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Livro - Administração e Economia

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ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
Antonio Albano B. Moreira 
Jackson Teixeira Bittencourt
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A Administração é uma ciência universal, utilizada desde a criação humana, 
na vida pessoal e coletiva, para atingir resultados com recursos que estavam 
disponíveis sob diversas formas. Os impérios, as migrações, os enriquecimentos 
e tantos outros fatores deram-se a partir de práticas, rudimentares ou 
complexas, em que a Administração não era explicitamente registrada.
Vivemos um período de transições rápidas e radicais em todos os ramos 
da atividade humana. São tempos difíceis para as organizações porque 
mudanças normalmente são traumáticas e causam perdas para aqueles 
que não se adaptam aos rápidos e novos tempos. Principalmente hoje, são 
essenciais o estudo, a reflexão, o embasamento nos princípios e fundamentos 
da Administração e acima de tudo, agilidade e inovação.
Os principais temas econômicos da atualidade noticiados pela mídia nacional 
e internacional estão intrinsecamente relacionados com a própria existência 
da sociedade moderna, na medida em que esses temas têm influência direta 
no cotidiano das pessoas. Muitas vezes não conseguimos entender qual a 
razão de algumas medidas econômicas adotadas por nossos economistas e/
ou dirigentes governamentais, contudo não podemos viver à margem dessas 
questões, pois elas influenciam ou irão influenciar direta ou indiretamente a 
vida de todos os cidadãos.
Durante os capítulos adiante iremos transitar sobre conceitos básicos, criar 
significados com base na história dos acontecimentos e ainda dialogar sobre 
a gestão atual e a economia brasileira. Tudo isso de forma clara e objetiva.
Curitiba
2021
Administração e 
Economia
Antonio Albano B. Moreira 
Jackson Teixeira Bittencourt
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
M838a Moreira, Antonio Albano B.
Administração e economia / Antonio Albano B. Moreira, Jackson 
Teixeira Bittencourt – Curitiba: Fael, 2021.
234 p.
978-65-86557-66-4
1. Administração 2. Economia I. Bittencourt, Jackson Teixeira 
II. Título
CDD 658
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Stock.adobe.com/Looker_Studio
Arte-Final Hélida Garcia Fraga
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. Conceitos básicos de administração e organização | 7
2. Abordagem científica/clássica da administração | 21
3. Teoria das relações humanas | 53
4. A moderna gestão | 65
5. Princípios de Economia: Escassez, Trade-offs e Custo de 
Oportunidade, Fronteira das Possibilidades de Produção, 
Problemas Econômicos e Sistemas Econômicos | 111
6. Economia de mercado: modelo microeconômico; 
demanda e seus determinantes; oferta e seus 
determinantes; equilíbrio do mercado | 131
7. Moeda, inflação e sistema financeiro | 149
8. Políticas macroeconômicas e comércio internacional | 169
9. Teoria da firma: produção e custos | 189
10. Economia Brasileira Contemporânea: Planos 
de Estabilização, Inserção na Globalização e os 
Entraves da Economia Brasileira | 205
Gabarito | 223
Referências | 231
Prezado(a) aluno(a), 
A compreensão dos fatos está ligada à aprendizagem sig-
nificativa, quando vemos sentido naquilo que está sendo apre-
sentado e muitas vezes iniciamos um processo de substituição 
de ideias ligadas ao senso comum por conhecimentos cientí-
ficos. A administração e a economia estão atreladas ao nosso 
cotidiano. Em qualquer nível, todos nós tomamos decisões 
sobre administração e economia em nossas vidas, mesmo sem 
percebermos. E aqui vale um ponto de atenção, sempre cuidar 
para que essas decisões, por mais corriqueiras que sejam, não 
se baseiem no senso comum. A melhor maneira de se evitar isso 
é pesquisar, estudar. 
A atividade econômica é de fundamental importância para 
a sobrevivência humana e para o progresso de toda sociedade. 
Os princípios da administração e da economia são apresentados 
nesta obra de forma clara e concisa possibilitando reflexões sobre 
Carta ao Aluno
– 6 –
Administração e Economia
a maneira com a qual as sociedades decidem empregar seus recursos e 
as consequências dessas decisões. Vivenciamos um momento ímpar na 
história – pandemia, eleitos climáticos, conflitos geopolíticos, desigual-
dade, inovação tecnológica, inteligência artificial – todos esses fatores, 
independente se positivos ou negativos, afetam diretamente a economia 
global e a administração de recursos e pessoas. Estudar e compreender 
essa dinâmica torna-se estratégico, independente de sua área direta de atu-
ação ou formação.
Bons estudos!
1
Conceitos básicos 
de administração 
e organização
Temos observado, nos últimos tempos, algumas opiniões 
contrárias ao estudo da Teoria Geral da Administração, a tradi-
cional TGA, dentro dos cursos de Administração. O principal 
argumento usado é o fato de que esse estudo versa sobre um pas-
sado distante e remonta ao início da formalização das organiza-
ções empresariais. 
Usando dos mesmos argumentos, poderíamos invalidar, 
também, o estudo da história ou mesmo dos conceitos mais bási-
cos de qualquer outra ciência tradicional. Por exemplo, podería-
mos deixar de estudar as operações aritméticas básicas por estas 
serem muito antigas e terem sido estabelecidas em um passado 
distante? A resposta, com certeza, é não, tanto para a matemática 
como para qualquer outra ciência.
– 8 –
Administração e Economia 
É por meio das pesquisas e dos estudos que consolidaram conhe-
cimentos sobre como as pessoas se organizam em busca de resultados 
comuns e de como essas organizações podem melhorar sua eficiência 
e eficácia em busca desses resultados que podemos nos espelhar para 
melhorar o funcionamento das organizações atuais, fazê-las mais competi-
tivas e, mais importante, poder fazê-las mais duráveis e sólidas. Apesar de 
todo o avanço que se fez no estudo e na disseminação da Administração, 
ainda temos índices muito elevados de mortalidade prematura das nossas 
empresas, causados por falta de aplicação de conceitos administrativos já 
amplamente estudados e comprovados. 
1.1 A Administração atual
O estudo histórico da evolução da Administração por meio da sua 
teoria e das várias concepções e visões surgidas ao longo do tempo, 
embasados em estudos científicos, nada mais é do que o processo da 
evolução de uma ciência construindo novos conhecimentos e conceitos 
em princípios e fundamentos já estabelecidos anteriormente. O fato de, 
na sua forma tradicional, o estudo da Administração voltar-se, principal-
mente, à análise das teorias administrativas baseadas e estabelecidas em 
realidades e organizações completamente diferentes das atuais de forma 
alguma invalida a utilização desses princípios e fundamentos pelas orga-
nizações atuais. 
Essa evolução revela uma ciência viva e em constante atividade e 
desenvolvimento, provocando, com isso, o grande desafio para os admi-
nistradores e organizações de aplicarem os princípios e os conceitos de 
modo que as organizações beneficiem-se e se promova uma melhoria 
contínua de cada organização de forma específica e da Administração 
como um todo.
1.1.1 A importância e o papel do administrador
A Administração ou gestão e o administrador ou gestor, termos com 
sentidos sinônimos e utilizações idênticas, na sua atividade, são respon-
sáveis por atingir os objetivos dos grupos sob sua responsabilidade e, 
portanto, estão presentes em todas as organizações, tendo em vista que 
– 9 –
Conceitos básicos de administração e organização
são um conjunto organizado de recursos humanos, físicos e monetários, 
trabalhando organizados por meio de um sistema de processos funcionais, 
valores, políticas, cultura e práticas,para um objetivo comum. 
É a partir do trabalho do gestor, transformando conhecimento em 
ganhos, que a organização chega aos seus objetivos. O mundo atual, 
caracterizado pela necessidade constante por melhores resultados exigi-
dos às organizações, sejam elas públicas, privadas ou de caráter social, 
leva à pressão por uma constante melhoria dos processos organizacionais 
e da produtividade aos seus gestores. O esforço em atingir esses resul-
tados não é o foco da gestão, mas, sim, o resultado alcançado mediante 
este esforço (NOBREGA, 2004). 
Caracteriza-se, então, o papel do administrador, ou gestor, como pode 
ser denominado, como a busca constante pela melhoria na produtividade 
e nos resultados das suas organizações ou setores de uma organização, por 
meio da otimização da utilização de todos os recursos e processos colo-
cados à sua disposição no alcance dos objetivos propostos. Dessa forma 
geral, verificamos que a presença de um administrador ou gestor se faz 
necessária em qualquer tipo de organização, organismo ou grupo social 
definido com um objetivo comum estabelecido.
Por isso enfatizamos a importância do estudo dos princípios e fun-
damentos históricos não só para entender o passado, mas, também, para 
a aplicação de tais elementos, garantindo, assim, resultados semelhantes 
(NOBREGA, 2004). Sabemos que os princípios básicos de uma ciência 
são estes: mesmas condições, mesmos processos, mesmos componentes 
darão o mesmo resultado, sob as mesmas condições ambientais.
Sob esse enfoque amplo, descrito anteriormente, o papel do admi-
nistrador adquire importância dentro das empresas, já que é dele que se 
espera o planejamento das estratégias e das ações empresariais, o acom-
panhamento diário dessas ações estabelecidas e quanto elas estão contri-
buindo para os objetivos propostos, a gestão dos recursos financeiros 
nas suas especificidades dos recebimentos, pagamentos, financiamentos 
e aplicações dos recursos materiais, envolvendo máquinas, equipamen-
tos, edifícios e matérias-primas e a sua compra, manutenção e venda, a 
gestão de todos os aspectos que envolvem a gestão dos recursos huma-
– 10 –
Administração e Economia 
nos da organização, seleção, recrutamento, relacionamentos interpesso-
ais, análise da satisfação, treinamento e demissão de funcionários. Por-
tanto, o campo de atuação do administrador é bastante amplo e variado, 
cabendo, hoje, diversas atividades relacionadas e correlatas a um admi-
nistrador profissional.
