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TCC- ENFERMAGEM UFRR (5)

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PERCEPÇÃO DE ENFERMEIROS FRENTE ÀS TECNOLOGIAS DURAS E O 
CUIDADO HUMANIZADO EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA-RR 
2016 
 
 
 
 
 
MARIA JANAINA NOGUEIRA CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PERCEPÇÃO DE ENFERMEIROS FRENTE ÀS TECNOLOGIAS DURAS E O 
CUIDADO HUMANIZADO EM UTI 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito para 
obtenção do título de bacharel em 
enfermagem, do curso de enfermagem da 
Universidade Federal de Roraima. 
 
Orientador: Me. Fabrício Barreto 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA-RR 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao finalizar essa etapa da minha formação profissional gostaria de agradecer em 
primeiro lugar а Deus qυе iluminou о mеυ caminho durante esta caminhada. Aos 
meus pais, Neide Nogueira Cruz e Francisco Alves Cruz, pelo apoio, incentivo e 
amor incondicional, e por sempre estar acreditando em mim. Aos meus irmãos, 
Douglas e Lucas pelo amor fraterno que nos une, obrigada pela amizade, torcida, e 
solidariedade, em todos os momentos. 
Ao meu orientador Fabrício Barreto pela atenção, apoio e estímulo e a sua esposa a 
professora Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto, pelos ensinamentos, e a 
motivação para superar meus limites, durante todo o processo de criação e 
elaboração deste trabalho. 
A todos os demais professores por compartilhar as suas experiências e seus 
ensinamentos, os quais contribuíram para o meu crescimento profissional e pessoal. 
Aos colegas companheiros nessa experiência, pela solidariedade nos bons e maus 
momentos. Aos sujeitos da pesquisa, pela contribuição, obrigada pela confiança e 
atenção. 
A todas as demais pessoas que estiveram ao meu lado nessa trajetória da minha 
formação, o meu reconhecimento e meu sincero obrigada pelo encorajamento e 
apoio nessa jornada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sonhos determinam o que você quer. Ação 
determina o que você conquista”. (Aldo Novak) 
 
 
 
 
RESUMO 
 
No atual contexto que a terapia intensiva esta inserida de pleno desenvolvimento 
tecnológico, discutir e construir mudanças para contemplar a humanização no 
cuidado integral do usuário, se torna imprescindível no sistema de saúde e na 
atuação dos profissionais de enfermagem. Esse estudo tem como objetivo: 
Identificar a percepção de enfermeiros frente às tecnologias duras e o cuidado 
humanizado em UTI. E como objetivos específicos: Descrever as concepções dos 
enfermeiros sobre assistência de enfermagem humanizada em UTI; Identificar como 
as tecnologias duras influenciam no cuidado humanizado em UTI. Para tanto, foi 
realizado um estudo exploratório descritivo, qualitativo em uma UTI para adultos de 
um hospital publico no município de Boa Vista. Participaram deste estudo 6 
enfermeiros com atuação de mais de um ano na unidade. Os dados foram coletados 
por meio de entrevista individual semiestruturada, gravada em mídia digital. O 
tratamento do material coletado baseou-se na modalidade temática da análise de 
conteúdo, do qual emergiram quatros categorias: “O conceito de humanização”, 
“Ações humanizadas realizadas”, “A capacitação no serviço”, “A tecnologia dura 
como instrumento essencial de trabalho e a humanização”. Essas categorias 
apontam a concepção dos sujeitos quanto à temática da humanização da 
assistência de enfermagem e quanto o uso das tecnologias duras utilizadas na 
pratica profissional e sua relação com a humanização. Para instituir uma assistência 
humanizada aos pacientes internados são necessárias estratégias para desenvolver 
saberes elementares e fortalecer os já existentes, podemos chegar a conclusão que 
nem todos os profissionais estão completamente preparados para que a assistência 
humanizada em UTI se concretize. Para tornar o cuidado humanizado em UTI, não 
basta investir somente na eficiência de aparelhos tecnológicos, o investimento no 
profissional, e também valorizar e incentivar a humanização pelos gestores se torna 
um dos aspectos essências para a construção de mudanças quando o assunto é 
humanização na assistência. 
 
Palavras-chave: Humanização; Enfermagem; UTI, Tecnologias. 
 
 
SUMMARY 
 
In the current context that intensive therapy is inserted full technological 
development, discuss and build changes to contemplate the humanization in full user 
care becomes essential in the health system and the role of nursing professionals. 
This study aims to: identify the perception of nurses in the face of hard technologies 
and humanized care in the ICU. And as specific objectives: to describe the views of 
nurses on humanized nursing care in ICUs; Identifying how hard technologies 
influence the humanized care in the ICU. Thus, a descriptive exploratory study, 
qualitative in an ICU for adults of a public hospital in the city of Boa Vista was 
performed. The study included six nurses with more than a year in unit performance. 
Data were collected through semi-structured individual interviews, recorded on digital 
media. The treatment of the material collected was based on thematic modality of 
content analysis, which emerged four categories: "The concept of humanization", 
"humanized actions taken", "The training in service", "Hard technology as an 
essential tool for work and humanization ". These categories indicate the design of 
the subject as the theme of humanization of nursing care and the use of hard 
technologies used in professional practice and its relationship to the humanization. 
To institute a humanized assistance to inpatients strategies are needed to develop 
basic knowledge and strengthen existing ones, we can reach the conclusion that not 
all professionals are fully prepared for the humanized care in ICUs are made. To 
make humanized care in the ICU, not just invest only in the efficiency of technological 
devices, investment in professional and also value and encourage the humanization 
of managers becomes one of the aspects essences for building changes when it 
comes to humanization of assistance. 
 
Keywords: Humanization; Nursing; ICU Technologies 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
1 INTRODUÇÃO 4 
1.1 Apresentação do tema e contextualização do problema 4 
1.2 Objetivos 6 
1.2.1 Objetivo geral 6 
1.2.2 Objetivos específicos 6 
1.3 Justificativa 7 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO 8 
2.1 O histórico da UTI a evolução tecnológica e a enfermagem 8 
2.2 A humanização na assistência de enfermagem em UTI 11 
3 METODOLOGIA 14 
3.1 Tipo de estudo 14 
3.2 Local do Estudo 14 
3.3 População e amostra 14 
3.4 Procedimentos de coleta de dados 15 
3.5 Análise dos dados 15 
3.6 Aspectos éticos e legais 16 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 
4.1 O conceito de humanização 19 
4.2 Ações realizadas para a humanização 24 
4.3 A capacitação no serviço 28 
4.4 A tecnologia dura como instrumento essencial de trabalho e a humanização 31 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35 
6 REFERENCIAS 37 
7 APÊNDICE 43 
Apêndice A – instrumento para coleta de dados 43 
Apêndice B - Termo de consentimento livre e esclarecido 45 
8 ANEXOS 48 
Anexo A- Aprovação do comitê de ética da Universidade Federal de Roraima 48 
Anexo B- Aprovação da instituição 51 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Apresentação do tema e contextualização do problema 
 
Com o objetivo de proporcionar assistência médica e de enfermagem 
contínua e especializada ao atendimento de pacientes em estado critico 
considerados recuperáveis, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) surgiram a 
partir da necessidade de centralizar esses pacientes, concentrar recursos materiais 
e humanos especializados devido à necessidade de observação constantes quenecessitam estes pacientes graves (VILA, ROSSI, 2002). 
A utilização de tecnologias nas UTIs possibilitou as equipes de enfermagem e 
médica intervir e manter ,prontamente, o controle do quadro clínico dos pacientes 
com alterações importantes, através de recursos tecnológicos como as máquinas de 
multiparâmetros, bombas infusoras, respiradores, alarmes sonoros e visuais entre 
outros equipamentos, considerados como imprescindíveis para o processo de 
trabalho. Levando as UTIs ao posto de espaço dentro de uma unidade hospitalar 
com a maior concentração de tecnologias principalmente as tecnologias duras 
(OLIVEIRA, SOUZA, 2012). 
Essa utilização das tecnologias duras na assistência ao paciente crítico tem 
levantado diversos questionamentos, desde o ponto de sua eficiência, sua indicação 
e de uma possível causadora de iatrogênia, nos pacientes, além do favorecimento 
do distanciamento do profissional com as praticas humanizadas na assistência a 
esse paciente, isso levanta a necessidade por parte dos profissionais da reflexão 
sobre a humanização nas UTIs (LOURO, LIRA, MOURA, 2011). 
Essa reflexão é indispensável devido, a rotina complexa das UTIs, que torna 
por muitas vezes o aspecto humano da assistência de enfermagem um dos mais 
difíceis de ser implantado e por vezes o tocar, o ouvir, o conversar se torne uma 
tarefa esquecida, contra o sistema tecnológico dominante (VILA, ROSSI, 2002). 
Apesar de uma tarefa complexa, humanizar a UTI trata-se de uma 
responsabilidade de todos que compõe a equipe. A humanização pode ser 
entendida como a valorização dos sujeitos que compõem o processo na produção 
de saúde, ou seja, os usuários, trabalhadores e gestores (BRASIL, 2006). 
 
