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Embriologia do Sistema Nervoso Periférico - Anatomia

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Embriologia do Sistema Nervoso Periférico ─ Anatomia
Literatura: Moore Anatomia Clínica
Embriologia do Sistema Nervoso:
● 3ª Semana de Desenvolvimento:
- Início da gastrulação: três camadas germinativas precursoras de todos os
tecidos;
- Disco embrionário de duas camadas passa a ter três;
- Início da morfogênese;
- Orientação axial do embrião;
- *Moléculas sinalizadoras.
O disco embrionário forma uma saliência na direção da cavidade amniótica na prega da
cabeça (cefálica). O alantóide, uma extensão endodérmica circundada por mesoderma, se
estende em direção ao trofoblasto.
O disco embrionário nas 3 primeiras semanas está na fase de gastrulação, passa a ter
3 discos primordiais (3 camadas).
Na figura 18, um embrião trilaminar, começa a surgir a estrutura chamada placa neural,
a qual é advinda de um tecido chamado ectoderma.
O ectoderma é o tecido mais superficial que o nosso embrião trilaminar possui. Do
ectoderma surge o neuroectoderma, que é o tecido que vai dar origem ao sistema
nervoso.
O sistema nervoso é dividido em duas porções: SNC (Sist Nerv Central) e SNP (Sist
Nerv Periférico). Ambos possuem a mesma origem embrionária, o ectoderma. O ectoderma
também dá origem a pele, olhos, orelha interna e tecidos conjuntivos da cabeça.
Mesoderma: dá origem aos componentes do sistema locomotor.
Ectoderma: é estimulado a se tornar, na linha mediana do embrião, a formar as
estruturas que compõem o sistema nervoso. É estimulado pela notocorda, a qual tem um
conjunto de células que estimulam a linha média do ectoderma a se diferenciar em
neuroectoderma.
A notocorda acompanha todo o eixo de formação desse ectoderma que formou a placa
neural.
Como se dá a formação das estruturas do sistema nervoso periférico? Na metade da
3ª semana até o final da 4ª semana, o ectoderma diferenciado em prega neural forma uma
estrutura em forma de gota (na qual há uma crista neural que depois se diferencia em
sulco neural) e se desprende do ectoderma, se fecha e abaixo dele fica o neuroectoderma,
uma estrutura diferenciada.
Há então, duas situações: a formação de um tubo neural, que acaba virando um canal
neural, e esse canal neural dá origem aos ventrículos encefálicos; o tubo neural dá origem a
todas as estruturas que vão compor o sistema nervoso central (telencéfalo, diencéfalo,
estruturas do tronco encefálico, medula espinal…).
Há uma outra estrutura, a crista neural, que já existe desde a formação das estruturas do
sistema nervoso. Essa crista não fica junta com o tubo neural, porém possuem as mesmas
células, possuem a mesma origem. A crista neural dá origem às estruturas do sistema
nervoso periférico.
Costuma-se dizer que estruturas que têm origem no tubo neural é sistema nervoso central,
e estruturas que têm origem da crista neural é sistema nervoso periférico.
Embriologia do Sistema Nervoso Periférico
A partir da 5ª semana de gestação, há a formação da crista neural, e dela há a
diferenciação em células da crista neural, que vão dar origem às estruturas do sistema
nervoso periférico.
Quais são as estruturas que compõem o Sistema Nervoso Periférico? Os gânglios, os
nervos e as terminações nervosas.
• Gânglios - acúmulos de neurônios e células da glia, além das terminações nervosas;
possuem um revestimento conjuntivo (com origem no mesênquima).
• Nervos - prolongamentos de neurônios cujo corpo neuronal está dentro do sistema
nervoso central, mas esses se prolongam para fora. Os nervos também são
prolongamentos de células que estão ou no sistema nervoso central ou em gânglios (que
fazem parte do sistema nervoso periférico). Também possuem um revestimento conjuntivo
com origem mesenquimal.
Gânglios
Os gânglios, que se relacionam com o sistema nervoso periférico, estão fora do sistema
nervoso central. Eles podem se localizar dentro do crânio, que são os gânglios
intracranianos, como por exemplo o gânglio trigeminal, o gânglio ptelio-palatino, o gânglio
ciliar.
O que tem dentro de um gânglio? Corpo de células neuronais que não estão dentro do
SNC.
Existem também gânglios localizados paralelamente à coluna vertebral, que têm relação
com a medula espinal. Esses gânglios são chamados de gânglios espinais.
Existe também um outro tipo de gânglio que também tem relação com a medula espinal, o
chamado gânglio autônomo. Esse gânglio faz parte da cadeia simpática, por isso também é
chamado de gânglio simpático. Eles estão geralmente próximos ou dentro dos órgãos.
Funcionalmente, gânglios podem ser sensoriais, que são apenas sensitivos, como o gânglio
espinal, trigeminal, ou gânglios motores, e geralmente quando eles são motores é porque
participam da inervação de vísceras do SNA.
