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CHOQUE 2020 FLUXO SANGUÍNEO INADEQUADO Nutrição inadequada dos tecidos / células Desequilíbrio entre oferta e demanda de O2 Oferta de O2 Demanda HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA Estado de HIPOPERFUSÃO TECIDUAL Alta Baixa Menos O2 chega aos tecidos CHOQUE 3 • Resumindo: podemos dizer que o Choque consiste em um estado de HIPOPERFUSÃO TECIDUAL, ocasionado por uma deficiência no fluxo sanguíneo, que levará a falência de órgãos e sistemas. CHOQUE • O Choque caracteriza-se como uma síndrome clínica complexa, caracterizada por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda(consumo) de O2, em decorrência de uma perfusão tecidual inadequada. • Tal condição levará a uma hipóxia celular, com consequente hipoperfusão tecidual e celular, devido a nutrição inadequada dos tecidos e células 4 • Com a progressão deste estado, ocorrerá Morte celular CHOQUE PROGRESSÃO EM NÍVEL CELULAR • Consequente ao estado de hipoperfusão, as células terão uma diminuição na produção de energia, levando a deterioração da função celular; • Além disso, devido a diminuição da oxigenação celular, passaremos a ter um mecanismo de produção de energia anaeróbico, que levará a produção de ácido láctico 5 Para reconhecer um paciente em choque, é primordial que o Enfermeiro compreenda os parâmetros que estarão alterados, bem como aqueles envolvidos na fisiopatologia do choque! CHOQUE Alterado nos choques hipovolêmico e cardiogênico Alterada no choque distributivo PA = DC X RVS DC = VS X FC VARIÁVEIS RELACIONADAS AO CHOQUE 6 A evolução do choque será classificada através de estágios, sendo estes: FASES DO CHOQUE Fase Inicial Fase Compensatória Fase Progressiva Fase Irreversível 7 Essa situação levará a ativação dos MECANISMOS COMPENSATÓRIOS do nosso organismo, visando manter a perfusão tecidual FASES DO CHOQUE FASE INICIAL Inicia-se com a redução na pressão arterial, devido a diminuição do volume sanguíneo e débito cardíaco; DC PA Diminuição da perfusão Menos O2 chegando ao corpo Desequilíbrio entre a oferta e o consumo de O2 Metabolismo aeróbico se transforma em um metabolismo anaeróbico Produção de ácido lático Inicia-se a segunda fase do choque: FASE COMPENSATÓRIA FASES DO CHOQUE • Os mecanorreceptores reconhecem a queda na PA e enviam essa informação ao SNC (resposta neural); • O SNC ativa o Sistema Nervoso Simpático que passa a secretar CATECOLAMINAS (noradrenalina, adrenalina, dopamina) – resposta hormonal; • Aumento da Frequência Cardíaca; • Aumento da contratilidade miocárdica; • Vasoconstrição; • Aumento da Pressão Arterial FASE COMPENSATÓRIA As catecolaminas irão promover • Além disso haverá estímulo para liberação da RENINA pelos rins, visando a ativação do SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA ALDOSTERONA (resposta química) • Com isso, teremos o aumento do Débito Cardíaco FASES DO CHOQUE FASE COMPENSATÓRIA O que encontraremos no paciente na fase compensatória? • O aumento do Débito Cardíaco possibilitará o AUMENTO DA PERFUSÃO PARA ÓRGÃOS VITAIS; • Nessa fase do Choque, haverá também DESVIO do sangue de órgãos não essenciais como a pele, por exemplo, para o coração e cérebro, vitais ao funcionamento do organismo; • Assim, nessa fase o corpo consegue manter até certo ponto sua perfusão; • Nessa fase a Pressão Arterial estará NORMAL • FC = AUMENTADA (taquicardia) • FR = maior que 20 (taquipneia) – visando uma alcalose respiratória como forma de compensar a acidose devido a formação do ácido lático pelo metabolismo anaeróbico; • Diurese: diminuída • Consciência: leve confusão • Pele: FRIA e PEGAJOSA 10 • Nessa fase nosso corpo não consegue mais manter os mecanismos compensatórios, levando a HIPOPERFUSÃO TECIDUAL GENERALIZADA, com consequente ACIDOSE e diminuição do DÉBITO CARDÍACO; FASES DO CHOQUE FASE PROGRESSIVA Se o Choque não for reconhecido e tratado até a Fase Compensatória, este se encaminhará para a chamada Fase Progressiva • Se nessa fase, não houver a implantação do tratamento do choque, o indivíduo será levado a