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Contratos empresariais APRESENTAÇÃO Cada segmento do Direito conta com princípios próprios, que podem ser melhor entendidos como normas jurídicas. Nem sempre estão escritos, portanto devem ser observados de maneira mais ampla, já que são diretrizes universais de justiça social. Sob a perspectiva dos contratos, que podem assumir diversas formas e exigir diferentes requisitos devido à variedade de usos e espécies, os princípios exercem importante função norteadora, tanto para a constituição quanto para a execução contratual. Os contextos contratuais mais comuns são na área civil e empresarial, que apresentam substanciais diferenças; os contratos empresariais, por exemplo, versam sobre atividades comerciais e necessariamente envolvem empresários, ao contrário dos contratos civis. Nesta Unidade de Aprendizagem você irá conhecer os princípios aplicáveis aos contratos empresariais, os requisitos para sua constituição e as principais diferenças entre o contrato civil e o contrato empresarial. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os princípios aplicáveis aos contratos empresariais.• Diferenciar contrato civil de contrato empresarial.• Descrever os requisitos para a constituição de contrato empresarial.• DESAFIO Os contratos empresariais diferem dos contratos civis em vários aspectos, ainda que os princípios contratuais e, muitas vezes, o diploma legal que os regem sejam os mesmos. Você foi recentemente contratado como advogado da loja São Luís Gonzaga e é responsável pela gestão dos contratos. A fim de organizar o fluxo operacional da loja e considerando suas relações com a Fixtape Ltda. e com Pedro Paulo, identifique os tipos contratuais envolvidos e suas principais características. INFOGRÁFICO Os princípios do Direito Contratual são regras que auxiliam os juízes na apreciação de demandas que se referem à existência, à validade e ao cumprimento de contratos. Os mais importantes são a autonomia privada, a vinculação das partes, o equilíbrio dos contratantes, a relatividade e a boa-fé objetiva, princípios incidentes tanto nos contratos civis quanto nos contratos empresariais. Veja, no Infográfico, os principais aspectos e o exemplo de cada um desses princípios da esfera contratual. CONTEÚDO DO LIVRO Por contrato entende-se o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, que estabelecem entre si direitos e deveres que podem ou não versar sobre atividades comerciais, sendo que, nessa hipótese, estará caracterizado o contrato empresarial. Para os contratos empresariais são necessários o cumprimento de requisitos específicos e o atendimento aos princípios contratuais, que são de fundamental importância para a execução dos contratos e para o cumprimento da finalidade a que se destinam. No capítulo Contratos empresariais, da obra Direito empresarial III, você verá os principais aspectos dos contratos empresariais: princípios, requisitos e diferenças em relação ao contrato civil. Boa leitura. DIREITO EMPRESARIAL III Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli Contratos empresariais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os princípios aplicáveis aos contratos empresariais. Diferenciar contrato civil e contrato empresarial. Descrever os requisitos para a constituição do contrato empresarial. Introdução Contrato é o documento que sela o acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) e inclui direitos e deveres dispostos para cada um dos interessados. Os contratos podem assumir diversas formas e exigir diferentes requisitos devido à variedade de usos, às espécies contratuais e ao interesse das partes. Os contextos contratuais mais comuns são na área civil e empresarial, que apresentam substanciais diferenças. No entanto, em todos os instrumentos contratuais, independente- mente do contexto em que estão inseridos, devem ser observados os princípios. Os princípios são diretrizes jurídicas que objetivam garantir o atendimento à finalidade das leis e dos contratos; são caracterizados por um conjunto de padrões de conduta que podem ser ou não explícitas nos instrumentos legais. Neste capítulo, você vai ler sobre os princípios aplicáveis aos contratos empresariais, os requisitos para sua constituição e as principais diferenças entre o contrato civil e o contrato empresarial. Princípios dos contratos empresariais O contrato é o instrumento jurídico que formaliza um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas. Existem diversos tipos de contratos, que podem ser realizados em diferentes contextos, como: comerciais; familiares; administrativos; internacionais. Os contratos possuem uma base jurídica comum, que se aplica em qualquer situação contratual: são os princípios. Os princípios do Direito Contratual são normas abrangentes, expressas em dispositivos de lei ou deles extraídas por reflexão, os quais ajudam a nortear os juízes na apreciação de demandas que