5 
 
A humanização também pode ser entendida como a preservação da 
dignidade humana de forma a atender o paciente em suas singularidade e 
necessidades evitando a perda de sua autonomia (FORTES, 2004). 
Observa- se uma necessidade por parte dos profissionais de enfermagem 
permanecer atentos às inovações tecnológicas pertinentes a sua prática, que visem 
o benefício da profissão e o cuidado ao paciente, além da concepção que o uso das 
tecnologias deve estar atrelado à humanização e que essas tecnologias utilizadas 
na pratica profissional não pode ser maior do que o ser humano (BAGGIO, 
ERDMANN, SASSO, 2010). 
Na atualidade o desenvolvimento e aperfeiçoamento tecnológico têm 
alcançado níveis jamais imaginados, a forma que a utilizamos é que determinará o 
seu possível beneficio ou malefício na assistência ao paciente, de modo geral a 
tecnologia para ser utilizada para melhorar a qualidade de vida deve ser usada de 
forma criativa e humana (CAETANO, 2007). 
 A tecnologia pode ser observada em todos os campos da área de saúde e 
nos hospitais, principalmente nas UTIs, considerada um setor altamente tecnológico, 
integrar o cuidado humanizado e as tecnologias se torna um desafio para os 
profissionais de enfermagem. Este trabalho tem como principal propósito refletir, 
discutir e construir mudanças para contemplar a humanização na assistência. 
 
 
6 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo geral 
 
 
Identificar a percepção de enfermeiros de UTI frente às tecnologias duras e o 
cuidado humanizado em UTI adulto. 
 
1.2.2 Objetivos específicos 
 
 
Descrever as concepções dos enfermeiros sobre assistência de enfermagem 
humanizada em UTI; 
Identificar como as tecnologias duras influenciam no cuidado humanizado em UTI. 
 
 
7 
 
1.3 Justificativa 
 
O interesse por esse estudo surgiu a partir da vivencia enquanto acadêmica 
de enfermagem no âmbito hospitalar, após a observação da fragilidade do paciente, 
dos familiares e também do profissional quando inseridos em um ambiente 
hospitalar, principalmente no ambiente com alta concentração tecnológica como as 
unidades de terapia intensiva, na qual a humanização por vezes se torna invisível 
em comparação a importância que a tecnologia passa a ter nesse ambiente. 
Ao partir dessa observação e após uma busca na literatura, cheguei a 
conclusão que processo de humanização no ambiente de terapia intensiva é um dos 
maiores debates e preocupações na atualidade, pois à medida que as novas 
tecnologias têm sido incorporadas às UTIs não se tem observado que a qualidade 
do cuidado integral ao ser humano tem acompanhado o mesmo curso de evolução, 
constata se que a humanização tem se tornado uma tarefa desafiadora e urgente. 
Observa-se que o sucesso no atendimento ao paciente da unidade crítica 
está intimamente relacionada com as tecnologias de ponta sem prejuízos à 
assistência humanizada que na atualidade se faz necessária à reflexão das práticas 
cotidianas que valorize a dignidade do paciente prestando um atendimento que 
atenda suas necessidades individuais e de seus familiares. 
 Nesse contexto o desenvolvimento de pesquisas que contemplem a 
assistência de enfermagem e o processo de humanizar nos ambientes hospitalares 
com alta influência tecnológica que são as UTIs, se torna significativo e de 
relevância não só para a categoria profissional dos enfermeiros no que se refere ao 
desenvolvimento de pensamentos críticos e reflexivos sobre a temática, mas para 
uma possível questão norteadora para a atuação de gestores e que esse debate 
possa trazer benefícios a sociedade. 
 
 
 
 
8 
 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO 
 
2.1 O histórico da UTI a evolução tecnológica e a enfermagem 
 
A origem da necessidade da tecnologia, profissionais especializados e do 
cuidado humanizado e contínuo na UIT, surgiu durante a guerra da Criméia em 
1854, quando Florence Nightingale, dedicou-se ao tratamento de soldados feridos 
através da triagem entre os mais graves e menos feridos (FERRARI, 2012). 
Porém, foi só na década de 1950 com a evolução tecnológica na área da 
saúde a partir da instrumentalização da assistência através do uso do Raio X para o 
diagnóstico, antibioticoterapia, suporte de oxigênio inicialmente não invasivo e em 
seguida invasiva, além do uso de sonda gástrica para alimentação e hidratação, que 
nas UTIs são conhecidas atualmente, tiverem sua origem, lembrando que a 
inovação introduzida por Florence Nightingale permaneceu na como característica 
dessa unidade ou seja a intervenção baseada na observação contínua 
(CHEREGATTE, JERONIMO 2011). 
Na década de 1970 com o objetivo de prestar assistência ligada à tecnologia 
o conceito de UTI foi implantado pela primeira vez no Brasil sendo o Hospital Sírio 
Libanês (SP) inicialmente citado como CTI (Centro de Terapia Intensiva) composto 
por 10 leitos. Atualmente, a UTI é dotada de tecnologia atualizada, máquinas 
sofisticadas, ou seja, tecnologias duras, profissionais especializados, métodos e 
recursos técnicos, área física, modernos e tem como filosofia propiciar ao paciente 
crítico o bem e sobrevida (AMORIM et al, 2003). 
A UTI é conceituada como uma área crítica, na qual presta assistência 
qualificada, é destinada a internação de pacientes graves ou em risco que exijam 
assistência médica e de enfermagem de forma especializada e contínua, além de 
agrupar tecnologias e instrumentos específicos necessários para realizar o 
diagnóstico, monitorização e terapia destes pacientes em estado crítico, a união de 
todos esses elementos é capaz de tornar a assistência prestada na UTI mais 
eficiente e proporcionar a redução de óbitos (ANVISA, 2010; CAETANO, 2007). 
 A UTI é considerada totalmente diferente das demais unidades de internação 
hospitalar, sobretudo, do ambiente residencial do paciente e de seus familiares. A 
assistência ainda é orientada pelo modelo biomédico, na qual a atenção esta voltada 
para a patologia e para os procedimentos técnicos, em detrimento, dos receios, 
9 
 
sentimentos do paciente de seus familiares e da forma como enfrentam a situação 
que estão vivenciando (SILVA, SANCHES, CARVALHO, 2007). 
Para Martins (2000), a UTI é considerada um dosambientes mais frios, 
traumatizantes e agressivos de uma unidade hospitalar, pela ótica dos pacientes, 
familiares e também pelos profissionais, esta visão esta muito relacionada aos 
procedimentos técnicos que os pacientes são submetidos e equipamentos 
tecnológicos pertencentes nessa unidade e da constate presença do temor da morte 
do sofrimento e da incerteza. 
É preciso destacar que a maior contribuição para a melhoria da assistência 
nas unidades críticas em especial a de terapia intensiva, que podem ser observadas 
ao decorrer das décadas e atualmente foi o desenvolvimento e a modernização das 
tecnologias em saúde (CAETANO, 2007). . 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as tecnologias em 
saúde tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida promovendo saúde, 
prevenindo e tratando doenças além de reabilitar pessoas, isso através de um 
conjunto de aparatos (OMS, 2015). 
Esses aparatos são mencionados na Portaria Nº 2.510/GM de 19 de 
dezembro de 2005, considerando as tecnologias em saúde como: medicamentos, 
materiais, equipamentos e procedimentos, sistemas organizacionais, educacionais, 
de informações e de suporte, e programas e protocolos assistenciais, por meio dos 
quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população (BRASIL, 
2005). 
Geralmente o termo tecnologia é utilizado equivocadamente para referir 
máquinas e equipamentos de ponta, na terapia intensiva costuma ser referida de 
forma muito parecida e a tecnologia passa a ser reconhecida como a espinha dorsal 
dessas unidades. É preciso ter o entendimento que as tecnologias vão muito além 
das máquinas, na saúde elas recebem classificações como: duras, leve-duras, e 
leves, quando se fala de tecnologias duras, podemos identificar as máquinas e 
equipamentos; as leves-duras podem ser definidas como o saber estruturado são 
elas as normas , teorias, processo de enfermagem; a tecnologias leves pode ser 
definidas como necessária para implementação do cuidado, isso se dá através de 
relações estabelecidas como o acolhimento e o vínculo (JOVENTINO et al, 2011; 
SILVA, PORTO, FIGUEIREDO, 2008). 
10 
 