fase Irreversível com consequente óbito • Inicia-se uma falência generalizada dos nossos sistemas 11 • Pressão Arterial DIMINUÍDA • FC = AUMENTADA (taquicardia) • FR = taquipneia – crepitações; • Pele: petéquias • Diurese: oligúria (débito urinário de 0,5 ml/kg/h ou menos) • Consciência: letargia FASES DO CHOQUE FASE PROGRESSIVA Nessa fase, o paciente terá a seguinte sintomatologia O tratamento para o Choque deve ser instalado ATÉ esta fase!! Caso não seja identificada causa do choque até este momento, o paciente evoluirá para a Fase Irreversível, a qual seguirá a óbito 12 FASES DO CHOQUE FASE IRREVERSÍVEL / REFRATÁRIA Falência celular/orgânica irreversível, sem resposta à intervenções • Destruição celular maciça – morte celular • Disfunção multissistêmica – insuficiência miocárdica, isquemia cerebral • Hipotensão refratária à drogas • Hipoxemia refratária à O2 • Anúria • Complicações infecciosas • Redução da resposta simpática – falência circulatória total – morte 13 14 CHOQUE HIPOVOLÊMICO CHOQUE OBSTRUTIVO CHOQUE CARDIOGÊNICO CHOQUE DISTRIBUTIVO Volume de sangue inadequado – perda líquida Débito cardíaco inadequado devido anormalidades do miocárdio Débito cardíaco inadequado devido obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar ou cardíaco Alteração do tônus vascular na presença de volemia preservada TIPOS DE CHOQUE 15 Volume sanguíneo insuficiente para preencher o espaço intravascular Déficit na pré-carga Queda do débito cardíaco e pressão arterial Hipoperfusão tecidual generalizada CHOQUE HIPOVOLÊMICO DIMINUIÇÃO PRÉ CARGA DIMINUIÇÃO DC DIMINUIÇÃO OFERTA O2 ISQUEMIA CELULAR ACIDOSE LÁTICA ATIVAÇÃO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO REDISTRIBUIÇÃO FLUXO SANGUÍNEO PERIFÉRICO DESVIO SG. ÓRGÃOS VITAIS TAQUICARDIA CHOQUE HIPOVOLÊMICO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Com a DIMINUIÇÃO DA PRÉ CARGA, haverá consequente DIMINUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍADO e com isso, ocorrerá o DESVIO DE SANGUE PARA ÓRGÃOS VITAIS (coração, cérebro), DIMINUIÇÃO DA OFERTA DE O2, que ocasionará ISQUEMIA CELULAR, e ÁCIDOSE LÁTICA. Essa condição levará também a ativação do SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO, com liberação das catecolaminas (noradrenalina, adrenalina e dopamina), levando a TAQUICARDIA e VASOCONSTRIÇÃO. Essa perda de volume pode ser absoluto (perda direta de volume) ou relativo (perda indireta de volume). • Hemorragias: externa/interna • Desidratação • Sequestro de líquidos (ascite) • Queimaduras • Drenagem de grandes volumes líquidos (ascite) HEMORRÁGICAS DESIDRATAÇÕES • Ruptura de vasos ou de órgãos • Complicações obstétricas • Trauma trato gastrointestinal • Trauma pulmonar • Trauma renal SEQUESTRO DE LÍQUIDOS E ELETRÓLITOS CAUSAS CHOQUE HIPOVOLÊMICO • Queimaduras • Perdas trato gastrointestinal (diarreia, vômitos excessivos) • Diaforese excessiva com privação de Líquidos • Perdas trato gastrointestinal e Renais (diabetes, poliúria alta dosagem de diuréticos e ascite) • perfusão periférica maior que 3 segundos • sensação de frio • hipotensão postural • taquicardia postural • palidez • sudorese QUEDA DA VOLEMIA CHOQUE HIPOVOLÊMICO A partir do momento que iniciamos uma queda volêmica, é possível identificar algumas alterações no quadro clínico do paciente QUEDA da VOLEMIA DISCRETA (< 15%): • Perfusão diminuída de órgãos que toleram mal isquemia (pâncreas, rins, baço) • Sensação de sede • Hipotensão • Taquicardia • Oligúria (< 0,5 ml / kg / h) QUEDA DA VOLEMIA CHOQUE HIPOVOLÊMICO QUEDA da VOLEMIA MODERADA (15 a 30%): • Perfusão diminuída do coração e cérebro • Agitação , confusão mental • Hipotensão • Taquicardia (> 120 bpm) • Pulso fino e irregular • Parada cardíaca QUEDA da VOLEMIA GRAVE (> 40%): 21 Principal objetivo: Restabelecer o volume circulante intravascular • Infusão de volume • Compressão mecânica ou torniquete em caso de hemorragia visível TRATAMENTO CHOQUE HIPOVOLÊMICO 23 Falência dabomba cardíaca em manter débito cardíaco adequado e, consequentemente, perfusão celular e tissular. Diminuição