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A Prova Derradeira do Valor das TI—Professor de Harvard Revela Crescimento Real das Receitas Por Harris Collingwood Novos estudos indicam que os investimentos estratégicos em TI resultam num crescimento das receitas superior a sete pontos percentuais. Um estudo aprofundado efectuado pelo professor Marco Iansiti da Harvard Business School e pela Keystone Strategy Inc., uma consultora em estratégia empresarial sediada em São Francisco, prova que a tecnologia de informação pode oferecer uma vantagem competitiva. As empresas posicionadas no quartil superior do teste de TI de Iansiti reportaram taxas médias de crescimento das receitas anuais compostas com cerca de sete pontos percentuais acima das taxas de crescimento das empresas posicionadas no quartil inferior. Iansiti baseou as suas conclusões em dados recolhidos a partir de 161 grandes empresas da indústria transformadora dos E.U.A, Europa e Japão. As empresas foram classificadas com base na eficiência de utilização da TI em 40 processos empresariais englobados em cinco áreas funcionais chave, incluindo finanças e operações, vendas e marketing, e gestão de parceiros e fornecedores. A amplitude e o alcance de utilização das TI em cada área foram os factores de base para as classificações. A conclusão do estudo: existe uma correlação directa entre a capacidade de TI da organização e o seu desempenho financeiro. TI Eficaz = Maior Crescimento das Receitas O estudo de Iansiti vai muito mais além do que apenas documentar o desempenho superior das organizações com capacidades de TI mais avançadas. Explica detalhadamente o porquê da excelência do seu desempenho. “As TI permitem aos gestores suportarem processos mais complexos” afirma. “E quando o grau de complexidade suportado cresce significativamente, abre-se caminho para o redimensionamento da organização.” Resumindo, as TI não contribuem apenas para a concretização do crescimento—permitem também a sua gestão. Dores de Crescimento Para explicar este conceito, Iansiti cita uma empresa transformadora de dimensão média que estudou no início da sua carreira de professor de gestão. As operações e logística da empresa eram coordenadas por uma única gestora que esquematizava tudo num quadro e memorizava os detalhes do negócio. “Tudo bem, desde que não se registasse crescimento e, é claro, desde que a gestora não tivesse nenhum acidente” argumenta Iansiti. No entanto, crescimento e complexidade caminham de braços dados. “O crescimento é um factor real de tensão para uma organização” afirma Iansiti. “Basta lembrarmo-nos da era do dot-com, em que as empresas em rápido crescimento que contrataram milhares de pessoas num ano praticamente desapareceram no ano seguinte. E não foram apenas as dot-coms. O crescimento é um problema em qualquer sector da indústria.” É aqui que as TI entram em cena, realça Iansiti. As TI oferecem aos gestores de empresas em crescimento: Maior eficácia de execução Uma perspectiva mais abrangente das operações Rapidez de resposta a novas oportunidades Não obstante, Iansiti explica de imediato que a eficácia das TI não é uma consequência do investimento. Na realidade, praticamente não existe uma correlação entre o volume de orçamento de TI de uma empresa e o respectivo desempenho financeiro. “As empresas com um fraco desempenho simplesmente estão a investir nas áreas erradas” afirma. As empresas posicionadas no quartil inferior da capacidade de TI tiveram mais dificuldades em identificar os clientes e os produtos mais lucrativos, declara Iansiti. Reportaram também menos 23% de receitas por empregado do que as empresas do quartil superior. Comparativamente, as empresas com melhor desempenho sobressaem em algumas áreas críticas. Possuem: Uma plataforma de TI sólida de suporte a processos fundamentais—finanças, gestão e programação do aprovisionamento e Funções analíticas que melhoram a capacidade de resposta das suas operações às necessidades dos clientes A excelência nestas duas áreas críticas demonstra que as empresas mais aptas utilizam as TI de forma táctica e estratégica. Implementam as TI para a concretização de desafios operacionais fundamentais, tais como, a automatização de processos do dia-a-dia, utilizando-a em simultâneo na detecção de novas oportunidades e sua transformação em produtos e serviços que gerem receitas. Iansiti cita a Whirlpool como uma empresa eficaz ao nível operacional e estratégico. “A maioria dos observadores concordam que a Whirlpool tem grandes capacidades na área da produção” argumenta Iansiti. “É de esperar que saiba como automatizar as suas fábricas. No entanto, os custos de materiais e a cadeia de aprovisionamento são duas fontes importantes de complexidade e incerteza. A TI permite à empresa gerir e transformar estas duas áreas numa vantagem estratégica.” Delegação de Poderes Iansiti argumenta que a TI delega os poderes necessários aos colaboradores da empresa quer sejam responsáveis por processos de base quer estejam no centro do delineamento da estratégia. "Na maior parte das empresas" afirma "as TI afectam três níveis." O primeiro nível são as aplicações de base—razão, compras e facturação. São aplicações suficientemente rígidas utilizadas por dezenas e centenas de milhares de pessoas, declara Iansiti. “No nível seguinte, surgem as aplicações flexíveis e adaptáveis utilizadas, provavelmente, por cerca de 1.000 pessoas na recolha de informações de investigação e desenvolvimento, execução de operações de cobertura de riscos cambiais ou gestão de preços de fornecedores” acrescenta. “No terceiro nível, encontram-se as TI não estruturadas utilizadas por algumas pessoas ou grupos pequenos” realça Iansiti. “Podem incluir um blogue criado por uma equipa de desenvolvimento de produtos para divulgação de informações ou uma rede ponto-a-ponto para intercâmbio de dados de investigação. Em qualquer um dos cenários, as TI permitem as estas pessoas partilharem conteúdos sem um processo predeterminado.” Cada nível apresenta oportunidades de delegação de poderes, afirma Iansiti. Vejamos, por exemplo, a indústria de transformação. Os operários de um local de produção detêm conhecimentos e aptidões de grande valia, gozando de uma grande liberdade de execução das suas tarefas. “Actualmente,” afirma Iansiti, “os operários fabris são trabalhadores altamente qualificados.” No segundo nível, as TI atribuem responsabilidades ao oferecerem uma ferramenta que permite aos empregados executarem tarefas anteriormente categorizadas como demasiado complexas e especializadas para serem desempenhadas por qualquer pessoa. “A gestão de projectos é um exemplo clássico” declara Iansiti. “Existem novas aplicações de gestão de tarefas potentes e flexíveis que maximizam as capacidades do gestor. De repente, um gestor fica apto a gerir projectos com uma dimensão e uma complexidade elevadas. Algo inimaginável há apenas alguns anos atrás.” No terceiro nível (o individual), as TI disponibilizam as ferramentas que além de permitirem a criação de novas oportunidades de negócio, possibilitam ainda a elaboração de modelos. “A tomada de decisões é mais rápida” afirma Iansiti, “e, mais importante ainda, fundamentada. É agora possível obter informações operacionais (por exemplo, dados de custeio) recolhidas ao nível operacional e aplicá-las ao modelo. Tal pode ter um impacto estrondoso quando é necessário optar entre directrizes a implementar.” O termo “complexidade” é sem sombra de dúvidas o que melhor descreve o ambiente empresarial dos nossos dias. É, portanto, lógico assumir que as empresas que melhor se adaptem à gestão da complexidade são as que têm mais hipóteses de crescerem. As TI, declara Marco Iansiti, são a forma como as empresas gerem a complexidade—e isto não é algo que uma simples aplicação consiga fazer.
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