versam sobre a existência, a validade e o cumprimento dos contratos. São cinco os mais importantes princípios norteadores do Direito Contratual: autonomia privada; vinculação das partes; equilíbrio dos contratantes; relatividade; boa-fé objetiva. Os princípios possuem o mesmo valor e, dependendo das circunstâncias de cada caso, certos princípios prevalecem sobre outros. Por exemplo, em um contrato entre dois grandes empresários referente a insumos que um deles adquire do outro, a autonomia privada é o princípio fundamental, de maior envergadura; já, em uma relação de consumo, o princípio do equilíbrio dos contratantes é o mais importante. A autonomia privada conceitua-se como o reconhecimento pelo Direito da eficácia jurídica da vontade dos contratantes. Os contratantes podem dispor sobre seus interesses mediante acordos livremente negociados e estabelecidos entre eles, observados os limites da ordem jurídica. O que é avençado entre Contratos empresariais2 as partes, nessas condições, possui validade para o Direito, podendo, assim, qualquer um dos contratantes reivindicar ao Estado que obrigue o outro ao cumprimento do contrato. A vinculação das partes é decorrência imediata do princípio da auto- nomia privada. Para atribuir eficácia aos acordos realizados pelos próprios interessados, o ordenamento jurídico deve impor aos contratantes a obrigação de cumprir o contrato. Por outro lado, deve disponibilizar aos lesados pelo descumprimento de obrigações contratuais os meios de acionar o Estado para minimizar o prejuízo. A vinculação das partes é, portanto, um dos princípios essenciais do Direito Contratual, sem o qual o conceito de acordo de vontades se dilui. Em regra, as partes se vinculam ao que contratam e obrigam-se a cumprir a declaração manifestada nos seus exatos termos, independentemente se, no momento da execução, o contrato não mais as interesse como na contratação. Já o equilíbrio dos contratantes prevê que o contratante mais forte não pode ter vantagens, em detrimento do menos favorecido, em virtude de sua condição econômica ou qualquer outra. Somente são reconhecidas validade e eficácia ao acordo de vontades se os contratantes possuírem iguais meios para defendê-las. Caso contrário, o mais forte acabará fazendo prevalecer seus interesses, e não se realizará a articulação de interesses amparada na autonomia privada. Entre os contratantes iguais, o equilíbrio é alcançado pela isonomia. Nesse caso, nenhum deles pode gozar de um direito contratual que não seja juridi- camente reconhecido também para o outro. As normas destinam-se a suprir as eventuais omissões do instrumento contratual livremente negociado entre as partes. Entre os desiguais, porém, a lei deve atribuir à parte fraca direitos e prerrogativas não acessíveis à outra parte para equilibrar as condições com que negociam. Os direitos e asprerrogativas concedidas ao contratante hipos- suficiente compensam a sua vulnerabilidade, como nos casos que envolvem relação de consumo. A relatividade caracteriza-se pela impossibilidade de um contrato criar obrigações para quem não é parte. Chama-se de princípio da relatividade a regra que impede a extrapolação dos efeitos atinentes à criação de obrigação para além dos próprios contratantes. Para Coelho (2016, p. 77), “[...] pelo prin- cípio da relatividade, os efeitos do contrato atinentes à criação de obrigações são restritos às partes contratantes. Ninguém pode ser obrigado em razão de contrato de que não participa”. No que diz respeito à criação de obrigações, os efeitos são restritos aos contratantes, pois ninguém pode ser obrigado por declaração de vontade alheia. Contudo, qualquer contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos a terceiros, de acordo com o art. 467 do Código Civil: “Art. 467 No momento 3Contratos empresariais da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes” (BRASIL, 2002, documento on-line). O princípio da boa-fé objetiva indica que as atitudes dos contratantes, demonstradas por meio das informações prestadas e da conduta apresentada, devem condizer com os conceitos de lealdade, probidade e honestidade. Para Silva (2009, p. 412): [...] a boa-fé objetiva, passa a integrar o negócio jurídico por meio dos chamados deveres anexos de conduta (proteção, cooperação e informação, dentre outros), os quais visam a consagrar sua finalidade precípua, qual seja o adimplemento do contrato, devendo ser observados na fase pré-contratual, de execução do contrato e pós-contratual. A boa-fé objetiva impõe-se como elemento essencial dos contratos, tendo sido expli- citada no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e posteriormente no Código Civil. O objetivo principal é garantir a estabilidade e a segurança dos negócios jurídicos, regulando a justa expectativa do contraente, que acredita e espera que a outra parte aja em conformidade com o pactuado, cumprindo as obrigações assumidas. Diferenças entre contrato civil e contrato empresarial Os princípios contratuais se aplicam de maneira geral e irrestrita ao campo contratual. No entanto, os contratos empresariais apresentam algumas peculia- ridades, especialmente quando comparados aos contratos civis. Nesse sentido, ressaltamos a seguinte decisão do Superior Tribunal de Justiça: 1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que con- tratos cíveis em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o dirigismo contratual. Naqueles devem prevalecer os princípios da autonomia da vontade e da força obrigatória das avenças. 