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Fichamento Psicopatologia Tempo e desejo perspectivas em psicopatologia psicanalítica

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Bibliografia: MARTINEZ, M.R. Tempo e desejo: perspectivas em psicopatologia psicanalítica. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 71, p. 24-33, 2019.
Fichamento n°2
Na sociedade atual, o adoecimento mental é muito presente na população, e isso modificou as definições de saúde e doença. É difícil ser preciso no que seria normal ou patológico quando se olha para o grupo, para o coletivo, para a sociedade como um todo. Por isso, é necessário que se olhe para o indivíduo e suas condições. 
Dependendo da situação em que o sujeito está inserido, determinado comportamento ou estado mental, pode ser considerado patológico, mas quando esse mesmo sujeito é observado em outro contexto, pode ser considerado normal. Somente quando considerando as diferenças individuais, as condições de vida, o contexto inserido e a condição mental do sujeito, é que pode se tentar iniciar um diagnóstico preciso.
O conhecimento das métricas e teorias é muito importante para que o profissional possa se basear nas suas interpretações, conhecendo as matrizes e simbologias, ele pode levantar hipóteses diagnósticas, que serão ou não confirmadas com as observações realizadas nas análises, nas sessões de acompanhamento do sujeito. Porém, não se deve apenas se basear nos sintomas apresentados pelo paciente e as patologias que eles podem significar.
Para o diagnóstico correto é necessário mais do que isso, é de extrema importância o conhecimento prático do profissional, que saiba interpretar corretamente esses sintomas correlacionando-os com o contexto e condições de vida do sujeito, com seus comportamentos e seus sentimentos, para que todas as informações juntas tragam o resultado correto e um diagnóstico justo. 
Quando há sofrimento psíquico, há uma ruptura do sujeito com o cronológico da sua vida, ele pode sofrer no presente por motivos do passado, ou, por medo de acontecimentos do futuro. Um paciente obsessivo, conta obsessivamente o tempo que “falta” para que seus desejos se realizem, mas quando eles se realizam, não há satisfação por eles. A partir disso, se passa a desejar algo ainda mais inalcançável, para reiniciar a sua contagem de tempo.
O paciente neurótico obsessivo tem relação dupla com o tempo, as vezes o antecipa, e as vezes o atrasa, dependendo dos seus desejos, na tentativa de mantê-los inalcançáveis. Mas quando se trata na relação com o outro, está sempre antecipado para atender a demanda alheia, ou sofrendo por consequências de algo que ainda não aconteceu, e que pode nem acontecer. 
Na histeria, é tempo sempre é usado para vitimização do paciente, voltando sempre para um momento de sofrimento do seu desejo e sobre a realização desse, e se fixando a ele. Em movimento de repetição, fica revivendo a todo momento esse sofrimento, não lembrando mais de outros momentos ou enxergando novas possibilidades. 
O tratamento de análise psicológica, deve trazer a possibilidade do manejo do tempo do sujeito, promovendo a descontinuidade cronológica desse paciente, para que assim ele possa rever sua posição perante esse sofrimento e os eventos que o causaram. 
Seguindo essa perspectiva, o analista conseguiria colocar o paciente em compreensão dos seus desejos, e assim ele pode se responsabilizar de se situar no tempo e nas suas possibilidades, para transformá-la em busca ou aceitação. Assim, afastando o paciente do sofrimento.

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