Quando se trata de uma UTI as tecnologias duras são todos os equipamentos 
como: máquinas, bombas de infusão, monitores, camas eletroeletrônicas, 
ventiladores mecânicos ou microprocessados que são utilizados para o tratamento, 
diagnóstico e assistência ao pacientes internados nesta unidade (SILVA, LOURO, 
2010). 
Segundo Coelho (1999) a apropriação de tecnologias, em particular aquelas 
entendidas como duras, é considerada como fundamental para cuidar e assistir, pois 
elas contribuem para a ampliação da capacidade natural de sentir, embora exija da 
enfermagem um alto grau de qualificação profissional. 
Silva, Louro (2010) pontua que atualmente os profissionais de enfermagem 
além da necessidade de controle do ambiente da unidade de terapia intensiva, 
precisam conviver e aprender a dividir espaços nestas unidades, com outros 
profissionais, pacientes e familiares, mas principalmente com os equipamentos 
tecnológicos característicos desta unidade, os aparatos tecnológicos que podem ser 
pontuados como um segundo paciente, pois assim como estes, as máquinas 
precisam ser assistidas, cuidadas e tocadas para que se possa extrair delas o 
melhor desempenho possível. Exigindo dos profissionais de saúde, novas formas de 
pensar o cuidado, novas habilidades e destrezas, para o tratamento de seus 
pacientes, familiares e todas as outras relações que se estabelecem no cotidiano de 
cuidar quando humanos e máquinas se descobrem envolvidos. 
No contexto atual, o cuidado em terapia intensiva, mais do que no passado, 
tem sido balizado pela incorporação/utilização de novas tecnologias, abrindo novos 
horizontes e novas perspectivas para a melhoria da qualidade do 
trabalho/assistência e de vida dos sujeitos que cuidam e daqueles que são cuidados 
(SILVA, PORTO, FIGUEIREDO, 2008). 
Pensar no impacto das tecnologias duras na prática de enfermagem necessita 
compreender que é essencial um equilíbrio entre estas tecnologias e a atuação 
verdadeira do enfermeiro, assegurando o papel desses profissionais no cuidado ao 
doente crítico. Assim, o que determina se uma tecnologia desumaniza o cuidado de 
enfermagem não é a tecnologia por si só, mas, principalmente, sua forma de 
influenciar os indivíduos e os significados atribuídos às definições do que é humano, 
dentro de cada cultura (SCHWONKE et al, 2011). 
 
11 
 
2.2 A humanização na assistência de enfermagem em UTI 
 
 
Atualmente diversos pesquisadores têm apresentado, preocupações acerca 
da necessidade de combinar as tecnologias duras com as leves como um meio de 
integrar a tecnologia com a humanização no cuidado ao paciente assim 
evidenciando e preservando a essência do processo de trabalho de enfermagem 
(SALVADOR et al. 2012). 
 Tematizar a humanização da assistência abre, assim, questões fundamentais 
que podem orientar a construção das políticas em saúde. Humanizar é, então, 
ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com 
acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho 
dos profissionais (BRASIL, 2004). 
Segundo Marques, Souza, (2010) a humanização representa um conjunto de 
iniciativas que visam a produção de cuidados em saúde, capazes de conciliar a 
melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento, respeito ético e cultural 
do paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico e a satisfação 
dos profissionais de saúde e usuários. 
 A fim de mudar o significado cultural da UTI, ou seja, iminente morte para os 
pacientes internados, os profissionais que atuam na UTI, em especial os 
enfermeiros, devem ser pautados em condutas que busquem a humanização e 
essas condutas se iniciam com a preocupação, precaução, responsabilidade, e 
compromisso ético em educar o paciente e os seus familiares. A UTI disponibiliza 
atendimento especializado através de uma equipe especializada e multidisciplinar e 
equipamentos de ponta que oferecem tratamento, diagnóstico e cuidados de alta 
precisão, possibilitando grande resolutividade e diminuindo riscos (BERTTINELLE; 
ERDMANN, 2009). 
 O enfermeiro em uma UTI tem diversas atribuições, visto que o local é 
permeado de situações críticas e cuidados técnicos complexos, responsável por 
gerenciar recursos humanos e materiais, prestar assistência ao paciente e sua 
família, oferecer suporte emocional nas situações delicadas. Tornando-se um dos 
atores fundamentais para a humanização na UTI, essa realidade gera discussões 
entre órgãos envolvidos e profissionais de saúde envolvidos, pois observa se uma 
12 
 
dificuldade de atender o paciente com assistência de qualidade e humanizada 
(SOARES, REIS, SOARES, 2014). 
Para Bandim et al. (2005), a enfermagem tem se afastado gradualmente do 
cuidado, muito relacionado a modernização e ao avanço tecnológico, o enfermeiro 
passou a assumir cada vez mais encargos administrativos e burocráticos, sendo 
necessário resgatar os valores humanísticos da profissão. 
 Ao discutir a humanização na atenção hospitalar e sendo mais específico na 
UTI, surgem desafios prioridades potencialidades de fragilidades. Isso, pois são 
unidades preparadas para o atendimento de pacientes críticos ou com potencial 
crítico, a fim de aumentar as chances de sobrevida de cada paciente a assistência 
deve ser pautada na qualidade e na humanização dessa assistência (REIS, SENA, 
FERNANDES, 2016). 
Assim no ano 2000 com o objetivo de aprimorar a relação entre profissional e 
usuário, o Ministério da Saúde, implantou o Programa Nacional de Humanização da 
Assistência Hospitalar (PNHAH), a partir da grande discussão sobre a temática e da 
insatisfação dos usuários relacionado aos profissionais de saúde, essas queixas 
eram referentes desde a falta de habilidade de profissionais quantoaos cuidados 
assistenciais e suas demandas até maus tratos dentro do ambiente hospitalar 
(BRASIL, 2004). 
 O PNHAH foi criado, configurando-se como uma possibilidade de aproximar 
as relações entre usuários familiares, profissionais e gestores, ou seja, promover 
uma mudança de cultura no atendimento na área hospitalar. Em 2003, o Ministério 
da Saúde definiu diversas áreas prioritárias para atuação, sendo uma delas a 
Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS). O Programa de Humanização 
passou a ser subordinado à Secretaria Executiva do Ministério, sendo então no ano 
de 2004, o Ministério da Saúde avança, e publica a Política Nacional de 
Humanização em Saúde no Brasil (PNH) (FERREIRA, 2011). 
Para Brasil (2004). A humanização se define como: 
 
“ Aumentar o grau de co-responsabilidade dos diferentes atores 
que constituem a rede SUS, na produção da saúde, implica 
mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos 
processos de trabalho. Tomar a saúde como valor de uso é ter 
como padrão na atenção o vínculo com os usuários, é garantir 
os direitos dos usuários e seus familiares, é estimular que eles 
13 
 
se coloquem como atores do sistema de saúde por meio de sua 
ação de controle social, mas é também ter melhores condições 
para que os profissionais efetuem seu trabalho de modo digno e 
criador de novas ações e que possam participar como co-
gestores de seu processo de trabalho”. 
 
O PNH destaca a importância entre o fator humano e a união com as 
tecnologias, para a melhoria da qualidade da assistência embora o fator humano 
seja considerado como o ponto mais estratégico (DESLANDES, 2004). 
 A Política de Humanização têm o propósito de amenizar os efeitos negativos 
dos pacientes e familiares sejam eles, emocionais físicos, ou sociais na internação 
dos usuários promovendo e garantindo o respeito e a cidadania dos indivíduos 
(MOREIRA et al. 2015). 
 Reis, Sena, Fernandes (2016), apontam, como benefícios da implantação da 
política de humanização nas UTI, a redução no tempo de internação do paciente, 
melhoras no processo de recuperação, o paciente sente se melhor assistido e 
estimulado para lutar por sua saúde, os profissionais faltam menos e aumenta a 
sensação de bem-estar entre profissionais pacientes e seus familiares, com todas 
essas melhorias também se observa uma redução das despesas da instituição. 
 Martins (2000) percebe a humanização em saúde como um processo amplo, 
complexo e demorado. Podem aparecer resistências, pois os padrões já conhecidos 
são percebidos como mais seguros. Cada equipe ou organização e todos os 
profissionais envolvidos, passam por processos de humanização singular, pois se 
não for singular não será de humanização. 
 Quanto à enfermagem, ela deve atuar em conjunto com a equipe 
multidisciplinar com o intuito de proporcionar uma assistência em um ambiente 
propício a recuperação do paciente, desta forma proporcionar a mudança na 
assistência à saúde proposto pelo programa de humanização e tão discutido na 
atualidade (CHEREGATTI, AMORIM, 2010). 
 