2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se a regras e princípios pró- prios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os contratos cíveis e empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos sejam essencialmente iguais (BRASIL, 2012, documento on-line). Contratos empresariais4 De início, uma característica dos contratos empresariais, que não é exigência fundamental para os contratos civis, é a onerosidade. Para Martins (2010, p. 60), “[...] os contratos celebrados no exercício da atividade empresarial são sempre onerosos, pois, tendo o empresário o intuito de lucro nas operações que pratica, regra geral, não se admite possam existir contratos a título gratuito celebrados por empresários”. Além disso, o Direito Empresarial e consequente- mente os contratos empresariais estão vinculados às contingências econômicas. O contrato é empresarial quando for celebrado entre empresários, situação em que se aplicam as regras de Direito Comercial. Em todas as outras situações, o contrato é civil e será regido pelo Código Civil ou por legislação especial. Assim, inclusive, prevê o Projeto de Lei nº. 1.572/2011, o qual tenta instituir o novo código comercial no ordenamento jurídico brasileiro: Art. 297 É empresarial o contrato quando forem empresários os contratantes e a função econômica do negócio jurídico estiver relacionada à exploração de atividade empresarial. Parágrafo único. Não descaracteriza o contrato como empresarial a partici- pação de co-obrigados não empresários (BRASIL, 2011, documento on-line). Coelho (2016, p. 360) comenta que “[...] os contratos empresariais podem estar sujeitos ao Código Civil ou ao CDC, dependendo, uma vez mais, das condições dos contratantes”. O autor é da opinião que, se os empresários estão no mesmo nível econômico e podem, por exemplo, contratar advogados e ter acesso a informações importantes como direitos e obrigações contratuais, o contrato empresarial está sujeito ao Código Civil. Por outro lado, se os contratantes forem considerados desiguais, estando um deles vulnerável economicamente, em relação ao outro, o contrato empresarial será regido pelo CDC. Contudo, trata-se de uma corrente doutrinária, de forma que a regra é que os contratos empresariais são regidos pelas regras comerciais. Veja as principais diferenças entre contratos civis e empresariais no Quadro 1. Contrato civil Aplicam-se regras de Direito Civil É realizado por pessoas comuns Contrato empresarial Aplicam-se regras de Direito Comercial É realizado entre empresários Quadro 1. Principais diferenças entre contratos civis e contratos empresariais 5Contratos empresariais O contrato de compra e venda empresarial, por exemplo, era regulamentado pelo Código Comercial, então chamado de compra e venda mercantil. Com o advento do Código Civil e a adoção da teoria de empresa, fala-se em contrato de compra e venda empresarial. Como comenta Negrão (2014), com a unificação do direito das obrigações, decorrente do Código Civil de 2002, a regulamentação do contrato de compra e venda é única, disposta nos arts. 481 a 532 do referido diploma legal, porém a distinção entre civil e empresarial persiste essencialmente em virtude das partes contratantes: se são ou não empresários. Outro aspecto importante que diferencia os contratos civis e empresariais refere-se ao fato de que, em juízo, os contratantes não podem produzir prova exclusivamente testemunhal, pois, nos termos do art. 1.179 do Código Civil, os empresários têm a obrigação de manter registradas e documentadas todas as suas movimentações financeiras: Art. 1.179 O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico (BRASIL, 2002, documento on-line). Para Negrão (2014, p. 255), “[...] o exercício regular da atividade empresarial exige, cada vez mais, a forma escrita ou passível de ser documentada fisica- mente, como ocorre com os contratos firmados eletronicamente, mediante uso de senha ou assinatura digital”. Isso não significa, contudo, que o contrato de compra e venda discutido em juízo não possa contar com prova testemunhal; o que se veda é a prova exclusiva por meio de testemunhas. Requisitos Para ter validade e operar seus efeitos jurídicos e legais, além de observar os princípios contratuais e demais aspectos citados, os contratos devem atender a alguns requisitos básicos, previstos no art. 104 do Código Civil: