Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A estrongiloidíase é uma infecção causada pelo parasita Strongyloides stercoralis, que penetra no corpo quando a pele nua entra em contato com o solo contaminado com o verme. Agente etiológico: Strongyloides stercoralis. Morfologia: Fêmea Partenogenética Parasita Fêmea de vida livre ou estercoral Macho de vida livre Ovos Larva Rabditoide Larva Filarioide CICLO BIOLÓGICO As larvas rabditoides eliminados nas fezes do indivíduo podem seguir 2 ciclos: Direto ou partenogenético Indireto, sexuado ou de vida livre As fêmeas partenogenéticas são (3n) e podem produzir simultaneamente 3 tipos de ovos, dando origem a três tipos de larvas rabditoides: Larvas rabditoides triploides (3n) que se diferenciam em larvas filarioides triploides infectantes, completando o ciclo direto; Larvas rabditoides diploides (2n) que originam as fêmeas da vida livre; Larvas rabditoides haploides (n) que evoluem para macho de vida livre. As duas últimas completam um ciclo indireto. CICLO DIRETO As larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perianal, após 24 a 72 horas se transformam em larvas filarioides infectantes. CICLO INDIRETO As larvas rabditoides sofrem quatro transformações no solo e após 18 a 24 horas, produzem fêmeas e machos de vida livre. CICLO BIOLÓGICO Os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre são triploides, e as larvas rabditoides evoluem para larvas filarioides (3n) infectantes; As larvas filarioides não se alimentam e devido à ausência de bainha, são menos resistentes que as larvas filarioides dos ancilostomídeos, podendo permanecer no solo durante quatro semanas; Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas L3 na pele ou mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro; Estas larvas secretam metaloproteases, que as auxiliam, tanto na penetração quanto na migração através dos tecidos. Algumas morrem no local, mas o ciclo continua pelas larvas que atingem a circulação venosa linfática e através destes vasos seguem para o coração e pulmão; Chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e por meio de migração pela arvore brônquica, chegam à faringe; Podem ser expelidos pela expectoração, ou serem deglutidas, atingindo o intestino delgado; Se transformam em fêmeas partenogenéticas que depositam poucos ovos por dia, na mucosa intestinal; estrongiloidiase AULA 7 – PARASITOLOGIA CLÍNICA. introdução Neste local, as larvas rabditoides maturam, alcançam a luz intestinal e são eliminadas com as fezes do paciente, constituindo a forma diagnóstica que é visualizada em microscopia de luz. LARVAS ENCONTRADA NAS FEZES TRANSMISSÃO A transmissão pode ser por três vias: HETERO OU PRIMOINFECÇÃO Larvas filarioides infectantes (L3) penetram usualmente através da pele (não tendo preferência por um ou outro ponto de tegumento). Parece ser este o modo de transmissão mais frequente. AUTOINFECÇÃO EXTERNA OU EXÓGENA; Larvas rabditoides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas filarioides infectantes e aí penetram, completado o ciclo direto. AUTOINFECÇÃO INTERNA OU ENDÓGENA Ainda na luz intestinal de indivíduos infectados, larvas rabditoides transformam-se em larvas filarioides, que penetram na mucosa intestinal (cólon ou íleo). Esse mecanismo pode cronificar a doença por vários meses ou anos. PATOGENIA Lesões cutâneas devidas ao Strongyloides relacionam-se com a penetração do parasito no hospedeiro; Sua migração durante o ciclo pulmonar; Sua permanência e multiplicação na mucosa intestinal; As principais manifestações clínicas são: dor abdominal diarreia e urticária eosinofilia, dentre outras: Pele: Alergia (erupções eritematosas e pruriginosas no local de penetração da larva); Pulmonar: Tosse com ou sem expectoração. Febre, dispneia e crise asmatiforme (asma); Migração das Larvas no interior dos alvéolos provoca: hemorragia infiltrado inflamatório (linfócitos e eosinófilos) broncopneumonia Síndrome de Loeffler edema pulmonar e insuficiência respiratória COMPLICAÇÕES INTESTINAIS Intestino: dor abdominal, diarreia, vômitos, perda de peso, eosinofilia e perda proteica. Enterite catarral criptas glandulares Enterite edematosa túnicas da parede intestinal – má absorção Enterite ulcerosa inflamação com eosinofilia, ulceração fibrose – rigidez da mucosa DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico é incerto; O diagnóstico laboratorial: Parasitológico Rugai Baermann Moraes O diagnóstico por imagem pode ser pelo Raio X de tórax, identificando a síndrome de Loeffler e do trato digestivo, demonstrando: aceleração do trânsito intestinal, ou apagamento difuso do relevo mucoso duodeno jejunal e imagem de tubo rígido nos casos graves Exames como ultrassonografia e tomografia computadorizada também podem ser requisitadas; Diagnóstico Sorológico Elisa Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) TRATAMENTO Tiabendazol: Atua somente sobre as fêmeas partenogenéticas, provavelmente inibindo o desencadeamento das vias metabólicas do parasito. Fase crônica: forma líquida para crianças, (dose de 30 mg/kg/dia) forma de comprimidos, para adultos (dose de 50 mg/kg/dia, divididas em duas tomadas, por dois ou três dias). Cambendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e sobre as larvas. Obs.: Formas líquidas e comprimidos, sendo recomendada a dose única de 5 mg/kg tanto para crianças como para adultos. Albendazol: atua sobre as fêmeas partenogenéticas e sobre as larvas. Obs.: Formas líquidas e de comprimidos, é recomendado tanto para crianças acima de dois anos como para adultos na dose de 400 mg/dia durante 3 dias consecutivos (eficácia em torno de 60%), ou 800 mg/dia durante três dias (eficácia de 90%).
Compartilhar