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THAU III TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III PROF. KARINA JORGE RENASCIMENTO ITALIANO CLÁSSICO E ANTI-CLÁSSICO BARROCO – ROCOCÓ E NEOCLASSICISMO A N TI G U ID A D E EGÍPCIA MICÊNICA (GRÉCIA) A N TI G U ID A D E C LÁ SS IC A ID A D E M ÉD IA ID A D E M O D ER N A SÉ C U LO X V II E X V II I C O N TE M P O R Â N EA GREGA ROMANA PELOCRISTÃ BIZANTINA ROMANICA GÓTICO RENASCIMENTO MANEIRISMO BARROCO ROCOCÓ NEOCLÁSSICO (THAU IV) SÉC XIX: NEOGÓTICO, ART & CRAFT, ART NOUVEAU, ECLÉTICA SÉC XX: ART-DECÓ, MODERNISMO, PÓS-MODERNISMO CONTEMPORÂNEA - ATUAL TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III CRONOLOGIA ARQUITETÔNICA Séc XV - XVI TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III BIBLIOGRAFIA • Bibliografia básica – Ementa •Textos indicados (serão utilizados para fichamento) •CD : “Cultura Urbanística na Tratadística Clássica: A Cidade na Tratadística Clássica” – fornecido pela professora para cópia • Idade Média – Sistema Feudal • Peste Negra + Guerra dos Cem Anos (1346-1450, entre França e Inglaterra) = grande mortalidade (1/2 da população européia) • Desorganização da produção e disseminou a fome pelos campos e cidade – abalando França, Inglaterra, Itália e Flandes; • Crise século XIV – dissolução do sistema feudal de produção e intensificação das atividades comerciais; • Século XV- período da Revolução Comercial - Capitalismo TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III CONTEXTO HISTÓRICO – INÍCIO RENASCIMENTO • O período é de grande INVENTIVIDADE TÉCNICA – estimulada pelo desenvolvimento econômico; • Criam-se novas técnicas de exploração agrícola, mineral, construção naval...etc...CAPITALISMO: a empresa que consegue produzir mais e melhor está na frente das demais; • Inicia a prática da observação (educação, estudo) atenta e metódica da natureza, acompanhada pela intervenção do observador por meio de experimentos – atitude científica; • Objetivo: obter o máximo domínio sobre o meio natural, a fim de explorar-lhe os recursos em proveito dos lucros do mercado; TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III CONTEXTO HISTÓRICO – RENASCIMENTO • ESTRUTURA DA SOCIEDADE: • Burguesia – grande beneficiária desse sistema (CLASSE QUE PRODUZ – PROPRIETÁRIA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO E FINANCIADORA DAS PESQUISAS) • Nobreza e clero – perdendo o espaço tradicional dos feudos - buscavam um novo espaço junto a corte monárquica recém- criada • Camponeses e artesãos – “livres” em um sistema onde trabalhava-se para garantir a sobrevivência • Pensadores, filósofos, artistas, cientistas – humanistas – homens nascidos a partir dessa nova condição e destinados a incrementá-la - contratados pela burguesia em ascenção - o que pensavam ???? TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III CONTEXTO HISTÓRICO – RENASCIMENTO • HUMANISTAS – conjunto de indivíduos que vinha se esforçando para modificar e renovar o padrão de estudos ministrados tradicionalmente nas universidades medievais (até então fundamentado na concepção estática, hierárquica e dogmática da sociedade, da natureza e das coisas sagradas, de forma a preservar a ordem feudal). As transformações históricas foram tão drásticas nesse período, que praticamente dissolveram as condições de existência do feudalismo e as novas circunstâncias impuseram igualmente aos homens que alterassem suas atitudes com relação a seu destino, à sociedade, à natureza e ao próprio campo do sagrado; TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Iniciou-se o movimento cujo objetivo era atualizar, dinamizar e revitalizar os estudos tradicionais, baseado no programa dos studia humanitatis (estudos humanos). • Nova visão de mundo • Abolir a tradição intelectual medieval e buscar novas raízes para a elaboração de uma nova cultura na antiguidade clássica – origem TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Especulação entorno do homem e de suas capacidades físicas e espirituais – antropocentrismo; • Atividade crítica • Florença (Itália): palco da efervescência renascentista, onde se definiu uma das correntes mais significativas do pensamento humanista: o Platonismo TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • PLATONISMO FLORENTINO – filosofia da beleza – todo belo é uma manifestação do divino. • A arte não deve ser a mera imitação da natureza e sim sua superação no sentido da perfeição absoluta. (para superar é preciso conhecer profundamente suas leis e propriedades, para então transpô-la com a máxima harmonia – matemática