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INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

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1 
 
 
 
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3 
 
Amaury Portugal 
 
 
 
INTRODUÇÃO À 
ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Palavra do Professor autor 
Sobre o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE DE ESTUDO I: CONCEITUAÇÕES E PROPOSIÇÕES EM 
ADMINISTRAÇÃO 
 
Introdução à Administração 
Definição de Administração 
Administração e suas perspectivas 
Conteúdo e Objeto de estudo da Administração 
O Estado Atual da Teoria Geral da Administração 
A Administração na sociedade moderna 
A Evolução dos Modelos de Administração 
 
UNIDADE DE ESTUDO II: OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
Antecedentes históricos da administração 
Influência dos Filósofos 
Influência da Organização da Igreja Católica 
Influência da Organização Militar 
Influência da Revolução Industrial 
Influência dos Economistas Liberais 
Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
 
UNIDADE DE ESTUDO III: ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
CIENTÍFICA 
 
Administração científica: Taylor e seguidores. 
A Obra de Taylor 
 
6 
 
A Administração como Ciência 
Organização Racional do Trabalho 
Estudo dos Tempos e Movimentos 
Estudo da Fadiga Humana 
Divisão do Trabalho e Especialização do Operário 
Desenho de Cargos e Tarefas 
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção 
Conceito de Homo Economicus 
Condições de Trabalho 
Padronização 
Supervisão Funcional 
Princípios Básicos de Ford 
Princípios da Eficiência de Harrington Emerson 
Apreciação Crítica da Administração Científica 
 
UNIDADE DE ESTUDO IV: ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA 
 
Administração Clássica 
Origens da Abordagem Clássica 
A Obra de Fayol 
As Funções da Empresa 
Elementos da Administração 
Princípios da Administração 
Proporcionalidade das Funções Administrativas 
Diferença entre Administração e Organização 
Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol 
 
UNIDADE DE ESTUDO V: ABORDAGEM HUMANISTA DA 
ADMINISTRAÇÃO 
 
Teorias Transitivas da Administração 
Administração e Liderança 
Psicologia da Organização 
Organização como um Sistema Social 
 
7 
 
Teoria das Relações Humanas 
Origens da Teoria das Relações Humanas 
A Experiência de Hawthorne 
A Civilização Industrializada e o Homem 
Funções Básicas da Organização Industrial 
Comparação entre Teoria Clássica e Teoria das Relações Humanas. 
Decorrências da Teoria das Relações Humanas 
Influência da Motivação Humana 
Teoria da Motivação de Maslow 
As Características dos Grupos 
Apreciação Crítica da Teoria das Relações Humanas 
 
UNIDADE DE ESTUDO VI: NOVAS ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO 
A teoria da Administração 
Gestão do conhecimento e capital intelectual 
Soluções emergentes 
Equipes de alto desempenho 
Qualidade Total 
Gestão da Qualidade 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando com a Internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Palavra do Professor autor 
Prezados estudantes, 
O estudo da Administração de empresas é o estudo de entidades 
organizacionais, que de forma relevante sempre impactou os acontecimentos e 
a formação das sociedades e economias capitalistas durante os tempos. 
Introdução à Administração aborda a história de como a busca pela 
inovação na habilidade em organizar empresas e recursos foi sendo moldada 
pelos acontecimentos históricos, influenciando, sobremaneira a evolução das 
pesquisas acadêmicas que levariam ao estado da arte das chamadas 
Abordagens de Administração e suas escolas de pensamento que hoje 
conhecemos. 
Trata-se de uma disciplina recheada de conceitos e fatos históricos que 
ilustram esta trajetória de simples técnicas a pujantes teorias que hoje 
conhecemos por administração de empresas. 
 
O autor! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Sobre o autor 
 
Amaury Portugal, Mestre em Administração pela 
UNIFOR/CE com Bolsa da FUNCAP-CE. Especialista em 
Marketing de Serviços pela FIA/SP. Formado em 
Administração de Empresas pela Unifor/CE, Coordenador 
dos cursos de Bacharelado em Administração EAD e 
Tecnológico em Recursos Humanos EAD do Centro 
Universitário - UNINTA. Coordenador do curso de Bacharelado em 
Administração da Faculdade Alencarina de Sobral – (FAL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Ambientação à disciplina 
Caro estudante, 
O estudo da administração se inicia com sua disciplina clássica, 
Administração Contemporânea. Esta disciplina dentro do curso de 
administração pode ser formatada em um ou mais semestres, o caso desta 
versão que adotamos a disciplina num formato mais direto ao ponto. 
Aqui aborda-se o início dos estudos da Administração em suas origens, 
suas influências e teorias que serão divididas historicamente em abordagens. 
O universo histórico compreende o período da 2ª Revolução Industrial, 
fim do século XIX início do XX, com a industrialização americana em seu 
esplendor, até o fim dos anos 30, período entre guerras e com a histórica 
depressão em andamento. 
Estuda-se além dos princípios básicos as abordagens (escolas) 
clássicas e das relações humanas e suas teorias inerentes. Pensadores 
clássicos como Taylor (2010), Fayol (1970), Ford (1967) e May (1953) serão 
abordados. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Trocando ideias com os autores 
Sugerimos a leitura da obra: Introdução à Teoria 
Geral de Administração. Nesta obra é abordada que 
durante anos, a Administração foi considerada uma 
atividade paralela e apenas complementar ao comando 
das organizações, em geral, e das empresas, em 
particular. Surgida no início do século passado como 
uma ciência focada na busca da eficiência do 
trabalhador de chão de fábrica, provocou uma 
verdadeira revolução no mundo organizacional. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral de Administração. 9ª 
ed. Rio de Janeiro: Manole, 2014. 
 
Propomos ainda a leitura da obra: Teoria geral 
da administração. Este livro apresenta a evolução 
das ideias na história das organizações e da 
administração. O texto foi planejado para fornecer a 
visão dos conceitos e facilitar a aquisição das técnicas 
que se desenvolveram a cada estágio evolutivo. Os 
casos, no final de cada capítulo, possibilitam trazer os 
conceitos e as técnicas para a esfera da aplicação 
prática, ajudando o estudante a desenvolver suas competências de análise e 
julgamento. 
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012. 
Guia de Estudo: 
Analise os dois livros e realize uma síntese fazendo um paralelo das duas 
obras relacionando com o assunto abordado nesta disciplina. 
 
13 
 
Problematizando 
Recém-casado Ricardo abandonou o emprego para iniciar uma loja de 
materiais esportivos em uma rua de grande movimento de um bairro comercial 
de São Paulo. A empresa cresceu rapidamente. Em poucos anos, Ricardo 
abriu filiais da loja e comprou uma pequena malharia para fabricar seus 
próprios uniformes esportivos. A malharia tornou-se um negócio muito lucrativo, 
porque Ricardo passou a fornecer para outras lojas independentes, redes de 
lojas de material esportivo e diversos times. Finalmente, cerca de 10 anos 
depois de começar, Ricardo abandonou o comércio para se dedicar 
integralmente à indústria. 
A administração dos negócios tomava todo o seu tempo e Ricardo 
precisou sacrificar seus estudos, interrompendo-os no primeiro ano do curso de 
Economia. Seus dois filhos, Sérgio e Alberto, foram educados, desde 
pequenos, para assumir a empresa. Desde a adolescência, foram envolvidos 
pelo pai nos negócios. Ambos formaram-se em Administração e Ricardo 
providenciou para quefizessem estágios no exterior. 
Cerca de 25 anos depois de ter começado, Ricardo era o proprietário 
de uma grande confecção de uniformes esportivos, que agora tinha um novo 
tipo de clientes: outros fabricantes de materiais esportivos, que dele 
compravam para vender com sua própria marca. Diversos outros fornecedores 
concorriam pelos mesmos clientes. Estabilizada, a empresa era administrada, 
no dia a dia, por Sérgio e Alberto, que se dedicavam especialmente às 
atividades de marketing e finanças. Ricardo concentrava-se nas decisões de 
produção e escolha de produtos, além dos contatos com clientes grandes e 
tradicionais. Já não precisava dedicar-se tanto quanto antes. 
Tudo correu relativamente bem para Ricardo e seus concorrentes, antes 
da era da globalização e dos Shoppings centers. Quando as grandes empresas 
multinacionais de material esportivo chegaram ao Brasil, a competição tornou-
se extremamente acirrada. Com grande poder de compra, agressivas na oferta 
de patrocínios para as equipes esportivas e extremamente preocupadas com a 
 