De forma mais resumida, podemos afirmar que a Administração trata 
da condução das organizações lucrativas ou não lucrativas de uma forma 
racional das suas atividades. E essa condução deve ocorrer mediante o 
planejamento, a organização, a direção e o controle de todas as atividades 
que ocorrem em uma organização, decorrentes de uma diferenciação e 
divisão do trabalho (CHIAVENATO, 2004).
Apesar de recentes no Brasil, os cursos de Administração são relati-
vamente antigos nos Estados Unidos, tendo ali surgido no fim do século 
XIX, na Wharton School, em 1881. Enquanto já havia formado-se algo em 
torno de 50 mil administradores, 4 mil mestres e 100 doutores nos EUA, 
surgia, em 1952, o início do estudo da Administração no Brasil (FEA-
-USP, 2012). 
Não é mera coincidência a criação das escolas de Administração 
no Brasil e o início dos períodos do processo de desenvolvimento no 
país. Inicialmente, de forma tímida, no período Vargas, e mais concre-
tamente no governo Juscelino. O início da industrialização e o cres-
cimento das empresas geram uma necessidade muito grande de um 
contingente de mão de obra qualificada para gerir essas empresas e 
ocupar cargos intermediários de gestão. Essa necessidade de profissio-
nais qualificados gera a necessidade da formação de administradores 
profissionais, por meio do ensino formal profissional da Administra-
ção. O início desse ensino foi marcado pela criação da Fundação Getu-
lio Vargas (FGV) e da FEA-USP (FEA-USP, 2012).
Atualmente, o estudo profissional da Administração está amplamente 
difundido e solidificado. A profissão de administrador é regulamentada 
mediante a Lei n. 4.769/1965 e sua atividade registrada e fiscalizada por 
meio dos Conselhos profissionais estaduais e o federal, o Conselho Regio-
nal de Administração (CRA), em nível estadual, e o Conselho Federal de 
Administração (CFA), em nível federal.
– 11 –
Conceitos básicos de administração e organização
1.1.2 As organizações atuais e o administrador
Se, de alguma forma, a grande diversidade de organizações presentes 
no mundo atual poderia levar a crer em uma dificuldade de adaptação interna 
do administrador a cada uma delas e às suas especificidades e heterogenei-
dades, isso não ocorre devido ao fato de que o papel do administrador é 
determinado e estabelecido como a definição das estratégias, o diagnóstico 
das situações e dos problemas, a priorização e a alocação dos recursos, o 
planejamento da sua aplicação e a criação de diferenciais competitivos, por 
meio da inovação de processos e produtos (CHIAVENATO, 2004). 
Mesmo considerando todas as diversificações de tamanho, estrutura, 
características, tipos de produtos ou processos, as organizações podem ser 
classificadas em dois grandes grupos: lucrativas, as chamadas empresas 
privadas, e as não lucrativas, aí incluindo um grande leque de organiza-
ções, desde as filantrópicas, ONGs, igrejas, até os serviços públicos, exér-
cito, etc. Por outro lado, percebemos que a procura por profissionais com-
petentes da Administração, focados em resultados, aumenta em função da 
alta competição que o mundo globalizado provocou em todos os setores 
da economia. Desde as pequenas empresas até os grandes grupos multina-
cionais, todas as organizações devem buscar suas vantagens competitivas 
e seus diferenciais sob a liderança de administradores competentes.
Dentro desse leque variado e extenso de organizações e cargos nelas 
existentes, o administrador deve procurar, na sua formação, adquirir deter-
minadas habilidades que o levem a se destacar perante seus pares e a gal-
gar cargos nas estruturas das organizações. Essas habilidades podem ser 
divididas em três grandes grupos (CHIAVENATO, 2004): 
 2 Habilidades técnicas – são aquelas decorrentes do conhecimento 
e da experiência profissional e são a implantação de métodos, téc-
nicas e processos para a realização das tarefas, é o fazer.
 2 Habilidades humanas – relacionadas ao convívio social com 
seus colegas. É a capacidade de trabalhar em equipe e de propor 
soluções à interação, à liderança e à resolução de conflitos. 
 2 Habilidade conceitual – refere-se à capacidade de abstra-
ção, de visualizar o futuro, de tomar decisões por meio do 
– 12 –
Administração e Economia 
 raciocínio e do diagnóstico das situações e alternativas dis-
poníveis; de interpretar o ambiente, os dados disponíveis, a 
missão da organização e poder levá-la a novos horizontes e 
a novos patamares de eficácia e produtividade, otimizando 
recursos e aproveitando oportunidades.
De acordo com o crescimento que o administrador terá dentro da 
estrutura hierárquica, essas três habilidades serão exigidas de forma 
diferente. Partindo do nível operacional, temos, aqui, um forte predo-
mínio e necessidade das habilidades técnicas, os conhecimentos e os 
métodos são as exigências dos cargos de supervisão, ainda muito ligados 
ao acompanhamento e ao controle das atividades operacionais e com 
fraca presença da aplicação das habilidades humanas. Conforme o admi-
nistrador sobe na escala hierárquica, as atividades operacionais ficam 
mais distantes e logo ele precisa aplicar suas habilidades humanas de 
liderança, resolução de conflitos e de trabalho em equipe. 
Esse nível caracteriza-se pelos cargos de gerência intermediária, é o 
chamado nível tático da organização. No nível mais alto da organização, a 
alta direção, temos uma forte presença da necessidade de habilidades con-
ceituais. É o predomínio das ideias, da abstração das tomadas de decisão 
estratégicasque envolvem toda a organização e uma perspectiva de médio 
e longo prazo, na sua maioria.
Paralelamente ao desenvolvimento dessas habilidades, exige-se do 
administrador três tipos de competências no exercício da sua atividade. 
Essas competências devem ser duráveis e constituir a base sólida da atu-
ação do profissional, porque as rápidas mudanças a que as empresas são 
expostas não devem provocar a sua obsolescência (CHIAVENATO, 2004). 
Para isso, o administrador deve orientar sua competência dentro de linhas 
mestras duráveis, o conhecimento, seu referencial, sua base de decisão, 
sua experiência profissional e não deve estar estagnado e imutável. 
O profissional deste século deve estar em constante aprendizado e ter 
a capacidade do aprender a aprender, a habilidade de colocar seu conheci-
mento em prática, o saber fazer e aplicar. Deve, ainda, ter a capacidade de 
identificar, dentro da sua bagagem cognitiva, quais elementos podem ser 
– 13 –
Conceitos básicos de administração e organização
aplicados em cada caso e em cada desafio da sua carreira e ter a segurança 
nessa aplicação. Por último, é necessária uma competência comportamen-
tal ou atitude para poder interagir com o mundo que o rodeia, liderar suas 
equipes no alcance dos objetivos, estabelecer o ritmo e o estilo de trabalho 
que vai ser observado, imitado e seguido. É a forma como as outras duas 
habilidades anteriores são colocadas para o grupo e os outros. Essas três 
competências são as guias mestras que nortearão a carreira do administra-
dor rumo ao sucesso e ao topo da organização.
 Saiba mais
Henry Mintzberg, norte-americano, nascido em 2 de setembro 
de 1939, é Ph.D em Administração. É autor e acadêmico referên-
cia na Administração com vários estudos e livros relacionados 
às funções de gerência, administração e análises sobre as fun-
ções dessa área.
Para além das competências relacionadas, Mintzberg em seus estu-
dos, identificou e catalogou dez papéis executados pelo administrador, 
catalogados em três grupos classificatórios: interpessoais, informacionais 
e decisórios (apud CHIAVENATO, 2004). Os papéis interpessoais são 
aqueles que se relacionam com as pessoas, como o próprio nome indica. 
Eles se referem à forma como o administrador se relaciona com as pessoas 
e as influencia, em decorrência das suas habilidades humanas. 
Os papéis informacionais têm a ver com as informações com as quais 
o administrador lida, com a rede de informações que ele precisa montar, 
seu desenvolvimento e manutenção, bem como à forma como ele troca 
essas informações com seus colegas. Os papéis decisórios relacionam-se 
na forma como o administrador toma decisões, escolhe opções, processa e 
usa as informações e também como põe em prática suas habilidades huma-
nas e de relacionamento interpessoal. Podemos ver, no quadro 1.1, os dez 
papéis do administrador, a classificação desses três grupos de papéis e 
seus componentes mais simples.
– 14 –
Administração e Economia 
Quadro 1.1 Os dez papéis do administrador.
Categoria Papel Atividade
Interpessoal
Representação
Assume deveres cerimoniais e simbó-
licos, representa a organização, acom-
panha visitantes, assina documentos 
legais.
Liderança
Dirige e motiva pessoas, treina, acon-
selha, orienta e se comunica com os 
subordinados.
Ligação
Mantém redes de comunicação dentro e 
fora da organização, usa malotes, tele-
fonemas e reuniões.
Informacional
Monitoração
Manda e recebe informação, lê revistas 
e relatórios e mantém contatos pesso-
ais.
Disseminação
Envia informação para os membros de 
outras organizações, envia memoran-
dos e relatórios, telefonemas e contatos.
Porta-voz
Transmite informações para pessoas de 
fora, através de conversas, relatórios e 
memorandos.
Decisorial
Empreen-
dimento
Inicia projetos, identifica novas ideias, 
assume riscos, delega responsabilida-
des de ideias para outros.
Resolução 
de conflitos
Toma ação corretiva em disputas ou 
crise, resolve conflitos entre subordina-
dos, adapta o grupo a crises e mudan-
ças.
Alocação de 
recursos
Decide a quem atribui recursos. Pro-
grama, orça e estabelece prioridades.
Negociação
Representa os interesses da organização 
em negociações com sindicatos, 
em vendas, compras ou financiamentos.
Fonte: Chiavenato (2004, p. 5).
