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AÇÃO PENAL

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DISCIPLINA: AÇÃO PENAL 
DIREITO FAECE/FAFOR - PROFª JULIANA OLIVEIRA 
NOTA DE AULA 04: AÇÃO PENAL
01. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA PENAL 
1. Conceito:
1.1. Competência: é o poder estatal de aplicar o direito
1.2. Jurisdição: a medida e o limite da jurisdição, a delimitação do poder jurisdicional
2. Princípios:
2.1. princípio do juiz natural:
 assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial, indicado p elas normas constitucionais e legais, proibindo a CF os denominados tribunais de exceção, instituído para o julgamento de determinadas pessoas ou de crimes de determinada natureza, sem previsão constitucional (art. 5º, XXXVII). 
2.2. Princípio da investidura: 
Pelo princípio da investidura, a jurisdição penal deverá ser exercida somente por autoridade judiciária aprovada em concurso público e devidamente empossada no cargo e na função.
2.3. Princípio da indelegabilidade:
Nenhum juiz pode delegar a sua função jurisdicional a outro órgão, pois estaria por via indireta, violando a garantia do juiz natural. 
Desta forma, o juiz não poderá deixar de apreciar nenhum fato que lhe é apresentado, em virtude do exercício da função jurisdicional. Isto é, esse princípio determina que o julgador, não pode se esquivar do julgamento de uma causa. 
2.4. Princípio da inevitabilidade:
As partes estarão sujeitas ao magistrado fornecido pelo Estado, não podendo, conforme sua conveniência, escolher o juiz que apreciará o caso concreto. 
Diante disso, este princípio quer dizer que as partes não podem recusar o juiz designado pelo Estado, ou seja, as partes não podem recusar o julgador que lhes ofertou o Estado. Exceto nos casos de suspeição, impedimento e incompetência, em que deverá ser propostas as respectivas exceções.
2.5. Princípio da inafastabilidade: 
Pelo princípio da indeclinabilidade da jurisdição ou inafastabilidade, extraída do art. 5o, XXXV, da CF, qualquer lesão ou ameaça a direito deverá poder ser submetida à jurisdição do Estado.
Art. 5º (...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
2.6. Princípio da inércia: 
O princípio da inércia coíbe que o magistrado atue de ofício. Deve atuar somente quando devidamente invocado pelo Ministério Público com o oferecimento da denúncia, ou pelo querelante, com a oferta da queixa.
2.7. Princípio da aderência ao território:
O princípio da territorialidade ou aderência ao território diz respeito a uma forma de limitação do exercício da jurisdição. Trata-se de regra de competência territorial. Os juízes só podem prover a jurisdição dentro do território nacional, respeitados os limites de sua competência, que vem a ser a medida territorial da jurisdição.
2. Características
3.1. Substitutividade: Ao decidir ingressar com uma ação, ou seja, iniciar um processo na esfera do judiciário, a parte está aceitando que a sua vontade seja substituída pela vontade da lei. Assim, o juiz, que deve ser imparcial e julgar de acordo com os limites e conceitos definidos em lei, deixa de aplicar a vontade das partes, para aplicar as normas do ordenamento jurídico;
3.2. Imparcialidade: Conforme outrora mencionado, o juiz deve julgar o caso concreto de modo imparcial, com base na lei e não em critérios subjetivos;
3.3. Lide: Outra característica essencial à jurisdição é a existência de conflito entre as partes.
À medida que X deseja algo e Y se nega a atender sua vontade, o Estado é acionado como forma de solucionar o conflito;
3.4. Monopólio: só o Estado pode exercer a jurisdição. Estado é que julga e que diz quem pode julgar. Não precisa ser um órgão estatal julgando. Por esse motivo, a arbitragem é jurisdição, porque foi o Estado que disse quem julga.
3.5. Inércia: O Estado deverá ser procurado pelas partes, não sendo dado a ele iniciar uma ação processual sem que as partes tenham decidido desse modo;
 