precisa) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Filipo Brunelleschi (1377 – 1446) • Italiano, de Florença, teve Donatello como mestre escultor. • Foi o primeiro arquiteto a estudar com profundidade a arquitetura antiga buscando medir monumentos rigorosamente e procurando métodos para transpor as relações métricas para o papel. (medir a arquitetura, encontrar proporções harmônicas das partes do edifício com o seu “todo” e assim decifrar a arquitetura da antiguidade clássica como original e fonte de imitação para a produção da nova arquitetura – renascimento) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO IGREJA SANTA MARIA DEL FIORE – CÚPULA (DUOMO) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • 40 metros de diâmetro - impossível de ser vencido através das técnicas construtivas tradicionais. •Panteão : uma estrutura com um vão similar ao de Santa Maria del Fiore vencido com uma cúpula em arco pleno. •Brunelleschi não só observou a solução construtiva existente no Panteão como começou a estudar as relações estilísticas, proporcionais e formais entre os vários elementos que compunham aquele espaço. É efetivamente nesta atitude que o espírito do Renascimento começa a se manifestar TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Campanário - Giotto • Através de seus estudos desenvolveu a perspectiva linear, que consiste num processo geométrico de projetar o espaço numa superfície plana. Sua principal característica é o ponto de fuga, para onde seguem séries de linhas paralelas. 1425. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO COM ESSE TIPO DE DESENHO O ARQUITETO PODE ANTEVER/ PREVER, ANTES DA OBRA (PROJETO) TODAS AS SUAS DIMENSÕES, E COM ISSO TER DOMÍNIO, CONTROLE DA PROPORÇÃO DOS EDIFÍCIOS. • A perspectiva matemática tornou possível a representação de um espaço tridimensional numa superfície plana, fazendo com que todas as medidas permanecessem medíveis. • Assim, tornava-se possível reconstruir a planta de um edifício a partir do seu desenho em perspectiva. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Brunelleschi foi considerado o pai da engenharia moderna pelas suas descobertas como a perspectiva matemática e pela introdução do projeto de igrejas em plano central (que será utilizado por Bramante), que substituíram a antiga basílica medieval. A principal técnica desenvolvida por ele foi a de construir duas células, uma apoiando a outra, encimadas por uma cúpula estabilizando o conjunto. • Capela dos Pazzi (1430-44), Florença – Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Planta da Capela dos Pazzi (1430-44), Florença – Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Nave lateral Abóbada de berço (que sustenta a cúpula) Cúpula Altar Coluna • Hospital dos Inocentes (1419 –projeto -1427 - construção), Florença – Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • A arquitetura do renascimento se articula a partir de dois propósitos básicos: 1. Geometrização - através do uso exclusivo de formas geométricas elementares e relações matemáticassimples; 2. Antropomorfismo* - através da reintrodução das ordens clássicas; * atribuir características ou aspectos humanos a Deus, Deuses, elementos da natureza. Nesse sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é antropomórfica. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • 3 fases Renascimento Italiano: • Primeira fase – Giotto, Bruneleschi • Segunda fase – Alberti • Terceira fase – Leonardo da Vinci, Bramante, Rafael, Miguel Ângelo TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Leon Battista Alberti (1404 – 1472) • Nasceu em Gênova enquanto seus pais estavam exilados de Florença, cresceu em Veneza , retorna a Florença – humanista / arquiteto. • É considerado o maior teórico da Renascença. Além de arquiteto, escritor, pintor e escultor. • Escreveu Tratados sobre todas as áreas em que atuou, propondo que os artistas buscassem no estudo científico, na história e na matemática, fundamentos para o seu trabalho. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Escreveu o primeiro manual sistematizado de perspectiva, apresentando aos escultores normas de proporções humanas ideais. • Alberti teve como objetivo principal, criar um método de concepção que permitisse a construção, não a reprodução, criando uma nova linguagem na arquitetura. • A arquitetura deve a ele alguns de seus conceitos fundamentais: a beleza arquitetônica de um edifício estava no acordo lógico das partes com o todo. • Através de seus estudos resolveu um problema que se tornou fundamental na arquitetura do Renascimento: como aplicar um sistema clássico de articulação ao exterior, à fachada de uma edificação não clássica. Assim, Alberti introduziu a parede, utilizando-se de linhas clássicas como forma decorativa e não estrutural. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • O “De Re Aedificatoria” - escrito em Latim, esse tratado é considerado o primeiro Tratado de arquitetura dos tempos modernos, foi publicado em italiano em 1486, por Niccolo di Lorenzo Alamani em Florença e é composto por dez “capítulos” que discorrem sobre os seguintes assuntos: • Capítulo I – O Delineamento (desenho como intermediação entre a idéia e a construção) • Capítulo II – A Matéria (necessidade do conhecimento dos materiais) • Capítulo III – A Construção (conhecimento dos métodos de construção) • Capítulo IV – Edifícios para fins universais • Capítulo V – Edifícios para fins particulares • Capítulo VI – O Ornamento • Capítulo VII – O Ornamento de edifícios sagrados • Capítulo VIII – O Ornamento de edifícios públicos profanos • Capítulo IX – O Ornamento de edifícios privados • Capítulo X – O Restauro das obras TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Palácio Rucellai – Florença RENASCIMENTO Alberti introduziu pilastras nas paredes da fachada, as quais marcam o contorno das janelas que são circundadas por arcos de volta perfeita. Sobre elas, círculos e semicírculos surgem e com ritmo e simetria a fachada é composta. Se utiliza das ordens clássicas. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Fachada de Santa Maria Novella – Florença RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja de San Andrea, Mantua RENASCIMENTO •Planta em cruz latina •Não há naves laterais •A nave central está acompanhada por uma série de capelas alternadas entre abertas e fechadas, criando efeito rítmico de luz •Nave central – relação espacial entre pilastras e vão central é de 1:2 •Abside – relação 1:1 •Cruzeiro - relação 2:3 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja de San Andrea, Mantua RENASCIMENTO •Projeto para o exterior . •Relação de intervalo entre as pilastras do Nártex é de 1:3 (o espaço entre as pilastras é igual a 3x o espaço entre as mesmas e a parede de entrada da Igreja). •A Fachada – atrás do Nártex – deveria conter volutas laterais e estar coroada por um frontão triangular. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja de San Andrea, Mantua RENASCIMENTO •Uso do Arco Triunfal Romano na Fachada; •Utilizou-se de pilastras no lugar de colunas, dando assim efeito de continuidade na superfície da parede (As pilastras são de dois tamanhos – as menores sustentam o nicho central e as maiores formam a “ordem colossal” abrangendo três andares do edifício); TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja de San Andrea, Mantua RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Sepulcro Rucellai Donato Bramante (1444 – 1514) • Nasceu em Urbino, Itália • Em 1503 foi nomeado arquiteto pelo Papa Julio II e dirigiu e projetou a construção da nova Igreja de São Pedro até 1514 (sua morte) onde Miguel Angel assume ; • Busca pela centralização – plantas centralizadas – geometria perfeita = circulo, quadrado; • Quando a planta não era central buscava-se a centralização através de outros elementos; TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Primeiro Projeto Igreja São Pedro, Roma RENASCIMENTO • Cruz Grega constitui o núcleo de uma complexa organização espacial; •Entre os “braços”da cruz foi agregado quatro unidades menores - também em formato de cruz grega – onde seus braços interiores formam um deambulatório quadrangular entorno da cúpula principal; •Sacristias octogonais coroadas por altas torres, se agregam aos braços exteriores dessas unidades pequenas; •Quatro Nártex idênticos marcariam as entradas, evidenciando assim a intenção de dar destaque a grande cúpula central, ao invés de uma só fachada monumental TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Projeto Igreja São Pedro, Roma RENASCIMENTO Miguel Angel: Eliminou os braços exteriores das unidades pequenas e as sacristias, transformando os limites exteriores do espaço em um muro envolvente contínuo TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja São Pedro, Roma RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja São Pedro, Roma RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Igreja São Pedro, Roma RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Tempietto de San Pietro in Montori RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Tempietto de San Pietro in Montori RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III Tempietto de San Pietro in Montori