado. A hidroquinona reduzida 
(forma ativa da vitamina K) funciona como cofator essencial no sistema enzimático microssomal que ativa esses 
precursores. Por meio da reação de carboxilação, que necessita de oxigênio e dióxido de carbono, ocorre a conversão do 
ácido glutâmico (Glu) de cada precursor para formar resíduos γ-carboxiglutamil (Gla) da proteína completa. A formação 
desse novo aminoácido, ácido γ-carboxiglutâmico (2,3-epóxi), permite a quelação da proteína com o íon cálcio e a ligação 
com a superfície lipídica, e a formação do coágulo. 
 
A enzima 2,3-epóxi-redutase converte o ácido γ-carboxiglutâmico para a forma de quinona da vitamina K, necessitando 
de nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADPH). Essa reação é necessária para a biossíntese de fatores de 
coagulação sanguínea como fator II (protrombina), fator VII (proconvertina), fator IX (anti-hemofílico) e fator X (fator 
Stuart). 
 
No processo de coagulação sanguínea, ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel com a interferência da 
enzima proteolítica (trombina), que se origina da protrombina (fator II), através de fatores dependentes da vitamina K: a 
proconvertina (fator VII), o fator anti-hemofílico B (fator IX) e o fator Stuart (fator X). 
 
As formas sub-γ-carboxiladas perdem a atividade biológica; na deficiência em vitamina K, observa-se aumento do tempo 
de protrombina e, nos casos mais graves, eventos hemorrágicos. 
 
Metabolismo ósseo 
A vitamina K também é essencial para a formação normal do osso. A osteocalcina (proteína Gla do osso) é uma proteína 
dependente de vitamina K produzida pelos osteoblastos durante a formação óssea, sendo uma das mais frequentes 
proteínas não colagenosas na matriz extracelular do osso; embora o seu papel não esteja totalmente elucidado, ela funciona, 
provavelmente, como reguladora da maturação óssea. Sua dosagem no sangue constitui um importante marcador biológico 
da atividade osteoblástica. 
O ácido γ-carboxiglutâmico na osteocalcina liga íons cálcio para prover a calcificação normal do osso. A transcrição e 
tradução de osteocalcina é regulada pela 1,25-di-hidroxivitamina D, e sua capacidade de ligar cálcio é dependente da γ-
carboxilação de três resíduos de Glu. A γ-carboxilação de osteocalcina é um mecanismo de proteção do osso influenciado 
pela vitamina K. 
 
Recentemente, foram identificadas duas novas proteínas dependentes de vitamina K que podem ajudar a fundamentar o 
papel dessa vitamina no osso. A proteína rica em resíduo acido γ-carboxiglutâmico foi uma dessas proteínas identificadas, 
e expressa na maioria dos tecidos, em particular naqueles que contem cartilagens e células ósseas. Essa proteína parece 
ser regulada pelo cálcio extracelular. A outra proteína identificada foi a periostina, uma proteína matricelular expressa em 
tecidos ricos em colágeno, incluindo o osso, e, possivelmente, possui um papel na mineralização da matriz extracelular. 
 
Na deficiência em vitamina K, a γ-carboxilação não ocorre, e a calcificação do osso fica prejudicada. Ultimamente, essas 
proteínas têm recebido mais atenção por causa de um possível papel na prevenção de doenças crônicas. 
 
ABSORÇÃO, METABOLISMO E EXCREÇÃO DA VITAMINA K 
A filoquinona (vitamina K1), principal forma da vitamina na dieta, é absorvida com os lipídios no intestino delgado (jejuno e 
íleo) por um processo ativo. Em indivíduos adultos saudáveis, cerca de 80% da filoquinona livre é absorvida. As vitaminas 
K2 (menaquinona) e K3 (menadiona) são absorvidas por difusão na porção distal do intestino delgado e no cólon. É importante 
enfatizar que as menaquinonas não competem com a filoquinona para absorção. Na célula da mucosa intestinal, as vitaminas 
K1 e K2 ligam-se aos quilomícrons e são transportadas ao fígado por via linfática, necessitando de bile e suco pancreático 
para máximo aproveitamento. A vitamina K3 e seus derivados hidrossolúveis são absorvidos diretamente para a corrente 
sanguínea pelo sistema porta, embora também possa ser absorvida pelo sistema linfático 
 
A vitamina K é distribuída para os demais tecidos por meio de VLDL e quilomícrons, uma vez que não existe proteína 
ligadora de vitamina K específica no plasma. 
 
As reservas da vitamina são depletadas rapidamente – cerca de três dias são suficientes para uma redução de 75%; 
entretanto, parece que outros tecidos também podem conservar a vitamina, como o adiposo e o ósseo. O total de vitamina 
K no organismo é de cerca de 100 a 200 nmol (50-100 μg). A vitamina é rapidamente catabolizada e excretada pelo 
fígado, sobretudo pela bile. Uma pequena quantidade aparece na urina. 
 
O turnover no fígado é rápido e as reservas hepáticas esgotam-se rapidamente quando a ingestão de vitamina K é limitada. 
Todas as formas de vitamina K parecem estar associadas aos triglicerídeos. Esses dados sugerem que as menaquinonas 
possuem diferentes vias de transporte e distribuição, o que implica o transporte extra-hepático para tecidos como o osso. 
Tendo em vista a associação da vitamina K com as lipoproteínas ricas em triglicerídeos (LDL), tanto a presença de 
dislipidemias como alterações genéticas (polimorfimos) nas proteínas que compõem a LDL podem interferir no estado 
nutricional relativo a esta vitamina. Outro aspecto a ser considerado é a síntese de menaquinonas pela flora intestinal. 
Medidas quantitativas de vitamina K em diferentes locais do intestino humano demonstraram que as menaquinonas estão 
presentes no cólon distal. 
 
