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↪A principal função do sistema respiratório é proporcionar meios para a troca de gases respiratórios (oxigênio e dióxido de carbono) entre o organismo e o ambiente; ↪As vias aéreas de condução proporcionam uma série de passagens para que o ar possa chegar e sair da área de trocas gasosas nos pulmões; ↪As vias aéreas de condução também têm uma função protetora ao condicionarem o ar que chega (inspirado). Esse condicionamento consiste no aquecimento do ar à temperatura corporal, sua saturação em 100% de umidade relativa e filtragem de gases prejudiciais e matéria particulada; ↪As vias aéreas de condução também conservam o calor e a água do corpo mediante sua extração do ar durante a expiração; ↪A manta mucociliar, que recobre a superfície mucosa das vias aéreas de condução, tem a função de capturar partículas inaladas transportá-las, assim como aos debris celulares, para fora do sistema; ↪Outras estruturas, como o duto nasolacrimal, órgão vomeronasal, recessos e seios paranasais, tuba auditiva e bolsa gutural equina, conectam-se com as vias aéreas de condução; ↪As vias aéreas de condução menores, situadas distalmente, conectam-se com a área de trocas gasosas, que consiste nos bronquíolos respiratórios, dutos alveolares e sacos alveolares; ↪As trocas gasosas ocorrem nos alvéolos, onde está presente apenas uma delgada barreira hematoaérea entre o sangue nos capilares pulmonares e o ar respirado. Um extenso leito capilar pulmonar recebe o débito total do ventrículo direito do coração. Cavidade Nasal ↪Cada cavidade nasal está dividida em três regiões: cutânea, respiratória e olfatória; ↪A pele do ápice nasal tem continuidade através de um gradiente tecidual com a membrana mucosa da cavidade nasal caudal propriamente dita.. Região Cutânea ↪Rostralmente, a região cutânea (vestíbulo nasal) está revestida por um epitélio escamoso estratificado queratinizado relativamente espesso; Sistema Respiratório Histologia Veterinária De Dellmann - 6ª Ed. Ebook ↪Na parte média do vestíbulo, o epitélio é mais delgado e não queratinizado. Células superficiais apresentam microcristas em sua superfície livre; ↪A parte caudal da região cutânea e o terço rostral da cavidade nasal propriamente dita constituem uma zona de transição revestida por um epitélio que varia desde cuboide estratificado até colunar pseudoestratificado não ciliado; ↪A própria-submucosa da região cutânea faz interdigitação com o epitélio por meio de papilas. As papilas contêm pequenos vasos, nervos e numerosas células migratórias, por exemplo, mastócitos, plasmócitos, linfócitos, macrófagos e granulócitos; ↪Feixes de fibras de colágeno, nervos e vasos sanguíneos maiores e glândulas serosas estão localizados profundamente na própria-submucosa.. Região Respiratória ↪O epitélio que reveste os dois terços caudais da cavidade nasal propriamente dita, com a exceção da região olfatória, é classificada como epitélio respiratório (colunar pseudoestratificado ciliado); ↪O epitélio que reveste o meato nasal médio é mais delgado e contém menor número de células ciliadas e caliciformes. O epitélio pseudoestratificado ciliado da cavidade nasal contém vários tipos celulares, como células ciliares, secretórias, em escova e basais; ↪Individualmente, as células ciliadas são colunares e têm 200 a 300 cílios com motilidade e numerosas microvilosidades que se projetam para o lúmen nasal; ↪As células secretórias do epitélio respiratório se estendem desde a lâmina basal até a superfície epitelial. Sua superfície luminal contém microvilosidades. O aspecto morfológico e histoquímico dessas células é variável tanto entre espécies como regionalmente. Sua descrição como mucosa ou serosa baseia-se em seu conteúdo de glicoproteína; ↪Grânulos de células epiteliais mucosas são relativamente elétron-lucentes e contêm glicoproteínas ácidas sialadas ou sulfatadas. A parte supranuclear das células epiteliais mucosas varia de aspecto com a frase secretória, desde alta e esguia com poucos grânulos até larga e globular com numerosos grânulos mucosos; ↪Células mucosas globulares, conhecidas como células caliciformes, possuem núcleos comprimidos na base da célula pela massa supranuclear constituída