da contratilidade cardíaca Falência miocárdica Diminuição do DC e PA CHOQUE CARDIOGÊNICO As causas podem ser cardíacas anatômicas, cardíacas funcionais ou não-cardíacas. • Miocardiopatias • Defeitos mecânicos • Lesões valvulares • Falência VE • IAM • Arritmias • Distúrbios de condução • Disfunção miocárdica da sepse • Hipovolemia Hipotensão Confusão mental Palidez e sudorese Taquicardia Oligúria Predominância de baixo débito SINAIS E SINTOMAS CHOQUE CARDIOGÊNICO Predominância de congestão pulmonar Dispnéia em diferentes graus Taquipnéia e estertores pulmonares Predominância de Falência Ventricular Turgidez jugular Terceira bulha Novos sopros cardíacos Arritmias 25 • ECG: pacientes que tenham apresentado IAMCSST, podem, dependendo da extensão do infarto, e do tempo que se levou para instaurar o tratamento, evoluir para Choque Cardiogênico; • RX com área cardíaca aumentada •Acidose Metabólica •Hipóxia •Elevação dos níveis séricos de lactato •Dosagem de ureia e creatinina Diagnóstico CHOQUE CARDIOGÊNICO • Exames laboratoriais: 26 • Ritmo e frequência cardíaca (monitorização cardíaca); • Volume urinário (por cateter vesical); • Pressão Venosa Central – de hora em hora; • Frequência Respiratória; • Perfusão Tissular; • Pressão Arterial a cada 15 minutos. Tratamento CHOQUE CARDIOGÊNICO 27 •Oxigenação ou Ventilação Mecânica (Manutenção da Saturação de Oxigênio maior que 90%) •Tratamento específico para arritmias •Na ausência de Congestão Pulmonar – administrar solução salina • Dispositivos de Assistência Circulatória: Balão intra-aórtico e ECMO Tratamento CHOQUE CARDIOGÊNICO Drogas Vasoativas •Noradrenalina; •Dobutamina; •Dopamina •Diurético (Furosemida) 28 No caso do Choque Cardiogênico, em algumas situações, recomenda-se o uso do Balão Intra-Aórtico e da ECMO. Ambos são considerados mecanismo de assistência circulatória, e serão melhor trabalhados na disciplina de Prática Saúde do Adulto Tratamento CHOQUE CARDIOGÊNICO 29 • CAUSAS: • Embolia pulmonar • Tamponamento cardíaco • Pneumotórax hipertensivo CHOQUE OBSTRUTIVO • Obstrução (bloqueio mecânico ao fluxo sanguíneo) em alguma parte do sistema circulatório, que impede o fluxo e enchimento cardíaco. • Com isso, haverá diminuição do débito cardíaco devido a queda da pré-carga 30 Tratamento • Tratamento da causa primária • Embolia pulmonar: anticoagulação, trombólise • Tamponamento cardíaco: pericardiocentese • Pneumotórax hipertensivo: descompressão CHOQUE OBSTRUTIVO 31 Séptico, Neurogênico e Anafilático CHOQUE DISTRIBUTIVO • No choque distributivo, o problema encontra-se na distribuição do sangue, de forma que o volume do sangue permanecerá normal, porém haverá uma uma vasodilatação periférica, por alteração do tônus vascular, fazendo com que uma maior quantidade de sangue chegue a periferia e uma menor quantidade de sangue chegue (retorne) ao coração. Séptico Anafilático Neurogênico 32 • No choque distributivo esse mecanismo compensatório não consegue atuar, visto que a musculatura lisa arteriolar não conseguirá responder ao estímulo simpático, levando a permanência da vasodilatação CHOQUE DISTRIBUTIVO Séptico, Neurogênico e Anafilático • O choque distributivo é a única modalidade de choque em que ocorre vasodilatação. • Em todos os outros tipos de choque vai ocorrer uma vasoconstrição como mecanismo compensatório determinado pela ativação simpática. 33 CHOQUE DISTRIBUTIVO Séptico, Neurogênico e Anafilático • A vasodilatação periférica que ocasiona o choque distributivo tem três causas distintas, as quais dão nome aos três principais subtipos de choque distributivo: o séptico, o anafilático e o neurogênico. • Pode-se dizer que o sangue será “mal” distribuído, ou seja, mais sangue para “órgãos não nobres” como a pele e menos sangue para “órgãos nobres como o coração” 34 CHOQUE DISTRIBUTIVO Séptico, Neurogênico e Anafilático • Vasodilatação • Má distribuição do volume sanguíneo • Retorno venoso diminuído • Volume sistólico diminuído • Débito cardíaco diminuído • Perfusão tecidual diminuído Sangue em maior quantidade na periferia e menor no