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Apêndice Unidade 1 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 1 Considerações relevantes no ensino de língua portuguesa nos anos iniciais do ensino fundamental Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1 1. Alternativa C. Porque se trata de um tipo de produção que não considera os processos interlocutivos de fato. Os textos produzidos ficavam circunscritos ao interior da escola, da sala de aula e destinados apenas ao professor. A redação escolar é um gênero típico da esfera escolar, assim, a orientação é que as práticas de produção de texto sejam oriundas do trabalho com os diferentes gêneros que circulam fora da escola, exigindo, portanto, estudo do funcionamento desses gêneros. 2. Alternativa D. A limitação seria o fato de se generalizarem as propriedades dos “grandes conjuntos de textos”, pois, assim, deixa-se de analisar as suas especificidades. A concepção das autoras é de que cada gênero de texto possui características específicas do ponto de vista de sua forma estrutural e que nem sempre é possível “encaixá-lo” em uma configuração rígida. Além disso, existem os aspectos linguísticos, que são específicos de cada gênero. Portanto, conforme apontam as orientações mais recentes, o caminho mais adequado para o trabalho com a linguagem seria por meio dos gêneros discursivos. 3. Alternativa D. Se é por meio da língua que o indivíduo “se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento” (BRASIL, 1997, p. 23), a melhor maneira de isso acontecer na escola é incorporar em seu currículo o ensino de compreensão e de produção de textos dos vários gêneros que circulam nas diversas esferas, ao longo da escolaridade. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2 1. Alternativa A. A asserção I aborda sobre a função da escola como promotora da ampliação das capacidades de linguagem dos alunos; a asserção II aborda o que vem a ser a linguagem: “forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica, qual seja, comunicar saberes no âmbito das diversas práticas sociais. 2. Alternativa C. Na leitura feita pelo professor, o aluno amplia o seu conhecimento a respeito do próprio modo de ler em função de ter o professor como bom modelo de leitor, além de inspirar-se em seu professor que, seduzido pelo que faz, desperta nele esse desejo também. Para os alunos de qualquer ano escolar que desconhecem o valor da leitura, este é um procedimento importante para aproximá-los dos textos que, sozinhos, provavelmente não acessariam. Essa prática aproxima os alunos das formas de se ler para além da escola, ou seja, as leituras em voz alta para um público. 3. Alternativa B. Conforme Marcuschi (2008, p. 179), “o jornal diário, e mesmo o jornal semanal, é nitidamente um suporte com muitos gêneros”. No jornal, segue o autor, há “gêneros que não aparecem em revistas semanais, como ‘anúncios, fúnebres, convites para missas de sétimo dia, previsões meteorológicas, resumos de filmes, horóscopo diário e assim por diante. Mas há outros comuns com as revistas, como ‘notícias, reporta- gens, editoriais. Receitas culinárias, história em quadrinhos, charge, entrevistas etc.). ” (MARCUSCHI, 2008, p. 180). Já em relação à revista semanal, Marcuschi afirma que esse suporte/portador de textos contém menos gêneros textuais. Além disso, “muitos gêneros são mais específicos em jornais diários do que em revistas semanais”, e cita como exemplo, os “anúncios fúnebres e classificados [que] pouco aparecem em revistas” (MARCUSCHI, 2008, p. 180). Pode-se dizer o mesmo do suplemento infantil, pois o seu interior há também uma diversidade de gêneros. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3 1. Alternativa A. Quando se produz um livro de receitas o propósito social é compartilhar com alguém como se realizam as receitas presentes no livro e o propósito didático é aprender a ler e a escrever, ainda que seja por meio de cópia, procedimento que também se ensina. No caso do propósito social, o livro de receitas corresponde ao que normalmente se orienta a leitura e a escrita fora da escola: em determinadas famílias, o livro de receitas é consultado para se preparar um alimento. 2. Alternativa B. A modalidade organizativa mais adequada seria a habitual ou permanente. Como foi discutido nesta seção, tal modalidade se caracteriza por abarcar situações didáticas que aparecem com certa regularidade e por períodos indeterminados. A leitura diária feita pelo professor ou pelos alunos de forma silenciosa ou não se encaixaria perfeita- mente nesta modalidade. 