por grandes grânulos mucosos; ↪Grânulos de células epiteliais serosas possuem centros elétron-densos, contêm glicoproteínas neutras e são menores que os grânulos das células mucosas; ↪Células em escova possuem microvilosidades e um citoplasma que contêm mitocôndrias e muitos filamentos. Essas células podem ser receptores sensitivos associados com terminações do nervo trigêmeo; ↪Células basais são pequenas células poliédricas localizadas ao longo da lâmina basal. O citoplasma das células basais contém numerosos feixes de tonofilamentos e ribossomos livres. As células basais se caracterizam por inserções de fixação (desmossomos) a outros tipos celulares e à lâmina basal (hemidesmossomos); ↪A mucosa respiratória (epitélio respiratório + própria- submucosa subjacente) da cavidade nasal é mais vascular do que as mucosas das regiões cutânea, de transição ou olfatória; ↪A própria-submucosa intensamente vascular, na qual as artérias e veias grandes e de paredes delgadas têm orientação rostrocaudal, é chamada estrato cavernoso; ↪As veias se anastomosam de forma intensa e são conhecidas como vasos de capacitância, porque determinam o grau de congestão mucosa e inversamente de desobstrução nasal; ↪Existem glândulas nasais serosas ou mistas entre as numerosas veias desse estrato. Ácinos das glândulas nasais também secretam imunoglobulina A secretória, lisozima e proteína de ligação odora; ↪Os nervos na mucosa nasal são fibras sensitivas que têm origem nas divisões terminal, olfatória, vomeronasal e maxilar dos nervos trigêmeos e nas fibras eferentes do sistema nervoso autonômico; ↪Os nervos se distribuem por todos os compartimentos da mucosa nasal, inclusive no interior do epitélio; ↪Comumente, nódulos linfáticos estão presentes na parte caudal da cavidade nasal, adjacentes à coana, a abertura entre a cavidade nasal e a nasofaringe. Região Olfatória ↪A região olfatória compreende a parte dorso caudal da cavidade nasal, inclusive algumas das superfícies das conchas etmoides, meato nasal dorsal e septo nasal; ↪A mucosa olfatória pode ser diferenciada da mucosa respiratória adjacente por apresentar epitélio mais espesso, numerosas glândulas tubulares e muitos feixes de fibras nervosas não mielinizadas na lâmina própria; ↪A mucosa olfatória é revestida por um epitélio colunar pseudoestratificado ciliado, o epitélio olfatório, e que consiste em três tipos celulares principais: neurossensitiva, sustentacular e basal; ↪Células olfatórias neurossensitivas são neurônios bipolares com pericário numa ampla zona basal do epitélio, dendritos que se estendem até o lúmen e axônios que chegam ao bulbo olfatório do cérebro. Um ápice em forma de baqueta, o bulbo dendrítico, salienta-se de cada detrito para o lúmen; ↪As células neurossensitivas são continuamente substituídas durante a vida do animal por células derivadas das células basais; ↪Células sustentaculares são células colunares com uma base estreita e uma parte apical ampla. Seus núcleos ovais formam a camada nuclear mais superficial no epitélio; ↪Microvilosidades, frequentemente ramificadas, cobrem a superfície luminal das células sustentaculares; ↪Ocorrem complexos juncionais-justaluminais entre as células sustentaculares e os dendritos adjacentes de células neurossensitivas. Estão presentes grânulos de pigmento no citoplasma infranuclear; ↪As células sustentacularessão substituídas por células basais. As células basais da mucosa olfatória são similares em estrutura àquelas pertencentes ao epitélio não olfatório; ↪Glândulas olfatórias, cujas células contêm grânulos de pigmento, estão localizadas na própria-submucosa. A parte intraepitelial de seus dutos é revestida por células escamosas; ↪Mucosa olfatória também possui níveis elevados de atividade de citocromo P-450 mono-oxigenase e é o principal local para tumores nasais quimicamente induzidos. Órgão Vomeronasal ↪Localizado na mucosa da parte ventral do septo nasal, o órgão vomeronasal, uma estrutura bilateral tubular e em fundo cego, consiste em um duto epitelial interno (duto vomeronasal), uma própria-submucosa intermediária e um suporte cartilaginoso externo; ↪Rostralmente, o duto vomeronasal se une ao duto incisivo, que conecta a cavidade nasal com a cavidade