 
 
14 
 
3 METODOLOGIA 
3.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de um estudo exploratório descritivo, qualitativo sobre a percepção 
de enfermeiros frente as tecnologias duras e o cuidado humanizado em UTI, 
desenvolvida com enfermeiros atuantes em UTI adulto,de um hospital geral no 
município de Boa Vista RR. 
 Estudo foca na observação e investigação de um nível de realidade que não 
pode ser quantificada, pois se ocupa de um universo de significados, crenças, 
valores e atitudes que correspondem a um espaço mais profundo das relações e dos 
fenômenos que “não podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis” 
(MINAYO, 2004). 
3.2 Local do Estudo 
 
O estudo foi desenvolvido em um hospital geral de grande porte, referência 
para a população da capital do estado de Roraima, bem como do interior do estado, 
áreas indígenas e países fronteiriços. O hospital em questão conta com duas 
unidades de terapia intensiva, cada uma com 10 leitos totalizando 20 leitos de UTI 
adulto. A UTI é composta por equipe multidisciplinar entre os profissionais estão 
médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, 
psicólogos, dentre outros profissionais. 
3.3 População e amostra 
 
A população deste estudo compreendem os enfermeiros atuantes na UTI 
adulto do referido hospital. 
 A amostra foi por conveniência e não se baseia no critério numérico para 
garantir sua representatividade (MINAYO, 2004). 
A amostragem foi feita por saturação que designa o momento em que o 
acréscimo de dados e informações em uma pesquisa não altera a compreensão do 
fenômeno estudado. É um critério que permite estabelecer a validade de um 
conjunto de observações (THIRY-CHERQUES, 2009). 
 Foram incluídos no estudo os enfermeiros atuantes nas UTI adulto do hospital 
15 
 
em questão que estiverem atuando no setor a mais de 1(um) ano, independente do 
sexo e idade. 
Foram excluídos os profissionais que não estiverem presentes no período da 
coleta de dados por qualquer motivo (férias, afastamentos, licenças médicas entre 
outros). 
3.4 Procedimentos de coleta de dados 
 
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista individual, em um local 
reservado dentro da própria UTI, no período da manhã e tarde e noite. Para Minayo 
(2004), além de ser o procedimento mais usado em campo, é através da entrevista 
que o pesquisador obtém informações contidas na fala dos atores sociais. 
A entrevista seguiu um roteiro semi-estruturado (APÊNDICE A) apresentado 
aos enfermeiros, as questões serão formuladas para tentar extrair dos sujeitos suas 
percepções quanto a dificuldades e facilidades no uso de tecnologias duras; suas 
concepções à respeito da humanização na sua prática e os conhecimentos por eles 
considerados como necessários à humanização da assistência na UTI, sua forma de 
agir humanizado diante das adversidades presentes no contexto da terapia 
intensiva. 
Primeiramente, os enfermeiros foram informados dos objetivos dessa 
pesquisa e deverão assinar o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 
A) para participarem da mesma. 
Os dados foram coletados por um gravador de voz digital, e posteriormente 
ser transferidos para um computador, onde foram transcritos e analisados 
manualmente. Após, foram armazenados em CD-RW, onde serão guardados por 
pela pesquisadora, quando, após a analise, foram então destruídos. 
 Para obtenção das informações coletadas nas entrevistas, utilizou-se além de 
um gravador de voz digital um diário de campo para notações, no qual foram 
registradas algumas questões norteadoras que guiaram na direção do objetivo da 
pesquisa. 
3.5 Análise dos dados 
 
Para a análise dos dados, utilizar-se a Análise de Conteúdo proposta por 
Minayo (2004), cujos passos para a realização são descritos a seguir: 
16 
 
Pré-Análise: organização do material a ser analisado, de acordo com os 
objetivos, definindo as unidades de registro, os trechos significativos e a 
categorização das informações coletadas. 
Exploração do material: realizada através da observação dos dados e 
compreensão dos registros, na qual foram feitos recortes do texto que puderam ser 
palavras ou frases que responderam aos objetivos do estudo. Esses recortes 
levarão a elaboração de categorias e subcategorias de análise. 
Tratamento e interpretação dos dados: nessa etapa, foi estabelecida a 
articulação entre as informações coletadas e as referências teóricas, com o objetivo 
de responder às questões da pesquisa. 
 
3.6 Aspectos éticos e legais 
 
 Em atendimento a Resolução n° 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde - 
CNS/MS, e com suas complementares relativas à Ética em Pesquisa envolvendo 
seres humanos, o projeto de pesquisa foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa 
da Universidade Federal de Roraima com onúmero do Parecer: 1.669.463 / 2016. 
A coleta dos dados foram realizadas após aprovação do estudo pelo Comitê 
de Ética da Universidade Federal de Roraima. Sendo assegurada a privacidade das 
informações deste estudo. 
Após esclarecidos sobre a pesquisa, os entrevistados assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido, (ANEXO A) elaborado pela pesquisadora. 
Os dados obtidos pela pesquisa tiveram como finalidade o trabalho de 
conclusão do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de 
Roraima. 
 Conforme Goldim, (2000, p.112) na realização de trabalhos com a 
participação de pessoas “deve ser dada a garantia formal da preservação da 
identidade das pessoas pesquisadas quando da divulgação”. 
Os participantes terão suas identidades preservadas. Para tanto os 
participantes foram identificados através das três primeiras letras de enfermeiro 
(ENF) seguido pelo numero arábico de (1 a 6), como exemplo a seguir: ENF1, ENF2, 
ENF3. 
17 
 
Esta pesquisa teve como objetivo não causar desconforto ou atribuir risco aos 
participantes que aceitaram participar da mesma, entre os riscos conhecidos ao 
participar deste estudo esteve a possibilidade de provocar um desconforto pelo 
tempo exigido para a realização da pesquisa, o participante teve a total autonomia 
para não responder a qualquer pergunta, se sentisse que ela fosse muito pessoal ou 
sentisse desconforto em falar, bem como encerrar a entrevista a qualquer momento 
respeitando o termo assinado antes do início da entrevista. 
Este estudo poderá não haver benefícios diretos ao entrevistado, entretanto a 
participação é imprescindível para a ampliação do conhecimento e discussão a 
respeito da assistência de enfermagem e o processo de humanizar nos ambientes 
hospitalares com alta influência tecnológica. 
 
 
 
 
 
18 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
A seguir apresentam-se os resultados e discussões de acordo com os 
objetivos propostos no presente estudo. As informações foram coletadas 
pessoalmente pela pesquisadora, no mês de outubro de 2016 no período da manhã 
e da tarde, a entrevista foi realizada em um local reservado dentro da UTI, no horário 
de trabalho do profissional, com duração máxima de até vinte minutos para cada 
entrevista, e com o auxilio de um gravador digital. 
Para o estudo foram entrevistados 06 enfermeiros dos quais 04 mulheres e 02 
homens, com idade entre 27 e 45 anos, 02 especialistas em terapia intensiva em 
andamento, 01 em Urgência e Emergência. 
A maioria possuía de dois a cinco anos de atuação na enfermagem, e dentro 
da UTI de 1 ano e 3 meses a 3 anos. Três enfermeiros possuem outro vínculo 
empregatício, com a jornada semanal de trabalho na unidade de 30 horas, somando 
a carga horária realizada no(s) outro(s) emprego(s), essa carga horária totaliza 60 
horas de trabalho por semana para esses profissionais. 
Na análise dos discursos dos sujeitos, emergiram quatro categorias: O 
conceito de humanização, a percepção do profissional sobre o humanizar em UTI. 
Ações humanizadas realizadas, o que o profissional realiza em sua pratica ou 
observa no seu cotidiano. A capacitação no serviço como o profissional observa a 
capacitação para o trabalho na unidade. A tecnologia dura como instrumento 
essencial de trabalho e a humanização, a visão do profissional sobre os 
equipamentos em seu trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4.1 O conceito de humanização 
 
 
Nas entrevistas os sujeitos emitiram os seguintes aspectos sobre o conceito 
de humanização em UTI, o primeiro aspecto citado foi respeitar indivíduo de forma 
integral. 
 