RENASCIMENTO Cidade Ideal do Renascimento • A cidade medieval representava a concretização viva da “civitas Dei”, a cidade do Renascimento aspira a uma FORMA IDEAL – matematicamente organizada. • Cidade Ideal do Renascimento é a consequência e objeto de estudos científicos ; • Vários arquitetos publicam tratados que analisam os problemas da cidade e se propõem a definir plantas “ideais”; • Leon Baptista Alberti (1404-1472), será o primeiro teórico nesse sentido; TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Primero plano de uma Cidade Ideal – Antonio di Pietro Averlino – Filarete (1464) – Libro architettonico. • Filarete escreveu seu tratado e ilustrou –o com um rico material iconográfico; • O tratado de Filareto compreende 25 livros : • Livro 01-21: a arte de construir- libro architettonico • Livro 22-24: pintura e desenho. • Livro 25: elogios ao mecenato dos Medici TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO • Filarete utiliza a cidade imaginária de Sforzinda para formular o seu tratado de arquitetura, redigido sob a forma popular de um diálogo entre um Mecenas - patrão (Francesco Sforza de Milan) e o arquiteto. • Filarete, compara a cidade a um organismo semelhanteao corpo humano e aconselha que ele funcione "como um corpo coletivo“. O arquiteto desenvolve sua teoria , explicando que seus edifícios não só devem ser projetados para atender os desejos e as necessidades dos seus cidadãos e seu governo, mas devem ser construídos considerando três valores fundamentais: firmitas, utilitas e venustas (firmesa, utilidade e beleza). • Para garantir a adequada proporcionalidade do conjunto é preciso observar a unidade co corpo humano que possui justa razão entre seus membros e sua totalidade. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO O TRATADO DE FILARETE •Se baseia nos gregos (e não nos romanos como Alberti) •Divide as ordens: dórica - 9x sua cabeça (capitel) (como a altura de um homem em relação a sua cabeça) coríntia – 8x sua cabeça (capitel) jônica – 7x sua cabeça (capitel) •Fundação de uma cidade contendo todos os edifícios pertinentes, todos eles com ordem e medidas de acordo com o que lhe seja apropriado e conveniente; •A escolha do sitio – local onde implantar a cidade ideal: local salubre, com terra fértil e clima ameno “um vale rodeado de montanhas mais altas na parte meridional de modo que o vento chamado Autro, ou Africano, não pode molestar” TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Sobre o sitio: “vale circundado por colinas através das quais o rio inda corre”, descrito por Filarete em seu segundo livro. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Medida utilizada: a milha tem 3.000 braças = 8 estádios (1 estádio tem 375 braças) •A forma essencial da cidade ideal de Filarete são dois quadrados superpostos, não coincidindo seus ângulos sendo equidistante de outros dois ângulos; •A distância entre um ângulo e o outro é de 1,25 milhas, de modo que a circunferência que contorna esses quadrados teria 80 estádios, com diâmetro de 28 estádios; •Arredondaria cada ângulo, construindo uma torre cilíndrica; •As primeiras muralhas octogonais terão largura de 6 braças e que sejam altas 4x a sua largura; •As portas de entrada na cidade deverão estar no ângulo interior de onde partirão ruas em direção ao centro da cidade – na praça central (que terá 1 estádio de comprimento por meio de largura) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Conceito Cidade Ideal de Filarete - Inscreve a cidade imaginária em uma muralha rodeada por um fosso, com formato de estrela com oito ramos que irradiam de um centro constituindo a praça principal da cidade. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO O TRATADO DE FRANCESCO DI GIORGIO MARTINI ENGENHARIA E ARQUITETURA MILITAR •Apresenta tipos de fortalezas ideais tendo em vista as novas tecnologias de armamentos e dos ataques; •Todas as fortalezas devem estar providas de várias condições: 1. Deve haver poço ou cisterna - prover sustento; 2. Na torre haja um moinho para moer o trigo e moinhos menores para a pólvora dos bombardeio;s 3. Forno para cozer as coisas; 4. Que haja socorro em local seguro; 5. Que a torre principal do castelo seja mais robusta podendo atacar o resto da fortaleza e não ser atacada, para que domine as demais; 6. Que as muralhas sejam grossas e altas porém localizadas em local baixo , com escarpas em 2/3 de sua altura... 7. Que as torres fiquem unidas a muralha ... 