oral, exceto em cavalos, nos quais a extremidade ventral é cega; ↪O duto vomeronasal tem forma crescente em sua secção transversal, com uma parede mucosa lateral convexa e medial côncava; ↪O epitélio faz transição, desde um revestimento cuboide estratificado rostralmente, nas proximidades do duto incisivo, até um epitélio colunar pseudoestratificado ciliado sobre grande parte da porção caudal do duto vomeronasal.; ↪O epitélio colunar pseudoestratificado medial possui células neurossensitivas, sustentaculares e basais; ↪As partes dendríticas das células neurossensitivas vomeronasais não possuem bulbos dendríticos; ↪Glândulas vomeronasais, localizadas na própria- submucosa intensamente vascular, secretam para o duto vomeronasal mais comumente através das comissuras entre as paredes mucosas lateral e medial; ↪Grânulos secretórios das células acinares contêm glicoproteínas neutras. A cartilagem vomeronasal hialina tem forma de J, envolvendo todo o órgão, exceto sua porção dorsolateral; ↪O órgão vomeronasal funciona na quimiorrecepção de compostos de baixa volatilidade transportados por líquido. Acredita-se que a percepção desses compostos tenha função no comportamento sexual tanto da fêmea como do macho, no comportamento materno e na interação do feto com seu ambiente amniótico. Seios paranasais ↪As mucosas dos seios paranasais são mais delgadas do que as da região respiratória da cavidade nasal com as quais têm continuidade; ↪Há escassez de glândulas e vasos sanguíneos na própria-submucosa.; ↪O epitélio é colunar pseudoestratificado ciliado, que contém algumas células caliciformes; ↪O batimento ciliar impele o muco em direção a aberturas que conectam os seios com a cavidade nasal. ↪A glândula nasal lateral é uma glândula composta relativamente grande que secreta glicoproteínas neutras através de um duto longo até o vestíbulo nasal.. Nasofaringe ↪A nasofaringe é a parte da faringe localizada dorsalmente ao palato mole, que se estende desde a cavidade nasal até a laringofaringe; ↪O revestimento da nasofaringe é composto principalmente de epitélio respiratório, mas o epitélio escamoso estratificado sobre a parte caudodorsal do palato mole faz contato com a parede dorsal da nasofaringe durante a deglutição ou com a epiglote; ↪A própria-submucosa é constituída por tecido conjuntivo frouxo que contém glândulas mistas. Os nódulos linfáticos são conspícuos na parte dorsal da nasofaringe, onde se agregam formando a tonsila faríngea. Laringe ↪A laringe se abre rostralmente na laringofaringe e é contínua em sentido caudal com a traqueia; ↪Ela está revestida por mucosa e é suportada por cartilagem; ↪O epitélio que reveste a epiglote, vestíbulo laríngeo e cordas vocais são escamoso estratificado não queratinizado, o epitélio laríngeo caudal a respiratório; ↪O epitélio na superfície laríngea da epiglote, pregas ariepiglóticas e cartilagens aritenoides podem conter papilas gustativas em todas as espécies, exceto em cavalos; ↪Receptores sensitivos do nervo laríngeo craniano no epitélio respondem à presença de líquidos, como água, leite, líquido gástrico e saliva, a estimulação desses receptores resulta em apneia reflexa; ↪A própria-submucosa por baixo do epitélio escamoso estratificado é um tecido conjuntivo denso e irregular, a própria-submucosa por baixo do epitélio respiratório é um tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas, leucócitos, plasmócitos e mastócitos. Com frequência é possível observar tecido linfático difuso ou nódulos linfáticos solitários; ↪Glândulas mistas ocorrem na própria-submucosa, mas estão ausentes nas pregas vestibulares e vocais. Estão presentes no ligamento vocal numerosas fibras elásticas e, em menor extensão, no ligamento vestibular; ↪As cartilagens da laringe estão conectadas entre si, à traqueia e ao aparelho hioide por meio de ligamentos; ↪Músculos esqueléticos extrínsecos movimentam a laringe durante a deglutição, músculos esqueléticos intrínsecos movimentam as cartilagens laríngeas individuais durante a respiração e fonação; ↪A maior parte das cartilagens da laringe é do tipo hialino. A epiglote, as cartilagens ou processos cuneiformes e corniculados e o processo vocal da cartilagem aritenoide contêm cartilagem