“O meu conceito? (...) É tentar trazer o conforto pro paciente prestar 
assistência (...) respeitando ele mesmo na condição de paciente crítico 
(...) respeitar as particularidades de cada um não tratar só como um 
box um leito, e sim como um indivíduo.” (ENF4) 
 
“Humanização é uma coisa bem abrangente (...) falar de humanização 
não da para resumir em palavras (...) não é só tratar bem o paciente 
humanização é todo um processo que seja de qualidade respeitando 
as necessidades daquele paciente integralmente ”.(ENF6) 
 
As definições dos sujeitos estão em consonância com Ferreira (2009) 
“humanizar significa tornar humano, dar condição humana a alguma ação ou atitude, 
humanar. Também quer dizer ser benévolo, afável, tratável. É realizar qualquer ato 
considerando o ser humano como um ser único e complexo está inerente o respeito 
e a compaixão para com o outro“. 
E segundo Oliveira et al, (2013) as definições dos participantes seguem a 
“íntima associação entre humanização da assistência e cuidado holístico, integral, 
voltado para as várias dimensões subjetivas que compõem o ser humano e que 
devem ser respeitadas”. 
As definições apresentadas estão em consonância com a PNHAH que define 
humanizar como resgatar os aspectos subjetivos e sociais, indissociáveis dos 
aspectos físicos na intervenção em saúde, respeitando o outro como ser humano 
autônomo e digno; é assumir uma postura ética que respeite a singularidade das 
necessidades do usuário (BRASIL, 2001). 
Isso demonstra que apesar de complexo definir o que é humanização em UTI 
os profissionais ao enxergarem o paciente com um ser único e de necessidades 
singulares, e prestarem o cuidado respeitando esses aspectos, estão a realizar 
práticas pautadas na humanização. 
Outro aspecto relatado foi, a empatia, isto é, se colocar no lugar do paciente e 
respeita-lo, como indivíduo que está necessitado de cuidado. 
20 
 
 “(...)Ver mas o lado do paciente, pensar mais nele (...) tratar 
com respeito.”(ENF3) 
 
“(...)é tratar como você gostaria ser tratado é cuidar com você 
gostaria de ser cuidado.”(ENF4) 
 
Ao se colocar no lugar do outro, o profissional passa a ser capaz de sentir, 
avaliar e escolher como gostaria de ser tratado naquela situação, o que demonstra 
também uma atitude de respeito para com o paciente (VILA, ROSSI, 2002). 
A respeito deste aspecto podemos citar que Takaki, Sant‟Ana (2004) 
concorda e aponta que o desenvolvimento do sentimento de empatia pela equipe de 
enfermagem no atendimento à pessoa que está sendo assistida é de grande 
importância. Também da empatia depende o sucesso do tratamento da pessoa, pois 
a mesma tem efeito terapêutico. 
O mesmo autor ainda relata que para o profissional enfermeiro é muito 
importante ser assertivo e empático, conhecimento científico e a habilidade técnica 
são importantes, mas de pouco adiantarão se este não apresentar um bom 
relacionamento interpessoal. 
Portanto, a empatia acaba se transformando num instrumento poderoso de 
redescoberta da essência humana do cuidado, proporcionando ao profissional a 
habilidade de escolher a melhor maneira de cuidar do seu cliente (LIMA et al , 2007). 
Para os profissionais de enfermagem e os profissionais de toda a equipe é de 
estrema importância a busca pelo equilíbrio entre a humanização e o conhecimento 
científico. 
Ainda sobre a empatia Savieto, Leão (2016) apontam que por mais que a 
assistência de enfermagem privilegie muitas vezes, em um nível mais avançado do 
cuidado a dimensão física, com a execução de procedimentos técnicos, a 
assistência de enfermagem é capaz de acessar os aspectos subjetivos e emocionais 
por meio da empatia e da comunicação, que podem desenvolver e manter a 
confiança necessária para que a assistência seja realizada com qualidade. 
Entre os aspectos mais citados no conceito de humanização está o 
acolhimento do paciente e também o da família, esta citada como parte essencial 
para a humanização em UTI. 
 
21 
 
“(...)humanização dentro da UTI, ela começa desde a admissão, 
não só do paciente mas da família, do acolhimento familiar, do 
acolhimento com o paciente, esse acolhimento começa desde a 
admissão do paciente(...)”(ENF6) 
 
“(...) você procurar atender não só paciente mais também os 
familiaresacolher, fazer a admissão do paciente de forma 
humanizada assim como seus familiares também explicando o 
que é UTI(...)”.(ENF2). 
 
A família é fundamental na vida dos indivíduos, uma vez que é partindo dos 
laços afetivos e da história de relações entre seus membros que o sujeito se 
constitui (DIENER et. al, 2011). 
 Acolher significa receber, recepcionar e também aceitar o outro como sujeito 
de direitos e desejos e como corresponsável pela produção da saúde, tanto na 
perspectiva individual como do ponto de vista coletivo (HENNINGTON, 2005). 
 Sobre este aspecto Oliveira et.al (2013) concorda e afirma que a integralidade 
do cuidado deve ser estendida também ao atendimento de sua família e não só 
restrita ao paciente, pois tanto os pacientes quanto os familiares, necessitando de 
assistência integral em todas as suas necessidades pois geralmente os mesmo 
encontram se fragilizados. 
 Ainda sobre a importância da família e a humanização Knobel, (2006) relata 
que humanizar é envolver o paciente como um todo no contexto social e familiar, 
respeitando as preocupações, esperanças, valores e aspectos culturais, implica 
também em oferecer e estabelecer uma comunicação clara e direta que conforte e 
ofereça segurança os familiares de pacientes internado na UTI. 
 Sobre a relação da humanização e uso de tecnologias, devemos dosar de 
forma equilibrada o uso das tecnologias duras com as necessidades emocionais. As 
experiências de acolhimento podem se tornar gratificantes quando a família 
demonstra confiança no enfermeiro e nos demais membros da equipe. O profissional 
passa a ser referência para o apoio desse paciente e desse familiar (MAESTRI, 
2012). 
 O depoimento a seguir descreve a importância da família e a importância do 
acolhimento e relata que a humanização na UTI pode ser uma tarefa muito 
22 
 
complexa de realizar por ser um ambiente muito restrito com normas e rotinas por 
muitas vezes rígidas. 
 
“(...) tentar se aproximar bem do familiar do paciente muitas 
vezes o paciente não tem consciência de que tá ali né e tentar 
aproximar muito o paciente da família e da própria equipe 
também pra até para facilitar o entendimento dele sobre o que é 
tá na UTI, o que é os riscos as possibilidades do paciente mas 
ao mesmo tempo é muito complicado de fazer humanização 
dentro da UTI, eu acho na minha opinião por ser muito 
restrito(...)”.(ENF1) 
 
Nesse sentido Silva, Santos (2010) pontua que a rotina da unidade tem 
afastado os profissionais de enfermagem dos familiares, apesar da experiência de 
doença e hospitalização de um de seus membros que família esta vivenciado. O 
foco de atenção de muitos profissionais na assistência ao paciente crítico ainda está 
pautado no aparato tecnológico, potencializando assim o afastamento da família. 
Furuya et. al (2011) coloca que a relação dos profissionais de saúde com o 
paciente e seus familiares é verticalizada, centrada em rotinas e normas, 
equipamentos, fazer técnico. O cuidado direcionado somente para os aspectos 
físicos torna a valorização da relação humana fragmentada e simplificada. 
Pautado nessas colocações, conciliar a promoção do acolhimento, com a 
melhor tecnologia disponível em UTI, é uma pratica de humanização. A proximidade 
ao paciente, o recebimento de informações adequadas, a oportunidade de obter 
respostas às suas dúvidas expressar seus sentimentos aumentam a satisfação da 
família. A importância dos familiares de perguntar e encontrar a resposta, ter apoio e 
atenção de cada profissional faz com que ele se sinta acolhido, promovendo sua 
satisfação e a melhoria da qualidade da assistência (PASSOS 2015; SILVA, 
SANTOS 2010). 
O acolhimento na assistência à família na UTI está atrelado à escuta 
interessada no atendimento as suas necessidades. A respeito do acolhimento a 
noção de continuidade deve ser acrescida, pois atender e ouvir os familiares e todas 
suas necessidades devem ser executados em todos os contatos na UTI (OLIVEIRA, 
NUNES, 2014). 
23 
 
Os sujeitos da pesquisa acreditam que a humanização tanto do paciente 
quanto da família é um trabalho multiprofissional, é um dever de todos, e que os 
profissionais devem estar oferecendo apoio e se mostrando acessíveis para os 
possíveis questionamentos dos pacientes e de seus familiares. 
 