14 
 
competitividade, essas empresas passaram a moldar o mercado segundo seus 
interesses. Esse movimento coincidiu com a evolução da tecnologia nas fibras 
para tecelagem, que a empresa de Ricardo comprava de fornecedores 
multinacionais instalados no Brasil. 
Ricardo foi obrigado a fazer grandes inovações em seu parque 
industrial, para acompanhar a evolução da tecnologia e acompanhar os novos 
padrões criados pela abertura do mercado. Exigindo grandes investimentos, 
essas inovações obrigaram Ricardo a procurar financiamento, o que deixou a 
empresa em situação financeira muito delicada. No final da década de 90, uma 
grande parte da receita estava comprometida com o pagamento de juros. A 
crise econômica e a alta do dólar contribuíram para tornar a situação ainda 
mais difícil no mercado interno, embora tivessem facilitado à exportação, que a 
empresa fazia em pequena escala. 
Nos últimos cinco anos, as relações entre Ricardo e seus dois filhos 
tornaram-se muito tensas, para desalento de Alice, a mãe, e do restante da 
família. Vendo a empresa deteriorar-se, Sérgio e Alberto pretendem nada mais 
nada menos, que o pai abandone os negócios e deixe a empresa totalmente 
para eles. Alegam que estudaram e se prepararam profissionalmente para 
administrar a empresa e que a época do pai já passou. 
Ultimamente, Ricardo está tendo sérios conflitos com os filhos por 
causa dessa questão. Depois de muita discussão, Alberto, o filho mais velho, 
convenceu Ricardo de que novos mercados poderiam ser explorados. 
Desenvolveu novos produtos e passou a fornecer para outros tipos de clientes, 
que vendem roupas de griffe em shopping centers. Esse mercado parece ter 
grande potencial. O êxito animou Alberto, que agora acredita ter um argumento 
forte para discutir com o pai. Querendo evitar que o conflito se torne mais 
agudo, Ricardo concordou em cuidar do suprimento de matérias-primas e da 
produção. 
No entanto, não consegue deixar totalmente de se ocupar dos 
problemas de desenvolvimento de produtos, vendas, finanças e administração 
geral da empresa, que os dois filhos disputam com ele. Há pouco tempo, eles 
 
15 
 
tiveram séria discussão por causa da proposta que os filhos fizeram, de 
contratar um consultor de administração. 
Ricardo se pergunta frequentemente: Afinal, quem deve mandar aqui? 
Eu, que iniciei esse negócio e não eles. Alegam que estudaram Administração 
e estão mais preparados do que eu para resolver os problemas da empresa. 
Dizem até que minha experiência não vale mais nada hoje em dia. Não quero 
aumentar o conflito, mas também não quero abandonar a empresa totalmente. 
E que história é essa de trazer consultor? O que essa pessoa pode saber, sem 
nunca ter antes se envolvido nos negócios? 
 
Guia de Estudo: 
Tendo como informação o fato acima narrado, mostre seu ponto de vista e 
conhecimento em relação aos questionamentos que Ricardo faz sobre sua 
experiência de comércio. Produza um texto argumentativo relatando a 
importância da experiência e do conhecimento para a administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
CONCEITUAÇÕES E 
PROPOSIÇÕES EM 
ADMINISTRAÇÃO 
1 
CONHECIMENTOS 
Entender as definições e perspectivas da administração. 
 
HABILIDADES 
 
Identificar algumas das principais motivações a se estudar e praticar a 
administração. 
 
ATITUDES 
 
Desenvolver em si próprio e em outras pessoas as motivações para a 
administração de empresas. 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Introdução à Administração 
A palavra administração tem origem no latim e significa: administratione. 
Ad = (direção para, tendência, junto de). 
Minister = Comparativo de inferioridade, o sufixo ter (subordinação e 
obediência) aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem. 
Função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta 
a outro. 
A administração tem como tarefa, interpretar os objetivos propostos pela 
empresa e transformá-los em ação empresarial através do planejamento, 
organização, direção e controle de todos os esforços realizados, em todas as 
áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. 
A administração é uma condição indispensável para o sucesso de cada 
empresa. A administração representa a solução da maior parte dos problemas 
que afligem a humanidade nos dias de hoje. Na realidade não existem países 
desenvolvidos ou subdesenvolvidos, mas países bem ou mal administrados. 
(PETER DRUCKER) 
Definição de Administração 
Segundo MORAES (2001) a tarefa da Administração envolve a 
interpretação de objetivos a fim de transformá-los em ação organizacional por 
meio do planejamento, da organização, da direção e do controle. 
Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do 
conhecimento humanas mais impregnadas de complexidade e de desafios. O 
profissional que utiliza a Administração como meio de vida, pode trabalhar nos 
mais variados níveis de uma organização, desde o nível hierárquico de 
supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização. Cada 
organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu 
pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação 
financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia etc. 
 
20 
 
Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona 
recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de 
situações exclusivos daquela organização. 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o 
administrador possa executar eficazmente o processo administrativo: 
 
Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, 
técnicas e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas 
específicas, através de sua instrução, experiência e educação; 
 
Habilidade humana: Consiste na capacidade e no discernimento para 
trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar 
uma liderança eficaz; 
 
Habilidade conceitual: Consiste na habilidade para compreender as 
complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da 
pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se 
comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de 
acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo da unidade:
https://www.youtube.com/watch?v=9JHzh1GazIk&feature=youtu.be
 
21 
 
 Administração e suas perspectivas 
A tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas através das 
pessoas, seja nas indústrias, no comércio, nas organizações de serviços 
públicos, nos hospitais, nas universidades, nas instituições militares ou em 
qualquer outraforma de empreendimento humano, a eficácia com que as 
pessoas trabalham em conjunto para conseguir objetivos comuns depende 
principalmente da capacidade daqueles que exercem função administrativa. 
Qualquer que seja a posição ou o nível que ocupe o administrador, 
quando tem responsabilidade por subordinados, só pode alcançar resultados 
através da efetiva cooperação dos subordinados. 
Toda organização precisa ser administrada adequadamente para 
alcançar os seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de 
recursos. Devido às suas limitações físicas, biológicas e psíquicas, o homem 
tem necessidade de cooperar com outros homens para, em conjunto 
alcançarem objetivos. 
Conteúdo e Objeto de estudo da Administração 
 
O significado e conteúdo da Administração deparam-se com uma 
formidável ampliação e aprofundamento através das diferentes teorias que 
abordaremos nesta apostila. O próprio conteúdo do estudo da Administração 
varia enormemente de acordo com a teoria ou escola considerada. 
Normalmente, cada autor ou estudioso da Administração tende a abordar as 
variáveis e assuntos típicos da orientação teórica de sua escola ou teoria. 
Aliás, uma das razões que nos levou a escrever esta apostila foi exatamente a 
necessidade de abordarmos as principais teorias da Administração, os seus 
respectivos assuntos e conteúdos. Com isto, pretendemos apresentar, não 
especificamente a abordagem e conteúdo de uma única corrente com o agra-
vante de desconhecermos as demais, mas uma visão ampla, simplificada, 
comparativa e, sobretudo, crítica de cada teoria da Administração. 
 
