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Di�g�ós�i�� d� HI� Con���t� �i�tóri�� A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Os primeiros casos de AIDS foram documentados nos anos 80. Então, a doença se espalhou pelo mundo causando uma pandemia. Atualmente há uma tendência de crescimento em jovens de 15 a 24 anos e em adultos de 50 anos os mais, tanto em homens quanto em mulheres. Es��ut��� �o HI� Os vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2 são retrovírus envelopados pertencentes à família dos lentivírus. - Lentivírus: característicos por provocar infecções persistentes com evolução lenta. - Retrovírus: vírus cujo material genético é RNA e possuem a enzima transcriptase reversa, capaz de transformar o RNA viral em cDNA. O cDNA é integrado ao DNA da célula pela enzima integrase. Envelope: possui as glicoproteínas 120 (gp120) e 41 (gp41). A gp120 é a mais externa, responsável por ligar o vírus às células hospedeiras. Ela está ligada a gp41, que atravessa o envelope viral. Na parte interna do envelope existe uma estrutura proteica constituída pela proteína 17 (p17). A estrutura seguinte é o cerne ou capsídeo viral, formada pela proteína 24 (p24). Envolve duas fitas de RNA (genoma viral) e as enzimas transcriptase reversa, integrase e protease. - Protease: quebra as ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas, também conhecidas como proteinases, peptidases ou enzimas proteolíticas. As proteínas e glicoproteínas virais são identificadas pelo seu peso molecular em quilodaltons. Exemplo: a gp120 tem 120 quilodaltons. Eta��� d� i���cção p��� HI� O HIV pode infectar células com receptores CD4 em sua superfície, como os linfócitos T helper, os macrófagos e as células dendríticas. Infecção inicial ocorre nas células T CD4. 1. As gp120 do vírus se ligam nos receptores CD4 da célula, desestabilizando as gp120 e expondo sua alça V3. 2. A alça V3 interage com o coreceptor CCR5. * 3. Ativação da gp41 e fusão do envoltório viral com a membrana celular — penetração do vírus. 4. Afrouxamento do capsídeo viral e início da síntese do cDNA pela enzima transcriptase reversa. 5. Depois de formado o cDNA, ele se une à enzima integrase e migra para o núcleo. 6. A integrase insere o cDNA no DNA da célula, e ele vira DNA proviral. 7. O vírus passa a controlar a síntese celular, iniciando a produção de RNA mensageiro viral. 8. No citoplasma, os RNAs sintetizam grandes moléculas precursoras (Gag, Gag-Pol e Env) — são proteínas que posteriormente serão cortadas por proteases celulares e virais. Acontece, por exemplo, com a glicoproteína 160, que após cortada, dá origem às gp120 e gp41. 9. O genoma viral e as proteínas migram para as extremidades da célula. Esses componentes saem da célula por brotamento, quando adquirem o envoltório. 10. O processo de maturação das partículas virais será completado pela clivagem das moléculas Gag e Gag-Pol pelas proteases virais. *À medida que a infecção progride, outras células são infectadas como por exemplo o linfócito T CD4, que possui o receptor CD4 e o coreceptor CXCR4. Mar����re� �� �n�e�ção p�� HI� �a co���n�� �an��íne� O RNA viral é o primeiro a ser detectado. Após ele, seguem-se: a proteína p24 e os anticorpos contra o vírus. Após o aparecimento dos anticorpos, há uma redução na proteína p24 e no RNA viral. Di�g�ós�i�� d� i���cção p��� HI� Os testes laboratoriais atuais podem detectar RNA ou DNA proviral, proteína p24 e anticorpos anti-HIV. Con����os ����r�a�t�� Janela clínica/aguda ou período de incubação: período entre o momento da infecção e o aparecimento de sintomas ou sinais. Janela de soroconversão, imunológica ou sorológica: impossibilidade de detecção de anticorpos. Soroconversão: o organismo produziu anticorpos em resposta a um antígeno. Na maioria dos infectados por HIV, acontece em 30 dias. Porém em outros pode demorar até meses. Janela diagnóstica: tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento ou detecção de qualquer marcador. Cla���fic�ção d� F�e��� A infecção recente por HIV pode ser dividida em fases, baseando-se no surgimento de diferentes marcadores. Testes de 4ª geração e rápidos não incluídos. ❏ Estágio 0 (ou eclipse): ausência de marcadores no sangue. Dura em média 10 dias, da data da infecção até a 1ª detecção de RNA viral. ❏ Estágio I: o RNA viral é passível de ser detectado. Duração média de 7 dias. ❏ Estágio II: testes para RNA viral e proteína p24 são positivos. Duração média de 5 dias. ❏ Estágio III: testes para