elástica; ↪O tecido conjuntivo frouxo forma a túnica adventícia que circunda as cartilagens e músculos da laringe. Traqueia e Brônquios extrapulmonares ↪Distalmente à laringe, o sistema respiratório consiste em uma série de tubos ramificantes, as vias aéreas traqueobrônquicas, que se abre para grande área de trocas gasosas alveolares (cerca de 25 vezes a superfície do corpo); ↪A traqueia, o maior (tanto em diâmetro como em comprimento) desses tubos, proporciona a via de passagem do ar entre a laringe e os brônquios; ↪Trata-se de um tubo semiflexível e semicolapsivo que se estende desde a laringe até a cavidade torácica; ↪O epitélio de revestimento da árvore traqueobrônquica é um epitélio respiratório, que contém células ciliadas, células em escova, células exócrinas bronquiolares, células basais e células neuroendócrinas; ↪As células ciliadas, em escova e secretórias da traqueia são parecidas com as do sistema respiratório superior; ↪Células caliciformes são os tipos celulares secretórios predominantes em mamíferos domésticos. Células exócrinas bronquiolares são relativamente escassas ou estão até mesmo ausentes nas vias mais calibrosas; ↪Células neuroendócrinas são células APUD, ou seja, são caracterizadas por captação e descarboxilação de precursores aminados. Tipicamente, essas células têm forma piramidal, com suas bases sobre a lâmina basal; ↪As células neuroendócrinas são identificadas com a ajuda de métodos histoquímicos e, em nível de estrutura fina, contêm grânulos argirofílicos densamente corados, RE abundante, complexo de Golgi, ribossomos e muitos filamentos. Essas células são mais abundantes em animais jovens, em alguns casos, estão associadas com nervos; ↪No epitélio também são observadas diversas células migratórias. Essas células são linfócitos, leucócitos globulares e mastócitos. Os leucócitos globulares são células de função desconhecida e apresentam grânulos metacromáticos acidófilos relativamente grandes; ↪A própria-submucosa traqueal consiste em tecido conjuntivo frouxo e em uma camada subepitelial de fibras elásticas com orientação longitudinal, as células incluem fibrócitos, linfócitos, plasmócitos, leucócitos globulares e mastócitos; ↪A própria-submucosa contém glândulas seromucosas tubuloacinares que se abrem para o lúmen através de dutos revestidos com células ciliadas, células secretoras de muco e diversas células intermediárias; ↪As partes tubulares das glândulas traqueais são revestidas por células secretoras de muco e suas partes acinares por células secretórias serosas (em geral); ↪A característicamais marcante da traqueia é a cartilagem hialina, que na maioria das espécies ocorre em peças separadas aproximadamente com a forma de C ou U. Entretanto, em alguns indivíduos a cartilagem é fundida em certos lugares para formar um continuum; ↪As extremidades dorsais livres das cartilagens estão unidas pelo músculo traqueal, uma faixa de músculo liso. Na maioria das espécies, o músculo se fixa ao pericôndrio no lado interno da cartilagem; ↪No interior da cavidade torácica, a traqueia termina por uma bifurcação em dois brônquios primários; ↪Distalmente à bifurcação, os brônquios primários emitem ramos que penetram nos pulmões. As características estruturais dos brônquios primários são idênticas às da traqueia, exceto pelo fato de a cartilagem assumir a forma de placas irregulares; Pulmão ↪A maior parte da cavidade torácica é ocupada pelos pulmões direito e esquerdo; ↪O pulmão de mamíferos pode ser dividido em vias de condução intrapulmonar, área de trocas gasosas (parênquima) e pleura; ↪As vias aéreas de condução intrapulmonar (brônquios e bronquíolos) compõem aproximadamente 6% dos pulmões; ↪A área de trocas gasosas, que consiste em bronquíolos respiratórios (também conhecidos como zona de transição), dutos alveolares e alvéolos, compreende cerca de 85% dos pulmões; ↪O pulmão é encapsulado por uma camada de tecido conjuntivo revestida por células mesoteliais, chamada pleura visceral (pulmonar); ↪Juntamente com a pleura, o tecido nervoso e vascular intrapulmonar (artérias pulmonares, veias pulmonares e artérias brônquicas) representam os 9 a 10% restantes dos pulmões. Vias aéreas de condução intrapulmonar Brônquios ↪A árvore brônquica