 
22 
 
Na tabela abaixo o leitor irá ter a possibilidade de verificar a evolução 
das teorias administrativas e seus principais enfoques no decorrer do século 
XX e no começo deste século XXI. 
ÊNFASE TEORIAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS ENFOQUES 
Tarefas Administração Científica – 1903 Na Racionalização do trabalho nível 
operacional. 
 Teoria Clássica - 1916 
Teoria Neoclássica - 1954 
Organização formal. 
Princípios gerais da Administração. 
Funções do administrador. 
Estrutura Teoria da Burocracia – 1909 Organização formal burocrática. 
Racionalidade organizacional 
 Teoria Estruturalista – 1947 Múltipla abordagem: 
-Organização formal e informal. 
-Análise intraorganizacional e análise Inter 
organizacional. 
 Teoria das Relações Humanas – 
1932 
Organização informal. 
Motivação, liderança, comunicações e dinâmica 
de grupo. 
Pessoas Teoria do Comportamento 
Organizacional – 1957 
Estilos de Administração. 
Teoria das decisões. 
Integração dos objetivos organizacionais e 
individuais. 
 Teoria do Desenvolvimento 
Organizacional – 1962 
Mudança organizacional planejada. 
Abordagem de sistema aberto 
Ambiente Teoria Estruturalista – 1947 Análise intraorganizacional e análise ambiental. 
Abordagem de sistema aberto. 
Teoria da Contingência – 1972 Análise ambiental (imperativo ambiental) 
Abordagem de sistema aberto. 
Tecnologia Teoria da Contingência – 1972 Administração da tecnologia (imperativo 
tecnológico) 
Competitividade Novas Abordagens da Administração 
- 1990 
Caos e Complexidade. Aprendizagem 
Organizacional – capital intelectual 
 
 
23 
 
 A Teoria Geral da Administração começou com o que chamaremos de 
“ênfase nas tarefas" (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), 
com a Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica 
passou para a “ênfase na estrutura" com a Teoria Clássica de Fayol e com a 
Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista. 
 
A reação humanística surgiu com a “ênfase nas pessoas", por meio da 
Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria 
Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A "ênfase 
no ambiente" surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria 
da Contingência. 
 
Esta, posteriormente, desenvolveu a "ênfase na tecnologia". No século 
XXI surge à teoria da competitividade, capaz de levar a empresa ao sucesso e 
desenvolvimento permanente. Cada uma dessas seis variáveis – tarefas, 
estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade provocaram a seu 
tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no 
desenvolvimento da TGA. 
 Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas 
seis variáveis, omitindo ou relegando a um plano secundário todas as demais. 
 Veja nas imagens a seguir as principais teorias influenciadoras do atual 
pensamento administrativo: 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
O Estado Atual da Teoria Geral da Administração 
 Com as rápidas pinceladas a respeito dos gradativos passos da TGA, 
procuramos demonstrar o efeito cumulativo e gradativamente abrangente das 
diversas teorias com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques 
(CHAVANETO, 1979). Todas as teorias administrativas apresentadas são 
válidas, embora cada qual valorize apenas uma ou algumas das seis variáveis 
básicas. Na realidade, cada teoria administrativa surgiu como uma resposta 
aos problemas empresariais mais relevantes de sua época. E, neste caso todas 
elas foram bem-sucedidas ao apresentarem soluções especificas para tais 
problemas. 
 De certo modo, todas as teorias administrativas são aplicáveis às 
situações de hoje. E o administrador precisa conhecê-las bem para ter à sua 
disposição um naipe de alternativas interessantes para cada situação. O 
estado atual da TGA é bastante complexo: ela permite uma variedade enorme 
de abordagens a respeito de seu objeto de estudo e engloba um enorme leque 
de variáveis que devem ser levadas em consideração. 
Hoje em dia, a TGA estuda a Administração das empresas e demais 
tipos de organizações do ponto de vista da interação e interdependência entre 
as seis variáveis principais, cada qual objeto específico de estudo por parte de 
uma ou mais correntes da teoria administrativa. As seis variáveis básicas: 
tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade, constituem 
os principais componentes no estudo da Administração das empresas. O 
comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: Cada qual 
influencia e é influenciado pelos outros componentes. Modificações em um 
provocam modificações em maior ou menor grau nos demais. O 
comportamento do conjunto desses componentes e, diferente da soma dos 
comportamentos de cada componente considerado isoladamente. 
Na realidade, a adequação entre essas seis variáveis constitui o 
principal desafio da administração. No nível de uma subunidade especializada 
(por exemplo, um departamento, uma divisão, uma seção), algumas dessas 
variáveis podem assumir papel preponderante. 
 
26 
 
Devido à crescente importância da Administração e devido aos novos 
e complexos desafios com que ela se defronta, os autores e pesquisadores têm 
se concentrado em algumas partes ou em algumas variáveis isoladas do 
enorme contexto de variáveis que intervêm cada qual com sua natureza, seu 
impacto, sua duração, sua importância etc. Na estrutura e no comportamento 
das organizações que dificultam enormemente sua visão global. À medida que 
a Administração se defronta com novos desafios e novas situações que se 
desenvolvem com o decorrer do tempo, as doutrinas e teorias administrativas 
precisam adaptar suas abordagens ou modificá-las completamente para 
continuarem úteis e aplicáveis. Isto explica, em parte, os gradativos passos da 
TGA no decorrer do século XX e no início deste século. O resultado disso tudo 
é a gradativa abrangência e complexidade que acabamos de discutir. 
 Para melhor compreensão das Seis variáveis básicas na Teoria Geral 
da Administração observe a imagem a seguir: 
 
 
 
 
27 
 
A Administração na sociedade moderna 
A Administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada 
organização e cada empresa requerema tomada de decisões, a coordenação 
de múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação do desempenho 
dirigido a objetivos previamente determinados, a obtenção e alocação de 
diferentes recursos etc. 
Numerosas atividades administrativas desempenhadas por diversos 
administradores, voltadas para tipos específicos de áreas e de problemas, 
precisam ser realizadas em cada organização ou empresa. Cada empresa 
necessita não de um administrador apenas, mas de uma equipe de 
administradores em vários níveis e nas várias áreas e funções, para levar 
adiante as diversas especialidades dentro de um conjunto integrado e 
harmonioso de esforços em direção aos objetivos da empresa. 
Como o administrador não é o executor, mas o responsável pelo 
trabalho dos outros, ele não pode dar-se o luxo de errar ou de arriscar seus 
subordinados pelo caminho menos indicado. 
O administrador é um profissional cuja formação é extremamente 
ampla e variada: Precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como 
Matemática, Direito, Psicologia, Estatística etc). Precisa lidar com pessoas que 
lhe são subordinadas ou que estão no mesmo nível ou acima dele. Precisa 
estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões 
futuras, pois o seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o responsável 
pela direção de outras pessoas que seguem as suas ordens e orientação. 
Precisa lidar com eventos internos e externos e precisa ver mais longe que os 
outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a empresa pretende alcançar 
através da atividade conjunta de todos. 
Administração tornou-se tão importante quanto o próprio trabalho a ser 
executado, conforme este foi especializando-se e a escala de operações 
cresceu assustadoramente. Administração não é um fim e sim um meio de 
 
28 
 
fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com o 
menor custo e com a maior eficiência e eficácia. 
 
A Evolução dos Modelos de Administração 
No futuro próximo, o mundo verá o fim da forma organizacional e o 
surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas da pós-
industrialização. Essa previsão baseia-se no princípio evolucionário de que 
cada época desenvolve uma forma organizacional apropriada às suas 
características. 
Observe a Evolução dos conceitos de Administração: 
 
O administrador defrontar-se-á com problemas cada vez mais diferentes 
e mais complexos do que os anteriores, e sua atenção será disputada por 
eventos e por grupos situados dentro e fora da empresa que proporcionarão 
dificuldades ao seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a 
resolver ou das situações a enfrentar. 
 
 
29 
 
 
OS PRIMÓRDIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
2 
CONHECIMENTO 
Entender os antecedentes históricos da administração. 
 
 
HABILIDADES 
Identificar algumas das características dos influenciadores da teoria da 
administração, ainda presentes nos dias de hoje. 
 