RNA viral, proteína p24 e ELISA (que detecta anticorpos IgM anti-HIV) são positivos. Duração média de 3 dias. ❏ Estágio IV: testes para RNA viral, proteína p24 e ELISA reagentes. Teste de Western Blot com padrão indeterminado, com presença de algumas bandas específicas de HIV-1. Duração média de 6 dias. O Western Blot só é considerado reagente quando apresenta 2 das 3 bandas: p24, gp41 e gp120/160. ❏ Estágio V: testes para RNA viral, proteína p24, ELISA e Western Blot reagentes. Porém o WB ainda não apresenta reatividade para p31 (pol). Duração média de 70 dias. ❏ Estágio VI: testes para RNA viral, proteína p24, ELISA e Western Blot (completo) reagentes. Duração indefinida. *Estudos indicam que os testes de 4ª geração podem detectar amostras nos estágios II ou no III, dependendo do fabricante. Da mesma forma, os testes rápidos, de 3ª geração, podem detectar no II, III ou IV, dependendo do fabricante. Para testes rápidos de fluido oral, não é possível determinar em qual estágio de Fiebig eles se encaixam. Lim���ções �� �l���ific�ção Foram utilizados no estudo apenas ensaios sorológicos desenvolvidos unicamente com proteínas do subtipo B, HIV-1. Como a sensibilidade de qualquer um dos testes para a detecção do HIV depende do fabricante, é possível que os resultados de testes de fabricantes diferentes classifiquem a infecção em estágios distintos. Flu���r��a� p��� �i�g�ós�i�� O diagnóstico sorológico da infecção é realizado com, pelo menos, dois testes: um de triagem e um segundo para confirmação. O 1° teste deve ser o mais sensível, e o 2° o mais específico, a fim de eliminar falsos positivos. A combinação padrão-ouro e mais utilizada é um ensaio imunoenzimático de triagem + o Western Blot para confirmação. No caso de discordância, os testes devem ser repetidos. Se a discordância se repetir, deve-se fazer os testes novamente posteriormente. Eta�� �� t�i���m: méto��� r��o��n���os ELISA, MEIA, QL, EQL, ELFA, CMIA e testes rápidos (imunocromatografia, aglutinação de partículas de látex ou imunoconcentração). Eta�� ��m��em����r: méto��� r��o��n���os Imunoblot, Imunoblot rápido, Western Blot e Quantificação de carga viral. *É recomendado pela MS o uso do exame de quantificação de carga viral como teste complementar, A infecção é confirmada quando apresenta resultados iguais ou superiores a 5000 cópias/mL. Pri��ípi�� ��to���ógi��� d�� �es��� En�a�� i��n�e���máti�� (EL���) Os testes ELISA do tipo sanduíche ou imunométrico são muito utilizados. Esses ensaios apresentam uma fase sólida, que pode ser uma placa de plástico com poços ou pérolas de plástico. 1. São fixados antígenos na parte sólida. 2. Os antígenos ligam-se aos anticorpos (imunoglobulinas) presentes na amostra. 3. É adicionada uma solução de proteínas recombinantes e peptídeos sintéticos do HIV-1 e grupo O e HIV-2, conjugadas com uma enzima. 4. A adição de um substrato* produzirá cor que será medida por um espectrofotômetro. 5. Os resultados são determinados pela leitura da densidade ótica, obtida no final do ensaio. En�a�� i��n�e���máti�� ��m�i��d� o� EL��� co���n��o �� �es��� d� 4ª ge��ção São capazes de detectar simultaneamente a presença de antígenos e/ou anticorpos em uma amostra. 1. Na fase sólida estão fixados anticorpos contra o antígeno p24 e antígenos do HIV-1 (como gp160, gp120 e gp41), antígenos do grupo O e antígenos de HIV-2. 2. A presença de anticorpos, na amostra, é detectada pela adição de uma solução de proteínas recombinantes e de peptídeos sintéticos do HIV, conjugadas com uma enzima. A presençade antígenos, na amostra, é indicada pela adição de uma imunoglobulina anti-p24 conjugada a uma enzima. 3. A revelação da reação ocorre pela adição de um substrato* que resultará na formação de cor, indicando a presença de antígenos ou de anticorpos na amostra. 4. A intensidade da cor é medida por um espectrofotômetro. 5. Cada conjunto diagnóstico indica como calcular o ponto de corte. En�a�� im���e�z��áti�� de mi���p���ícu��� (ME��) 1. A fase sólida é formada por micropartículas de látex recobertas com antígenos do HIV aos quais vão se ligar os anticorpos da amostra. 2. As micropartículas ligam-se a uma matriz de fibra de vidro. 3. É adicionado um conjugado composto de antígenos recombinantes do HIV e peptídeos sintéticos do envelope do HIV-1 e HIV-2, conjugados à biotina (vitamina B7). Os antígenos do conjugado ligam-se aos anticorpos, formando um complexo antígeno-anticorpo-antígeno. 