Art. 104 A validade do negócio jurídico requer: I — agente capaz; II — objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III — forma prescrita ou não defesa em lei (BRASIL, 2002, documento on-line). Contratos empresariais6 Porém, antes da formalização do instrumento contratual, é fundamental a manifestação de vontade das partes, que poderá ser expressa ou tácita, seguindo as diretrizes legais cabíveis. Dessa manifestação de vontades, resultam as fases de formação dos contratos: proposta e aceitação. A fase de proposta consiste emuma das partes ofertar determinada condição, de forma que o proponente fica obrigado pelos termos propostos. Nos termos do art. 428 do Código Civil, a proposta somente deixará de ser obrigatória em quatro circunstâncias: Art. 428 Deixa de ser obrigatória a proposta: I — se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II — se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III — se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV — se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente (BRASIL, 2002, documento on-line). Feita a proposta, há a fase de aceitação, que consiste na manifestação de vontade da outra parte sobre o mesmo objeto. Como comenta Coelho (2016), a aceitação que absolutamente concordar com a proposta realizada, desde que manifestada em tempo hábil, obriga o aceitante e permite a per- fectibilização contratual. Por outro lado, a aceitação que altera os termos da proposta ou é manifestada fora do tempo hábil deverá ser compreendida como nova proposta. Outro requisito para os contratos empresariais é a forma. Como regra, disposta no art. 107 do Código Civil, é permitida qualquer forma contratual, desde que a lei não indique expressamente uma forma determinada; caso desobedecida essa norma, o contrato será considerado nulo, nos termos do art. 166 do Código Civil (BRASIL, 2002). Nesse sentido, entre os atos que exigem forma especial, estão as sociedades empresárias, cuja constituição deve ser de acordo com o art. 997 do Código Civil: “Art. 997 A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: [...]” (BRASIL, 2002, documento on-line). 7Contratos empresariais A compra e a venda de imóveis, valores mobiliários e cotas de sociedades empre- sárias são exemplos de contratos empresariais que exigem forma específica escrita. Outro exemplo de contrato empresarial é o contrato de representação comercial. Para Negrão (2014, p. 291), “[...] trata-se de modalidade específica, contida no gênero ‘agência-distribuição’ aplicável a negócios empresariais específicos, aos quais incidem as regras previstas no Código Civil, desde que não incompatíveis com o regime próprio instituído por aquele regime legal (Lei nº. 4.886/65)”. A forma desse tipo contratual é livre, sendo admitida mais comumente a forma escrita ou verbal; esta última é mais passível de intercorrências ante a dificuldade probatória dos termos pactuados para a execução do contrato. BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei no. 1.572, de 14 de junho de 2011. Instituí o Código Comercial. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_ mostrarintegra?codteor=888462&filename=PL+1572/2011. Acesso em: 21 nov. 2019. BRASIL. Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/ l10406.htm. Acesso em: 21 nov. 2019. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (Quarta Turma). Recurso Especial 936.741/GO 2007/0065852-6. Relator: Min. Antônio Carlos Ferreira, 3 nov. 2011. Diário da Justiça ele- trônico, 8 mar. 2012. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21612065/ recurso-especial-resp-936741-go-2007-0065852-6-stj/certidao-de-julgamento- -21612068?ref=serp. Acesso em: 21 nov. 2019. COELHO, F. U. Manual de direito comercial: direito de empresa. 17. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. MARTINS, F. Contratos e obrigações comerciais. 16. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2010. NEGRÃO, R. Manual de direito comercial e de empresa: títulos de crédito e contratos empresariais. 4. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. SILVA, M. C. A doença preexistente no contrato de seguro de vida: o princípio da boa-fé objetiva e o dever de informação. In: FIUZA, C.; SÁ, M. de F. F. de; NAVES, B. T. de O. (coord.). Direito civil: atualidades III - princípios jurídicos no direito privado. Belo Horizonte: Del Rey, 2009, p. 403–450. Contratos empresariais8 Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 9Contratos empresariais DICA DO PROFESSOR Os contratos empresariais podem ser de várias espécies e, embora sigam as mesmas regras e princípios gerais dos contratos, são passíveis de normativas específicas, geralmente regulamentadas em legislação própria. É o caso, por exemplo, do contrato de franquia empresarial, comum no cenário econômico brasileiro e mundial, exigindo o atendimento de requisitos especiais para que se viabilize. Na Dica do Professor, você verá os principais aspectos do contrato de franquia empresarial e exemplos de empresas no Brasil que seguem esse regime jurídico contratual. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Os contratos são instrumentos que formalizam os negócios jurídicos de qualquer espécie e garantem sua validade. Para que produzam efeitos, é importante observar alguns princípios que são fundamentais. Sobre os princípios dos contratos, assinale a alternativa correta: A) Devem ser expressamente indicados na lei que regulamenta cada tipo contratual. B) Podem ser livremente escolhidos pelas partes de acordo com o contexto ao qual se aplicam. C) Não podem incidir concomitantemente sobre um mesmo instrumento contratual. D) Dependendo da situação e das circunstâncias, um princípio poderá prevalecer sobre outro. E) São hierarquicamente classificados de acordo com as disposições do Código Civil. 2) Entre os princípios que regem as relações contratuais, está o princípio da relatividade, que se refere às partes que se vinculam ao contrato firmado. Marcos firmou contrato que gera direitos a Luísa, sua esposa. Considerando o princípio da relatividade, é correto afirmar que o contrato é: A) válido. As partes podem estipular obrigações a terceiros, desde que sejam o cônjuge ou o filho menor. B) inválido. O contrato pode estabelecer apenas obrigações de pagar a pessoas não vinculadas a ele. C) válido. Qualquer contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos, não deveres, a terceiros. D) inválido. Os contratos em geral não podem gerar obrigações ou direitos a pessoas alheias e ele. E) inválido. A declaração de vontade alheia vincula terceiro apenas em caso de obrigação tributária. 3) Antes da formalização do instrumento contratual, é fundamental a manifestação de vontade das partes, que poderá ser expressa ou tácita, seguindo as diretrizes legais cabíveis. Sobre as fases da formação do contrato, considere as seguintes afirmativas: I - Mesmo tendo sido feita a proposta, o proponente não se obriga aos termos propostos e pode adequá-los a qualquer tempo. II - A aceitação do contrato deve ocorrer em tempo hábil e permite a perfectibilização do instrumento contratual. III - Se houver uma alteração nos termos da proposta, considera-se como nova proposta, da qual decorre prazo para aceitação. Assinale a alternativa correta. A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) Apenas a afirmativa III está correta. D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 4) A validade do negócio jurídico, de acordo com o Código Civil, depende de três requisitos básicos, necessários para contratos empresariais e não empresariais. Quais são esses requisitos? A)Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma escrita. B) Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma legal. C) Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma escrita. D) Agente capaz, objeto determinável, forma escrita. E) Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma legal. 5) O Código Civil de 2002, ao consolidar a Teoria Geral de Empresa, dispõe sobre as regras gerais atinentes tanto aos contratos empresariais quanto aos contratos civis; no entanto, algumas diferenças entre esses contratos são substanciais. Qual é a principal característica dos contratos civis, não presentes nos contratos empresariais? A) Os contratantes devem ser empresários. B) Não se exige caráter econômico no teor do contrato. C) Deve haver equiparação econômica entre os contratantes. D) As normas incidentes podem ser de Direito Civil ou de Direito Comercial. E) A forma contratual deve ser escrita e pública. NA PRÁTICA O contrato de comissão empresarial tem a função de aquisição ou venda de bens, em nome do comissário, à conta do comitente. Nesse contexto contratual, somente o comissário aparece no negócio e fica diretamente obrigado com o contratante, ainda que o comitente possa alterar as instruções anteriormente transmitidas, salvo estipulação contratual em contrário. Veja, Na Prática, um exemplo clássico de contrato de comissão empresarial, bem como seus desdobramentos jurídicos. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Classificação de contratos empresariais Este artigo apresenta interessantes considerações sobre classificações de contratos empresariais. Clique e confira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O contrato de comissão empresarial Aqui você encontrará um artigo sobre os principais aspectos do contrato de comissão empresarial. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Contrato de trespasse Neste vídeo, você terá mais informações sobre o contrato de trespasse, outro tipo de contrato empresarial. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Descumprimento de contrato Aqui você assistirá a um vídeo sobre a decisão do STJ que aborda o princípio do equilíbrio dos contratantes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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