 
ATITUDES 
Comparar os princípios das instituições que influenciaram o início da 
administração da época com os atuais princípios destas mesmas instituições, 
percebendo suas evoluções e diferenças. 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Antecedentes históricos da administração 
Ao longo da história da humanidade, a Administração se desenvolveu 
de forma muito lenta. Somente a partir do século XX é que a Administração 
começa a ganhar seu espaço de forma notável. 
No final do século XIX, a sociedade era completamente diferente. 
Havia poucas organizações e de pequenos portes, sendo que predominavam 
as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais 
autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o 
lavrador, o armazém da esquina etc. O trabalho sempre existiu na história da 
humanidade, mas a história das organizações e da sua administração é um 
capítulo que teve o seu início há pouco tempo. 
Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma 
sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações 
(produção de bens ou serviços) é confiada a organizações (indústrias, 
universidades, hospitais, comércio, serviços públicos), dentre outras, que são 
administradas com o objetivo de se tornarem mais eficazes. 
Influência dos Filósofos 
Ao longo dos séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade 
Moderna, a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos 
problemas administrativos. Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista 
inglês e fundador da Lógica Moderna baseada no método experimental e 
indutivo, mostra a preocupação prática de se separar experimentalmente o que 
é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao princípio 
administrativo da "prevalência do principal sobre o acessório". 
O maior expoente da época foi René Descartes (1596-1650). Filósofo, 
matemático e físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna. Criou as 
coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e Geometria da época. 
Na Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve 
seu método filosófico denominado "método cartesiano", cujos princípios são: 
 
32 
 
Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: Consiste em não aceitar 
como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência clara e 
distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com a dúvida sistemática 
evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo 
que seja evidentemente certo; 
Princípio da Análise ou de Decomposição: Consiste em dividir e decompor 
cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e 
necessárias à sua solução, a fim de resolver cada uma separadamente; 
Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir 
ordenadamente os pensamentos e o raciocínio, começando pelos objetivos e 
assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passar gradualmente aos 
mais difíceis; 
Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer verificações 
e revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado. 
Vários princípios da Administração, como os da divisão do trabalho, da 
ordem e do controle, são decorrências dos princípios cartesianos. Com a 
Filosofia Moderna, a Administração deixa de receber contribuições e 
influências, pois o campo de estudo filosófico se afasta dos problemas 
organizacionais. 
Influência da Organização da Igreja Católica 
Ao longo dos séculos, as normas administrativas e os princípios de 
organização pública foram aos poucos se transferindo das instituições dos 
Estados (como era o caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da Igreja 
Católica e organizações militares. Isso porque a unidade de propósitos e 
objetivos - princípios fundamentais na organização eclesiástica e militar nem 
sempre é encontrada na ação política dos Estados, movida por objetivos 
contraditórios de cada partido, dirigente ou classe social. 
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica estruturou a sua organização 
com uma hierarquia de autoridade; um estado maior e a coordenação funcional 
 
33 
 
para assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e 
eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar sob o comando 
de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi 
dada por uma autoridade divina superior. A estrutura da organização 
eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que incorporaram seus 
princípios e normas administrativas. 
Influência da Organização Militar 
A organização militar influenciou as teorias da Administração ao longo 
do tempo. A organização linear tem suas origens na organização militar dos 
exércitos da Antiguidade e da época medieval. O princípio da unidade de 
comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo 
central das organizações militares.A hierarquia, ou seja, a escala de níveis de 
comando de acordo com o grau de autoridade - provém da organização militar. 
Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações militares 
aumenta, cresce; também a necessidade de delegar autoridade para os níveis 
mais baixos da organização militar. 
Ainda na época de Napoleão (1769-1821), cada general 
supervisionava a totalidade do campo de batalha. As guerras de maior alcance 
e de âmbito continental exigiram novos princípios de organização conduzindo a 
um planejamento e controle centralizados em paralelo com operações 
descentralizadas, ou seja, passou-se à centralização do comando e à 
descentralização da execução. 
 Para aumentar a eficiência dos exércitos, criou-se um estado maior 
para assessorar o comando militar. Os oficiais de assessoria trabalhavam 
independentemente, numa separação entre planejamento e execução das 
operações de guerra. Oficiais formados no estado maior eram transferidos para 
posições de comando e novamente para o estado maior, o que assegurava 
experiência e vivência nas funções de gabinete, de campo e novamente de 
gabinete. 
 
34 
 
Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por 
meio do qual todo soldado deve saber o que se espera dele e o que ele deve 
fazer. Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu 
uma ordem sem explicar o seu objetivo e certificar-se de que o haviam 
compreendido, pois estava convencido de que a obediência cega jamais leva a 
uma execução inteligente de qualquer coisa. 
Influência da Revolução Industrial 
Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a 
sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que 
modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando 
profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social. Num 
lapso de um século, às mudanças ocorridas foram maiores que em todo o 
milênio anterior. É a chamada Revolução Industrial, que passou por duas 
épocas distintas: 
1780 a 1860: Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro 
A 1a Revolução Industrial apresenta quatro fases distintas: 
1a fase: Mecanização da indústria e da agricultura, com o aparecimento 
da máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do descaroçador de 
algodão, que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do 
homem, do animal ou da roda de água. 
2a fase: Aplicação da força motriz à indústria. As máquinas a vapor 
transformam as antigas oficinas em fábricas. 
3a fase: Desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena 
oficina patronal desaparecem para ceder lugar ao operário e às fábricas e 
usinas baseadas na divisão do trabalho. Surgem as indústrias em detrimento 
da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as 
proximidades das fábricas provoca a urbanização. 
 
35 
 
4a fase: Espetacular crescimento dos transportes e das comunicações. A 
navegação a vapor, os locomotivos a vapor e novos meios de transporte e de 
comunicação apareceram com surpreendente, rapidez. O telégrafo elétrico, o 
selo postal e o telefone impelem os fortes desenvolvimentos econômicos, 
sociais, tecnológicos e industriais e as profundas transformações e mudanças 
que ocorreriam com uma velocidade maior. 
1860 a 1914: Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade 
A 2a Revolução Industrial começa por volta de 1860, provocada por três 
acontecimentos importantes: o novo processo de fabricação do aço (1856); o 
aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão 
interna (1873). 
As características da 2a Revolução Industrial são as seguintes: 
1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; 
2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como 
fontes de energia; 
3. Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do 
trabalhador; 
4. Crescente domínio da indústria pela ciência; 
5. Transformação radical nos transporte e comunicações. As vias férreas 
são ampliadas. Em 1880, Daimler e Benz constroem automóveis artesanais na 
Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a 
produção do seu modelo "T" em 1908. Em 1906, Santo Dumont faz a primeira 
experiência com o avião; 
6. Surgem novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios 
solidários que tomavam parte ativa na direção dos negócios deram lugar ao 
chamado capitalismo financeiro; 
 
36 
 
7. Expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental e o 
Extremo Oriente. 
Da calma produção do artesanato, onde todos se conheciam, passou-se 
rapidamente para regime de produção por meio de máquinas, dentro de 
grandes fábricas. Assim, a Revolução Industrial provocou profundas 
modificações na estrutura empresarial e econômica da época. Mas não chegou 
a influenciar os princípios de administração das empresas então utilizados. Os 
dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das 
demandas de uma economia em rápida expansão e tinham por modelo as 
organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores. 
Influência dos Economistas Liberais 
As ideias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os 
princípios básicos do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith 
(1723-1790) é o fundador da economia clássica, cuja ideia central é a 
competição. Os mercados onde vigora a competição funcionam 
espontaneamente, de modo a garantir (por algum mecanismo abstrato que 
Smith chamava de a mão invisível que governa o mercado) a alocação dos 
recursos e da produção, sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o 
único papel econômico do governo é a intervenção na economia quando o 
mercado deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não 
ocorre competição livre. Em seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 
1776, Adam Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na 
divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos 
tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver 
como a base fundamental da Administração Científica. 
O liberalismo econômico corresponde ao período de desenvolvimento 
da economia capitalista baseada no individualismo e no jogo das leis 
econômicas naturais e na livre concorrência. No final do século XIX, o 
liberalismo econômico começou a perder sua influência na medida em que o 
capitalismo cresceu com o surgimento de grandes grupos econômicos. O novo 
capitalismo se inicia com a produção em larga escala e o surgimento de novas 
 
