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Grécia e Egito - Arte, Cultura E Estética

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Aproximações e os distanciamentos entre a arte grega e a arte egípcia.
Giseli de Souza
As obras da arte egípcia eram muito ligadas à religiosidade desse povo. A cultura
egípcia é baseada na eternidade, essa crença na eternidade é espiritual, e influencia
diretamente a arte egípcia, englobando a escultura, a arquitetura e a pintura, todos
esses âmbitos, portanto, são fundamentados na referida eternidade. Os egípcios
acreditavam também numa vida após a morte e consideravam que a vida após a
morte era mais importante que a vida que viviam no presente. Para isso, era
necessário o ritual de mumificação, através desse ritual o corpo ficaria intacto e a
alma permaneceria viva no Céu.
De acordo com Gombrich (2000, p. 24):
[...] De fato, sabemos que as pirâmides tinham sua importância
prática aos olhos dos reis e seus súditos. O rei era considerado um
ser divino que tinha completo domínio sobre eles e, ao partir deste
mundo, voltava a ascender para junto dos deuses donde viera. As
pirâmides elevando-se para o céu ajudá-lo-iam provavelmente a
fazer sua ascensão [...].
No Egito o Faraó era um ser supremo, todas as conquistas e vontades eram giradas
em torno dele, a figura do faraó está ligava a religião, a mesma invadiu toda a vida
egípcia, abrangendo todo o âmbito social, político e econômico, os egípcios eram
politeístas, e acreditavam que o faraó era um Deus que foi enviado para terra com o
objetivo de governar o Egito. Portanto, tanto a religião quanto a figura do faraó como
um ser supremo influenciou na criação artística no Egito, ou seja, as manifestações
artísticas no Antigo Egito estão sobretudo relacionadas ao conceito espiritual e à
adoração da vida após a morte.
É possível notar que a arte grega é um pouco diferente, a mesma é dividida em três
principais períodos históricos: arcaico, clássico e helenístico. Os gregos buscavam
representar uma beleza ideal. As esculturas clássicas se tornaram mais realistas e
idealistas, acreditava-se que os seres humanos eram os únicos seres capazes de
criar beleza e admirá-la, além disso a harmonia exerce um papel fundamental sobre
a beleza. A perfeição dos gregos está na natureza, essa perfeição está nas formas
perfeitas que moldam o mundo natural, a busca das formas ideais e regulares.
Esses valores estéticos perpassam todas as manifestações culturais gregas.
Quando voltamos o olhar para arquitetura egípcia, destacam-se as principais
pirâmides: Quéops, Quéfren e Miquerinos, os nomes se referem aos principais
faraós, as pirâmides tinham como objetivo sepultar o corpo do Faraó e da sua
família, o formato das pirâmides serviam para ajudar na ascensão da alma do faraó
para os Céus. As características gerais da arquitetura egípcia são solidez e
durabilidade, aspecto misterioso e impenetrável e sentimento de eternidade. No
interior das pirâmides está concentrada outra manifestação artística, haviam pinturas
dentro das pirâmides, as pinturas protegiam o corpo do faraó, serviam como rezas
para espantar os maus espíritos e também ladrões e saqueadores.
Segundo Janson e Janson (1996, p. 26):
As pirâmides não eram estruturas isoladas, mas ligavam-se a
imensos distritos funerários, com templos e outras edificações que
eram o cenário de grandes celebrações religiosas, tanto durante
quanto após a vida do faraó.
A escultura também girava em torno do faraó, as esfinges possuíam o corpo
dividido, metade homem e metade animal, é perceptível que através dessa
representação o papel da religião guiava e estava presente em todos os âmbitos da
sociedade egípcia. Os deuses egípcios possuíam essa mistura de animais com
humanos para determinar força e reafirmar seu caráter divino. Além disso, o corpo
do faraó era representado como uma maneira de exaltação, reafirmando que o faraó
era um Deus na terra. A lei da frontalidade também é vista nas esculturas, a grande
diferença é que o corpo inteiro está posicionado frontalmente, os escultores egípcios
retratavam o faraó e os deuses em uma postura serena, sem demonstrar nenhuma
emoção, o máximo de movimento está presente em uma perna, onde o pé esquerdo
fica à frente, nas tumbas dos faraós, foram encontradas esculturas de ouro. Nessas
esculturas, percebe-se rigidez formal, uma ilusão de imortalidade e impassibilidade.