“(...)é prestar assistência tanto para o paciente quanto para a família 
também porque aqui dentro é a família ela não está 24 horas está 
apenas os horários de visita só que a família também precisa de um 
apoio, ser tratada com humanização com cuidado acessibilidade 
precisa de um trabalho multiprofissional para você poder prestar a 
assistência, fazer a essa humanização”.(ENF4) 
 
Em consideração a colocação do sujeito sobre a importância do trabalho 
multidisciplinar Chernicharo, Silva, Ferreira (2014, p. 160), pontua que: 
 
“A Humanização como prática de todos os profissionais resgata um 
dos princípios norteadores da Política Nacional de Humanização, que 
é "o fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, 
estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade". Assim, quando 
há um trabalho em equipe envolto nas premissas da humanização, 
valorizando cada sujeito partícipe do cuidado, identificando suas 
habilidades e limitações, assim como compreendendo esse ser em 
sua inserção social, repleto de crenças, valores e condutas, a atenção 
à saúde começará a ir além da "simples" manutenção e restauração 
da saúde, passando a incluir ações que vão ao encontro do sujeito na 
sua individualidade, visualizando o indivíduo como um todo, e não 
como parte de uma máquina em manutenção.” 
 
A respeito deste aspecto Garanhani et al, (2008) afirma que a importância do 
trabalho em equipe de enfermagem e de saúde na UTI é imprescindível para a 
efetiva qualidade da assistência ao paciente e seus familiares. O mesmo autor ainda 
pontua que toda a equipe que trabalha na unidade deve refletir sobre princípios que 
norteiam a assistência, para conseguir acolher os sentimentos dos pacientes e de 
seus familiares é necessário que os profissionais compreendam seus próprios 
sentimentos. É preciso criar a possibilidade da existência de outros aspectos que 
fazem parte do ser humano, seu modo de viver, sentimentos, sua cultura, sua 
história isso possibilita atingir uma assistência humanizada. 
Para Oliveira et al, (2006), a efetivação da humanização nos serviços de 
saúde exige a união e colaboração de todos os envolvidos, gestores, técnicos, 
funcionários e a participação ativa dos usuários. 
24 
 
E por fim Lucchesi, (2008) pontua que o trabalho dentro de uma UTI requer 
ainda mais a necessidade de organização e funcionamento em esquema de equipe 
multiprofissional. Isto se dá em razão da natureza e magnitude da tarefa à qual 
estamos nos referindo, o tratamento de pacientes críticos, que exigem uma grande 
complexidade de cuidados, atenção e monitorização permanente da equipe; além é 
claro da atenção aos familiares, que solicitam esta mesma equipe e mostram-se 
frequentemente bastante mobilizados com toda a situação. 
 
4.2 Ações realizadas para a humanização 
 
 
Nesta categoria foram citados pelos sujeitos, atitudes ou ações que 
possibilitam a humanização, o informar e o explicar foi citado como um aspecto 
muito importante e quando bem estabelecido possibilita o melhor entendimento entre 
profissionais e pacientes e funciona também, em alguns casos, como um método 
terapêutico. 
 
“(...) com relação ao paciente é você buscar atender o paciente 
explicar para ele os procedimentos (...) por mais simples que seja o 
atendimento ao paciente se ele tá acordado procura conversar com ele 
explicar o procedimento para quê, que tipo de exame você vai fazer ali 
eu considero importante” (ENF2) 
 
“(...)consegue perceber às vezes o paciente tá angustiado com medo e 
a rotina o corre-corre ninguém fala com o paciente àsvezes você, para 
e observa, conversa, pergunta ele lhe questiona você, sana as dúvidas 
dele (...) então o cara relaxa você percebe na fisionomia do paciente 
que acaba aquela apreensão dele que ele consegue se sentir melhor e 
ele responde até muito melhor” (ENF5) 
 
Lucchesi (2008) afirma que a manutenção de uma comunicação atenta e 
próxima são fatores terapêuticos favorecendo o paciente a expressar suas emoções, 
sentimentos, esclarecer fantasias que possam prejudicar seu tratamento. No caso 
de pacientes que não podem se comunicar verbalmente, buscam-se alternativas 
incentivando a capacidade de expressão do indivíduo acessando seu universo 
subjetivo através da comunicação de leitura labial, uso da escrita, figuras ou 
sinalizações. 
25 
 
A comunicação proporciona a desenvoltura de fatores decisivos do vínculo 
entre pacientes, familiares e da equipe, humanizar é sempre melhorar ou manter a 
qualidade da comunicação (TERRA, GOMES, 2015). 
Para Nascimento et. al (2014) os profissionais de enfermagem são os 
elementos da equipe que melhor se comunicam com os pacientes, é grande o 
empenho que a equipe de enfermagem faz para beneficiar os pacientes, pois negar 
a necessidade que os familiares e os pacientes têm de serem escutados, e de se 
comunicar é o mesmo que negar a essência da prática de enfermagem. 
Os sujeitos da pesquisa relatam que, a comunicação é essencial na 
assistência de enfermagem, foram citados que alem da conversa e escuta o toque 
como parte essencial que não deve ser esquecido como parte integrante no cuidar. 
 
“(...) você também não pode esquecer do toque da conversa da fala 
ser humano não é um bicho animal ele precisa do social ele precisa da 
sociedade ele precisa interação do diálogo“ (ENF4) 
 
Sobre este aspecto Silva, Sanches, Carvalho ( 2007 p.97) pontua que existe 
uma necessidade do toque aumentada na UTI, os aparatos tecnológicos contribuem 
para a despersonalização do paciente, pesquisas apontam que o toque da equipe 
multiprofissional e familiares altera o ritmo cardíaco do paciente, chegando até a 
estabilidade desse ritmo, as expressões faciais desses paciente críticos se tornam 
positiva quando tocados de maneira afetuosa e não só para a realização de 
procedimentos técnicos. 
O toque está inserido, no contexto nas manifestações não verbais que 
possibilita a enfermagem demonstrar tanto sua habilidade técnica quanto sua 
capacidade de ser solidária e compreensiva (DIAS, 2008). 
Nesse aspecto Gomes, (2008) relata que o toque tem se revelado um 
excelente meio que o enfermeiro e outros profissionais da saúde lançam mão para, 
reduzir a ansiedade, promover o relaxamento, controlar a dor entre outros efeitos. 
Foram citados também aspectos como a flexibilização dos horários das visitas 
muito importantes para humanizar a assistência prestada ao paciente bem como aos 
familiares e com isso também a flexibilização da rotina em beneficio dos mesmos. 
 
“O que mais acontece aqui com frequência é aumentar horário de 
visita quanto tempo de visita quanto à quantidade de pessoas que 
26 
 
entram quando o paciente é muito grave quando o paciente está muito 
tempo aqui dentro geralmente a gente acaba permitindo quem entrem 
mais pessoas da família, desse paciente ou até para poder se 
despedir paciente que tá esperando mesmo a morte .Ou aquele 
paciente tá muito tempo acamado já né ter mais visitas poder aguentar 
mais tempo aqui que ele precisa e tal”(...)(ENF1) 
 
“(...)por exemplo (...)o senhor X(preservando o anonimato do paciente) 
né é um paciente está em condição crítica mais, é a gente libera para 
o paciente, para família ficar mais tempo por exemplo, ter bom senso 
entendeu, porque é um paciente que a condição dele ele precisa de 
todo o acompanhamento da terapia intensiva, (...) mas as rotinas elas 
precisam ser quebradas às vezes para que essa humanização ocorra 
entendeu (...) estender por exemplo o horário de visita porque aí a 
gente vai trabalhar essa humanização tanto para o lado paciente 
quanto o lado da família (...)você às vezes precisa quebrar às vezes 
essa essa mecânica é porque é muito mecânico para poder fazer o 
ambiente seja mais mas... é muito complicado (...)”(ENF4) 
 
Sobre estes aspectos relatados Collet, Rozendo (2003) trazem que os 
desafios do processo de humanização da assistência são diversos a serem 
enfrentados pela profissão de enfermagem implicam no enfrentamento da relevância 
dada à competência tecnicista em detrimento da humanização a superação rotinas e 
padrões rígidos, enraizados para se produzir saúde, alem da superação dos 
modelos convencionais de gestão. 
Predebon (2011), faz uma colocação pertinente que o trabalho intenso da 
equipe de enfermagem e as rotinas rígidas podem levar ou impedir que os 
profissionais percebam as necessidades dos familiares durante a visita ao paciente 
internado na UTI como uma atividade de cuidado. 
Os familiares necessitam de atenção, apoio e acolhimento, pois são também 
participantes do processo do cuidado do paciente na UTI, flexibilizar os horários de 
visita do paciente internado neste setor, satisfaz a grande necessidade que os 
familiares tem de estarem com o paciente e de enfrentarem a situação de ter um 
familiar em estado critico (BETTINELLI, ERDMANN, 2009). 
Outras situações apontadas pelos sujeitos de como uma forma de flexibilizar 
a rotina da unidade e para prestar uma assistência de forma integral respeitando, as 
necessidades, particularidades e vontades do indivíduo único e necessitado de 
atenção especial são apontadas a seguir. 
27 
 
“(...)não só como estender o horário de visita só nós temos a rotina de 
banho (...)quantos banhos já demos fora do nosso horário né de 
(...)porque o paciente estava acordado e era o melhor horário para ele 
é o horário que ele vai no banheiro (...) então a gente têm que 
respeitar também as particularidades do indivíduo (...) você é levar o 
paciente para receber uma visita externa né tirar ele mesmo 
monitorizado né para fora do ambiente da UTI quando possível para 
ele receber a visita externa ver o ambiente fora daquele ambiente 
fechado um ambiente estressante que é um ambiente isso também 
que é humanizar isso são situações que a gente tenta(...)” (ENF4) 
 
Os entrevistados apontaram a importância de tratar a pessoa como indivíduo 
único, pois a não realização desse tratamento holístico é considerado por eles como 
uma característica de desumanização. O tratamento pelo nome foi considerado 
essencial mesmo quando o paciente não esta responsivo. 
 