37 
 
e modernas máquinas de mão-de-obra, criando situações problemáticas de 
organização de trabalho, de concorrência econômica, de padrão de vida etc. 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), criadores do 
socialismo cientifico e do materialismo histórico, publicam o manifesto 
comunista em 1848. Eles discutem os diversos regimes econômicos e sociais e 
a sociedade capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história. 
Marx, em 1867 publica “O Capital” e mais adiante sua teoria a respeito da 
“mais valia, ou trabalho não pago, de onde são tirados os lucros dos 
capitalistas” com base na teoria do valor trabalho. 
No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo passam a obrigar 
o capitalismo a procurar o aperfeiçoamento de todos os fatores de produção 
envolvidos e na sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida 
pelas exigências proletárias, observa-se a redução das injustiças e mais 
acelerado se configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro 
dessa situação, surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a 
implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho. 
Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações emudanças no cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas 
também. As condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam 
se consolidando gradativamente. 
Nos Estados Unidos, por volta de 1820, o empreendimento empresarial 
privado de maior vulto era às estradas de ferro, que constituíram um poderoso 
núcleo de investimentos e uma nova classe de investidores. Foi a partir das 
estradas de ferro que as ações de investimento e o ramo de seguros se 
tornaram populares. As ferrovias permitiram o desenvolvimento do território, 
provocando sua rápida urbanização na criação de novas necessidades de 
habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento, o que se traduziu em um 
rápido crescimento das empresas voltadas para o consumo direto. 
 
38 
 
Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa 
definida. Poucas empresas exigiam serviços de um administrador - ou coisa 
parecida - em tempo integral, pois eram muito pequenas. Em geral, eram 
negócios de família, em que dois ou três parentes cuidavam das atividades 
principais. As empresas da época - agropecuárias, mineradoras, indústrias 
têxteis, estradas de ferro, construtoras, a caça e o comércio de peles, os 
incipientes bancos - faziam parte de um contexto predominantemente rural, que 
não conhecia a administração. O presidente era tesoureiro, comprador ou 
vendedor e atendia aos agentes comissionados. Se o negócio prosperava, os 
agentes se tornavam sócios da firma, o que permitia integrar produção e 
distribuição. 
Nesse período começam a surgir os grandes conglomerados. Os 
"criadores de impérios" passaram a comprar seus concorrentes mais próximos, 
seus fornecedores ou distribuidores com a finalidade de garantir seus 
interesses. Juntamente com as empresas e instalações vinham também os 
antigos donos e respectivos empregados. Surgiram os primitivos impérios 
industriais, aglomerados de empresas que se tornaram grandes demais para 
serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares. Os empresários preferiam 
ampliar a produção a organizar uma rede de distribuição e vendas. Os grandes 
grupos de produção, ainda eram administrados de forma amadora sem técnica 
científica adequada. 
Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuição e 
vendas. Os meios de reduzir custos diminuíram, as margens de lucro baixaram, 
o mercado foi se tornando saturado e as empresas começam a procurar novos 
mercados por meio da diversificação de produtos. A velha estrutura funcional 
começou a emperrar. 
Os grandes empresários como John Rockefeller (1839-1937) fundou a 
Standart Oil, em 1890, Carnegie funda a Truste do aço, Swift e Armour tornam-
se trustes de conservas, Westinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford, e outros - 
não tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, 
pois eram empreendedores e não organizadores. A organização era um 
 
39 
 
desafio mais difícil do que a criação dessas empresas. A grandiosidade dos 
recursos que conseguiram reunir complicava as coisas. 
 O final do século XIX revelou o crescimento dos impérios corporativos 
e a expansão da indústria. A preocupação dominante se deslocou para os 
riscos do crescimento sem uma organização adequada. Entre 1860 a 1900 
ocorre a "idade heroica das invenções”, que provocou um grande 
desenvolvimento tecnológico. O primeiro laboratório de pesquisas surgiu com a 
síntese da aspirina realizada por Adolfvon Bayer (1835-1917) em 1899. O 
sucesso mundial da aspirina convenceu a indústria química da necessidade da 
pesquisa e da tecnologia. 
Na virada do século XIX para o século XX grandes corporações 
sucumbiram financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma 
questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. 
Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores 
da empresa moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo da unidade:
https://www.youtube.com/watch?v=sJjqxSe67L4&feature=youtu.be
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
ABORDAGEM CLÁSSICA 
DA ADMINISTRAÇÃO 
CIENTÍFICA 
3 
CONHECIMENTO 
Entender a 1ª escola da administração, a Administração Científica e todos os 
seus conceitos. 
 
 
HABILIDADES 
Reconhecer nas instituições atuais, a aplicação dos conceitos e teorias da 
Administração Científica. 
 
 
ATITUDES 
Comparar se os conceitos iniciais pregados na Administração Científica 
continuam vivos e aplicados em organizações, mesmo considerando tempos e 
contextos históricos diferentes. 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Administração Científica: Taylor e seguidores 
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase 
nas tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação 
dos métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar 
elevada eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos 
problemas da administração são a observação e a mensuração. 
A Escola da Administração Científica foi iniciada por volta de 1900 pelo 
engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da 
moderna Teoria da Administração. Taylor teve inúmeros seguidores (como 
Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth e outros) e provocou verdadeira 
revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época. 
Sua preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do desperdício e das 
perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar o nível de produtividade 
através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. 
(TAYLOR, 2010) 
O principal objetivo da administração deve ser o máximo de 
prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao 
empregado. O princípio de máxima prosperidade para o patrão acompanhada 
da máxima prosperidade para o empregado deve ser o fim principal da 
Administração, sendo desnecessário demonstrá-lo. Assim, deve haver uma 
identidade de interesses entre empregados e empregadores. 
 A Obra de Taylor 
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o fundador da Administração 
Científica, nasceu em Filadélfia, nos Estados Unidos. Veio de uma família 
“Quaker” de princípios rígidos e foi educado dentro de uma mentalidade de 
disciplina, devoção ao trabalho e poupança. Viveu na Europa durante três anos 
e aos 18 anos começou a trabalhar como aprendiz na Hidraulic Works, 
fabricantes de bombas a vapor. Depois da licenciatura em engenharia 
mecânica pela Stevens Institute of Technology, ascendeu a engenheiro chefe 
da Midvale Steel Company, passando a diretor geral da Manufacturing 
 
44 
 
Investiment Company. Nos seus primeiros estudos, tomou contato direto com 
os problemas sociais e empresariais decorrentes da Revolução Industrial. 
Naquela época estava em moda o sistema de pagamento por peça ou por 
tarefa. Em 1893 mudou-se para Nova Iorque para trabalhar como consultor de 
engenharia. 
Primeiro Período de Taylor: Iniciou suas experiências e estudos pelo 
trabalho do operário e, mais tarde, generalizou suas conclusões para a 
Administração geral, sua teoria seguiu em caminho de baixo para cima e das 
partes para o todo. Taylor (2010) expõe que: 
1-O objetivo de uma boa Administração é pagar salários altos e ter 
baixos custos unitários de produção. 
2-Para atingir esse objetivo, a Administração deve aplicar métodos 
científicos de pesquisa e experimentação, a fim de formular princípios e 
estabelecer processos padronizados que permitam o controle de operações 
fabris. 
3-Os empregados devem ser cientificamente colocados em serviços ou 
postos em que os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente 
selecionados, para que as normas possam ser cumpridas. 
4-Os empregados devem ser cientificamente adestrados para 
aperfeiçoar suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa de modo 
que a produção normal seja cumprida.5-Uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada entre a 
Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente 
psicológico que possibilite a aplicação dos princípios mencionados. 
Segundo Período de Taylor: Nesse segundo período, desenvolveu 
seus estudos sobre a Administração geral, a qual denominou Administração 
Científica, sem deixar, contudo sua preocupação com relação à tarefa do 
operário. Taylor assegurava que as indústrias de sua época padeciam de três 
tipos de problemas: 
 