– 15 –
Conceitos básicos de administração e organização
Quadro 1.2 Os dez papéis do administrador.
Categoria Papel Atividade
Interpessoal
Representação
Assume deveres cerimoniais e simbóli-
cos, representa a organização, acompa-
nha visitantes, assina documentos legais.
Liderança
Dirige e motiva pessoas, treina, aconse-
lha, orienta e se comunica com os subor-
dinados.
Ligação
Mantém redes de comunicação dentro e 
fora da organização, usa malotes, telefo-
nemas e reuniões.
Informacional
Monitoração Manda e recebe informação, lê revistas e relatórios e mantém contatos pessoais.
Disseminação
Envia informação para os membros de 
outras organizações, envia memorandos 
e relatórios, telefonemas e contatos.
Porta-voz
Transmite informações para pessoas de 
fora, através de conversas, relatórios e 
memorandos.
Decisorial
Empreend i -
mento
Inicia projetos, identifica novas ideias, 
assume riscos, delega responsabilidades 
de ideias para outros.
Resolução de 
conflitos
Toma ação corretiva em disputas ou 
crise, resolve conflitos entre subordina-
dos, adapta o grupo a crises e mudanças.
Alocação de 
recursos
Decide a quem atribui recursos. Pro-
grama, orça e estabelece prioridades.
Negociação
Representa os interesses da organização 
em negociações com sindicatos, 
em vendas, compras ou financiamentos.
Fonte: Chiavenato (2004, p. 5).
– 16 –
Administração e Economia 
1.2 Origem histórica da Administração
Mesmo que só recentemente tenha sido formalizada a profissão de 
administrador e a Administração estabelecido-se como uma ciência, as 
funções e os princípios administrativos já estão presentes desde a forma-
ção dos pri meiros grupos humanos. Nos diversos registros da história da 
humanidade, na sua evolução e, principalmente, na sua organização em 
sociedade, de alguma forma estiveram presentes competências adminis-
trativas para que essas ações ou sociedades organizadas tivessem sucesso.
1.2.1 A Administração através dos tempos
A necessidade da caçada em grupo dos antigos homens, há milhões 
de anos, levou-os a organizarem-se de forma a obter o melhor resultado 
nas suas empreitadas e a registrar suas experiências e táticas para que, 
em futuras caçadas, usassem os mesmos modelos de sucesso, como ficou 
registrado em pinturas conservadas em várias cavernas da Europa. 
Mais recente que nossos ancestrais rupestres, da mesma forma, 
4 mil anos a.C., os egípcios demonstraram alta utilização das funções da 
gestão para o sucesso na construção das suas pirâmides, utilização tão 
eficaz que até hoje discute-se qual organização e gestão utilizadas e a 
forma como elas foram construídas, além de se reconhecer que uma alta 
competência de planejamento, organização e controle da gestão egípcia 
se fez presente nessas construções.
Várias outras demonstrações de conceitos de gestão até hoje usados 
estão presentes em registros históricos. Na Bíblia, encontramos o regis-
tro de Moisés como um gestor, ao vê-lo seguir os conselhos de Jatro, 
seu sogro, sobre a forma como organizar as tribos judaicas estrutural-
mente e hierarquicamente e como funcionaria o processo de comando e 
de comunicação entre ele, os líderes das tribos e todos os seus compo-
nentes. Ali ele já aplicaria os conceitos da delegação, pois concedeu-lhes 
a autoridade da tomada de decisões, como seus representantes diretos. 
Limitando a autoridade desses chefes a assuntos mais simples, cabendo 
à autoridade dos assuntos mais complexos a si próprio, por meio de um 
processo de comunicação na estrutura hierárquica, estaria ou não Moisés 
– 17 –
Conceitos básicos de administração e organização
aplicando princípios de estruturação organizacional que muitos séculos 
depois foram formalizadosem manuais, organogramas e fluxogramas até 
hoje usados em todas as organizações? Com certeza, podemos afirmar 
que sim. Podemos afirmar, também, que a Administração da forma como 
a vemos hoje começou nesses antigos modelos de estruturação e gestão 
( CHIAVENATO, 2004).
Várias outras demonstrações da aplicação de princípios e práticas 
administrativas foram registradas ao longo dos séculos e em variados 
lugares do planeta, tendo sempre em comum a preocupação da organiza-
ção, do controle, da produtividade e da maximização dos recursos utiliza-
dos. Podemos verificar esses fatos históricos no quadro 1.2, que trata da 
linha do tempo da Administração, a seguir.
Ao longo do tempo, têm sido sempre muito presentes as funções da 
Administração, principalmente as militares e religiosas, em que se fazem 
necessárias organização e hierarquia muito formais, além de uma definição 
muito clara de funções. A Administração ganhou muito das experiências 
militar e religiosa e seus conceitos bem-sucedidos. Ainda hoje temos muito 
presentes nas nossas organizações formas e similaridades herdadas, prin-
cipalmente, da organização militar e, mais especificamente, dos exércitos.
Individualmente, também observamos essa presença. A partir da 
necessidade da execução da mais simples tarefa humana diária: qual a 
sequência das tarefas domésticas a executar, como elaborar uma receita 
culinária ou qual o trajeto a fazer para otimizar minhas tarefas na rua, etc. 
Algumas das funções básicas da Administração estarão presentes caso o 
objetivo seja a otimização e o sucesso nessas tarefas, sejam elas o plane-
jamento da sequência correta das tarefas a executar, a verificação sobre se 
existem os componentes certos da receita e a quantidade certa ou qual o 
tempo gasto para o deslocamento de um lugar a outro, para poder chegar 
aos compromissos a tempo.
O estudo e a aplicação da gestão estão presentes de forma mais sim-
ples nos aspetos mais práticos e corriqueiros da vida humana, a sua apli-
cação consciente trará imensos benefícios na busca do sucesso pessoal e 
profissional, mediante planejamento pessoal ou da carreira, organização 
de tempo e recursos, execução do planejado e, no aspecto mais prático, a 
otimização de recursos financeiros.
– 18 –
Administração e Economia 
Quadro 1.3 Linha do tempo da Administração.
Período e local Evento
3000 a.C., 
Mesopotâmia
Civilização suméria. Escrituração de operações comer-
ciais. Primeiros dirigentes e funcionários administrativos 
profissionais.
Século XXVI 
a.C., Egito
Construção da Grande Pirâmide. Evidências de planeja-
mento, organização e controle sofisticados.
Século XXIV 
a.C., China
O Imperador Yao usa o princípio da assessoria para diri-
gir o país de forma descentralizada.
Século XVIII 
a.C., Babilônia
Código de Hamurabi. Escrituração meticulosa de opera-
ções. Evidências de ênfase no controle.
Século XVI 
a.C., Egito
Descentralização do reino. Logística militar para a prote-
ção das províncias.
Século XII 
a.C., China Constituição da Dinastia Chow.
Século VIII 
a.C., Roma
Começo do Império Romano, que duraria 12 séculos. Os 
embriões de todas as instituições administrativas moder-
nas são criados nesse período.
Século VI 
a.C., China
Confúcio expõe uma doutrina sobre o comportamento 
ético dos cidadãos e dos governantes.
Século V 
a.C., China Mêncio procura sistematizar princípios de administração.
Século V 
a.C., Grécia
Democracia, ética, qualidade, método científico, teoriza-
ção e outras ideias fundamentais.
Século IV 
a.C., China
Sun-Tzu prescreve princípios de estratégia e comporta-
mento gerencial.
Século III 
a.C., Roma
O exército romano é o modelo para os exércitos nos 
séculos seguintes. Esse modelo influenciaria outros tipos 
de organizações.
1494, Gênova
Luca Pacioli divulga o sistema de partidas dobradas para 
escrituração contábil no livro Summa de Arithmetica, Geo-
metria, Proportioni et Proportionalità (Obras completas de 
aritmética, geometria, proporções e proporcionalidades).
– 19 –
Conceitos básicos de administração e organização
Período e local Evento
Século XVI, 
Veneza
O Arsenal de Veneza usa contabilidade de custos, nume-
ração de peças inventariadas, peças padronizadas e inter-
cambiáveis e técnicas de administração de suprimentos. 
O Arsenal também utiliza uma linha de montagem para 
equipar os navios. Em 1574, durante uma visita de Hen-
rique III da França, um navio foi montado, equipado e 
posto ao mar em uma hora.
Século XVI, 
Florença
Maquiavel publica O príncipe, um tratado sobre a arte 
de governar, em que são enunciadas as capacidades do 
dirigente.
Meados do século 
XVIII, Inglaterra Início da Revolução Industrial.
1776, Inglaterra
A riqueza das nações, de Adam Smith, descreve e elogia 
o princípio da divisão do trabalho e a especialização dos 
trabalhadores.
Final do século 
XVIII, Europa e 
Estados Unidos
Desenvolve-se a produção baseada em peças padroniza-
das e intercambiáveis.
1810, Escócia Robert Owen inicia uma experiência de administração humanista na fiação New Lanark.
Início do século 
XIX, França
Primeiros sistemas de participação nos resultados para os 
trabalhadores.
Início do século 
XIX, Inglaterra Primeiros sindicatos de trabalhadores.
Final do século 
XIX, Alemanha Wilhelm Wundt cria a psicologia experimental.
1881, Esta-
dos Unidos
Joseph Wharton funda a primeira faculdade de Admi-
nistração.
Final do século 
XIX até os anos 
10 do século XX, 
Estados Unidos
Movimento da Administração Científica.
Fonte: adaptado de Maximiano (2010, p. 15).