8. Que em frente a porta haja um barbacã... TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO 9. Que tenha fossos largos e profundos, com terraplanagem altas e espessas, porém não em direção á fortaleza, e sim para fora dela; 10. que as portas estejam invertidas – abrindo para dentro da fortaleza com os acessos cobertos; 11. que a forma circular não seja utilizada para muralha, mas somente para bastiões se desejado for; 12. muralhas devem ter formas de quadrado, losango, exagono, pentagono, octogono, triangulos equiláteros, de forma a criar ângulos retos e não curvos.... A fortaleza deve se localizar sobre um monte que domina cidade, a uns 300 pés de distância TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO Palmanova – Itália (Scamozzi) 1593 Barcelona – Bairro Gótico Giorgio Vasari - Palazzo degli Uffizi (Florença: 1560) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III RENASCIMENTO TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO • O fenômeno principal do século XVI (Cinquecento) : a concepção de espaço sofreu uma profunda modificação. • Subsistia a idéia de uma continuidade espacial, porém o que era uma adição estática de unidades perfeitas, se transformou em uma relação dinâmica de elementos contrastantes. • O termo Maneirismo foi utilizado por Giorgio Vasari para se referir a "maneira" de cada artista trabalhar. • A idéia de natureza regular foi substituída agora pela natureza caprichosa, cheia de imprevistos e invenções. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começam a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos. • Muitos críticos consideram que o maneirismo representa a oposição ao classicismo e ao mesmo tempo, manteve-se como tendência artística até o desenvolvimento do Barroco, que marcaria a nova visão artística da Igreja Católica, após o movimento de contra reforma . TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO • Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo propriamente dito. • Os artistas passam a criar uma arte caracterizada pela deformação das figuras e pela criação de figuras abstratas, onde não havia relação direta entre o tamanho da figura e sua importância na obra. • O espaço maneirista se caracteriza pelo movimento dirigido em profundidade. • Os volumes estáticos e auto-suficientes característicos do auge do Renascimento foram se abrindo gradualmente e o interior alcançou uma relação mais ativa com seu entorno. • Inicialmente conseguido através da união do pátio com um jardim posterior e com um amplo vestíbulo a frente, porém a fachada que dava para a rua se mantinha fechada. •Palacio Doria-Tursi em Gênova, de Rocco Lurago (1564) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália • O vestibulo se abre para um pátio alargado, todo aberto, onde, mediante uma escadaria livre, se conecta com o jardim, situado mais acima. •O efeito do eixo longitudinal (que une o edifício com a paisagem) implica uma extensão da área privada mais que a interação entre o edifício e o ambiente urbano. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalácio Doria-Tursi, Gênova - Itália TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOVilla Almenico, “Rotonda”(1551), Vincenza (ANDREA PALLADIO) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOVilla Almenico, “Rotonda”, Vincenza. (ANDREAPALLADIO) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO Palácio Caffarelli- Vidoni, ROMA 1500 (Rafael) Palácio Pitti, Florença 1560 (Ammannati) Palácio Di Té, Mantua 1526 (Giulio Romano) Loggia do Capitan, 1571 (Andrea Palladio) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalazzo Máximo de las Columnas, Roma (Peruzi) 1532 TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMOPalazzo Máximo de las Columnas, Roma (Peruzi) 1532 O pórtico da entrada e a distribuição axial da planta indica a relação mais ativa entre o edifício e o entorno, relação confirmada pela fachada curva que segue o movimento da rua. O tradicional palácio autônomo se transforma assim em parte subordinada de um conjunto mais vasto. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO •A busca pela integração e continuidade espacial típicas dos palácios e villas (residência campestre) do Cinquecento conduziu a uma importante evolução na interpretação da planta da Igreja também. • A planta central – típica do Quatrocentro (auge do Renascimento) - não se adequava devidamente as exigências litúrgicas e, principalmente após o Concilio de Trento, esse tipo de planta era vista negativamente, como uma forma pagâ do Renascimento. • Em geral, durante o Cinquecento se desenvolveram dois tipos de planta para Igrejas: 1. Longitudinal Centralizada (cruz ) – para igrejas maiores 2. Central Alargada (oval) - para igrejas pequenas e capelas TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III ANDREA PALLADIOIgreja do Redentor, Veneza, 1576 (Andrea Palladio) •A Igreja não se concebe mais como um símbolo estático da harmonia cósmica, mas se converte no drama da redenção. •Esse drama não se desenvolve em um refúgio interior distinto – como na igreja paleocrista – mas acontece “aqui”e “agora”como um problema humano. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III ANDREA PALLADIOIgreja do Redentor, Veneza A ordem gigantesca utilizada na fachada, unifica a parte central da fachada e a transforma em um grande “portal”. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) Ricetto Sala de Leitura TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) Na biblioteca – sala de leitura, já não há mais conflito. Uma sucessão regular de pilastras simples criam um ritmo que recordam a geometria espacial simbólica dos princípios do Renascimento. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOBiblioteca Laurenziana, Florença, 1524 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELO • A arquitetura da Biblioteca Laurenziana é simbólica e a subdivisão em três zonas relacionadas entre si aparece também em outras obras de Miguelangelo : O projeto original da tumba do Papa Julio II O teto da Capela Sistina A Capela dos Médicis • Em todas essas obras, a primeira zona é mais baixa representando o conflito da existência natural, a luta individual da alma para alcançar o significado existencial. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELO O “Civitas Dei” da Idade Média e a relação harmoniosa (homem – Deus) característico do Renascimento foram substituídos por uma visão da existência humana como um problema psicológico individual. (conflito individual) • Na segunda zona, a serena harmonia do recinto sugere uma solução baseada no intelecto. •A terceira zona, a mais elevada, representa a sabedoria divina ( no caso da biblioteca representada pelas obras raras) . •O tema geral é a relação entre o homem e Deus, interpretado com um conflito entre a alma e o corpo, entre a matéria e o espírito TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOA Praça do Capitólio, Roma, 1544 (Miguelangelo) • A praça precisava de pavimentação e com o objetivo de devolver o esplendor original ao antigo centro de Roma, o Papa Pablo III teve a iniciativa de encomendar a a colocação da Estátua Equestre do Imperador Marco Aurelio sob a colina do Capitólio de Roma; •Os dois edifícios medievais existentes deveriam incorporar o novo plano; •Miguelangelo trabalhos as fachadas incorporadas em ângulo oblícuo de forma a privilegiar o terceiro edifício – o Palácio dos Senadores; •A praça em forma trapezoidal onde o lado menor se abra para a cidade, que está abaixo, Palácio dos Senadores TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOA Praça do Capitólio, Roma, 1544 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOA Praça do Capitólio, Roma, 1544 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MIGUELANGELOA Praça do Capitólio, Roma, 1544 (Miguelangelo) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO •O interesse no Cinquecento do caráter do local está intrinsicamente vinculado com uma nova relação com a natureza. •Os arquitetos da época concebiam seus edifícios segundo o caráter do local em que deviam ser erguidos. •O espaço passa a ser concebido como um meio de expressão direta e passou a ser também um objeto de experiência emocional. •O fator construtivo básico da arquitetura maneirista é a fenomenização do espaço simbólico abstrato, o espaço recuperou assim seu caráter fenomênico total e passou a ser interpretado a partir de lugares individuais - de certa forma trata-se de um ressurgimento da interpretação grega da realidade. TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III VIGNOLAVilla Lante , Bagnaia, 1578-89 (Vignola) TEORIA DE HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III MANEIRISMO •Na Villa - se estabeleceu um contato direto entra a casa e a paisagem mediante eixos que, em alguns casos, não levavam a nenhuma meta específica, mas indicavam um novo conceito de extensão. •A continuidade espacial não é uma invenção do século VXI, mas a sucessão de espaços de caráter diverso significativamente relacionados é. (exemplo a Biblioteca Laurenziana). •O maneirismo se apropria das ordens clássicas e se expressa de forma conflitante, demonstrando inquietude, através de espaços angustiantes, de elementos antropomorfos que representavam a relação do homem com Deus e com a natureza.
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