45 
 
1-Vadiagem sistemática por parte dos operários, que reduziam 
propositadamente a produção a cerca de um terço da que seria normal, para 
evitar a redução das tarifas de salários pela gerência. 
Segundo Taylor (2010) há três causas determinantes da vadiagem no 
trabalho: 
A - O erro de que um rendimento maior do homem e da máquina terá 
como resultante o desemprego de grande número de operários; 
B - O sistema defeituoso de administração que força os operários à 
ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses; 
C - Os métodos empíricos ineficientes, utilizados nas empresas, que 
fazem o operário desperdiçar grande parte do seu esforço e do seu tempo. 
2-Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo 
necessário para sua realização. 
3-Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. 
 Para sanar esses três problemas idealizara o seu famoso sistema de 
Administração que denominou Scientific Management e que nos países de 
língua latina foi difundido sob os nomes de Sistema de Taylor, Gerência 
Científica, Organização Científica no Trabalho e Organização Racional do 
Trabalho. 
 A Administração Como Ciência 
Para Taylor (2010), a organização e a Administração devem ser 
estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação 
deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo, à ciência. Sua obra deve ser 
analisada, principalmente, pela importância da aplicação de uma metodologia 
sistemática na análise e na solução dos problemas de organização, no sentido 
de baixo para cima. (TAYLOR, 2010) 
 
46 
 
A Administração Científica constitui uma combinação dos seguintes 
ingredientes: 
 Ciência, em lugar do empirismo; 
 Harmonia, em vez de discórdia; 
 Cooperação, não individualismo; 
 Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida; 
 Desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcançar maior 
eficiência e prosperidade. 
 
Organização Racional do Trabalho 
Taylor (2010) verificou que os operários aprendiam suas tarefas por 
meio da observação dos companheiros. Notou que isso levava a diferentes 
métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e 
ferramentas diferentes em cada operação. Esses instrumentos e ferramentas 
devem ser aperfeiçoados por meio da análise científica e um detalhado estudo 
de tempos e movimentos. 
Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos 
métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho 
(ORT). 
 
 A Organização Racional do Trabalho (ORT) se baseia em: 
 Estudo dos Tempos e Movimentos 
 
O trabalho é executado melhor e mais economicamente por meio da 
análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos 
necessários à execução de cada operação de uma tarefa metódica e 
pacientemente analisando a execução das tarefas de cada operário, Taylor viu 
a possibilidade de compor as tarefas em uma série ordenada de movimentos 
 
47 
 
simples. Os movimentos inúteis eram eliminados enquanto os movimentos 
úteis eram simplificados, racionalizados ou unidos com outros movimentos, 
para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário. 
A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e 
movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que um operário comum 
levaria para a execução da tarefa, por meio da utilização do cronômetro. Nesse 
tempo médio eram adicionados tempos elementares e mortos (esperas, 
tempos de saída do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.), 
para resultar o chamado "tempo padrão". Com isso padroniza-se o método de 
trabalho e o tempo destinado à sua execução. 
Estudo da Fadiga Humana 
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e fisiologia humana. 
Foram realizados estudos (estatísticos) sobre os efeitos da fadiga na 
produtividade do operário. 
O estudo dos movimentos tem três finalidades: 
 Eliminar movimentos inúteis na execução de uma tarefa; 
 Executar os movimentos úteis com a maior economia de esforço e 
tempo; 
 Dar aos movimentos uma coordenação apropriada e economia de 
movimentos. 
Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. Para reduzir 
a fadiga, foi proposto princípios de economia de movimentos relativos ao uso 
do corpo humano, na disposição do material no local de trabalho e às 
ferramentas e equipamentos. 
 
 
48 
 
 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário 
Uma das decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi à 
divisão do trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua 
produtividade. Com isso, cada operário se especializou na execução de uma 
única tarefa ou de tarefas simples e elementares. A linha de montagem foi sua 
principal base de aplicação. Essas ideias tiveram rápida aplicação na indústria 
americana e estenderam-se rapidamente a todos os demais países e a todos 
os campos de atividades. 
 A partir daí, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer 
a sua maneira de trabalhar e passou a ser treinado à execução automática e 
repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho. 
A ideia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: 
quanto mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. 
. 
 Desenho de Cargos e Tarefas 
Tarefa é toda e qualquer atividade executada por uma pessoa no seu 
trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível 
dentro da divisão do trabalho em uma organização. 
Cargo é o conjunto de tarefas executadas. 
Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos 
de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O 
desenho de cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e 
combinado com outros cargos para a execução das tarefas. 
A simplificação no desenho dos cargos permite as seguintes 
vantagens: 
a) Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários 
menores, reduzindo os custos de produção; 
 
49 
 
b) Minimização dos custos de treinamento; 
c) Redução de erros na execução, diminuindo os refugos e rejeições; 
d) Facilidade de supervisão, pois cada supervisor pode controlar um 
número maior de subordinados; 
e) Aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior 
produtividade. 
 
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção 
Uma vez analisado o trabalho, racionalizadas as tarefas e padronizado 
o método e o tempo para sua execução, selecionado cientificamente o operário 
e treinado de acordo com o método preestabelecido, necessitava-se que o 
empregado colaborasse com a empresa adequando-se dentro dos padrões 
definidos. 
Para isso foi desenvolvido um plano de incentivos salariais e de 
prêmios de produção. A ideia básica era a de que a remuneração baseada no 
tempo (salário mensal, diário ou por hora) não estimula ninguém a trabalhar 
mais e deve ser substituída por remuneração baseada na produção de cada 
operário (salário por peça, por exemplo): o operário que produzisse pouco 
ganharia pouco e o que produzisse mais, ganharia na proporção de sua 
produção. 
Era necessário um estímulo salarial adicional para que os operários 
ultrapassassem o tempo padrão. Era necessário criar um incentivo salarial ou 
prêmio de produção. O tempo padrão isto é, o tempo médio necessário para o 
operário realizar a tarefa racionalizada constitui o nível de eficiência 
equivalentea 100%. 
Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça era acrescido 
de um prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à 
 
50 
 
medida que se eleva a eficiência do operário. Com o plano de incentivo salarial, 
se obteve um custo de produção cada vez mais reduzido e, em consequência, 
maior produtividade e maior rendimento. 
Conceito de Homo Economicus 
Com a Administração Científica implantou-se o conceito de homo 
economicus, isto é, do homem econômico. 
De acordo com esse conceito, toda pessoa é influenciada 
exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. 
Assim, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como 
um meio de ganhar a vida. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da 
fome e pela necessidade de dinheiro para viver. 
Essa visão da natureza humana - o homem econômico - não se 
limitava a ver o homem como um empregado por dinheiro. Pior ainda: via no 
operário da época, uns indivíduos limitados e mesquinhos, preguiçosos e 
culpados pela vadiagem e desperdício das empresas e que deveria ser 
controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo padrão. 
Condições de Trabalho 
Taylor (2010) e seus seguidores verificaram que a eficiência depende 
não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um 
conjunto de condições de trabalho que garantam o bem-estar físico do 
trabalhador e diminuam a fadiga. As principais condições de trabalho são: 
a) adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de 
equipamentos de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de 
tempo na execução da tarefa; 
b) arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo 
da produção; 
 
51 
 
c) melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a 
ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência 
do trabalhador; 
d) projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como 
transportadores, 
seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos desnecessários. 
Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam a 
constituir elementos importantes no aumento da eficiência. O conforto do 
operário e a melhoria do ambiente físico (iluminação, ventilação, ruído, 
aspectos visuais da fábrica etc.) passam a ser valorizados, não porque as 
pessoas o merecessem, mas porque eram essenciais para a obtenção da 
eficiência trabalhadora. 
Padronização 
Organização Racional do Trabalho se preocupou com os planos de 
incentivos salariais. Preocupou-se também com a padronização dos métodos e 
processos de trabalho, com a padronização das máquinas e equipamentos, 
ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e componentes, a fim 
de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e assim, 
eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Padronização é a aplicação de 
normas e padrões em uma organização para obter uniformidade e redução de 
custos. A padronização passa a ser vital para a Administração Científica na 
melhoria da eficiência. 
Supervisão Funcional 
Para Taylor (2010), a característica mais marcante da administração 
funcional consiste no fato de que cada operário, em lugar de se colocar em 
contato direto com a administração num único ponto, isto é, por intermédio de 
seu chefe de turma, recebe orientação e ordens diárias de oito encarregados 
diferentes, cada um dos quais desempenhando sua própria função particular. A 
 