– 20 –
Administração e Economia 
Da teoria para a prática
A necessidade da aplicação dos conceitos e funções da Administra-
ção está presente em todos os setores da atividade humana. Isso se torna 
evidente na forma como a aplicação desses conceitos e funções leva ao 
sucesso determinadas organizações ou atividades ou como a falta ou 
má execução dessas funções faz com que os resultados pretendidos não 
sejam alcançados. Para que sejam evidenciadas tais premissas, propomos 
a verificação, durante um período relativamente curto, por exemplo, uma 
semana, da presença, da necessidade ou mesmo da falta de conceitos e 
aplicação das funções básicas do administrador – prever, planejar, organi-
zar, controlar e avaliar, por meio da observação de notícias emitidas pelos 
meios de comunicação de massa, bem como dos resultados apresentados 
pelas organizações em geral. Podem ser observados, por exemplo, os índi-
ces de mortalidade das empresas brasileiras e as suas causas relativas à 
falta da aplicação tanto de princípios da Administração quanto das fun-
ções administrativas. 
Síntese
Mesmo que tenham evoluído ao longo da história do homem em 
sociedade, os princípios, fundamentos e conceitos básicos da Adminis-
tração sempre estiveram presentes e exerceram influência sobre a sobre-
vivência e sucesso das organizações. Em parte ou na sua totalidade, as 
funções administrativas de prever, planejar, organizar, controlar e avaliar 
estiveram e ainda estão presentes na atividade do administrador. Essas 
funções, bem como as competências básicas necessárias relativas aos 
conhecimentos exigidos ao cargo, as habilidades em transformar esses 
conhecimentos em prática, o comportamento determinado em melhorar 
e inovar, mais os dez papéis exigidos ao administrador catalogados por 
Mintzberg nas categorias de papéis da interpessoalidade, da relação infor-
macional e da relativa às tomadas de decisão, são fundamentais a todas as 
organizações lucrativas ou não lucrativas, para que atinjam os resultados 
pretendidos mediante eficaz utilização de todos os recursos disponibiliza-
dos ao administrador.
2
Abordagem 
científica/clássica 
da administração
A partir dessa situação geral que se vivia no mundo indus-
trial da época, mais a intensa concorrência no mercado, a neces-
sidade de estudos sobre como melhorar tal situação forma uma 
consequência natural. Assim, surgiram, paralelamente, nos EUA, 
por meio de Frederick Taylor e, na Europa,com Henri Fayol, os 
primeiros princípios e estudos para o estabelecimento da ciência 
da Administração.
2.1 Administração Científica
A partir da implantação do racionalismo de Descartes, que 
estabelecia o poder da razão e do método para a resolução de 
todos os problemas e negando todo o conhecimento empírico, os 
ramos da ciência passaram a substituir o conhecimento tradicio-
nal pelo racional e, com isso, a formalizar as bases científicas dos 
diversos ramos do conhecimento. No entanto, o trabalho indus-
trial ainda não tinha sido atingido pelo processo de racionaliza-
– 22 –
Administração e Economia
ção já estabelecido nas outras ciências. Com o panorama geral de insatis-
fação e desorganização existentes nesse ambiente, estavam estabelecidas 
as condições para que surgissem esses estudos.
A Abordagem Clássica, na sua vertente da Administração Científica, 
focou seus estudos e observações na busca da eficiência máxima na exe-
cução das tarefas fabris e na melhor forma para sua execução. O papel 
do administrador era, mediante observação dos tempos e movimentos e 
padronização, achar a eficiência máxima da operação.
2.1.1 Taylor e a ciência da Administração
O principal expoente do início da Administração Científica foi o 
engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Independente de 
se considerar Taylor como seu criador, o movimento da Administração 
Científica teve a participação de várias outras pessoas que trabalharam 
na busca da resolução dos problemas da época, já citados, e na obtenção 
de eficiência e produtividade, por meio de bases científicas com princí-
pios e técnicas que poderiam ser sistematizadas e utilizadas por todas as 
organizações (MAXIMIANO, 2010). Apesar de esses estudiosos terem 
contribuído muito com o desenvolvimento da Administração Científica, 
todos eles destacavam a liderança de Taylor nesse movimento, a qual foi 
reforçada pela importância de suas contribuições e estudos no processo de 
estabelecimento da Administração como ciência.
Devemos destacar, também, que algumas das bases do movimento 
da Administração Científica, como a divisão do trabalho, a especialização 
das tarefas e os problemas da produção em massa, já tinham sido salien-
tados e detectados por Adam Smith, em seu livro A riqueza das Nações, 
em 1776. Toda essa base histórica, mais a situação das empresas, encon-
traram em Taylor a mente brilhante, o espírito de observação e a grande 
experiência em fábrica capazes de observar e definir os problemas que se 
viviam nos ambientes fabris da época. Seu gosto por esse ambiente o fez 
trocar a tradição familiar da advocacia e iniciar uma carreira industrial 
bem-sucedida, que o levou de simples trabalhador a engenheiro chefe em 
12 anos. Paralelamente à sua ascensão no trabalho, o gosto pela indústria 
o levou a estudar, na parte da noite, engenharia, área em que teve uma car-
– 23 –
Abordagem científica/clássica da administração
reira também brilhante, obtendo o título de mestre. Ele chegou a ter várias 
invenções patenteadas, comprovando o brilhantismo da sua capacidade.
Na sua carreira como engenheiro, Taylor pôde observar os proble-
mas vividos na época. Sobressaindo, entre vários, os listados a seguir 
( MAXIMIANO, 2010).
 2 Falta de clareza e noção das responsabilidades entre trabalhadores 
por parte da Administração e quais tarefas lhe eram atribuídas.
 2 Salários fixos que provocavam a desmotivação dos trabalhado-
res em produzir mais.
 2 Trabalhadores deixavam de cumprir suas responsabilidades.
 2 Falta de embasamento na tomada de decisão por parte dos admi-
nistradores, baseando-se em opiniões e intuição.
 2 Falta de coordenação nas atividades interdepartamentais.
 2 Trabalhadores não treinados e sem aptidão para as tarefas que 
lhes eram designadas.
 2 Falta de visão estratégica dos gerentes no sentido de que um 
melhor desempenho e a busca por excelência em todos os níveis 
levaria a uma melhor performance empresarial e consequente-
mente a retribuições a eles e seus operários.
 2 Falta de padrões operacionais provocava conflitos entre operários 
e capatazes em função de divergência de resultados da produção.
Esses problemas, comuns nas empresas da época e que ainda pode-
mos observar em muitas empresas atuais, tornaram-se uma preocupação 
para Taylor ao longo da sua carreira e o levaram a várias observações e 
experiências no sentido da sua resolução.
 Reflita
Quando são apontados os problemas existentes nas empre-
sas e, mais especificamente, nas indústrias do início do século 
passado e que levaram à criação da Ciência da Administração, 
podemos pensar que esse tipo de problema não existe nas orga-
– 24 –
Administração e Economia
nizações atuais. O que observamos, contudo, é muitas pequenas 
e microempresas – e algumas médias até – viverem ambientes 
com a configuração de problemas semelhantes aos encontrados 
por Taylor e seus pares. Já que se estabeleceram alguns princí-
pios, naquela época, para resolver tais problemas, por que não 
utilizar as mesmas soluções propostas por Taylor nas empresas 
atuais para solucioná-los?
Como não poderia deixar de ser, em função dos problemas da Admi-
nistração do período serem eminentemente fabris, o movimento da Admi-
nistração Científica surgiu na Sociedade Americana de Engenheiros, insti-
tuição presidida por Taylor em determinada época.
A ideia central do movimento da Administração Científica foi a orga-
nização racional do trabalho, visando eliminar o empirismo aos diferen-
tes processos de trabalho. Por meio da uniformidade de interesses entre 
patrões e empregados e da aplicação dos princípios da racionalização do 
trabalho, ambos poderiam ganhar o máximo possível. As bases conceitu-
ais que apoiaram o movimento são destacadas a seguir.
 2 O homem visto como uma máquina, eminentemente racional 
e que sempre toma as decisões mais apropriadas à solução do 
p roblema, maximizando assim os resultados. Movido, basica-
mente, por incentivos financeiros e recompensas, por isso se 
estabeleceriam bases padronizadas de incentivos. É impor-
tante referir que, na época, considerava-se o homem como 
“vadio”, totalmente interesseiro e sem motivação para o tra-
balho, fazendo-o apenas porque poderia, sem as recompen-
sas salariais e incentivos de produtividade, morrer de fome. 
Esse conceito é classificado como Homo economicus, ou 
homem econômico, e vinha provocando um posicionamento, 
por parte da Administração, em um sentimento de imputação 
de culpa ao operário de todos os males que aconteciam nas 
fábricas e em uma isenção dos gerentes quanto a essa respon-
sabilidade. Ao longo do tempo e com a evolução das outras 
ciências sociais, principalmente da psicologia, e da evolução 
– 25 –
Abordagem científica/clássica da administração
do homem em sociedade, poderemos observar a correspon-
dente evolução do conceito do homem e seu posicionamento 
perante as organizações.
 2 O estudo minucioso de tempos e movimentos repetitivos exe-
cutados pelos operários nos seus trabalhos. A partir desse 
estudo, encontrar a melhor maneira de executar a tarefa, enfo-
cando, quase em totalidade, as tarefas a serem executadas, 
para construir a partir daí o restante da organização fabril e das 
recompensas salariais.
 2 Criação dos métodos de trabalho que levassem ao desempenho 
máximo em cada tarefa, incluindo-se nisso as máquinas mais 
indicadas a cada operação.
 2 Paralelamente ao estudo das tarefas e do melhor método de 
executá-las, a análise da fadiga humana decorrente da execução 
repetitiva e prolongada dessas tarefas.
 2 A especialização do operário a partir de uma divisão racional 
do trabalho a ser executado. Sendo estabelecida a especiali-
zação exigida ao trabalhador, a seleção adequada dos traba-
lhadores seria mais fácil, e o seu treinamento em cada tarefa, 
uma consequência racional.
 2 Uma decorrência da divisão do trabalho foi a organização da 
estrutura fabril em cargos e a definição das tarefas de responsa-
bilidade desses cargos, eliminando, assim,alguns dos problemas 
existentes na época, da indefinição de responsabilidades e falta 
de comando.