“(...) falar pelo nome, dar um bom dia(...) mesmo que o paciente esteja 
entubado, sedado(...)”.( ENF3) 
 
 
Para esse sujeito, a formação acadêmica tem muita influência no processo de 
humanização da assistência, sendo a principal responsável pelo desenvolvimento da 
visão holística do cuidado, de modo a tornar a humanização algo espontâneo e 
despertando no profissional a sua própria humanidade. 
 
“(...) é uma coisa que bateu muito na faculdade a gente conseguir ver 
o paciente como pessoa porque depois de um tempo e você já tá 
trabalhando você acaba ficando mecânico os pacientes acostuma 
perder nome (...) eu tenho percebido isso os pacientes não tem nome 
tem número o paciente é o box 4, leito 5, o isolamento perde nome, 
isso aí já é característica de perder a humanização, deixar de tratar 
aquele cliente como pessoa a tratá-la como número como 
estatística(...)”(ENF5) 
 
 
O relato do sujeito sobre a descaracterização do paciente é condizente com o 
que Silva , Sanches, Carvalho ( 2007, p. 97) apontam: 
 
“O progresso constante da medicina, incorporado às novas tecnologias 
na assistência ao paciente, tem levado a situações em que o ser 
humano doente é considerado como um objeto, um número de 
prontuário, um número de leito ou uma doença que requer cuidados de 
28 
 
enfermagem, cuidados que, muitas vezes, são realizadosde forma 
mecanizada, fria e fragmentada, totalmente desvinculado de 
afetividade e excluindo a família desse processo.” 
 
 
Nascimento et. al (2014) afirma ser necessário o desenvolvimento e o preparo 
contínuo dos profissionais de enfermagem para que perante o paciente e a família, 
eles possam atuar com propriedade, os profissionais devem deixar emergir sua 
sensibilidade, que ao exercer o cuidado que possa satisfazer as necessidades, 
emocionais, físicas, sociais, espirituais do paciente e de seus familiares o 
estabelecimento da empatia é fundamental. 
Uma possível solução pra prestar uma melhor assistência e um cuidado mais 
humanizado é que os profissionais possam enxergar o paciente como um ser único 
e completo, assim se colocar no lugar de quem está recebendo a assistência e 
refletir sobre se este cuidado ofertado é o necessário e o de melhor qualidade que o 
profissional pode oferecer. 
 
4.3 A capacitação no serviço 
 
 
 
„Ao serem perguntados sobre capacitação e sobre o conhecimento para o 
manuseio adequado das máquinas e equipamentos na unidade, os profissionais, em 
muitos casos responderam que falta treinamento e atualização para o manuseio da 
tecnologia, considerado por eles essencial para a prática na unidade, observando 
que na UTI se concentra equipamentos tecnológicos de manuseio desafiador para 
quem não possui treinamento. 
 
“Eu conheço, mas preparado a gente não tá, a gente tem que passar 
por um treinamento para conhecer bem o funcionamento entendeu 
(...)eu não passei pelo treinamento eu aprendi a gente aprende pela 
prática diária mas não passa por treinamento(...) se facilita o 
trabalho(...) com certeza a tecnologia veio aí para ajudar muito a 
gente” (ENF3) 
 
“Bom, muitas coisas vem para cá, equipamentos que a gente não sabe 
mexer e muitas vezes a gente não tem esse treinamento específico 
desse material dessa tecnologia, para poder aprender a gente sempre 
29 
 
acaba é aprendendo na marra assim mexendo mesmo ou alguém que 
já conhece de um tempo acaba ensinando para a gente(...)”(ENF1) 
 
“Hoje me sinto preparada, mas quando eu entrei aqui eu não me 
senti(...) de uns tempos pra cá teve muitas melhorias (...) por exemplo 
os equipamentos(...) todos são fácil de manipular (...)a maioria são 
auto-explicativo (...) você tem que se capacitar e sempre procurar tem 
aquela questão de melhorar buscar aprender(...) e é tranquilo eu não 
me sinto mais com dúvidas em relação a muitos equipamentos 
(ENF4). 
 
Eu particularmente, eu vou te dizer, quase todos os aparelhos que tem 
na UTI eu sei mexer eu domino a tecnologia daquele aparelho, não só 
porque eu sou obrigado né(...) eu sinto que muitos profissionais de 
dentro tem dificuldade de manusear esses aparelhos todos aparelhos 
que chegam novos a gente recebe treinamento das equipes facilitam 
muito o trabalho do profissional (ENF6). 
 
Alguns profissionais relatam ainda que a falta de treinamento específico faz 
com que alguns equipamentos não sejam utilizados em seu total desempenho. E 
que a sua manutenção é muito importante, pois quando eles não funcionam da 
maneira correta esses equipamentos acabam duplicando a carga de trabalho dos 
profissionais, ou seja, o profissional que além de assistir o paciente deve estar 
atento à máquina para que se certificar que ela está fazendo o trabalho correto. 
 
“(...)Lógico que facilitam nosso trabalho por que deixa mais prático (...) 
mas e elas não funcionarem aí elas duplicam nosso trabalho (...) então 
elas ajudam mas se elas não tiverem uma correta manutenção assim 
né se faltarem complicam muito a nossa vida aqui dentro(...)”.(ENF1) 
 
“(...) aprende mesmo no dia a dia não é treinado o profissional pra 
trabalhar com esses equipamentos tirar dúvidas realmente a gente não 
recebe, esses treinamentos não têm, infelizmente (...) os treinamentos 
facilitariam a vida(...) muito tanto a minha vida ia facilitar quanto à 
qualidade do serviço prestado a utilização correta dos equipamentos e 
poder utilizar o equipamento como um todo(...) as vezes você utiliza 
algumas coisas e outras não porque não tem esse 
treinamento(...)”(ENF2) 
 
“(...) falta mais conhecimento técnico da minha parte da parte de vários 
funcionários para lidar com todos equipamentos com todos as 
funcionalidades dos equipamentos de monitores agora são novos de 
alto padrão e não estamos habilitados a explorar todos os recursos do 
equipamento os equipamentos (...)a gente não usa (...)todos esses 
30 
 
recursos são subutilizados parte do recursos nos equipamentos 
eletrônicos(...)”(ENF5) 
 