Nos gânglios, há neurônios em sua composição. Dentro de um gânglio que participa do
SNA, ou seja, muito provavelmente é um gânglio motor, haverá um neurônio de aspecto
multipolar. Assim, esse neurônio terá um corpo celular, um axônio com vários dendritos, um
núcleo com nucléolo, e o axônio desse neurônio geralmente sai do gânglio, assim, ele
recebe o nome de algum nervo.
A célula da crista neural também pode formar gânglio craniano ou gânglio espinal, que
geralmente são gânglios sensitivos, que enviam informações sensitivas, e dentro desses há
neurônios sensitivos pseudo-unipolares. Esses neurônios têm um corpo celular e ligam uma
outra estrutura que pode estar dentro ou não da medula espinal.
O tipo de célula depende do tipo de função ao qual o gânglio está acoplado.
Nos gânglios, há também células da glia. Essas são células satélites, ou seja, existem para
manter o tecido nervoso saudável, funcionando de forma correta. Geralmente, as células da
glia têm relação direta com os vasos sanguíneos, formando a barreira hematoencefálica.
Elas são células satélites porque ficam ao redor dos corpos neuronais. Também tem sua
origem na crista neural.
Revestindo os gânglios, há o tecido conjuntivo, com origem no mesênquima, ou seja, não é
tecido nervoso. O gânglio geralmente está muito próximo de vaso sanguíneo ou víscera,
assim, ele terá o revestimento característico do local.
Células do Sistema Cromafim
Possuem origem embrionária nas células da crista neural.
A medula da glândula suprarrenal, os corpos carotídeo e aórtico, gânglios que vão formar
uma estrutura do SNA simpático, o tronco simpático.
Todos os gânglios que têm associação direta com o SNA simpático tem origem ou formam o
sistema cromafim.
Nervos
São prolongamentos dos neurônios cujo corpo neuronal está dentro do SNC ou dentro de
um gânglio. O gânglio pode ser autônomo ou espinal.
Geralmente o axônio dos neurônios possuem revestimento, mas no SNP, os axônios dos
neurônios são revestidos por células da Glia chamadas células de Schwann, que também
tem origem na crista neural. A célula de Schwann se enovela ao redor do axônio. A célula
de Schwann forma a bainha de mielina no SNP.
O revestimento é por tecido conjuntivo com origem mesenquimal.
Formam-se camadas de tecido conjuntivo mais superficiais para mais profundo. Camadas:
epineuro, perineuro e endoneuro.
Os nervos são divididos de acordo com sua localização e com sua função.
De acordo com sua localização:
- Nervos cranianos: origem nos núcleos de gânglios cranianos.
- Nervos espinais: corpos neuronais que tem origem na medula espinal
- Nervos autônomos: tem origem de gânglios da divisão do SNA ou não.
De acordo com sua função:
- Motor
- Sensorial
- Misto: todos os nervos espinais são mistos.
Nervos Espinais (31 pares)
Nervo misto; prolongamento de neurônios do SNC e gânglios espinais.
Há, primeiro, a formação de um gânglio espinal, muito próximo à medula espinal primitiva. A
medula primitiva tem duas divisões, uma mais dorsal chamada de placa alar, e outra mais
ventral chamada de placa basal. Dentro do gânglio espinal formado, há um neurônio
pseudo-unipolar, que tem vários prolongamentos centrais, e eles tendem a irem em direção
à medula espinal, na região da placa alar. Na placa alar, ele acopla com os neurônios
presentes nessa placa, formando uma raiz sensorial.
Há também um prolongamento periférico que vai emdireção à pele, mucosa e articulação.
Esse prolongamento periférico segue uma estrutura chamada raiz motora, que se junta ao
prolongamento periférico do neurônio pseudo-unipolar e forma um nervo misto.
A raiz sensorial, na placa alar, vai formar estruturas que recebem informação sensitiva do
gânglio da raiz dorsal, e a placa basal vai formar o corno ventral ou anterior, no qual há
predomínio de neurônios motores, os quais possuem axônios que vão sair dessa região
ventral para regiões periféricas, como músculos.
Nervos Cranianos (12 pares)
Nervos: misto, motor e sensorial.
Relação com as colunas funcionais do tronco encefálico.
Células de Schwann
Promove a mielinização das fibras nervosas do SNP. (20ª semana)
Início da função dos nervos (nervos motores - sensoriais)
Disposta ao longo do prolongamento; célula envoltória.
Múltiplas dobras ou dobra única (fibras mielínicas e amielínicas)
Um axônio sem bainha de mielina, a célula de Schwann se enovela ao longo do axônio.
Quanto mais grossa a fibra, mais bainha de mielina possui.
Os tipos de revestimento, fibras do tipo A e B, são as mais rápidas, pois possuem mais
bainha de mielina. Geralmente, as fibras de dor são mais lentas do que as fibras sensitivas
gerais.
Existem situações em que há a ausência de formação de algumas estruturas formadas por
células da crista neural. Por exemplo, células do plexo mientérico participam da formação
do tubo digestório e têm origem na crista neural, sem elas o tubo digestivo não funciona em
algumas regiões.
Ausência (degeneração) congênita de células no plexo mioentérico.
Acalasia esofágica: obstrução funcional do esôfago;
Megacólon congênito: sem relaxamento do esfíncter interno.