 2 Estabelecimento de prêmios de produção e incentivos salariais, 
em função da definição clara das tarefas, dos métodos de traba-
lho e tempos e movimentos. Com esses elementos, era possível 
a definição de padrões de produtividade.
 2 Criação das condições ambientais físicas necessárias ao bom 
andamento do trabalho e à sua melhor execução por parte do 
operário. Em decorrência do estudo dos condicionantes da 
fadiga humana na tarefa, seriam proporcionadas as melhores 
– 26 –
Administração e Economia
condições de conforto físico para que o operário pudesse produ-
zir o máximo possível.
 2 Definição da supervisão funcional, com clarificação do alcance 
e a necessária especialização e conhecimento do supervisor para 
cada tarefa a ser supervisionada.
Essas foram, portanto, as ideias que nortearam e sustentaram a 
racionalização da Administração e estabeleceram um método cientí-
fico no estudo da área, o que fundamentou o seu reconhecimento como 
ciência. A busca final da Administração Científica foi a da eficiência 
máxima das operações mediante a padronização de tempos e movimen-
tos executados pelos operários. A padronização aconteceria por meio da 
divisão do trabalho mais detalhada possível e do estudo dos tempos e 
movimentos necessários para a execução das tarefas decorrentes dessa 
divisão, sempre buscando a mais eficiente forma de execução. A partir 
dessa padronização ocorreria a seleção, o treinamento e os pagamentos 
dos incentivos dos operários.
2.1.2 Princípios organizacionais
Apesar do foco inicial dos estudos de Taylor e da Sociedade Ameri-
cana de Engenheiros Mecânicos ser a resolução do problema dos salários, 
com a evolução dos estudos foi percebido que o problema da remuneração 
dos operários, sua produtividade e a consequente premiação e incentivo 
à melhoria da produção era apenas um daqueles com que se debatiam as 
indústrias da época. A análise mais profunda da situação vigente permitiu 
perceber outras variáveis influenciadoras e ampliar a visão do problema. 
Como pode ser observado na figura 2.1, que aborda os três momentos da 
Administração Científica, o movimento para a formação de tal Adminis-
tração se dividiu em três fases distintas, saindo do enfoque na produtivi-
dade e na remuneração dos operários para o estabelecimento e a consolida-
ção dos princípios norteadores da Administração Científica, substituindo 
os velhos métodos de trabalho empíricos e, assim, ampliando o enfoque 
do chão de fábrica, pressuposto inicial dos estudos, para as organizações 
como um todo. Por exemplo, a recomendação da dissociação da tarefa 
– 27 –
Abordagem científica/clássica da administração
de planejar da atividade produtiva, tornando-a mais global e formalizada 
(MAXIMINIANO, 2006).
Figura 2.1 Três momentos da Administração Científica.
Pr
im
ei
ra
 fa
se
Se
gu
nd
a 
fa
se Ù Ataque ao 
problema dos 
salários.
 Ù Estudo sis-
temático do 
tempo.
 Ù Definição de 
tempos padrão.
 Ù Sistema de 
administração 
de tarefas.
 Ù Aplicação de 
escopo, da 
tarefa para a 
administração.
 Ù Definição de 
princípios de 
administração 
do trabalho.
 Ù Consolidação 
dos princípios.
 Ù Proposição 
de divisão de 
autoridade e 
responsabili-
dades dentro 
da empresa.
 Ù Distinção entre 
técnicas e 
 princípios.
Te
rc
ei
ra
 fa
se
Fonte: Maximiano (2010, p. 54).
Os princípios estabelecidos na época, como a base de toda a Admi-
nistração, tiveram a participação de vários estudiosos e formaram muitos 
outros, mas alguns ficaram mais presentes. Taylor salientou quatro, mas 
deixou registrados muitos outros decorrentes ou complementares a estes:
1. princípio do planejamento – o método empírico usado na 
época e comandado pela vontade do operário deveria ser substi-
tuído por um planejamento rigoroso das tarefas a serem executa-
das, estabelecendo um método científico de trabalho para todas 
as tarefas.
2. princípio de preparo – a partir do estabelecimento do melhor 
método para a realização de cada tarefa, o passo seguinte deveria 
ser a escolha científica do trabalhador mais indicado a executar essa 
tarefa, de acordo com sua habilidade, e treiná-lo adequadamente 
para que pudesse atingir a produtividade máxima estabelecida no 
método determinado. Além da atenção na máxima e melhor exe-
cução das tarefas pelos operários, estabeleceu-se, nesse princípio, 
também, uma atenção na escolha, na preparação e na disposição das 
– 28 –
Administração e Economia
máquinas dentro da fábrica da maneira mais científica, para que se 
pudesse ter a máxima produtividade e a menor perda de tempo entre 
tarefas e movimentações dos materiais.
3. princípio da execução – a execução das tarefas feita da melhor 
e mais produtiva maneira exigia que elas fossem distribuídas e 
as responsabilidades determinadas aos operários.
4. princípio do controle – tendo o método sido estabelecido, os 
operários bem escolhidos e treinados, as tarefas distribuídas, 
o passo seguinte mais lógico é a verificação da execução das 
tarefas, a qual deve seguir os padrões estabelecidos e o que 
foi planejado anteriormente.
 Reflita
Será que hoje esses princípios já estão solidificados e ampla-
mente aplicados em todos os ambientes fabris, das micro e 
pequenas empresas às grandes?
Não estariam, aqui, os primórdios das nossas normas de produ-
ção com qualidade?
Para além desses quatro princípios mais importantes outros foram 
estabelecidos e que ou eram essenciais aos quatro principais ou eram sua 
decorrência, de forma mais detalhada.
1. Decompor todas as atividades a serem exercidas pelos operá-
rios nas suas mais elementares operações, sua análise, estudo e 
medição dos tempos gastos em cada movimento. O objetivo era 
estabelecer a melhor maneira com os movimentos mais rápido 
e econômicos, verificando, assim, a forma como os operários 
deveriam executar cada tarefa de maneira minuciosa.
2. Selecionar os trabalhadores para cada tarefa a ser executada em 
função dos tempos e movimentos estabelecidos como padrão, de 
forma mais científica possível.
– 29 –
Abordagem científica/clássica da administração
3. Especializar, treinar e instruir os trabalhadores de maneira que 
eles fossem capazes de executar as operações da forma como 
foram estabelecidas anteriormente.
4. Separar as funções operacionais de preparação e operação.
5. Engajar os operários na busca da produtividade e no alcance dos 
padrões de produção estabelecidos por meio de incentivos e prê-
mios de produção maiores, caso estes fossem ultrapassados.
6. Planejar e preparar a produção tanto estabelecendo metas de 
produção, métodos e processos de execução, tempos de prepa-
ração das máquinas como determinando máquinas, ferramentas, 
equipamentos e todos os recursos necessários para a melhor exe-
cução da produção.
7. As vantagens resultantes da racionalização do trabalho divi-
didas proporcionalmente a todos os interessados: patrão, ope-
rários e clientes.
8. Manter a execução do trabalho nos níveis pretendidos, melhorá-
-lo e corrigi-lo por meio de controle.
9. Organizar os processos, equipamentos e matérias necessários à 
produção em uma classificação otimizada ao seu uso.
Como pudemos observar, esses princípios se concentram mais no 
estudo do trabalho e na especialização e controle da melhor maneira de 
realizar as tarefas. Talvez em decorrência de os estudos terem sido fei-
tos na Sociedade Americana de Engenheiros e mais especificamente por 
Taylor, um mestre em engenharia, a Abordagem Clássica, na sua vertente 
da Administração Científica, ficou, portanto, conhecida como a Aborda-
gem Científica focada nas tarefas e na melhor forma da sua execução.
2.1.3 Avaliação da Administração Científica
Não obstante o grande avanço que as empresas obtiveram com a 
utilização dos princípios da Administração Científica, como não poderia 
deixar de acontecer, esta recebeu pesadas críticas quanto à sua implan-
tação e abordagem.
– 30 –Administração e Economia
Com a total racionalização da operação fabril foram obtidos enormes 
ganhos de produtividade, eliminação de desperdícios e redução de custos, 
além disso, o grande ganho da possibilidade de uma produção em massa, 
o que contribuía em larga escala para a redução de custos da manufatura. 
Essa redução de custos permitiu que os bens manufaturados chegassem ao 
mercado com preços mais baixos sem comprometer os ganhos dos ope-
rários, como vinha acontecendo até então. Para se obter um custo mais 
baixo, o caminho natural vinha sendo baixar os salários dos operários, até 
então a principal causa de todos os males das organizações.
A Administração Científica veio introduzir um novo conceito indus-
trial, a era da máquina e da produção em massa. A total racionalização, 
mecanicismo e estudo de tempos e métodos nos mínimos detalhes era a 
regra geral a ser aplicada para tudo. E quando se falava tudo, incluíam-se, 
também, os operários, vistos única e simplesmente como recursos forne-
cedores da mão de obra capaz de fazer funcionar as máquinas ou outros 
equipamentos e que, consequentemente, deveriam ter comportamentos 
semelhantes às máquinas, sempre repetidos da mesma forma otimizada 
e evitar sinais de fadiga que pudessem provocar mudança de ritmo de 
trabalho ou fazer movimentos fora dos preestabelecidos. Daí o rótulo de 
“mecanicista” a esse movimento.
A empresa e tudo a ela relacionado resumiam-se a uma organização 
rígida, racional e padronizada em perfeita sincronia, como engrenagens de 
uma máquina. Aqui notamos que a atenção aos aspectos subjetivos do ser 
humano, como suas emoções, sentimentos e as necessidades sociais, foi rele-
gada a um segundo plano, apenas com foco na produtividade. Como expoente 
crítico nessa priorização da força do trabalho físico do elemento humano das 
empresas da época temos o filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin.