3.6. Unidade: O ordenamento jurídico é uno, de forma a proporcionar segurança jurídica de que as leis aplicadas em todo território obedecem aos mesmos critérios, não havendo distinção de interpretação ou julgamento; 
3.7. Definitividade: Após a lide ser resolvida pelo Poder Judiciário, às partes só cabe aceitar a decisão, haja vista que após o fim do processo, ocorre a coisa julgada, que impede as partes de retornarem a discutir sobre o mesmo assunto.
4. Competência Material e Funcional: art. 69 CPP
4.1. Material: em razão do local, em razão da matéria em razão da pessoa.
O poder jurisdicional no setor da competência material é delimitado da seguinte forma: em razão da natureza da relação de direito; em razão da qualidade da pessoa do réu; e em razão do território. 
No que tange à natureza da relação de direito (ratione materiae), o juiz somente poderá apreciar determinadas causas. Essa competência é delimitada pelas leis, exceto quando esta for fixada por preceito constitucional (como nos casos dos crimes dolosos contra a vida – que são atribuídos ao Júri Popular – art. 5. º XXXVIII, da CF). O Código de Processo Penal fixa a competência pela “natureza da infração” (art. 69, III).
Quanto à pessoa do réu, de acordo com o art. 69, VII, do CPP, a competência é fixada de acordo com a função exercida pelo autor da infração (ratione personae).
Agora, quanto ao território sobre o qual é exercida a autoridade do magistrado, a competência é também determinada pelas leis de organização judiciária em razão do lugar da infração ou da residência ou domicílio do réu (ratione loci), como no artigo 69, I e II. 
4.2. Funcional: é o referente aos atos processuais, em que o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto do juízo, ou o grau de jurisdição. Na competência funcional, referente aos atos processuais, conforme dito anteriormente, o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto do juízo, ou o grau de jurisdição.
A priori, o juiz é competente para todos os atos do processo. Todavia, essa competência poderá ser limitada e redistribuída entre dois ou mais juízes, de acordo com a fase do processo. A título de exemplo, no processo relativo aos crimes contra a vida existe o juiz que é competente para a instrução e o juiz competente para o julgamento (júri).
A competência também poderá estar relacionada com as diversas questões apresentadas para conhecimento e decisão do processo (objeto do juízo). Um exemplo clássico dessa espécie de competência é o Tribunal do júri – no qual há juízes profissionais – incumbidos de resolver as questões de direito (art. 497, CPP), lavrar a sentença (art. 492, CPP), fixar a pena, quando aplicável (art. 59, CP); e juízes populares – que a eles compete responder aos quesitos onde lhes são formuladas as questões em que o julgamento se fundará (art. 481, CPP). 
Por fim, a competência é fixada segundo os graus de jurisdição – que podem ser de primeira e de segunda instância. Nessa hipótese, a competência pode ser originária (como no foro por prerrogativa de função) ou em razão de recurso (pelo princípio de duplo grau de jurisdição). 
Em todas as suposições, a competência funcional presume a existência da atribuição jurisdicional segundo a competência ratione loci e ratione materiae.
5. Prorrogação da Competência: normalmente, o processo penal é julgado no foro de onde foi cometido o delito. Porém, essa regra pode ser alterada, como na prorrogação de foro, na delegação e no desaforamento.
Entende-se como prorrogação de competência, a possibilidade de substituição de um juízo por outro; submetendo as partes a um juiz que, originariamente, não seria competente. Ocorre, portanto, a modificação de competência na esfera de um órgão - podendo ser em virtude de disposição legal (necessária); ou em consequência da manifestação de vontade expressa ou tácita das partes (voluntária).
6. Competência pelo Local da Infração: Artigo 69, incisos I, do Código de Processo Penal. 
A competência pelo lugar da infração está previstano artigo 69, I do Código de Processo Penal – que adotou a teoria do resultado, ou seja, determina-se a competência pelo lugar onde se consumou o delito, ao contrário da teoria da ubiquidade - art. 6.º do CP – eleita pelo Código Penal: “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
7. Competência por Prevenção: Art. 83 CPP. 
A competência pela prevenção (art. 69, VI), relaciona-se com o que, em direito, expressa o conhecimento anterior. Prescreve o artigo 83 do CPP:
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3.º, 71, 72, § 2.º, e 78, II, c).
Diz-se por prevenção, “a competência de um juiz quando ele se antecipa a outro, também competente, por haver praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da queixa”.
8. Competência pela Prerrogativa de Função: Competência atribuída a determinados órgãos do Poder Judiciário para processar e julgar determinadas pessoas, em razão de garantia inerente ao cargo ou função, ou seja, prerrogativa que decorre da importância da função exercida pela pessoa.
9. Conexão (Art. 76 CPP) e Continência (Art. 77 CPP). 
Art.76. A competência será determinada pela conexão:
I- se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; (conexão intersubjetiva) 
II- se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; (conexão objetiva ou material)
III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. (conexão instrumental ou probatória)
 Art.77. A competência será determinada pela continência quando: 
I- duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; (continência por cumulação subjetiva) 
II- no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, §1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.” (continência por cumulação objetiva) 
Conexão: É a interligação entre duas ou mais infrações, levando a que sejam apreciadas perante o mesmo órgão jurisdicional. 
Objetiva a celeridade do feito e evitar decisões contraditórias. Vale destacar que a lei não faz menção quanto à questão das investigações policiais. 
De acordo com a doutrina, a conexão se divide em três espécies: 
a) intersubjetiva; 
b) objetiva; 
c) instrumental. 
Fala-se em conexão intersubjetiva quando houver necessariamente vários crimes e vários agentes, pouco importando se esses se uniram em concurso, reciprocidade ou simultaneidade. 
a) Conexão intersubjetiva por concurso: duas ou mais infrações penais praticadas por várias pessoas em concurso; 
b) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: duas ou mais infrações penais cometidas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras; 
c) Conexão intersubjetiva por simultaneidade: duas ou mais infrações penais praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem qualquer ajusto prévio, sem uma saber da outra. 
Falas-se em conexão intersubjetiva ocasional. Por conseguinte, a conexão objetiva (lógica ou material) se revela quando o crime é praticado para facilitar a execução de outro, ocultar-lhe ou garantir a manutenção da sua vantagem. E, por derradeiro, a conexão instrumental (probatória ou processual), que se concretiza quando a prova de um crime influencia na existência de outro. 
Continência: É o vínculo que une vários infratores a uma única infração, ou a reunião de várias infrações em um só processo por decorrerem de conduta única, ou seja, resultarem de concurso formal de crimes. 
Como o próprio nome indica, a continência ocorre quando um fato criminoso contém outros, o que impõe que o julgamento de todos seja realizado em conjunto. 
É nesse sentido a determinação do artigo 77 do CPP . Partindo dessa premissa, estudiosos do tema classificam a continência em objetiva e subjetiva. 
a) Subjetiva: quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração penal. 
b) Objetiva: quando os crimes são cometidos na forma dos artigos 70 , 73 e 74 do Código Penal , ou seja, em concurso formal, na aberratio ictus ou aberratio criminis.

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