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Fichamento Psicodiagnóstico Interventivo O Psicodiagnóstico Fenomenológico sob o Enfoque da Narrativa

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Bibliografia: Yehia, G.Y. O Psicodiagnóstico Fenomenológico sob o Enfoque da Narrativa. In: Ancona-Lopez, S. Psicodiagnóstico Interventivo: Evolução de uma Prática. São Paulo: Cortez, 2013.
Fichamento n°2
A narrativa sempre foi forma de comunicação entre as pessoas, para passar informações adiante, passar as experiências vividas, as circunstâncias, o relato do vivido. No psicodiagnóstico interventivo, a narrativa dos pais não são só informações sobre a criança e sua queixa, mas estão narrando a sua própria experiência e vivência com seus filhos, seus significados e seu olhar para com eles.
Quando a narrativa se inicia, começa um processo de “vai e vem”, onde ocorre uma troca. O autor usa a expressão “artesão”, que molda uma peça, como um vaso de barro, a cada informação trazida pela narrativa, no caso dos pais, sua narrativa sobre os filhos, molda também a sua própria experiência. E o vaso da sua vivência vai se moldando de acordo com o olhar, o falar e o significar seus filhos.
Por isso, as informações trazidas pelos pais são de extrema importância para o processo psicodiagnóstico, mas não podem ser tomadas como verdades absolutas, já que são informações que passaram por significações de outras pessoas, com expectativas projetadas. No processo do psicodiagnóstico, essas informações podem inclusive ser ressignificadas, com a ideia de que as pessoas estão em constante mudança e movimento, podem ver com outros olhos experiências que antes possuíam um único significado e sentido. 
É a partir da fala que atribuímos significados às experiências, pois quando falamos, conseguimos “ver” diante de nós o vivido e a experiência daquilo, e a fala é uma maneira de manifestar aquilo que sentimos. Por isso, quando os pais falam de seus filhos nos primeiros encontros do psicodiagnóstico, é um movimento existencial deles mesmos, e não apenas uma parte do processo de seus filhos. 
As palavras podem possuir um “significado único” dentro de uma determinada cultura, mas cada pessoa que a fala traz o seu significado próprio a partir das suas experiências e estilo pessoal para cada uma delas, em diversas e diferentes situações. E mesmo quando compartilhado em uma cultura, com o passar do tempo e com as mudanças em sociedade, esses significados vão se modificando e se alterando carregando consigo as experiências de cada um.
Quando o profissional se coloca à disposição para ouvir a narrativa de um sujeito, ele precisa estar pronto para entender a significação que aquele imprime em suas palavras, não se atendo apenas ao significado comum e padrão, mas sim, conseguindo ver e ouvir as experiências e vivências que a narrativa do sujeito esconde por trás das palavras. Ao pronunciar suas experiencias, os sujeitos podem se escutar, sentir novamente e novos significados podem surgir.
No final do processo do psicodiagnóstico interventivo, quando vai se fazer a devolutiva para a criança, se constrói uma história, com personagens e imagens que transmitam a imagem que tivemos da criança e que facilite a identificação dela com o que foi feito durante todo o processo. Essa devolutiva também é uma narrativa, se conta essa história e a criança é quem vai significar a situação narrada e os personagens a partir das suas vivências e sentimentos. 
Por isso se cria uma história de narrativa aberta, sem respostas prontas e já desenhadas para que a criança “entenda”, mas sim, se deixa livre para que a criança não compreenda a história em si, mas sim se entenda naquele contexto, e narre a si mesma e as suas significações a partir da história apresentada. Ouvindo, a criança pode concordar, discordar e até mesmo alterar o que quiser a partir da sua própria interpretação.

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