3. Alternativa A. Os projetos permitem que os alunos produzam textos de forma contextualizada, em função do produto final, o qual é compartilhado com outros interlocutores para além da sala de aula. Apêndice Unidade 2 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 2 Ensino da compreensão textual: escuta, leitura e literatura infantil Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 2.1 1. Alternativa B. As asserções I e II apresentam informações corretas, no entanto a II não justifica a I. Na asserção I, a leitura proporciona a busca pelo pensamento reflexivo. No entender de Foucambert (1994; 1998), só a leitura, entendida como uma atividade social e refle- xiva, pode propiciar uma relação criativa, crítica e libertadora com a escrita, mostran- do-se como um desafio para qualquer processo de democratização e mudança social coletiva. Em relação à asserção II, Foucambert (1994), Smith (1999) e Solé (1998) defenderam um ensino de leitura no qual somente se aprende a ler lendo, em que o aprendiz pode estar em contato com os mais diversos tipos de textos sociais dos quais precisa e utiliza no cotidiano. O único pré-requisito para esse aprendizado é a capaci- dade de questionar sobre as coisas do mundo. 2. Alternativa C. Na escola, segundo Solé (1998), ler para praticar a leitura em voz alta é uma atividade muito frequente no âmbito do ensino da leitura. A atividade posterior à leitura em voz alta, como a de responder perguntas sobre o conteúdo do texto com o objetivo de se verificar o que compreendeu, também é bastante frequente. No entanto, Solé afirma parecer não ser razoável convidar os alunos a responderem questões sobre o texto após a prática da leitura em voz alta. Quando “se trata de compreender um texto, o aluno deve ter a oportunidade de lê-lo com essa finalidade; neste caso, deve haver uma leitura individual, silenciosa, permitindo que o leitor siga seu ritmo, para atingir o objetivo da ‘compreensão’” (SOLÉ, 1998, p. 99). 3. Alternativa A. Como o enunciado solicita a capacidade de apreciação e réplica em relação ao texto, destaca-se, aqui, a capacidade de recuperação do contexto de produção, a qual está atrelada ao conhecimento sobre o autor, à editora que ele publica, à posição que ocupa, etc. Se o enunciado tivesse indicado a capacidade de compreensão, a reposta seria a letra C (antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades dos textos), visto que, conforme Rojo (2004), tal capacidade está atrelada também a informações sobre o portador, a ilustrações, à forma como o texto é distribuído na página, ao autor, à editora, o que permite ao leitor levantar hipóteses, antes da leitura, sobre o que será tratado no texto e sobre o que está ainda por vir (durante a leitura). Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 2.2 1. Alternativa B. É fato que a escola deve indicar os gêneros a serem trabalhados, e os docentes devem elaborar situações didáticas, objetivando a escuta de gêneros orais. Ressalta-se que a escuta orientada não se restringe à aprendizagem de comportamentos adequados diante de uma comunicação oral, mas também à atribuição de sentido, servindo como modelo para a produção de textos orais. 2. Alternativa B. Não é possível comparar a compreensão de textos orais com textos escritos na perspectiva do mais simples ou do mais difícil. A compreensão de textos,sejam orais ou escritos, dependem de vários aspectos, entre os quais, o grau de complexidade dos discursos e as experiências prévias dos interlocutores. A questão que se coloca aqui é que, do ponto de vista da escola, esta precisa promover o ensino da compreensão oral de seus alunos, assim como já faz em relação à compreensão de textos escritos, sem contar que é preciso romper com a ideia de supremacia da escrita perante a oralidade. Compreender os textos orais também amplia as possibilidades de participação social no exercício da cidadania. 3. Alternativa E. São conteúdos do campo da comunicação oral importantes para produzir e compre- ender os textos orais: • Saber portar-se em situações de comunicação oral, para além da análise dos conteúdos veiculados oralmente pela mídia. • Os modos de fala. • Certas expressões verbais. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 2.3 1. Alternativa C. Os gêneros literários, embora possam mobilizar a ludicidade e o prazer no leitor, não necessariamente são fáceis. Há textos literários mais complexos e que exigem esforços de um leitor mais experiente para lê-los e compreendê-los. Fernandes (2007, p. 31) indica que “dado o seu aspecto polissêmico [que permite atribuir mais de um signifi- cado] e denso, [o texto literário] exige uma participação ativa do leitor na construção de sentido do texto”. 2. Alternativa D. O sentido de um texto, a sua interpretação/compreensão, ocorre a partir da interação autor-texto-leitor. Nesse sentido, não é possível afirmar que essa atribuição seja a mesma para todos os leitores. Ainda, cada leitor tem uma história de leitura e é a partir dela que vai atribuindo significado para as novas leituras. As atividades de compreensão de texto são fundamentais para trocar ideias e opiniões sobre o texto, e não exatamente para entender tudo o que o autor quis dizer. Conforme dito, “o sentido não está apenas no leitor, nem no texto, mas na interação autor-texto-leitor” (SILVA; MARTINS, 2010, p. 37). Finalmente, conforme o contexto, é fato que os sentidos de um texto não se esgotam na primeira vez que foi lido. São as nossas experiências de leitura que nos dão a possibilidade de expandir os sentidos dos textos cada vez que os relemos. 3. Alternativa A. Conforme Lajolo (2005, p. 108), “a discussão sobre leitura [...] começa dizendo que os profissionais mais diretamente responsáveis pela indicação de leitura devem ser bons leitores”, o que justifica o fato de que, se o professor não for bom leitor, não conhecer os bons materiais de leitura, provavelmente terá dificuldade em introduzir a leitura em sua sala de aula e formar leitores. Isso também se aplica à leitura literária. Apêndice Unidade 3 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 3 Ensino da produção de textos orais e escritos Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 3.1 1. Alternativa D. O conteúdo temático corresponde àquilo que é (pode ser) dizível em um gênero. O estilo compreende as unidades linguísticas selecionadas pelo falante (autor), incluindo escolhas lexicais, estrutura frasal e as sequências textuais. Por fim, a forma composicional responde pelo acabamento do texto e equivale à sua estrutura textual, garantindo a progressão temática, a coesão e a coerência textuais. 2. Alternativa D. Os tipos textuais são construções teóricas derivadas das características linguísticas e gramaticais dos textos e existem em número finito: descrição, narração, exposição, argumentação, injunção. Os gêneros do discurso se definem pelo conteúdo temático, forma composicional e estilo. Funcionam como se fossem uma “família de textos” e se materializam nos textos reais produzidos nas situações de comunicação. 3. Alternativa A. Ensinar a escrever depende de uma progressão variada em gêneros discursivos, tipos textuais e esferas de circulação, de modo que as estruturas textuais e os recursos linguís- ticos próprios a cada uma possam ser trabalhados. A proposta apresentada traz apenas a esfera literária e predominantemente gêneros narrativos; por isso, não é adequada. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 3.2 1. Alternativa D. Ambos tratam do princípio de diversidade textual. A produção textual não pode ser ensinada a partir de procedimento generalizável a todo texto. A produção textual precisa se pautar no objetivo que se pretende atingir; nos leitores previstos e no lugar social onde o texto será publicado. Para isso, terá de se inspirar em outros textos sociais ou tê-los como referência. As demais alternativas não têm correlação de ideias e princípios porque tratam, respectivamente, a) da aprendizagem precoce da produção escrita; b) da aprendizagem em espiral; c) do complexo para simples e depois para complexo; e) da revisão e reescrita da produção final. 2. Alternativa B. Segundo Dolz, Noverraz e Schneuwly (2001, p.100), [...] contrariamente ao que se poderia supor, a experi- ência nos tem mostrado que este encaminhamento não põe os alunos numa situação de insucesso; se a situação de comunicação é suficientemente bem definida durante a fase de apresentação da situação, todos os alunos, inclusive os mais fracos, são capazes de produzir um texto oral ou escrito que responda corretamente à situação dada, mesmo que não respeitem todas as características do gênero visado. 