Já a arquitetura grega possui uma divisão em três períodos, no período arcaico as
esculturas eram parecidas com as esculturas egípcias, as mesmas eram rígidas e
estáticas, não possuíam movimentação. No período clássico as esculturas possuíam
uma movimentação, o trabalho era voltado para as articulações das esculturas,
trazendo dessa forma mais leveza. Já no período helenístico, a movimentação, o
detalhamento, a perfeição, a beleza e o sentimentalismo são representados nas
esculturas.
“[...] mostra-nos que eles estudaram e imitaram modelos egípcios, e
que aprenderam deles como fazer a figura de um jovem de pé, como
marcar as divisões do corpo e os músculos que o mantêm unido.
Mas também nos mostra que o artista que fez essas estátuas não se
contentou em obedecer a qualquer fórmula, por melhor que fosse, e
começou a fazer suas próprias experiências. [...] Os gregos
começaram a usar os próprios olhos. Uma vez iniciada essa
revolução, nada a sustaria. Os escultores em suas oficinas
ensaiaram novas idéias e novos modos de representação da figura
humana, e cada inovação era avidamente adotada por outros, que a
adicionavam às suas próprias descobertas [...].” (GOMBRICH, 2000,
p. 39)
A harmonia, simetria e proporção estavam presentes nas esculturas, pinturas e
também nos templos arquitetônicos. Nas construções arquitetônicas gregas os
templos possuíam modelos de colunas diferentes, a coluna Dórica possuía uma
base grossa e remetiam as arcaicas construções de madeira, além de demonstrar a
famosa rigidez dos Espartanos. A estrutura em si é composta por blocos cilíndricos e
a extremidade superior é pouco decorada. Existe também outros dois tipos principais
de coluna, que são as de tipo Jônico e as do estilo Coríntio, as colunas Jônicas são
baseadas nas Dóricas, no modelo jônico os capitéis em forma de espiral e a coluna
é fina e afunilada, e mais estreita conforme sobe. Já o modelo Coríntio é o mais
rebuscado de todos, no topo possui folhas e flores dobradas, e não afunilam como
os outros modelos, além de possuir uma riqueza de detalhes.
Mesmo na arquitetura, as formas simples e robustas do estilo dórico
e a graciosidade natural do estilo jônico não eram bastantes.
Preferiu-se uma nova forma de coluna, a qual tinha sido inventada
em começos do século IV e denominada em homenagem a rica
cidade e empório mercantil de Corinto (fig. 66). No estilo coríntio, foi
adicionada folhagem às volutas espiraladas jônicas para decorar o
capitel, e havia geralmente ornamentos mais numerosos e mais ricos
em todo o edifício. Esse modo luxuoso harmonizava-se com as
suntuosas construções que foram espalhadas em vasta escala pelas
recém-fundadas cidades do Oriente Próximo. Poucas dentre elas
foram preservadas, mas o que resta de períodos subseqüentes
dá-nos uma impressão de grande magnificência e esplendor. Os
estilos e invenções da arte grega foram aplicados à escala dos reinos
orientais e de acordo com as suas tradições. (GOMBRICH, 2000, p.
60)
No âmbito da pintura, as pinturas egípcias haviam leis determinadas, os artistas
tinham que seguir essas leis, como por exemplo, a lei da frontalidade, o faraó
deveria ser sempre representado com o troco e os olhos de frente e o restante do
corpo de lado. Os egípcios não usavam a técnica da perspectiva, o artista propunha
registrar o ângulo mais primordial de cada cena e de cada objeto. Por exemplo, os
personagens são pintados em três perspectivas: o rosto inteiro, o perfil exato e a
verticalidade vista de cima. Eles tentavam captar o ângulo mais importante de cada
parte do corpo. Além disso, eles possuíam a lei da hierarquia, as pessoas eram
representadas pelo seu grau de importância. Os desenhos maiores eram da família
do faraó,pois tinham maior importância e os desenhos menores representavam os
sacerdotes, os soldados e o povo.
A razão é que os pintores egípcios tinham um modo de representar a
vida real muito diferente do nosso. Talvez isso se relacione com a
finalidade diferente que tinha de ser servida por suas pinturas. O que
mais importava não era a boniteza, mas a inteireza. A tarefa do
artista consistia em preservar tudo o mais clara e pernamentemente
possível. Assim, não se propuseram bosquejar a natureza tal como
se lhes apresentava sob qualquer ângulo fortuito. Eles desenhavam
de memória, de acordo com regras estritas que asseguravam que
tudo o que tinha de entrar no quadro se destacaria com perfeita
clareza. (GOMBRICH, 2000, p. 26)
As pinturas remontam as histórias dos faraós e, consequentemente, períodos da
história desse povo, além disso dentro da tumba do faraó, possuíam pinturas que
contavam a história de vida do mesmo. Suas características gerais são: ausência de
três dimensões, ignorância da profundidade, colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e
sem indicação do relevo.