é formada por um brônquio primário e pelas diversas ordens de vias aéreas atendidas pelo brônquio; ↪Os maiores segmentos das vias aéreas de condução intrapulmonar são denominados brônquios lobares, cada qual entrando num lobo pulmonar em seu hilo; ↪Os brônquios lobares se dividem em dois ramos menores, que voltam a se dividir, esse processo tem continuidade até que seja alcançada a área de trocas gasosas; ↪As duas ou três primeiras gerações de ramificação de um brônquio lobar atende a partes do lobo pulmonar chamadas segmentos bronco pulmonares; ↪Cada geração sucessiva de ramificação se compõe de maior número de vias aéreas e possui maior número de vias aéreas, além disso, tem área de secção transversal total maior que a geração antecedente; ↪Em geral, o aspecto histológico de um brônquio é parecido com o aspecto histológico da traqueia, excetuando as diversas camadas que são mais delgadas; ↪Os brônquios são revestidos por um epitélio respiratório composto basicamente de células ciliadas, células secretórias e células basais; ↪No sentido proximal-distal, muda à composição do epitélio, células mucosas e células basais diminuem, e ocorre aumento numérico nas células exócrinas bronquiolares. Ao mesmo tempo, a altura do epitélio e a espessura da própria-submucosa vão diminuindo progressivamente; ↪A própria-submucosa é composta de tecido conjuntivo frouxo contendo glândulas mistas (glândulas brônquicas) em todas as espécies, exceto caprinos, as glândulas brônquicas são menos abundantes em brônquios distais; ↪A cartilagem hialina dos brônquios proximais tem forma de placas irregulares, e o músculo liso fica entremeado entre as placas ou no lado luminal das placas; ↪Em geral, as células musculares assumem uma disposição circular, perpendicularmente ao eixo longitudinal da via aérea; ↪A quantidade de cartilagem diminui no sentido proximal-distal, enquanto o músculo liso se torna relativamente mais abundante; ↪Basicamente, o tecido conjuntivo adventício é do tipo frouxo, com muitas fibras colagenosas e quantidades variáveis de fibras elásticas; ↪Muitas das fibras têm orientação longitudinal, ao passo que outras estão orientadas perpendicularmente ao eixo longitudinal da via aérea; ↪Estão presentes plexos nervosos submucosos e terminações nervosas intraepiteliais. Na maioria das espécies domésticas, a extensa irrigação vascular é derivada da circulação sistêmica através da artéria brônquica. Bronquíolos ↪Os bronquíolos têm origem em brônquios, ramificam- se por diversas gerações e finalmente assumem a forma de bronquíolos terminais; ↪Os bronquíolos exibem perfis aproximadamente circulares na secção transversal e são revestidos com epitélio colunar ou cuboide simples composto de células ciliadas e células exócrinas bronquiolares (células de Clara); ↪Essas células têm características de células secretórias e também de células capazes de metabolizar compostos xenobióticos. Os grânulos secretórios contêm glicoproteína neutra ou proteína de baixo peso molecular; ↪A própria-submucosa é composta de tecido conjuntivo frouxo esparso, não existem glândulas e nem cartilagem; ↪O músculo liso é arranjado em fascículos circulares e oblíquos separados. Ocorrem numerosas fibras nervosas na área situada imediatamente abaixo do epitélio, entremeadas entre os fascículos musculares; ↪A adventícia é composta de tecido conjuntivo frouxo, incluindo fibras elásticas com orientação circular ou oblíqua. A borda externa da adventícia é fixada à área de trocas gasosas, revestida por células epiteliais alveolares e exibe um leito capilar pulmonar. Área de trocas gasosas ↪A área de trocas gasosas, também chamada de parênquima, pode estar organizada em unidades funcionais ou estruturais. A unidade funcional da área de trocas gasosas é chamada ácino ou unidade respiratória terminal; ↪O ácino inclui todos os espaços aéreos distais a um bronquíolo terminal simples, inclusive bronquíolos respiratórios ramificantes, dutos alveolares, sacos alveolares e alvéolos; ↪O lóbulo é uma unidade estrutural, não uma unidade funcional. Compreende um aglomerado de ácinos separado de aglomerados adjacentes por septos de tecido conjuntivo; ↪Estes são chamados septos interlobulares e compõem-se de fibras de