 Dica de filme
Para entender melhor o ambiente em que se vivia na época da 
implantação dos princípios da Administração Científica, indica-
mos filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin, no YouTube, 
no link: <http://youtu.be/D_kpovzYBT8>. Observe que um filme 
produzido em 1936 mantém-se atual, confrontando-nos com 
– 31 –
Abordagem científica/clássica da administração
uma comparação encontrada em algumas empresas, já logo na 
abertura. Algumas das situações apresentadas e ridicularizadas 
estão presentes nas observações críticas das posições contrárias 
aos postulados da Administração Científica.
TEMPOS modernos. Disponível em: <http://www.youtube.
com/watch?v=D_kpovzYBT8&feature=youtu.be>. Acesso em: 
11 jul. 2012.
Os próprios operários também começaram a se insurgir, por meio dos 
sindicatos e com greves, contra os altos tempos-padrão que eram estabe-
lecidos como metas de produção, a grande repetição de movimentos e o 
trabalho apenas mecânico e sem qualquer significação pessoal que eles exe-
cutavam, fazendo dar errado uma das principais premissas estabelecidas por 
Taylor de que os princípios da Administração iriam harmonizar as relações 
entre patrões e operários. Essa revolta tomou proporções tão grandes que o 
Congresso Americano mandou investigar o que estava se passando.
Outra crítica feita ao movimento foi a de que, dividindo as tarefas na 
sua composição de movimentos mais elementares possíveis e treinando 
os operários nessas pequenas tarefas, estaria provocando-se uma especia-
lização de tal modo detalhada que ao operário não restaria mais nenhuma 
qualificação da tarefa, bastava ser treinado de forma exclusiva na tarefa 
que iria executar (MAXIMIANO, 2010).
A visão muito elementar do papel do ser humano na organização 
eliminava totalmente os elementos sociais inerentes aos funcionários 
atuando em grupo. O que interessava para a organização era apenas a 
capacidade física do operário, posta em atividade em conjunto com as 
máquinas. Em complemento, levantou-se a crítica de que eram postos 
de lado os aspectos informais da organização, bem como a vida social 
dos trabalhadores.
Apesar de o próprio nome Administração Científica conter o aspecto 
ciência na sua composição, foram levantadas muitas críticas de que esse 
movimento não poderia ser considerado uma ciência porque não continha 
todos os elementos necessários a uma comprovação científica, a pesquisa 
e a experimentação científica de comprovação das teses.
– 32 –
Administração e Economia
Mesmo existindo outros tipos de atividades nas empresas, a limitação 
do campo de aplicação da Administração Científica no ambiente fabril 
foi motivo de críticas também. A formação de engenheiro de Taylor e sua 
experiência essencialmente industrial provocaram o estreitamento do foco 
ao ambiente fabril.
O tipo de proposta apresentado pela Administração Científica deu-se, 
essencialmente, no sentido de estabelecer princípios sobre como deveria 
funcionar a produção. Uma série de receitas, prescrições e normas padro-
nizando a forma como deveria funcionar nada explicou acerca do fun-
cionamento. Para os críticos ao movimento, isto era limitante na maneira 
como deveriam ser levadas em consideração as prescrições.
Limitando-se ao estudo minucioso das tarefas e do método de traba-
lho, a Administração Científica deixou de lado as interações da empresa 
com o meio que a rodeia, considerando-as como sistemas fechados, nos 
quais o funcionamento das suas partes é determinado e padronizado, não 
apresentando variações, o que não condiz com a realidade das empresas, 
que é de sistemas abertos influenciados pelo meio ambiente e imprevisí-
veis no seu comportamento.
Mesmo com todas as críticas que sofreu decorrentes do pioneirismo, 
é inegável que o movimento da Administração Científica deu início ao 
desenvolvimento da Administração e melhorou a forma de atuação das 
empresas da época, com suas inovações em termos de padronização, 
racionalização e uso de métodos científicos. Foi o primeiro movimento a 
introduzir os conceitos do aumento de produtividade por meio de métodos 
científicos e apresentou novos conceitos na forma de se ganhar dinheiro.
Resumidamente, é possível afirmar que a Administração Científica 
teve sua base formada pelas premissas de comando e controle, uma única 
maneira certa de fazer, mão de obra, e não recursos humanos e segurança 
nem insegurança. Ao estabelecer como função principal da gerência pla-
nejamento e controles rígidos e aos operadores a execução das tarefas de 
forma obediente, estabeleceu-se, também, uma forte relação de comando 
do supervisor para o operário, de cunho hierárquico semelhante a uma 
estrutura militar, em que o gerente determina a melhor maneira de execu-
– 33 –
Abordagem científica/clássica da administração
tar as tarefas e cabe ao operário utilizar esse método sem questionar e tirar 
dele o melhor partido no objetivo da máxima produtividade.
A visão de que os operários consistem em mão de obra disponível, em 
contraponto à visão dos trabalhadores como recursos humanos, não esti-
mula nenhum envolvimento, tanto de um lado como do outro nas relações 
de trabalho. Era desprezado o reconhecimento aos operários, bem como 
era-lhes vedado o acesso a ter responsabilidades além daquelas já descri-
tas anteriormente. A empresa não se comprometia com nenhuma lealdade 
para com os operários, esperando deles uma lealdade funcional. Em con-
trapartida, elas garantiam uma relativa e pseudo estabilidade e segurança 
no trabalho. Tudo parecia estabelecido, controlado e estável.
Mesmo com as análises feitas e apontados, pelos críticos, pontos 
negativos à Administração Científica, devemos admitir que uma série de 
fatos e consequências importantes à Administração atual são decorrên-
cia daquela. Uma dessas decorrências é a busca constante, por parte da 
Administração, de produtividade e rentabilidade. Até hoje a mola propul-
sora da Administração é essa busca, a constante e necessária renovação de 
processos e práticas para o aumento da produtividade e da rentabilidade 
das empresas. Assim, não podemos,de maneira alguma, retirar o mérito 
de Taylor no desenvolvimento industrial da sua época e consequências 
decorrentes da implantação das suas ideias, por isso ele é considerado o 
pai da Administração ( CHIAVENATO, 2004).
2.2 Teoria Clássica
Paralelamente ao desenvolvimento das ideias da Administração 
Científica lideradas por Taylor, nos EUA, e focadas, principalmente, na 
tarefa e no trabalho, surgia, na mesma época, na França, uma corrente 
de pensamento um pouco diferente no foco, mas também preocupada em 
estabelecer as bases e os princípios da Administração. O expoente dessa 
corrente foi Henry Fayol (1841-1925), que se dedicou a estudar a Admi-
nistração, dando ênfase à estrutura.
– 34 –
Administração e Economia
Fayol fez toda a sua carreira profissional em uma mesma empresa, 
a mineradora e metalúrgica francesa Comambault, chegando ao cargo 
de diretor-geral com a empresa em situação desastrosa. Conseguiu, ao 
longo do tempo, levá-la ao sucesso financeiro e administrativo. Essa 
carreira exitosa permitiu que, após sua aposentadoria, aos 77 anos, 
iniciasse a divulgação dos seus princípios baseados na sua experiência 
profissional de sucesso. Fundou o Centro de Estudos Administrativos, 
que passou a difundir suas ideias por meio de reuniões que congrega-
vam industriais, militares, funcionários de governo e filósofos fran-
ceses. Lecionou, também, na Escola Superior de Guerra da França e 
suas ideias foram adotadas na Marinha francesa. Suas análises sobre as 
ideias de Taylor o levaram a afirmar que eram complementares às suas 
(MAXIMIANO, 2010).
2.2.1 A visão de Fayol da Administração 
e as suas funções
Na sua obra Administração geral e industrial, Fayol estabelece 
que administrar é uma função diferente das outras atividades de uma 
empresa. Seria algo diferenciado das funções de finanças, produção, 
comerciais ou técnicas. As funções administrativas estariam acima des-
tas. O autor estabelece, ainda, que essa função administrativa envolve 
cinco elementos ou funções básicas inerentes ao trabalho do administra-
dor: prever, organizar comandar, coordenar e controlar. Ele foi o pioneiro 
em estabelecer que o trabalho de administrar deveria estar desvincu-
lado às demais atividades de uma empresa. Aparentemente, um conceito 
simples, mas que se desdobra em várias consequências essenciais ao 
trabalho e à importância do administrador. Dentro da ótica de Fayol, 
o dirigente, ao alcançar os postos mais altos na hierarquia da empresa, 
deveria se desvencilhar dos aspectos técnicos da produção e se dedicar 
às funções essenciais do administrador, citadas anteriormente.
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Abordagem científica/clássica da administração
Figura 2.2 Proporção da função administrativa nos níveis hierárquicos.
Funções administrativas Mais altos
Mais baixos
Outras funções 
não administrativas
Proporcionalidade da função administrativa 
nos diferentes níveis hierárquicos da empresa
 Ù Prever
 ÙOrganizar
 ÙComandar
 ÙCoordenar
 ÙControlar
Fonte: adaptado de Chiavenato (2004, p. 64).
Essa visão de Fayol é bastante atual e perspicaz, já que, a todo o 
momento, vemos nas organizações bons técnicos, ao serem promovidos 
a cargos de níveis acima na estrutura, tornarem-se maus ou totalmente 
incompetentes administradores, por não conseguirem se desfazer das habi-
lidades técnicas dos cargos mais operacionais e não conseguirem pensar 
sob a ótica das funções administrativas necessárias à execução das tarefas 
administrativas, como pode ser visto na figura 2.2, que trata da proporcio-
nalidade da função administrativa. Quanto mais altos os cargos na escala 
hierárquica da empresa, mais a visão do administrador deve se tornar glo-
bal, no sentido da visão total da empresa, mais as funções de previsão, 
organização, comando, coordenação e controle da Administração devem 
ser feitas e menos as habilidades e funções de operação serão necessárias.
