@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); Cardiomiopatia Dilatada A Cardiomiopatia Dilatada é uma doença que acomete principalmente o miocárdio e produz dilatação das câmaras cardíacas principalmente esquerdas dificultando dessa forma, as contrações sistólicas observadas ao exame ecocardiográfico. Acomete principalmente cães de raças grandes a gigantes do sexo masculino. Os gatos não apresentam raças predispostas, sendo que a doença pode ocorrer nos de meia idade a idosos (Nelson e Couto, 2015)A sua etiologia em cães ainda é desconhecida, mas acredita-se que tenham fatores genéticos envolvidos. Já em gatos a principal causa é nutricional, em decorrência da deficiência de taurina, embora também possa ocorrer devido a problemas metabólicos, intoxicações ou infecções virais (Assumpção,2014)Ilustração demonstrando a comparação entre um coração normal a esquerda e, a direita, um coração com Cardiomiopatia Dilatada. Fonte: ROCHA, 2020 Sinais clínicos:Dentre os principais sinais clínicos que podemos observar durante o exame nos cães, destacam-se: tosse, sopro leve, edema pulmonar, cianose, síncope (desmaios rápidos) e os tutores geralmente relatam que o animal teve perda de peso. As arritmias podem ou não estar presentes. Nos gatos podem ser encontradas dificuldades respiratórias devido a presença de efusões pleurais, desidratação, hipotermia, aumento do calibre da veia jugular e, em alguns casos, tromboembolismo aórtico (Nelson e Couto, 2015)Também podemos ter sinais relacionados a insuficiência cardíaca congestiva como: aumento da frequência respiratória, estertores, aumento do volume hepático e ascite. Os batimentos cardíacos podem aparentar mais baixos devido ao acúmulo de líquido e a diminuição da contratilidade do miocárdio (Nelson e Couto, 2015). Os gatos, costumam apresentar choque cardiogênico, com diminuição na frequência cardíaca, hipotermia e severa diminuição na pressão arterial (BICHARD et al., 2008).Na microscopia, podemos encontrar diminuição das fibras ou fibrose de miócitos por material fibrose na região intersticial e mudanças no citoesqueleto. Cães idosos com endocardiose das válvulas podem apresentar alterações nas artérias coronárias e válvulas (BICHARD et al., 2008).Diagnóstico:O diagnóstico definitivo é obtido por meio do exame ecocardiográfico, por meio da observação da dilatação das quatro câmaras cardíacas, mas principalmente do átrio e ventrículo esquerdos e da alteração da contratilidade das paredes ventriculares no momento da sístole (Nelson e Couto, 2015). No entanto, o exame radiográfico pode auxiliar demonstrando aumento do tamanho do coração e os traçados eletrocardiográficos podem indicar a presença de arritmias.O Holter também é considerado um teste padrão-ouro, mas sua execução deve durar pelo menos 23 horas para que os traçados eletrocardiográficos sejam precisos e indiquem as irregularidades cardíacas de forma eficiente (Abreu, 2019). A arritmia mais habitual de ser encontrada é a fibrilação atrial (VOLLMAR, 2000) mas, nos casos das raças como Doberman Pinscher e Boxer, complexos ventriculares prematuros (VPCs) são mais comuns (LOBO & PEREIRA, 2002; WESS et al., 2017)Ecocardiograma demonstrando o aumento do átrio esquerdo. A imagem A representa um estágio inicial, enquanto a imagem B indica um estágio mais avançado da doença. Fonte: vetsmartTratamento:O tratamento só é feito nos animais que apresentem sintomas relacionados a insuficiência cardíaca e nos que demonstrem alterações nos exames supracitados. A terapêutica tem por objetivo tratar as arritmias com base nos antiarrítimicos, aumentar a contratilidade do miocárdio com o uso de inotrópicos positivos, proporcionar uma dieta hipossódica com o uso de L carnitina para cães e para gatos, com suplementação de taurina, usar diuréticos que reduzam edemas e cardioprotetores. Caso seja necessário, é recomendada a realização de toracocenteses em regiões em que há acúmulo de líquido.Prognóstico:O prognóstico na maioria das vezes é desfavorável. O diagnóstico precoce pode auxiliar na sobrevida do animal, a medida em que o tratamento correto é instituído e, por essa razão, a realização de exames periódicos é fundamental para bons resultados terapêuticos (Abreu et al., 2019) Referências Bibliográficas:ASSUMPÇÃO, Thais Cristine et al. CARDIOMIOPATIA DILATADA FELINA-RELATO DE CASO. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, v. 10, n. 19, 2014.BIRCHARD, S. J; SHERDING, R. G. Manual Saunders. Clínica de Pequenos Animais. 3.ed. São Paulo: Roca, 2008.DE ABREU, Claudine Botelho et al. Cardiomiopatia dilatada em cães: revisão de literatura. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v. 26, n. 2, 2019.LOBO, L.L.; PEREIRA, R. Cardiomiopatia dilatada canina. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, v. 97, n. 544, p. 153-159, 2002NELSON, Richard; COUTO, C. Guillermo. Medicina interna de pequenos animais. Elsevier Brasil, 2015.ROCHA, Suélen Tainara Flores da; SHIOSI, Reinaldo Kazuiti. Dilated cardiomyopathy in dogs-literature reviews. R. cient. eletr. Med. Vet., p. 13 p-13 p, 2020.VOLLMAR, A. The prevalence of cardiomyopathy in the Irish Wolfhound: A clinical study of 500 dogs. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 36, n. 2, p. 125-131, mar./apr. 2000WESS, G. et al. European Society of Veterinary Cardiology screening guidelines for dilated cardiomyopathy in Doberman Pinschers.
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