BIODISPONIBILIDADE 
Muito pouco é conhecido sobre a biodisponibilidade de vitamina K de diferentes alimentos. A filoquinona é obtida 
principalmente a partir de vegetais verdes folhosos, encontrando-se fortemente ligada às membranas dos cloroplastos, 
sendo, portanto, menos biodisponível quando comparada à filoquinona obtida a partir de óleos vegetais. 
 
Já as menaquinonas, que são derivadas principalmente de fontes animais, são consumidas em matrizes de alimentos que 
contêm mais gordura, o que pode melhorar a absorção e levar à maior biodisponibilidade quando comparada à filoquinona. 
 
O que diferencia a biodisponibilidade das duas formas parece estar ligado a componentes presentes na preparação ou 
composição dos alimentos ricos em vitamina K. 
 
Dos poucos estudos de biodisponibilidade de vitamina K de alimentos vegetais (filoquinona), observou-se que a 
biodisponibilidade é de cerca de 20%, ao passo que na forma de suplemento pode chegar a 80%. 
Entretanto, alimentos em que a vitamina não está tão fortemente ligada, como nos óleos de soja e colza, a biodisponibilidade 
pode ser maior, embora esses alimentos tenham menor quantidade dessa vitamina. Por outro lado, os lipídios da dieta 
também tenderiam a melhorar a biodisponibilidade, embora alguns trabalhos não tenham constatado esse efeito. 
 
Interações de vitamina K com medicamentos 
A principal interação medicamentosacom a vitamina K envolve o uso de anticoagulantes, como a varfarina. Uso crônico 
dessas drogas resulta em uma deficiência adquirida de vitamina K, com consequente diminuição na síntese de fatores 
coagulantes dependentes da vitamina K. Alterações na ingestão de vitamina K pode influenciar a eficácia destas drogas. 
 
DEFICIÊNCIA EM VITAMINA K 
Deficiência em vitamina K resulta no prolongamento do tempo de protrombina e, eventualmente, na doença hemorrágica, 
como resultado da diminuição de síntese de proteínas de coagulação sanguínea dependentes de vitamina K. Embora a 
síntese de osteocalcina também seja prejudicada, os efeitos na coagulação sanguínea predominam. Indivíduos que estão 
em terapia anticoagulante estão em maior risco de deficiência da vitamina K e defeitos de coagulação, devendo, portanto, 
ser monitorados. 
 
Nutrição parenteral total, doenças hepáticas, problemas gastrintestinais, câncer, alcoolismo, medicamentos, alterações na 
absorção intestinal, cirurgias, megadoses de vitaminas A e E, e inadequação alimentar também estão relacionados à 
deficiência. 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO À VITAMINA K 
Nenhum biomarcador de avaliação do estado nutricional relativo à vitamina K é considerado único para avaliar a suficiência 
ou deficiência dessa vitamina. A utilização de múltiplos biomarcadores é recomendada quando possível. Cada um dos 
biomarcadores reflete um aspecto diferente da ingestão, absorção e transporte da vitamina K, ou a função como cofator 
para γ-carboxilação das proteínas dependentes de vitamina K. 
 
O método usual de avaliação do estado nutricional relativo à vitamina K é o tempo de protrombina, um teste funcional de 
coagulação sanguínea que mede a habilidade de síntese dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K. Não é um 
indicador sensível porque a concentração de protrombina no plasma precisa diminuir muito (cerca de 50%) para que os 
valores no plasma fiquem fora da faixa de normalidade. 
 
Outro parâmetro que também é utilizado é a determinação da atividade do fator VII, com base na sua rápida meia-vida 
(seis horas). Entretanto, isso apenas demonstrou ter algum valor quando a baixa ingestão de filoquinona (<5 μg/dia) foi 
associada à terapia com antibióticos, não respondendo às mudanças de ingestão em indivíduos saudáveis. 
Além desses parâmetros, utiliza-se também medidas de concentração de filoquinona no plasma ou no soro (variação normal 
em indivíduos adultos de 0,25 a 2,55 nmol/L e na população mais idosa, de 0,32 a 2,67 nmol/L). 
 
 
 
DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES DE VITAMINA K 
A necessidade nutricional para vitamina K é mais comumente associada com quatro dos fatores de coagulação dependentes 
de vitamina K – FII, FVII, FIX e FX – que são sintetizados no fígado, diferentemente das demais proteínas dependentes de 
vitamina K, sintetizadas em tecidos extra-hepáticos, como a osteocalcina e a matriz Gla, cujos RNAm são expressos por 
vários tipos de células e tecidos. Todas essas proteínas necessitam de vitamina K para uma modificação pós-traducional, 
na qual resíduos de glutamato são transformados em resíduos de carboxiglutamato (Gla). 
 
A AI para vitamina K é de 90 e 120 μg/dia para mulheres e homens, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
TOXICIDADE 
Não foi observado efeito adverso devido à alta ingestão de vitamina K (filoquinona e menaquinonas) tanto por meio de 
alimentos quanto de suplementos, embora possa causar algum dano para pacientes com terapia anticoagulante. Já a 
menadiona e seus derivados solúveis em água podem ser potencialmente tóxicos em excesso, levando a danos hepáticos, 
portanto não está mais sendo utilizada

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