Fayol tornou claro e estabeleceu as bases do atual papel dos cha-
mados cargos executivos. Muitas empresas, para tentar minimizar essas 
dificuldades de adaptação, treinam seus chefes e administradores con-
forme vão sendo promovidos, para exercer as novas funções nos cha-
mados treinamentos de chefia e liderança. Essa dificuldade encontrada 
– 36 –
Administração e Economia
pelas empresas não é só vista dentro das instituições, ao serem feitas 
as promoções, também podem ser observadas quando um bom técnico 
resolve montar sua própria empresa e não consegue abandonar seu modo 
de raciocinar focado na produção e passar a pensar mais administrativa, 
estratégica e globalmente.
A Administração, como uma atividade inclusa em todos os procedi-
mentos humanos, seja na família, negócios ou governo, que exigissem, 
de alguma forma, ações de planejamento, organização, comando, coorde-
nação e controle, foi uma das contribuições importantes de Fayol para a 
solidificação e a expansão da área.
Como já visto anteriormente, Fayol apresenta o conceito de que todas 
as empresas têm seis funções bem definidas e atuando em conjunto, con-
forme o quadro 2.1.
Quadro 2.1 Funções administrativas de Fayol.
Funções Responsabilidades
Administrativa Coordenação das outras funções. Disposição de todos nos objetivos.
Financeira
Gestão dos capitais. 
Aplicação de recursos. 
Busca de recursos.
Contábeis Registros e controles de custos e estoques. Balanços.
Técnicas Produção de bens e serviços.
Comerciais
Negociação. 
Compra. 
Venda.
Segurança de bens e 
pessoas
Preservação. 
Proteção.
Fonte: adaptado de Maximiano (2010, p. 73).
A função administrativa é a que exerce o papel essencial da Adminis-
tração e se coloca na cúpula das outras cinco funções. Com a evolução das 
atividades econômicas e empresariais, esses conceitos foram mudando 
– 37 –
Abordagem científica/clássica da administração
os nomes, adaptando-se e tornando-se mais ou menos importantes, como 
é o caso da função de segurança, por conta da evolução dos conceitos 
da Administração. Contudo, foi a partir desse conceito inicial que outros 
pensadores puderam evoluir para novos conceitos. Como é o exemplo da 
função de recursos humanos, incluída nesse rol, pela grande importância 
para as empresas, do fator humano e da sua gerência.
Para além dessa classificação das funções empresariais, Fayol estabe-
leceu qual o papel e quais as funções do administrador nas empresas. Ele 
verificou que o processo administrativo estava acima, coordenando todas 
as outras funções da empresa, e teria em sua composição os cinco elemen-
tos destacados a seguir.
 2 Planejar: estabelece os objetivos da empresa, especificando, tam-
bém, a forma como alcançá-los. A partir de uma visão do futuro, 
desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. 
É a primeira das funções, servirá para operacionalizar as demais 
funções com a formalização das metas e forma de atuação.
 2 Organizar: arranjo de todos os recursos da empresa, sejam 
humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma 
possível para atingir o estabelecido.
 2 Coordenar: a coordenação dos esforços de toda a empresa é 
fundamental para implantar o planejamento e torná-lo viável 
para atingir as metas traçadas.
 2 Comandar: é o processo de executar as tarefas pelos subordina-
dos e que eles façam o que tem de ser feito. Para tal, as relações 
hierárquicas precisam estar bem definidas, suas responsabili-
dades, amplitude de comando e relações hierárquicas e o grau 
de participação e colaboração de cada um para a realização dos 
objetivos definidos.
 2 Controlar: definir os padrões e as medidas de desempenho 
que permitam assegurar que as atitudes empregadas serão as 
mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle 
objetiva assegurar que tudo seja feito o mais igual possível 
ao que foi estabelecido.
– 38 –
Administração e Economia
Paralelamente, Fayol refletiu sobre os conceitos de Administração 
e organização e suas diferenças. Para ele, seriam conceitos diferentes, 
sendo a Administração o mais global, incluindo um conjunto de pro-cessos i ntegrados, abrangendo os aspectos da previsão, comando e con-
trole. Organização é um conceito menos abrangente, envolvendo apenas 
os aspectos relativos à estruturação da empresa na sua forma, portanto, 
fazendo parte do conceito abrangente da Administração.
Para Fayol, a ideia que ele possuía sobre o funcionamento da empresa 
como um sistema racional de regras e autoridade, justificando sua existên-
cia no fornecimento de bens e serviços aos clientes, não se aplicava apenas 
a organizações industriais, e, sim, a todas as empresas. Na sua visão, após 
a organização da empresa, os colaboradores precisam de ordens para saber 
o que fazer e serem coordenados da melhor maneira e com controle, para 
que sejam atingidos os resultados planejados.
Ele criou 16 deveres específicos para os gerentes poderem exercer 
seu papel, contendo (MAXIMIANO, 2010):
1. preparação e planejamento cuidadosos e execução rigorosa;
2. coerência entre objetivos e recursos da empresa com a organiza-
ção humana e material;
3. autoridade competente, enérgica, única e construtiva;
4. harmonização das atividades e coordenação dos esforços;
5. decisões estabelecidas de forma precisa, simples e nítida;
6. seleção do pessoal de forma eficiente e organizada;
7. obrigações definidas de forma clara;
8. encorajamento do senso de responsabilidade, bem como da ini-
ciativa dos colaboradores;
9. justa e adequada recompensa pelos serviços prestados;
10. uso de sanções para erros e faltas;
11. manutenção da disciplina na organização sob sua responsabilidade;
12. interesses gerais acima dos interesses pessoais;
13. manutenção da unidade de comando;
– 39 –
Abordagem científica/clássica da administração
14. supervisão à ordem material e humana;
15. manutenção do controle de tudo;
16. evitar excessos de burocracia, papéis e regulamentos.
2.2.2 Os princípios da Administração segundo Fayol
Completando sua obra de sistematização da Administração, Fayol, 
estabeleceu 14 princípios orientadores do administrador, os quais estão 
listados a seguir.
1. Divisão do trabalho: divisão das tarefas e especialização de 
pessoas em um número limitado para realizá-las, de modo a 
aumentar a eficiência.
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar 
ordens e o poder de esperar a correspondente obediência. Em 
contrapartida à autoridade, vem a responsabilidade de obedecer 
e prestar contas da execução das ordens. O equilíbrio entre a 
autoridade e a responsabilidade são fundamentais para o êxito 
da relação.
3. Disciplina: respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e 
os funcionários, mantendo a obediência a eles.
4. Unidade de comando: a cada empregado corresponde apenas 
um chefe e só dele deve-se receber ordens. É o princípio da 
autoridade única.
5. Unidade de direção: uma só orientação e plano para cada grupo 
de atividades que tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos interesses 
gerais: o interesse da empresa e dos planos sobressai e elimina 
interesses particulares e opiniões.
7. Remuneração do pessoal: deve ser equitativa e justa, com base 
em fatores internos e externos e na garantia da satisfação para os 
empregados e para a organização em termos de retribuição.
– 40 –
Administração e Economia
8. Centralização: equilíbrio entre a concentração da autoridade no 
topo da hierarquia da organização, sua capacidade de executar 
as responsabilidades a contento e a iniciativa dos subordinados.
9. Cadeia escalar: hierarquia da estrutura da empresa. A série de 
chefes do primeiro escalão ao último, definindo a linha de auto-
ridade e responsabilidade da empresa. Princípio do comando.
10. Ordem: um lugar para cada pessoa e cada pessoa no seu lugar. 
Igualmente para os recursos materiais.
11. Equidade: tratamento de forma idêntica a todos, com benevo-
lência e justiça sem deixar de aplicar a energia e o rigor quando 
necessário.
12. Estabilidade do pessoal: a manutenção das equipes promove 
seu desenvolvimento e gera maior eficiência, ao contrário dos 
impactos negativos da rotatividade.
13. Iniciativa: promoção do aumento do zelo e das atividade dos 
agentes e fazê-los ter iniciativas que assegurem o sucesso do 
planejado, dentro dos limites da autoridade e disciplina.
14. Espírito de equipe: desenvolvimento e manutenção da harmo-
nia e união entre as pessoas da organização, incentivá-las a man-
ter este espírito.
Esses princípios foram a base para a criação da Teoria Clássica da 
Administração. Da mesma forma como foram lançados os princípios da 
Administração Científica, aqui também sobressaem os enfoques normativos 
e prescritivos, indicando ao administrador como deve se comportar e atuar.
 Sugestão de leitura
Sugerimos uma pesquisa sobre os fundamentos e princípios 
atuais de excelência da gestão no site da Fundação Nacional 
da Qualidade (FNQ), disponível em: <http://www.fnq.org.br/
site/377/default.aspx> (FNQ, 2012b). A partir dessa leitura, será 
possível verificar a atualidade de alguns dos princípios estabe-
lecidos por Fayol.
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Abordagem científica/clássica da administração
2.2.3 A Teoria da Administração
Mesmo com enfoques diferentes, os autores clássicos pretenderam 
criar uma teoria administrativa consistente e científica, baseada nos con-
ceitos principais da divisão do trabalho, da especialização nas tarefas e 
nos trabalhadores, na coordenação por parte dos superiores hierárquicos e 
na separação das atividades de linha e staff.
Figura 2.3 Desdobramento da abordagem clássica da Administração.
Abordagem 
clássica
Administração 
Científica Ênfase tarefas
Teoria 
Clássica Ênfase estruturas
Fonte: adaptado de Chiavenato (2001a, p. 54).
Apesar das visões diferentes resumidas por meio da figura 2.3, Taylor 
e Fayol complementaram-se em seus conceitos e abordagens e o conjunto 
das suas visões deu o corpo necessário à criação da Teoria Administrativa. 
Como podemos ver no quadro 2.2, a seguir, nem uma nem outra abor-
dagem seriam suficientes por si só, pois uma atende, preferencialmente, 
à parte operacional e à outra o restante administrativo, dando o enfoque 
completo a uma empresa.