coração 35 CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Séptico • Infecção subjacente a liberação de mediadores químicos e celulares que causam vasodilatação maciça e aumento da permeabilidade capilar; • Os agentes causadores da infecção são produtores de toxinas que induzem à produção de mediadores inflamatórios que têm uma potente ação vasodilatadora. Essa resposta inflamatória é crucial para o combate a infecções locais, e a vasodilatação local não causa grandes prejuízos; • No entanto, em uma infecção acometendo todo o organismo, uma vasodilatação generalizada diminui a RVP e, consequentemente a PA. Essa vasodilatação fará com que uma maior quantidade de sangue chegue a periferia, enquanto uma menor quantidade de sangue chegará ao coração, (diminuição do retorno venoso) levando a redução de sua pré carga; 36 • Os mediadores inflamatórios liberados durante esse processo infeccioso condicionam também um aumento da permeabilidade vascular. CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Séptico • Como resultado dessa vasodilatação, há a ativação da resposta simpática (o que explica a taquicardia nos estágios iniciais deste choque), porém tal resposta não consegue reverter a vasodilatação, uma vez que a microcirculação se encontra seriamente afetada pela ação dos agentes infecciosos; • Além disso, devido a vasodilatação, haverá redução da pós carga, fato que facilitará a ejeção do sangue pelo coração levando, inicialmente, a um aumento do débito cardíaco, sendo essa fase do choque séptico conhecida como FASE HIPERDINÂMICA; • Com o passar do tempo o Débito Cardíaco, tende a DIMINUIR, levando a segunda fase do choque séptico conhecida como FASE HIPODINÂMICA 37 FASE HIPERDINÂMICA (“quente”) – Aumento do DC • Vasodilatação – redução da pós-carga do VE • Venodilatação – redução da pré-carga • Aumento do DC - devido a redução da pós carga • Hipotensão • Pele quente e rosada • Pulsos cheios CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Séptico 38 FASE HIPODINÂMICA(“fria”) – Diminuição do DC • Diminuição da contratilidade: DC • Hipotensão arterial • Congestão pulmonar • Edema periférico • Insuficiência de órgãos e sistemas CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Séptico CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Neurogênico • Hipotensão • Bradicardia • Vasodilatação/redução da pós-carga do VE • Venodilatação/redução da pré-carga • Origina-se no SNC ou periférico: trauma, anestesia, choque medular; • Perda do tônus simpático causando vasodilatação maciça; 40 • Reação alérgica severa; • Reação antígeno-anticorpo com liberação de histamina, induzindo vasodilatação maciça e aumento a permeabilidade capilar • Meios de contraste • Reações à drogas • Reações à transfusões • Alergias à alimentos • Picadas de insetos ou peçonhentos CHOQUE DISTRIBUTIVO Choque Anafilático 41 • Corrigir a causa primária • Assegurar oxigenação e ventilação adequadas • Monitorização e controle hemodinâmicos • Ressuscitação volêmica • Suporte inotrópico • Corrigir anormalidades ácido-básicas • No choque é necessário atentar-se aos níveis de LACTATO • Altos níveis de lactato indicam ausência de oxigenação • Valor normal: 0,4mmol/l a 2,0mmol/l PRINCÍPIOS BÁSICOS DO TRATAMENTO DO CHOQUE 42 OBJETIVO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM • Preservar a vida através da manutenção da oxigenação e circulação, direcionando as intervenções à proteção do paciente, à manutenção das funções e ao reconhecimento precoce e prevenção de deterioração das condições clínicas. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CHOQUE • Monitorização da temperatura • Monitoração hemodinâmica • Monitorização do padrão ventilatório • Estabelecimento de acesso venoso calibroso até a possibilidade de estabelecer cateter central • Checagem e avaliaçãode exames laboratoriais • Controle de infusão de volume e drogas • Cateterização vesical e controle de débito urinário • Monitorar e mensurar ganhos e perdas volêmicas • Exame físico rigoroso
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