3. Alternativa B. Tanto a afirmação II quanto a IV referem-se a uma abordagem da análise linguística e da norma culta oposta à caracterização da abordagem prevista no trecho da BNCC. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 3.3 1. Alternativa B. As afirmações corretas, mediante compreensão do texto-base, são a de que o texto é uma unidade significativa e acabada, numa situação discursiva oral ou escrita e que um texto só é um texto quando há uma sequência verbal consti- tuída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Não é possível estabelecer se se trata de um texto a partir da análise de sua extensão, nem somente pelos elementos de coesão ou mesmo pela sucessão aleatória de enunciados. 2. Alternativa B. Coesão e coerência são fatores que compõem o texto, tanto na ligação sequencial das palavras que o compõem quanto na atribuição de sentidos. Como afirmado no texto-base, um texto destituído de elementos coesivos pode aferir sua textualidade pela coerência. 3. Alternativa A. A coerência exigida para aferir coerência ao texto é a pragmática não a estilística, pois refere-se à consistência de sentidos em um diálogo ou atos da fala. Apêndice Unidade 4 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Unidade 4 Ensino da análise e da reflexão linguísticas Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 4.1 1. Alternativa D. O primeiro diz respeito aos contextos de aprendizagem envolvendo a alfabetização e o segundo diz respeito aos contextos morfossemânticos, entre eles, os gramaticais. 2. Alternativa A. Uma prática docente que vislumbre os contextos formativos a partir da reflexão de como a língua se estabelece, da formulação de hipóteses e consciência dos processos normativos pode favorecer a formação de um sujeito que, para além da memorização, compreende e lida com suas aprendizagens, num processo de metacognição. 3. Alternativa A. Possenti (1996, p. 70) adota a hipótese de que se deve conceber a língua como algo internalizado, ou seja, de que existe “uma gramática na mente dos falantes que funciona como a fonte das formas linguísticas produzidas”. Para o autor, o papel da escola não é ensinar uma variedade no lugar da outra, mas, sim, criar condições para que os alunos aprendam também as variedades que não conhecem. A aceitação de que o objetivo prioritário da escola seja permitir a aquisição da gramática internali- zada compromete a escola com uma metodologia que passa pela exposição constante para o aluno do maior número possível de experiências linguísticas na variedade padrão. Não se trata de excluir das tarefas da escola as reflexõessobre a linguagem, isto é, a descrição de sua estrutura ou a explicitação de suas regras. Trata-se apenas de estabelecer prioridades, deixando claro que não faz sentido, dado o objetivo da escola, descrever ou tentar sistematizar algo de que não se tenha o domínio efetivo. Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 4.2 1. Alternativa E. A partir do texto de GNERRE (1991), podemos entender que a escola tem se utilizado de um currículo que prioriza a variedade linguística culta e marginalize as outras variedades. 2. Alternativa B. As práticas pedagógicas devem vir ao encontro de uma postura acolhedora, que favoreça as experiências já realizadas e que possuem significados para as crianças, sendo através das interações, do diálogo e das diversas situações de aprendizagem. 3. Alternativa A. No contexto de análise linguística, os pontos importantes a serem considerados são: unidade temática, sequência lógica, paragrafação, elementos coesivos, aspectos formais, outros códigos, análise no interior da palavra. Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 4.3 1. Alternativa B. A alternativa b está correta já que indica a atividade epilinguística como aquela viven- ciada pelo palestrante, que em sua própria fala faz a análise linguística do contexto que comunica e corrige instantaneamente sua fala. 2. Alternativa C. A prática pedagógica dos docentes de língua portuguesa deve viabilizar contextos linguísticos significativos, ou seja, em que o aluno possa compreender seu funciona- mento em processos dinâmicos e presentes em sua vida. 3. Alternativa E. Os itens I, IV e V tratam de práticas que negligenciam os processos de interação e internalização das vertentes linguísticas.
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