52 
 
especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do 
supervisor e não de uma centralização da autoridade. 
A supervisão funcional representa a aplicação da divisão do trabalho e 
da especialização no nível dos supervisores e chefes. Essa concepção trouxe 
muitas críticas, pois se argumenta que um operário não pode subordinar-se a 
dois ou mais chefes. 
Para Taylor (2010), a gerência deve seguir quatro funções, a saber: 
1. Planejamento: Substituir a improvisação pela ciência, por meio do 
planejamento do método; 
2. Preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com 
suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. 
Preparar também máquinas e equipamentos através do arranjo físico e 
disposição racional das ferramentas e materiais. 
3. Controle: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo 
executado conforme o previsto. 
4. Execução: Distribuir as atribuições e responsabilidades, para que a 
execução do trabalho seja feita pelos operários. 
Henry Ford 
Henry Ford (1863-1967) iniciou sua vida como mecânico, chegando a 
engenheiro-chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um modelo de carro e 
fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua ideia era fabricar carros antes 
artesanais e destinados a poucos milionários - a preços populares dentro de 
um plano de vendas e assistência técnica. Revolucionou a estratégia comercial 
da época. 
Princípios Básicos de Ford 
Talvez o mais conhecido de todos os precursores da moderna 
Administração, Henry Ford (1863-1967), fez uma das maiores fortunas do 
 
53 
 
mundo graças ao constante aperfeiçoamento de seus métodos, processos e 
produtos. 
 Ford (1967) adotou três princípios básicos: 
 Princípio de intensificação: consiste em diminuir o tempo de produção 
com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida 
colocação do produto no mercado. 
 Princípio da economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume 
do estoque da matéria-prima em transformação. A velocidade da produção 
deve ser rápida. 
 Princípio da produtividade: consiste em aumentar a capacidade de 
produção do homem no mesmo período (produtividade) através da 
especialização e da linha de montagem. 
O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de 
um trabalho ritmado, coordenado e econômico. Entre 1905 e 1910 Ford 
promoveu a grande inovação do século XX: A produção em massa. Embora 
não tenha inventado o automóvel e nem mesmo a linha de montagem, Ford 
inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos 
acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. Em 
1913 já fabricava 800 carros por dia. Em 1914, repartiu com seus empregados 
uma parte do controle acionário da empresa. Estabeleceu o salário mínimo de 
cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas, quando na época, a 
jornada variava entre dez e doze horas. Utilizou um sistema de concentração 
vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado. 
Por meio da racionalização da produção, idealizou a linha de 
montagem, que permitiu a produção em série. O produto é padronizado, em 
seu material, mão-de-obra, maquinário, a um mínimo de custo possível. As 
condições precedentes, necessárias e suficientes é a capacidade de consumo 
em massa, seja real ou potencial. Dai os preços baixos: um carro por 500 
dólares. 
 
54 
 
A produção em massa se baseia na simplicidade. Três aspectos 
suportavam o sistema: 
1. A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, 
ordenada e contínua. Não há interrupções; 
2. O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de obrigá-lo a ir buscá-lo; 
3. As operações são analisadas em todos os seus elementos. 
Princípios da Eficiência de Harrington Emerson 
Harrington Emerson (1853-1931), um dos principais auxiliares de 
Taylor, foi o homem que popularizou a Administração Científica e desenvolveu 
os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. Além de 
grande colaborador de Taylor, procurou simplificar os métodos de estudo e 
trabalho através dos seus 12 princípios da eficiência, que são: 
 1 - Traçar um plano objetivo e bem definido, de acordo com os ideais; 
2 - Estabelecer o predomínio do bom senso; 
3 - Manter orientação e supervisão competentes; 
4 - Manter disciplina; 
5 - Manter honestidade nos acordos, ou seja, justiça social notrabalho; 
6 - Manter registros precisos, imediatos e adequados; 
7 - Fixar remuneração proporcional ao trabalho; 
8 - Fixar normas padronizadas para o trabalho; 
9 - Fixar normas padronizadas par as operações; 
10 - Estabelecer instruções precisas; 
11 - Fixar incentivos eficientes ao maior rendimento e à eficiência; 
 
55 
 
 12 - Emerson antecipou-se à Administração por Objetivos (APO) proposta 
por Peter Drucker na década de 60. 
 
Apreciação Crítica da Administração Científica 
A obra de Taylor (2010) e seus seguidores são suscetíveis a 
numerosas críticas. Essas críticas não lhe diminuem o mérito de verdadeiros 
pioneiros e desbravadores da então nascente Teoria da Administração. Na sua 
época, a mentalidade e os preconceitos tantos dos dirigentes quanto dos 
empregados, a falta de conhecimentos sedimentados sobre os assuntos 
administrativos, a precária experiência industrial e empresarial que não 
apresentava condições razoáveis de formulação de hipóteses válidas para a 
solução dos problemas da empresa, tudo isto não permitia o adequado suporte 
para a elaboração de conceitos mais rigorosos e mais bem fundamentados. As 
principais críticas à Administração Científica são: 
 Mecanicismo da Administração Científica e Superespecialização do 
operário; 
 Visão microscópica do homem; 
 Ausência de comprovação científica; 
 Abordagem incompleta da organização; 
 Limitação do campo de aplicação; 
 Abordagem prescritiva e normativa; 
 Abordagem de sistema fechado e Pioneirismo na Administração. 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo da unidade:
https://www.youtube.com/watch?v=uR3GNmW5gS8&feature=youtu.be
 
57 
 
 
ABORDAGEM DA 
ADMINISTRAÇAO 
CLÁSSICA 
4 
CONHECIMENTO 
Entender a abordagem clássica da Administração com conceitos e contextos 
históricos. 
 
 
HABILIDADES 
Reconhecer nas instituições atuais, a aplicação dos conceitos e teorias inicias 
da Administração Clássica. 
 
 
ATITUDES 
Refletir e comparar sobre as diferenças dos modelos pregados na 
Administração Clássica em comparação aos da Administração Científica. 
 
 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Administração Clássica 
No inicio do século XX, surge a Abordagem Clássica da Administração. 
Duas são suas orientações, opostas entre si, mas que se complementam com 
relativa coerência: 
1- De um lado, a Administração Científica que surge nos Estados 
Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor, cuja preocupação era aumentar 
eficiência no nível dos operários. A ênfase é dada na análise e na divisão do 
trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o titular constituem a 
unidade fundamental da organização. Assim, a abordagem da Administração 
Científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o gerente) e 
das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização da fábrica). 
A predominância é para o método de trabalho, para os movimentos 
necessários a execução de uma tarefa e para o tempo padrão necessário para 
sua execução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do 
operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que constituem 
a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT) que é na verdade, uma 
engenharia industrial. A ênfase nas tarefas é a principal característica da 
Administração Científica. 
2 - De outro lado, a corrente desenvolvida na França, com os trabalhos 
pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica. A 
preocupação era aumentar a eficiência da empresa através da forma e 
disposição dos departamentos e das suas inter-relações estruturais. Daí a 
ênfase estrutura e no funcionamento da organização. 
Assim, a abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à da 
Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do 
todo (organização) para as seus departamentos. 
A atenção é dada para a estrutura organizacional e com os elementos 
da Administração, com os princípios gerais da Administração e com a 
departamentalização. A síntese e a visão global permitiam a melhor maneira de 
 
60 
 
subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma 
corrente teórica e administrativamente orientada. A ênfase na estrutura é a sua 
principal característica. 
Desdobramento da Abordagem Clássica 
 
 
Organização de acordo com Fayol ( 1970): 
 
 
 