Nas pinturas gregas é possível notar sua predominância nas cerâmicas, com fundo
preto e a imagem vermelha ou o fundo vermelho com a imagem preta, essas
esculturas possuíam funções utilitárias, religiosas e decorativas, nas pinturas eram
representadas cenas cotidianas e da mitologia grega. No período arcaico as pinturas
passam por uma fase de geometrização. Em outras pinturas a observação e
angulação são priorizados, e é possível notar a influência egípcia em algumas
representações, através do uso da lei da frontalidade.
A arte grega e egípcia nos deixou uma herança artística marcada pelo equilíbrio,
beleza e perfeição. A arte egípcia foi uma fonte de inspiração para os gregos, os
mesmos sofreram uma forte influência na produção de obras que representavam
seus deuses e a forma humana, ambos os povos eram politeístas e unidos por suas
crenças religiosas.
Na escultura é perceptível a influência egípcia devido a lei da frontalidade e a rigidez
das formas. Muitos materiais como a cerâmica, bronze, pedra, etc... foram usados
para representar o templo da deusa Diana, na Grécia e as pirâmides do Egito.
De acordo com Gombrich (2000, p. 38):
Nos primeiros séculos de seu domínio sobre a Grécia, a arte dessas
tribos era bastante rude, desgraciosa e primitiva. Nada existe nessas
obras do alegre movimento do estilo cretense; pelo contrário,
pareciam superar os egípcios em rigidez. A sua cerâmica era
decorada com padrões geométricos simples e, quando se queria
representar uma cena, esta formava parte do desenho austero e
rigoroso.
A arte grega foi marcada pela escultura, os gregos começaram a esculpir e exibir a
influência da escultura egípcia sobre eles. Tanto os escultores gregos quanto os
egípcios valorizam a simetria natural e, sob a influência da lei da frontalidade,
esculpiram homens nus e eretos em poses frontais, o gregos possuíam obras
simétricas, com rigorosa posição frontal e peso igualmente distribuído entre as duas
pernas.
[...] As lições da arte egípcia não tinham sido simplesmente
descartadas e lançadas fora. Os artistas gregos ainda procuravam
fazer suas figuras com os mais nítidos contornos possíveis e incluir
tantos conhecimentos sobre o corpo humano quantos coubessem na
pintura sem violentar a sua aparência. Ainda gostavam dos
contornos firmes, bem definidos, e do plano equilibrado. Estavam
longe de tentar copiar qualquer relance fortuito da natureza, tal como
a viam. A velha fórmula, o tipo de forma humana que se
desenvolvera em todos esses séculos, ainda era o ponto de partida
deles. Só que não mais consideravam isso sagrado em todos os
pormenores. (GOMBRICH, 2000, p. 42)
A arte egípcia está estreitamente associada à religiosidade, isso fica evidente por
meio da exaltação aos faraós. Ao passo que a arte grega também representa seus
deuses, porém incumbem a eles características humanas, valorizando dessa forma
o belo. Tanto os gregos quanto os egípcios representavam as cenas de sua vida
diária com perfeição e beleza. Os gregos também representam a história, a religião
e a mitologia, assim como os egípcios representavam a arte com propósitos
históricos, políticos e religiosos. Ambos desenvolveram uma arte duradoura com
ricos detalhes, ressaltando a beleza e a estética dos personagens por meio do
equilíbrio, religiosidade, simbolismo, cor, perspectiva e técnicas nas artes
decorativas.
Os gregos e egípcios apreciavam bastante as cores. As estátuas, o interior dos
túmulos e dos templos eram amplamente coloridos. As cores não executavam
meramente o seu uso primário decorativo, no entanto mantinham-se repletas de
simbolismo.
Referências Bibliográficas
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2000.
9788521636670.Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636670/. Acesso em: 14
Feb 2021.
JANSON, H. W; JANSON, A. F. Iniciação à História da Arte. 2. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1996. Disponível em:
http://www.artevisualensino.com.br/index.php/textos/send/16-textos/486-janson-h-w-i
niciac-ao-a-historia-da-arte. Acesso em 14 Feb 2021.

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