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Desenvolvimento sexual na adolescência Psicologia do Desenvolvimento: Adolescência Prof.: Bruno Carrasco Fase fálica, latência e genital As primeiras sensações de excitação sexual são muito estranhas ao adolescente e pode ser bem difícil lidar com elas. Além de sentir prazer, ao olhar ou tocar alguém, ele pode também sentir medo, ansiedade e até culpa. No início da adolescência, a pessoa experimenta o interesse pelo próprio corpo, começando a experimentar seus órgãos genitais, o que é chamado de “fase fálica”, segundo a Psicanálise Freudiana, que é seguida pela “fase latente”, onde o interesse do jovem se volta para atividades externas, e, posteriormente, pela “fase genital”, onde passa-se a desejar o contato mais vivo com o genitor do sexo oposto. Complexo de Édipo e identidade sexual Segundo Freud, o período de 3 a 6 anos corresponde a fase fálica, também ocorre o complexo de Édipo, quando o menino percebe que faz parte de uma relação a três. Ele se identifica com o pai e deseja ocupar o lugar do pai com relação à mãe, fazendo com que ele sinta medo, raiva e culpa. Surge a fantasia assustadora de que o pai corte seu pênis. A menina, inclusive, viveria uma situação semelhante, porém experimentando a “inveja do pênis”. Essa relação triangular entre pais e filhos geraria na criança os sentimentos de amor e ódio, e o famoso conflito edipiano, considerado pela psicanálise como o período fundamental na estruturação da personalidade do adulto, inclusive a base de sua identidade sexual. Período de latência Dos 6 aos 10 anos, durante a fase de latência, a sexualidade estaria em parte reprimida, e a energia sexual seria deslocada para atividades e aprendizados intelectuais e sociais. Segundo a psicanálise, durante o período de latência se organiza o superego, que representa os princípios da moral e a censura, agindo sobre o ego. Trata-se de uma entidade psíquica que regula e controla os instintos representados pelo id, articulando estes às exigências da realidade externa, agindo como mediadora. O superego cria uma barreira ao incesto, que reprime esses sentimentos “perigosos”. As ideias como “complexo” de Édipo e a fase de latência são muito questionáveis e já se constatou que elas inexistem em determinadas sociedades e culturas. Conflito de gerações e problemas sociais Para Freud, à medida que o adolescente superasse as fantasias incestuosas e transferisse o desejo sexual para fora do núcleo familiar, ele estaria ao mesmo tempo se desligando da autoridade dos pais. Essa necessidade de separação e o afastamento em si levariam à rejeição, ressentimento e hostilidade contra os pais e outras autoridades. Para diferenciar-se da família, o adolescente tenderia a escolher padrões de vida e ideais bem diferentes dos paternos. Essa seria a explicação freudiana para o “conflito de gerações”. As preocupações do adolescente com problemas sociais ou políticos, por exemplo, seriam nada mais que tentativas de transferir para o mundo externo conflitos incontroláveis da vida interior e não preocupações autênticas. Masturbação e sua importância Com o desenvolvimento da sexualidade e a dificuldade em localizar uma outra pessoa para relações sexuais, o adolescente muitas vezes recorre à masturbação. A masturbação não é apenas um canal de descarga de impulsos sexuais, é também um mecanismo importante e saudável para o contato com seu próprio corpo, com sua nova e desconhecida sexualidade, que o ajuda a controlar e integrar seus impulsos, e a preparar-se para relações sexuais ativas. Através da masturbação o adolescente pode explorar seu corpo, amadurecer no seu próprio ritmo, conhecer a sensação do orgasmo. Segundo alguns psicanalistas, ela poderia servir também para descarregar impulsos agressivos ou compensar frustrações ao proporcionar um prazer imediato. Sexualidade saudável? A evolução do jovem em direção ao estabelecimento de sua sexualidade madura é um processo complexo, às vezes difícil, cheio de conflitos e crises, e também de momentos maravilhosos de paixão, descoberta e realização. Repare que o conceito de sexualidade “normal” ou “boa” são muito discutíveis. Por um lado a sociedade não incentiva a experiência da sexualidade saudável, por outro lado, tem estimulado cada vez mais a sexualidade deturpada nos meios de comunicação de massa, por meio de programas de tv, filmes e vídeo-clipes. Em meio a toda essa confusão, o adolescente se vê incentivado e até pressionado a uma atividade sexual descompromissada ou impregnada de preconceitos morais, de bloqueios afetivos, de um caráter comercial, competitivo ou exibicionista. Papel da família e das escolas A família, na maioria das vezes, é omissa quanto a orientação do jovem. A educação sexual nas escolas, quando existe, é tímida, superficial, e não se compromete. Slides mostram o pênis e a vagina, testículos e ovários, mas raramente se aborda o lado prático e humano da questão. Não é difícil encontrar adolescentes em plena atividade sexual sem saber o que e por que estão fazendo, sem saber o que é um ciclo menstrual, sem se importarem sequer sobre o significado de um relacionamento sexual, ignorando completamente as possíveis consequências dele e os modos de evitá-las. Gravidez na adolescência O que resulta dessa situação é uma grave ameaça para o adolescente e um problema de saúde pública em nosso país: a gravidez na adolescência. Uma menina de treze ou quinze anos, na grande maioria das vezes, não tem condições físicas e emocionais de segurar a barra da gravidez. O problema é mais pesado ainda para a jovem de baixa renda, que também não tem condições econômicas adequadas, e muitas vezes mal consegue se alimentar e se vestir. A saída geralmente é o aborto, geralmente feito de maneira clandestina, colocando a saúde da mãe e do bebê em risco. Referências Bibliográficas BECKER, Daniel. O que é adolescência. São Paulo: Brasiliense, 1999. BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Por: Bruno Carrasco Professor de filosofia e psicologia, graduado em psicologia, licenciado em filosofia e em pedagogia, pós-graduado em ensino de filosofia e em psicologia existencial humanista e fenomenológica, pós-graduando em aconselhamento filosófico. www.brunodevir.blogspot.com www.instagram.com/brunodevir www.fb.com/brunodevir http://www.brunodevir.blogspot.com http://www.instagram.com/brunodevir http://www.fb.com/brunodevir
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