4. Adicionado um 2° conjugado, composto de anticorpos anti biotina conjugados com uma enzima, o qual se liga ao complexo antígeno-anticorpo-antígeno. 5. Adicionado um substrato (4-Metilumbeliferil-Fosfato) que reage com a enzima, originando um produto fluorescente (4-Metilumbeliferona), que será medido pelo equipamento. 6. A presença ou ausência de anticorpos anti-HIV- ou/e anti-HIV-2 é determinada pela intensidade da fluorescência obtida. *Existem ensaios que utilizam a metodologia MEIA e detectam simultaneamente antígeno p24 e anticorpos anti-HIV-1 e anti-HIV-2. En�a�� im����ógi�� co� re����ção el����qu���o��m��e�c���� (EQ�) 1. A etapa inicial ocorre em meio líquido. 2. A 1ª incubação consiste na mistura de: amostra do usuário, anticorpos monoclonais anti-p24 marcados com biotina, antígenos recombinantes específicos do HIV marcados com biotina, peptídeos sintéticos específicos do HIV marcados com complexo de rutênio, anticorpos monoclonais anti-p24 marcados com complexo de rutênio e antígenos recombinantes específicos do HIV marcados com complexo de rutênio. 3. Os anticorpos e os antígenos da amostra se ligam com os antígenos e anticorpos, respectivamente. Formam assim complexos do tipo sanduíche (antígeno-anticorpo-antígeno e anticorpo-antígeno-anticorpo) 4. São adicionadas micropartículas revestidas com estreptavidina. 5. Na 2ª incubação, os complexos do tipo sanduíche ligam-se à fase sólida, por meio da interação entre biotina e estreptavidina. 6. A mistura de reação é aspirada par uma célula de leitura, em que as micropartículas são fixadas magneticamente à superfície de um eletrodo. Os elementos não ligados são removidos. A aplicação de corrente elétrica no eletrodo induz emissão quimioluminescente, que é medida por fotomultiplicador. 7. A presença de anticorpos anti-HIV-1 e/ou anti-HIV-2 ou de antígeno p24 na amostra é determinada pela intensidade de emissão. 8. En�a�� im����ógi�� co� re����ção flu�r���en�� (EL��) 1. A fase sólida é um cone no qual a parte superior é recoberta com anticorpos anti-p24, permitindo a detecção de antígeno p2, e a parte inferior é recoberta por antígenos recombinantes e peptídeos sintéticos do HIV-1 e HIV-2, e permite a detecção dos anticorpos anti-HIV. 2. No cone se misturam a amostra do usuário e um reagente contendo anticorpo anti-p24 marcado com biotina. Nessa etapa ocorre a lise do vírus da amostra para liberação dos antígenos p24, que se ligarão aos anticorpos anti-p24 fixados na parte superior do cone, e aos anticorpos anti-p24 marcados com biotina. Os anticorpos anti-HIV presentes na amostra ligam-se aos antígenos da parte inferior do cone. 3. É adicionado, na parte inferior do cone, um conjugado composto de antígenos de HIV marcados com biotina, que ligam-se aos anticorpos presentes na amostra. 4. Adiciona-se um conjugado composto de estreptavidina marcada com uma enzima, que se liga às biotinas presentes na parte inferior e superior do cone. 5. Adição de um substrato da enzima marcado com uma substância fluorescente. A intensidade da fluorescência é captada e medida. En�a�� im����ógi�� qu���o��m��e�c���� (C�I�) 1. Antígenos recombinantes do HIV-1 e HIV-2 fixados no poço de reação, fase sólida. 2. Os anticorpos presentes na amostra se ligam aos antígenos fixados, formando um complexo antígeno-anticorpo. 3. Adição de conjugado composto de antígenos recombinantes de HIV marcados com uma enzima (peroxidase). 4. Conjugado se liga aos anticorpos do complexo antígeno-anticorpo. 5. Adicionado substrato (derivado do luminol e um sal perácido) e um agente de transferência de elétrons. 6. A reação entre o conjugado e o substrato origina um produto luminoso, captado e medido. *A presença ou ausência de anticorpos anti-HIV-1 e/ou HIV-2 na amostra é determinada pela intensidade de luz obtida. En�a�� im����ógi�� qu���o��m��e�c���� ma��éti�� (C�I�) 1. Fase sólida formada por micropartículas magnéticas recobertas por antígenos recombinantes de HIV-1 e HIV-2 e anticorpos monoclonais anti-p24. 2. Os anticorpos da amostra se ligam aos antígenos. Os antígenos p24 da amostra ligam-se aos anticorpos. 3. Adição de antígenos recombinantes de HIV-1, peptídeos sintéticos do HIV-1 e HIV-2 e anticorpos monoclonais anti-p24 marcados por um derivado da acridina. 4. Adição do substrato da enzima com peróxido de hidrogênio e hidróxido de sódio 5. Produção de luz, medida pelo equipamento. 6. A presença ou ausência de anticorpos anti-HIV-1 e/ou HIV-2 ou de antígenos é determinada pela intensidade de luz obtida.
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