Quadro 2.2 Enfoques de Taylor e Fayol.
Administração científica Administração clássica
Precursor Frederick Taylor. Henri Fayol.
Origem Chão de fábrica. Gerência administrativa.
Ênfase
Adoção de métodos racionais 
e padronizados; máxima divi-
são de tarefas.
Estrutura formal da empresa; 
adoção de príncipios adminis-
trativos pelos altos escalões.
Enfoque Produção. Gerência administrativa.
Fonte: adaptado de Chiavenato (2004, p. 74).
– 42 –
Administração e Economia
Todos os autores da Teoria Clássica foram unânimes em afirmar o 
estudo e a atenção da Administração cientificamente, em contraponto ao 
empirismo e à improvisação existente na época, introduzindo a técnica 
científica. O que se pretendia era a criação da “Ciência da Administração”, 
exigindo-se, portanto, um método de ensino organizado e sistemático para 
a formação dos administradores, a exemplo das outras profissões baseadas 
na ciência.
Em relação à organização, a Teoria da Administração a estabeleceu 
como uma série de cargos e órgãos arrumados de forma estruturada, de 
tal modo dispostos que as funções organizacionais pudessem ser feitas de 
maneira a inter-relacionar essas partes separadas entre si e os objetivos 
globais como um todo.
Aqui vemos uma forte influência das antigas estruturas organizacio-
nais, principalmente a militar e a eclesiástica, muito rígidas, tradicionais 
e hierarquizadas, mantendo, ainda, uma forte ligação com o passado. Não 
podemos tirar o mérito das teorias clássicas de salvar as empresas do caos 
primitivo em que se encontravam, ainda sob forte influência da Revolução 
Industrial. No entanto, sob o aspecto exclusivamente das organizações e 
a forma como se reúnem as partes dessa organização em torno do obje-
tivo geral, nada se avançou para além da imitação das estruturas militares 
e eclesiásticas, com forte ênfase na hierarquia e na cadeia de comando.Podemos entender uma organização como a forma de associação em 
torno de um objetivo comum na qual os seres humanos correspondem-se. 
Temos, portanto, a caracterização de uma organização por um fim comum 
e a forma da associação. Um implica o outro e vice-versa, a forma de asso-
ciação vai ou não facilitar o atendimento do fim comum.
A estrutura organizacional e a forma como é montada dão o tom de 
como a empresa vai funcionar. É a estrutura que estabelece a cadeia de 
comando, a linha de autoridade entre as posições da organização, a res-
ponsabilidade de cada uma na estrutura e as responsabilidades atribuí-
das a cada posição, a cadeia de comando ou cadeia escalar estabelecida 
pela estrutura da organização, de acordo com os princípios estabelecidos 
na época, deve basear-se no princípio da unidade de comando, um só 
comando superior para cada nível ou escala inferior.
– 43 –
Abordagem científica/clássica da administração
Outro ponto fundamental para a criação da ciência da Administração 
foi o princípio da especialização e da divisão do trabalho. A divisão clara 
e definida do trabalho caracteriza uma organização. Essa divisão é a base e 
a essência da organização e a fonte orientadora para a montagem da estru-
tura. Ela conduz a uma diferenciação das tarefas e à quebra da homoge-
neidade. Nesse aspecto, o pensamento da época era de que, quanto maior a 
divisão do trabalho, maior a possibilidade de treinamento e especialização 
e, em consequência, seria obtida uma maior produtividade e eficiência.
Para os clássicos, a divisão do trabalho poderia se dar em duas dire-
ções, como veremos a seguir.
1. Vertical, de acordo com os níveis hierárquicos de autoridade e 
responsabilidade. É a hierarquia quem estabelece os graus de 
responsabilidade de cada cargo. Quanto mais alto na escala hie-
rárquica, maior a responsabilidade. Quanto mais definidas as 
linhas de autoridade, mais eficientes seriam as organizações. 
Para definir a autoridade hierárquica e de comando entre um 
superior e o subordinado, dá-se o nome de autoridade de linha.
2. Horizontal, de acordo com as atividades da organização. Usando 
o conceito da especialização do trabalho e o princípio da homo-
geneidade das tarefas aglutinadas. Em cada nível hierárquico as 
atividades são designadas para departamentos ou seções especí-
ficas de forma homogênea.
A divisão do trabalho, na horizontal e de acordo com os critérios de 
homogeneidade, é chamada de departamentalização e pode ser de vários 
tipos, como veremos mais adiante (CHIAVENATO, 2004).
Um dos elementos incluídos por Fayol no rol dos elementos funda-
mentais para a Administração foi o princípio da coordenação. Para o teó-
rico, a coordenação é a unificação de esforços e atividades, de maneira 
harmônica, reunindo em torno dos objetivos os esforços comuns. Pode-
mos, ainda, definir coordenação como a orientação de todos os envolvidos 
na obtenção de um alvo ou de um objetivo a ser alcançado. Para alguns 
autores, a coordenação é obrigatória para o sucesso das organizações. 
A premissa básica era que, quanto maior fosse a organização da divisão 
– 44 –
Administração e Economia
do trabalho, tanto vertical como horizontal, maior seria a necessidade de 
coordenação para que se conseguisse a eficiência do todo organizacional.
Um ponto enfatizado na Abordagem Clássica da Administração é a 
estruturação de forma simples da organização, por meio da organização 
linear. Esse tipo de organização baseia-se em quatro princípios adminis-
trativos, apresentados a seguir.
1. Unidade única e supervisão única: cada subordinado responde 
unicamente a apenas um superior.
2. Unidade de direção: os objetivos da organização devem orientar 
a elaboração de todos os planos inferiores, para que a união des-
tes formem planos superiores e maiores.
3. Centralização da autoridade: a autoridade máxima da organiza-
ção deve se concentrar no seu topo escalar.
4. Cadeia escalar: a autoridade deve se estruturar de forma escalar, 
em níveis hierárquicos, nos quais uma autoridade, associada a 
um nível hierárquico, subordina-se a um nível hierárquico supe-
rior, até o topo em que se concentraria a autoridade máxima.
Esse tipo de organização toma a forma de uma pirâmide. Nesse ponto, 
encontramos divergências entre os seguidores da Administração Científica, 
que preconizavam a autoridade funcional, devido ao seu foco essencial na 
tarefa. Já os seguidores da Teoria Clássica, por partirem do topo da estrutura 
para o detalhe, discordavam da organização funcional porque esse tipo de 
organização ia contra o princípio da unidade de comando; cada subordi-
nado teria vários superiores de acordo com o tipo de assunto a ser analisado. 
Nesse aspecto, passam a ser definidos três tipos de formatação das organi-
zações. A organização linear, em que se estabelece o princípio da unidade 
de comando de forma rígida.
Para que esses departamentos possam exercer suas atividades a con-
tento, surge a necessidade de criar a organização de apoio a essas ativi-
dades fim, os órgãos de staff, ou de apoio, assessoria, fornecedores de 
serviços, recomendações, apoio e aconselhamento aos órgãos de linha, já 
que estes não têm a condição de prover este tipo de serviço. Os serviços 
fornecidos por esses órgãos de apoio não podem ser impostos aos órgãos 
– 45 –
Abordagem científica/clássica da administração
de linha, serão apenas oferecidos. Assim, surgem dois tipos de autoridade: 
a de linha, na qual existe a autoridade formal dos gerentes com poder para 
dirigir e controlar os subordinados imediatos, e a autoridade de staff, atri-
buída aos especialistas, não tem poder nem autoridade, apenas aconselha, 
orienta e recomenda aos gerentes de linha, das suas áreas de especializa-
ção, como poderiam conduzir suas ações no que tange ao assunto especí-
fico de conhecimento do staff.
2.3 Os seguidores das ideias iniciais
Paralelamente aos dois maiores expoentes da Administração Clás-
sica, outros pesquisadores tiveram papel de destaque no desenvolvimento 
das ideias iniciais do movimento da criação da Administração Científica e 
na sua aplicação na melhoria da eficiência das empresas da época. Alguns 
deles foram fundamentais no mundo da Administração e mudaram com-
pletamente a forma como as indústrias passaram a trabalhar, como é o 
caso de Henry Ford.
Por outro lado, é importante realçar que, sendo Taylor o pioneiro da 
Administração Científica, não podemos esquecer nomes importantes que, 
antes dele, já tinham implantado práticas de Administração ou escrito 
sobre o assunto. É o caso de Adam Smith, da Inglaterra, que, em 1776, 
com seu livro A riqueza das nações, fala da divisão do trabalho e da espe-
cialização do trabalhador como meios de obter mais produtividade.
2.3.1 Os seguidores de Taylor
Como já afirmamos, é necessário mencionar que, antes de Taylor, 
outros nomes já vinham demonstrando iniciativas no sentido da sistemati-
zação e padronização das práticas do trabalho e da Administração, no fim 
do século XVIII. Para resolver problemas nas oficinas sob seu comando, 
o capitão Henry Metcalfe (1847-1917) , do Arsenal Armado Frankford 
(EUA), publicou seus métodos para melhorar os processos de produção 
das Oficinas Públicas. No segundo caso, o de Henry Towne (1844-1924), 
alguns autores dizem até que foi um forte influenciador das ideias de 
Taylor, pois ambos conviveram tanto na Midvale Steel Co., na qual Taylor 
– 46 –
Administração e Economia
teve o apogeu da sua carreira, como na Sociedade Americana de Enge-
nheiros Mecânicos, em que chegou a ser presidente. Towne propôs que a 
administração de fábrica tivesse a mesma importância da administração 
da engenharia e que a Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos 
tivesse papel de liderança na implantação do modelo de empresas com 
a engenharia e a administração juntas nas práticas de fábrica, sugestão 
aceita pela Sociedade anos depois (SILVA, 2005).
Independentemente da importância que Taylor teve na liderança da 
Sociedade Americana de Engenheiros

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