colágeno e fibras elásticas e de vasos sanguíneos. Tanto artérias brônquicas como veias pulmonares estão localizadas em septos interlobulares. Bronquíolos respiratórios ↪Os bronquíolos que exibem em suas paredes bolsas projetantes de tecido de trocas gasosas (alvéolos) são chamados bronquíolos respiratórios; ↪Também são conhecidos como zona de transição, que é o foco de muitos distúrbios pulmonares; ↪O aspecto histológico dos bronquíolos respiratórios é semelhante ao aspecto dos bronquíolos terminais, com a exceção que o epitélio é interrompido por alvéolos; ↪O músculo liso está arranjado em fascículos situados por baixo do epitélio cuboide ou colunar simples. Os alvéolos se abrem entre esses feixes musculares. Dutos alveolares e sacos alveolares ↪Os bronquíolos respiratórios se ramificam dando origem a estruturas tubulares chamadas dutos alveolares; ↪Cada um desses quartos sem porta é um alvéolo. Entre uma e cinco gerações de dutos alveolares são atendidas por um mesmo bronquíolo respiratório; ↪As paredes de um duto alveolar se compõem dos lados abertos de espaços aéreos alveolares e das terminações dos septos interalveolares que separam esses alvéolos; ↪Nas terminações dos septos interalveolares, faixas espiraladas de músculo liso e fibras elásticas com orientação perpendicular ao eixo longitudinal dos dutos alveolares se situam por baixo do epitélio; ↪Os dutos alveolares terminam em aglomerados de alvéolos chamados sacos alveolares O átrio é um espaço compartilhado para o qual se abrem vários sacos alveolares. Alvéolos ↪A unidade básica para trocas gasosas no parênquima pulmonar é o alvéolo; ↪Alvéolos são espaços aéreos esferoides revestidos por epitélio, que se abrem para um saco alveolar, duto alveolar ou bronquíolo respiratório,essas estruturas são separadas por septos interalveolares; ↪O revestimento epitelial alveolar, localizado numa posição adjacente ao espaço aéreo, compreende dois tipos de célula epitelial: células epiteliais alveolares tipos I e II; ↪A tipo I ou célula epitelial alveolar escamosa (célula epitelial respiratória) é achatada, exibe um núcleo central e repousa numa lâmina basal contínua; ↪A célula epitelial alveolar granular (grande) ou tipo II é uma célula cuboide com um núcleo central. Esse tipo celular reveste o restante da área da superfície do septo interalveolar; ↪Sua superfície alveolar contém microvilosidades, variando de 100 a 280 µm2 por célula. Essa célula contém mitocôndrias, REr, microvilosidades, um complexo de Golgi e várias vesículas osmiofílicas características chamadas corpos lamelares; ↪A célula alveolar tipo II é a célula progenitora tanto para as células tipo I como para as tipo II; ↪Do mesmo modo, macrófagos alveolares pulmonares estão presentes no lado aéreo dos septos interalveolares,como células fagocíticas ativas, fazem parte do sistema de fagócitos mononucleares que está distribuído por todo o corpo; ↪Septos interalveolares são folhetos delgados de tecido conjuntivo que contêm um plexo capilar; ↪O tecido conjuntivo intersticial interalveolar possui fibras colágenas e fibras elásticas e fibrócitos, também podem estar presentes perícitos, macrófagos, linfócitos e plasmócitos; ↪O leito capilar dos septos interalveolares é uma rede entremeada de vasos curtos e ramificantes; ↪Leitos capilares individuais atravessam as paredes de três a sete alvéolos ao passarem de uma arteríola pulmonar a uma vênula pulmonar; ↪Quase todas as células endoteliais apresentam um citoplasma atenuado na região adjacente às células epiteliais alveolares tipo I; ↪As células endoteliais capilares se caracterizam por poucas organelas e por vesículas endocitóticas relativamente numerosas; ↪As junções intercelulares tendem a serem frouxas ou permeáveis, as junções estreitas exibem poucas cristas anastomosantes. A área da superfície do leito capilar das trocas gasosas representa algo entre 66 e 75% da área da superfície do lado aéreo dos septos interalveolares; ↪Os alvéolos contêm pequena quantidade de líquido, consistindo em uma camada bifásica de filtrados plasmáticos revestidos por uma delgada camada de fosfolipídios; ↪A camada fosfolipídica ou surfactante pulmonar reduz a tensão superficial interalveolar, impedindo o colapso