Origens da Abordagem Clássica 
Suas origens veem da Revolução Industrial e podem ser resumidas em 
dois fatos importantes, a saber: 
1-Os crescimentos rápidos e desorganizados das empresas, 
acarretando gradativa complexidade na sua administração e exigindo uma 
abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a 
improvisação até utilizadas. O tamanho das empresas leva à substituição das 
 
61 
 
teorias de caráter de alcance médio e parcial. Com a grande empresa surgem 
as condições iniciais para a implantação do planejamento da produção, 
reduzindo a improvisação. 
2-Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, inicia-se 
nos Estados Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa. No intuito de 
se obter o melhor rendimento dos recursos disponíveis e fazer frente à 
concorrência e a competição entre as empresas, surge à necessidade de 
aumentar a eficiência e a competência das organizações, torna-se necessário 
evitar o desperdício e a economia da mão-de-obra. Surge a divisão de trabalho 
entre os que pensam e os que executam. Os primeiros determinam os padrões 
de produção, definem os cargos, fixam funções, definem métodos e normas de 
trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para a reestruturação 
das organizações. 
Uma grande variedade de empresas, com tamanhos diferenciados, 
problemas de baixo rendimento da maquinaria utilizada, desperdício, 
insatisfação generalizada entre os operários, intensa concorrência, elevado 
volume de perdas por decisões mal formuladas etc., sugerem que os autores 
clássicos devam desenvolver uma Ciência da Administração, cujos princípios, 
em substituição às leis científicas, pudessem ser aplicados para resolver os 
problemas da organização. 
Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração 
Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espalhando-se 
rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a 
Administração Científica tinha ênfase na tarefa executada pelo operário, a 
Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização 
deveria possuir para ser eficiente. O objetivo de ambas as teorias era o 
mesmo: a busca da eficiência das organizações. Segundo a Administração 
Científica, essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho 
do operário e na somatória das eficiências individuais. Tratava-se de um micro 
abordagem ao nível individual de cada operário em relação à tarefa em uma 
visão analítica e detalhista. 
 
62 
 
Na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura 
para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como 
seções, departamentos etc.) ou pessoas (os executores de tarefas). A 
abordagem é bastante ampliada no nível da organização como um todo em 
relação à sua estrutura organizacional. A preocupação com a estrutura da 
organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação 
do objeto de estudo da TGA. Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria 
Clássica da Administração, partiu de uma abordagem sintética, global e 
universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutura que 
rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. 
A Obra de Fayol 
Henri Fayol (1970), o fundador da Teoria Clássica, vivendo as 
consequências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra 
Mundial. Nasceu em Constantinopla, estabelecendo-semais tarde na França. 
Graduou-se em engenharia de minas pela Escola Nacional de Saint Étienne, 
em 1860. Trabalhou toda a sua vida em metalúrgicas de fundição e carbonífera 
onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro 
Administration lndustrielle et Générale, publicado em 1916, que o elevou à 
condição de um dos maiores colaboradores da teoria administrativa. 
 As Funções da Empresa 
Fayol (1970) salienta que toda empresa apresenta seis funções, a 
saber: 
1. Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de 
serviços da empresa. 
2. Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e 
permutação. 
3. Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de 
capitais. 
 
63 
 
4. Funções de segurança: relacionadas com a proteção e 
preservação dos bens e das pessoas. 
5. Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, 
balanços, custos e estatísticas. 
6. Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula 
das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam 
as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 
Conceito de Administração para FAYOL 
 
De acordo com Fayol (1970) as funções administrativas envolvem os 
cinco elementos da Administração: 
1-prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. 
2-organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. 
3-comandar: dirigir e orientar o pessoal. 
4-coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços 
coletivos. 
5-controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras 
estabelecidas e as ordens dadas. 
 
64 
 
Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado 
processo administrativo. Estão presentes no trabalho do administrador em 
qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o 
gerente, os chefes, como o supervisor - cada qual em seu nível desempenha 
atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como 
atividades administrativas essenciais. 
Elementos da Administração 
Ao definir o que é administração, Fayol implicitamente definiu os 
elementos que a compõem: previsão, organização, comando, coordenação e 
controle. Esses cinco elementos constituem as chamadas funções do 
administrador. Cada autor clássico, seguidores de Fayol, define de modo 
ligeiramente diferente os elementos da administração, mas não se afastam 
muito da concepção de (FAYOL, 1970) 
Luther Gulick, considerado o autor mais erudito da Teoria Clássica, 
propõe sete elementos da administração como as principais funções do 
administrador: 
a) Planejamento: é a tarefa de traçar as linhas gerais das coisas que devem 
ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos da empresa. 
b) Organização: é o estabelecimento da estrutura formal de autoridade, 
através da qual as subdivisões de trabalho são integradas, definidas e 
coordenadas para o objetivo em vista. 
c) Assessoria: é a função de preparar e treinar o pessoal e manter condições 
favoráveis de trabalho. 
d) Direção: é a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens e 
instruções específicas e gerais, e ainda a de funcionar como líder da empresa. 
e) Coordenação: é o dever de estabelecer relações entre várias partes do 
trabalho. 
 
65 
 
f) Informação: é o esforço de manter as pessoas informadas a respeito do que 
acontece na empresa e que pressupõe naturalmente a existência de registros, 
documentação, pesquisa e inspeções. 
g) Orçamento: é a função inclusiva de tudo o que diz respeito à elaboração, 
execução e fiscalização orçamentárias, ou seja, o plano fiscal, a contabilidade 
e o controle. 
Princípios da Administração 
Para os autores clássicos, o administrador deve obedecer a certas 
normas ou regras de comportamento, isto é, a princípios gerais que lhe 
permitam desempenhar bem as suas funções de planejar, organizar, dirigir, 
coordenar e controlar. Daí surgirem os chamados princípios gerais de 
administração ou simplesmente princípios de administração, desenvolvidos por 
quase todos os autores clássicos, como normas ou leis capazes de resolver os 
problemas organizacionais. 
Lyndall F. Urwick foi um autor que procurou divulgar os pontos de vista 
dos autores clássicos de sua época. Quatro princípios de Administração foram 
propostos por ele: 
a) Princípios da especialização: uma pessoa deve preencher uma só função 
o quanto for possível, o que determina uma visão especializada do trabalho. 
Este princípio dá origem à organização de linha, à de staff e a funcional. A 
coordenação das especializações, segundo Urwick, deve ser efetuada por 
especialistas de staff; 
b) Princípio de autoridade: deve haver uma linha de autoridade claramente 
definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização até 
cada indivíduo da base; 
c) Princípio da amplitude administrativa: este princípio salienta que cada 
superior não deve ter mais do que certo número de subordinados. O superior 
não tem apenas pessoas para supervisionar, mas também e principalmente as 
relações entre as pessoas que supervisionar; 
 
66 
 
d) Princípio da definição: os deveres, autoridade e responsabilidade de cada 
cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e 
comunicados a todos. 
Proporcionalidade das Funções Administrativas 
Para Fayol (1970) existe uma proporcionalidade da função 
administrativa, isto é, ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da 
empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros termos, a função 
administrativa não se concentra somente no ápice da empresa, é distribuída 
proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. 
Diferença entre Administração e Organização 
Ainda que reconhecendo o emprego da palavra Administração como 
sinônimo de organização, Fayol faz uma distinção entre ambas às palavras. 
Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. O 
conceito amplo e abrangente de Administração – como um conjunto de 
processos entrosados e unificados - engloba aspectos que a organização por si 
só não envolve, tais como os da previsão, comando e controle. A organização 
abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, 
estática e limitada. 
Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo 
Fayol 
1. Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas 
para aumentar a eficiência; 
2. Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o 
poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural 
da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar 
equilibradas entre si; 
 
67 
 
3. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e 
respeito aos acordos estabelecidos; 
4. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas 
um superior. É o princípio da autoridade única; 
5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de 
atividades que tenham o mesmo objetivo; 
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses 
gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das 
pessoas; 
7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os 
empregados e para a organização em termos de retribuição; 
8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da 
hierarquia da organização; 
9. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao 
mais baixo em função do princípio do comando; 
10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem 
material e humana; 
11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal; 
12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a 
eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no 
cargo, melhor é para

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