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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA Y DO ESTADO...
JOSE RICO, estado civil..., profissão..., inscrito no CPF/MF sob o nº ...., endereço eletrônico..., titulo de eleitor nº..., residente e domiciliado na Rua ..., nº..., bairro..., vem, por seu advogado infra-assinado, respeitosamente, à presença de V. Exa., com supedâneo no art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 4.717/65, propor Ação Popular Com Pedido Liminar em face de João da Silva, estado civil..., prefeito municipal, residente e domiciliado na Rua..., bairro...; Município Y, pessoa jurídica de direito público com sede na Rua..., nº..., Bairro...; empresa W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º ..., com sede na Rua..., nº..., Bairro..., pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.
I – DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
Nos termos do art. 5º, inciso LXXIII, da CF e do art. 1º da Lei 4717/65 (Lei da Ação Popular), qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa.
A Ação popular o remédio constitucional que aciona o Poder Judiciário, dentro da visão democrática participativa dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e atacando os atos lesivos ao patrimônio público com a condenação dos agentes responsáveis. 	
A condição de cidadão se perfaz com a exibição bastante do titulo eleitoral, conforme fundamentos legais, doutrinários e jurisprudenciais. Nesse sentido, o artigo 1° § 3º da Lei nº 4.717/65, dispõe:
“A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.”
Ademais, a ação será proposta contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado oportunidade à lesão e contra os beneficiários diretos do mesmo.
II – DA COMPETÊNCIA
Conforme dispõe a legislação em vigor, artigo 5º da lei n. 4717/67, a competência para processar e julgar a Ação Popular o juiz do local da origem do ato impugnado. Em obediência a este requisito legal é que se propõe a presente ação perante este juízo. 
III – DOS FATOS 
O Município Y, representado pelo Prefeito João da Silva, celebrou contrato administrativo na data ...., com a empresa W- cujo sócio majoritário vem a ser Antonio Precioso, filho da companheira do Prefeito -, tendo por objeto o fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de ensino, pelo prazo de 60 (sessenta meses). O contrato foi celebrado sem a realização de prévio procedimento licitatório e apresentou valor de R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais) anuais. 
Ademais da inexistência da licitação para a contratação destas mercadorias, ato por si só atentatório aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública (caput do art. 37 da Constituição), principalmente a moralidade administrativa, razão pela qual deve ser anulado. 
IV - DO DIREITO
1 – Da Constituição Federal
Nos termos do artigo 5º LXXIII, da CF/88 e/ou art. 1 da Lei 4717/65, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa.
No caso em comento, é patente a violação da Constituição Federal, senão vejamos:
a) Do Princípio da Moralidade
No caso em tela, configura-se violação ao principio da moralidade ou probidade administrativa visto que a contratação direta, fora das hipóteses de dispensa, de empresa do enteado do prefeito viola os padrões éticos que devem pautar a atuação do administrador. 
b) Do Princípio da Impessoalidade 
Ademais, não resta duvidas quanto a violação ao princípio da impessoalidade, visto que Administração não pode atuar com vistas beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear seu comportamento. 
c) Da Lei 8666/1993
Insta destacar ainda, que a ausência de processo licitatório para a aquisição do material escolar de maneira que foi obstada sua finalidade, caracteriza-se ofensa ao art. 37 XXI da CRFB/88 e ao art. 2º da Lei 8666/93, in verbis:
Art. 37
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Ora, a contratação direta, em hipótese de licitação obrigatória a qual se destina a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, fere os princípios basilares da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (art. 3º, in fine, Lei 8666/93). 
Resta clarividente, a violação ao princípio da impessoalidade, visto que a Prefeitura contratou a empresa do enteado do Prefeito, porquanto a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar determinada pessoa, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o comportamento do administrado público.
Outrossim, é patente a violação ao princípio da moralidade ou probidade administrativas, visto que a contratação direta, fora das hipóteses de dispensa (art. 24 da Lei de Licitações), de empresa do enteado do prefeito viola os padrões éticos que devem pautar a atuação do administrador.
Nesse sentido, há também violação à norma do artigo 57 da Lei n. 8.666/93, que estabelece que a vigência dos contratos administrativos é adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
V – DA LIMINAR
Nos termos do artigo 5°, §4° da lei 4717/65 na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.
O Fumus Boni Iuris está caracterizado tendo em vista a lesividade da contratação à moralidade administrativa e ao patrimônio público. 
O Periculum in mora evidencia-se no sentido de que a continuidade do contrato pode agravar a lesão aos cofres públicos.
Portanto, tendo em vista a lesividade da contratação à moralidade administrativa e ao patrimônio público requer a suspensão liminar do contrato, haja vista o valor da contratação, qual seja, 5 (cinco) milhões de reais.
VI – DO PEDIDO
Ante o exposto, e aqui constituídos todos os pressupostos da Ação Popular, requer-se:
a) Procedência do pedido para anular o contrato administrativo e condenar os réus a ressarcir os danos causados ao erário, segundo o art. 11 da lei 4717/65;
b) a citação de todos os réus para apresentação de defesa; 
c) Concessão da liminar para suspensão imediata do contrato (art. 5º, §4º);
d) Condenação dos réus ao pagamento de custas, despesas judiciais e honorários advocatícios.
e) Designação de audiência de conciliação (art. 319, VII);
f) Intimação do Ministério Público;
g) Requer a juntada de documentos, nos termos do artigo 7° da Lei n 4717/65
h) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos;
i) ao final, requer o julgamento da procedência, para condenar os REQUERIDOS a restituírem aos cofres públicos, por depósito judicial, para posterior repasse a Municipalidade, a totalidade dos valores eventualmente pagos à empresa W, tudo consoante já provado e se provar oportunamente no processo;
j) Dá-se a causa o valor de R$...
Termos em que,
Pede deferimento
Data 
Advogado (a)
OAB/...

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