do alvéolo; ↪A barreira hematoaérea consiste na camada líquida superficial de revestimento e surfactante pulmonar, na célula alveolar tipo I, na fusão das lâminas basais da célula epitelial alveolar e da célula endotelial capilar subjacente, na célula endotelial capilar e no plasmalema de um eritrócito; ↪A barreira hematoaérea impede a liberação maciça do filtrado líquido dos capilares para o espaço aéreo ao mesmo tempo que permite a difusão de oxigênio e de dióxido de carbono entre os capilares sanguíneos e alvéolos; ↪As aberturas nos septos interalveolares interconectam alvéolos adjacentes. Essas aberturas, chamadas poros septais (poros alveolares), são revestidas por células epiteliais e permitem a passagem do ar e de macrófagos alveolares de um alvéolo para outro. Pleura ↪A pleura visceral, ou pulmonar, é uma membrana serosa que reveste completamente os dois pulmões, exceto no hilo e ligamento pulmonar; ↪Essa camada de revestimento consiste em células mesoteliais escamosas a cuboides que recobre quantidades variáveis de fibras elásticas e tecido conjuntivo denso irregular; ↪As células mesoteliais pleurais contêm grandes quantidades de REr e mitocôndrias, suas superfícies lisas são cobertas por microvilosidades; ↪No seu local mais espesso, os elementos de tecido conjuntivo da pleura são compostos de duas ou mais camadas de lâminas elásticas, muitos feixes irregulares densos de fibras de colágeno, capilares pulmonares e dois grupos adicionais de vasos; ↪Esses dois grupos de vasos incluem capilares e pequenas arteríolas do sistema circulatório brônquico e vasos linfáticos. Os capilares pulmonares irrigam a parte superficial da área de trocas gasosas; ↪O tecido conjuntivo da pleura pulmonar tem continuidade com o tecido conjuntivo dos septos interalveolares. Vasos sanguíneos e linfáticos ↪O sangue irriga os pulmões através de dois sistemas circulatórios: pulmonar e brônquico; ↪Artérias pulmonares transportam a carga total de sangue não oxigenado do ventrículo direito; ↪As artérias pulmonares e seus ramos estão sob baixa pressão, assim, suas paredes têm menos fibras elásticas e colagenosas e menos células de músculo liso do que vasos de calibre comparável no sistema circulatório sistêmico; ↪As artérias pulmonares e a árvore traqueobrônquica possuem uma adventícia comum; ↪As artérias brônquicas se encontram sob alta pressão, como parte do sistema circulatório arterial sistêmico; ↪Os vasos sanguíneos nesse sistema têm paredes com a mesma estrutura das demais artérias sistêmicas de mesmo calibre; ↪Em todas as espécies, a artéria brônquica transporta sangue para os grandes brônquios, principais vasos pulmonares e linfonodos pulmonares; ↪Todo sangue dos pulmões é transportado de volta ao coração por veias pulmonares, um sistema de baixa pressão; ↪As veias pulmonares possuem paredes delgadas com pouco músculo liso em cães, gatos, cavalos e caprinos; ↪Veias pulmonares com grandes feixes musculares estão presentes em bovinos e porcos; ↪Na maioria das espécies, as veias pulmonares estão localizadas na periferia dos lóbulos e avançam para o hilo em septos interlobulares; ↪Os linfáticos pulmonares começam como capilares linfáticos, localizados por todo o interstício, exceto para o interstício dos septos interalveolares; ↪Vasos linfáticos coletores são encontrados por todo o tecido conjuntivo do pulmão, com a exceção dos alvéolos circunjacentes, sacos e dutos alveolares e bronquíolos respiratórios. Inervação ↪A inervação tem duas origens: o sistema parassimpático (via nervo vago) e o sistema simpático (via gânglios cervicais médios e cervicotorácicos); ↪Também fazem parte do nervo vago fibras sensitivas aferentes viscerais gerais provenientes do tecido pulmonar; ↪Fibras dos nervos vagos se mesclam para formar um plexo ao longo das paredes da árvore respiratória e da vasculatura pulmonar, havendo gânglios na adventícia das grandes vias aéreas; ↪ Individualmente, as fibras nervosas são distribuídas de modo irregular por sobre a parede das artérias, veias e vias aéreas; ↪Terminações nervosas livres estão presentes nas proximidades das glândulas, no interior de feixes de músculo liso e nos septos interalveolares.
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