 
Na unidade de terapia intensiva, o enfermeiro precisa estar constantemente 
adquirindo novos conhecimentos e habilidades, pois ele é parte essencial da 
estrutura organizacional de um hospital, na atuação do enfermeiro em UTI existe 
uma necessidade de se identificarem suas competências, devido complexidade na 
qual ele está inserido. Os gestores devem promover uma reflexão sobre promover 
cursos de capacitação para trabalho em vista de promover a excelência dos serviços 
prestados pela equipe (CAMELO, 2012). 
Seguindo a mesma linha de pensamento Menezes, Souza (2015) relata que, 
o preparo do profissional em enfermagem é determinante para que, em conjunto 
com os outros membros da equipe multiprofissional seja prestado um atendimento 
de qualidade para o usuário. 
Outro ponto relacionado a este aspecto é que quando instituição tem a 
consciência da importância das capacitações e treinamentos específicos para seus 
profissionais, ou seja, um profissional capacitado lhe trará maiores retornos na 
prestação de serviços de na qualidade da assistência ofertada aos seus pacientes, 
outro ponto importante que os gestores não podem esquecer é que o maior sucesso 
na execução de suas tarefas será quando o empregado estiver mais qualificado, 
pois a qualificação, o torna mais motivado (CAVALCANTE, 2006). 
O trabalho de um enfermeiro de UTI exige habilidades complexas para a 
utilização de equipamentos de alta tecnologia, além do conhecimento obrigatório 
prático e teórico. É de estrema importância um programa de treinamento específico, 
pois em muitos casos as habilidades teóricas e práticas não foram eficientes na 
formação inicial desse enfermeiro (CARDOSO; SANTOS, 2011). 
Madureira, Sant'ana, Veiga (2000), faz uma colocação muito pertinente a 
respeito da manutenção dos equipamentos ele relata que faz-se necessário uma 
política de manutenção efetiva nas instituições, para cuidar da longevidade dos 
equipamentos, observa a inexistência de uma manutenção sistemática de prevenção 
a manutenção e a reparação só ocorrem quando ocorrem falhas técnico-
operacionais nos mesmos. Condizente com o relato dos profissionais que é 
necessário a manutenção dos equipamentos tecnológicos da unidade, para que 
31 
 
esses equipamentos não apresentem falhas e não prejudiquem o trabalho e a 
assistência do paciente que necessita do perfeito funcionamento deste. 
Segundo o relato de um entrevistado a preparação e capacitação para 
trabalhar com as tecnologias disponíveis na UTI, está relacionada também ao 
interesse do profissional de se qualificar para a utilização dos equipamentos, se o 
interesse não partir do profissional ele não irá procurar capacitação. 
 
(...)com relação às tecnologias é muito também é de interesse porque 
o que acontece muitas vezes as capacitações são oferecidos mais 
profissionais não vem eles não são obrigados a participarem da 
capacitação (...)então é oferecido aquela capacitação mexer no 
ventilador de transporte mas ele não vem porque é obrigação(...) ele 
vai ter que ir no horário oposto entendeu(...)”(ENF4) 
 
Para Perez et. al (2014) “é importante que o trabalhador se sinta motivado e 
tenha clareza quanto às responsabilidades e ao papel desempenhado na 
organização”. O trabalho de motivação deve ser compreendido no contexto real que 
o profissionalesta inserido, a falta de interesse do profissional em relação à 
atualização e qualificação, serve de um sinal significativo para que os gestores 
revejam seus processos. 
 
 
4.4 A tecnologia dura como instrumento essencial de trabalho e a 
humanização 
 
 
 
Os relatos desta categoria se baseiam no questionamento quanto a possível 
interferência da tecnologia no cuidado humanizado, e as percepções dos 
profissionais sobre essa questão, eles relatam que a tecnologia facilita o cuidado e 
proporciona, teoricamente, mais tempo para o cuidado de enfermagem humanizado. 
E que apesar de todos os aparatos tecnológicos a essência da profissão de 
enfermagem, a arte do cuidar, não pode ser realizada pelas máquinas, para isso 
sempre será necessário o profissional de enfermagem. 
 
 
“Eu acho que não eu acho que a tecnologia não interfere na 
humanização do paciente até por que falando de enfermagem (...) a 
enfermagem ela é arte do cuidado beira leito certo (...) então por mais 
32 
 
que você tenha os aparelhos mais avançados eles não vão fazer tudo 
que a enfermagem tem que fazer eu acho que o cuidado em si na 
enfermagem que o trabalho de, enfermagem os aparelhos não fazem 
não é(...) acho que pelo contrário torna o serviço mais confortável pro 
profissional tornam o serviço mais leve ou menos complexo e isso 
acaba te dando mais tempo para pensar mais no paciente. Na teoria 
tem funcionado desse jeito(...)”.(ENF6) 
 
 
Sobre este aspecto Baggio, Erdmann, Sasso (2010, p.380), concordam que: 
 
“O cuidado em enfermagem e saúde ou seus processos gerenciais e 
ações práticas podem ser facilitados pelas tecnologias, todavia 
nenhuma tecnologia poderá substituir a relação e a compreensão 
intersubjetiva entre os seres humanos. A capacidade de empatia, de 
identificação, de abertura, de projeção, de generosidade e de 
solidariedade é expressa na relação de comunhão, de troca e de 
interação entre os seres”. 
 
 
Salvador et. al (2012) aponta que inovação tecnológica, contribui, diretamente 
com a eficácia qualidade, efetividade, e segurança do cuidado quando usada em 
favor da saúde, cria condições que contribuem para um viver saudável quando 
utilizada de maneira adequada entre os indivíduos. Assim acredita-se que há espaço 
para a tecnologia e o cuidado humanizado e ético. Sujeitos do estudo relatam que 
não há uma redução no cuidado humanizado relacionando diretamente com as 
tecnologias e que o profissional é o principal responsável para que assistência seja 
ou não humanizada. 
 
“(...)não eu não vejo dessa forma que a tecnologia estaria ali 
substituindo ou você deixando(...) bom vai de cada profissional no meu 
caso eu não acredito nisso não(...) se você tem uma definição 
realmente de humanização não é pelo fato de um equipamento que 
veio para você utilizar ou não que você vai deixar de fazer esse 
atendimento humanizado(..)(ENF2) 
 
“(...)eu acredito que não entendeu (...)eu acredito eu acho que quando 
a pessoa tem o dom de ser o ser humano tratar bem as pessoas 
independente do que ele tem utilizado (...) entende você tá tratando de 
um ser humano (ENF3) 
 
“(...) não eu não acho que diminuir não assim eu acho que ele torna 
nosso trabalho mais prático e talvez até por a gente tem mais tempo 
33 
 
(...) funcionando corretamente as tecnologias a gente teoricamente 
tem mais tempo para estar com paciente pessoa né mas também não 
é muito que acontece (...) está muito, digamos, mecanizado nosso 
trabalho, aqui porque a rotina por ter horário a gente acaba muitas 
vezes olhando o que tem que olhar pronto aí acaba anota e para o 
serviço é mais difícil assim a gente ter aquele contato mesmo com 
paciente principalmente estando numa UTI (...) eu não acho que isso 
só acontece em UTI acho acontece em outros setores essa parte da 
falta de humanidade em humanos que é uma coisa que já deveria 
acontecer sem alguém precisar fazer campanha para isso (...)”.(ENF1) 
 
Silva e Louro (2010 p.1560) trazem a seguinte colocação sobre o beneficio 
corroborando com o que os sujeitos relatam sobre benefícios das tecnologias para o 
profissional e para o paciente: 
 
“O uso da tecnologia traz benefício tanto para a equipe profissional 
como para o paciente, onde no tocante ao profissional contribui para 
uma maior agilidade na execução do trabalho, e para o paciente 
desempenha muitas vezes um papel de suporte avançado de suas 
vidas.” 
 
 
O seguinte entrevistado relata sua concepção sobre o cuidado e sobre as 
tecnologias, e o que o profissional deve fazer para realizar uma assistência 
humanizada. 
 
(...) tem uma pessoa me uma vez me falou que ultimamente né (...)de 
uns tempos para cá o cuidado ele tem se tornado hi-tech, low touch 
quer dizer muita tecnologia pouca toque(...)as tecnologias vem pra 
somar elas ajudam mas você não pode perder o toque entendeu que é 
uma coisa que tem uma coisa que às vezes acontece sim e o paciente 
ele precisa ser tratado como pessoa precisa ser tratado(...)você 
precisa escutar as queixas interpretar(...) (ENF4) 
 
 
“A tecnologia não é boa nem ruim, mas a aplicação humana é que determina 
a sua natureza” as inovações tecnológicas devem ser pautadas em princípios 
bioéticos, integrar a qualificação tecnológica com o cuidado humanizado é preservar 
o caráter principal da assistência de enfermagem (SALVADOR et al, 2012). 
Para Vila, Rosse (2002), só é possível humanizar a UTI partindo de nossa 
própria humanização. Este autor relata que o encontro com o paciente e seus 
familiares é carregado por vários significados como valores, preconceitos atitudes 
34 
 
entre outros esse encontro nunca é neutro. Os profissionais devem aprender a ser 
inteiros consigo mesmos para realizarem a humanização com o paciente crítico. 
Oliveira (2012) acredita que a aplicação do cuidado de forma integral e 
humanizada depende mais da perspectiva de valor de cada pessoa do que das 
concepções teóricas desconectadas de suas crenças. 
É possível tornar a humanização uma ação concreta, para isso há uma 
necessidade de considerar a equipe que presta o cuidado ao paciente necessitam 
se sentir protagonistas da ação, isso através da motivação valorização e de se 
sentirem respeitados para então entenderem a real importância desse processo na 
UTI (CAMPONOGARA et al., 2011). 
 
35 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Mediante os resultados, pôde-se concluir que embora nem todos os 
participantes tenham incluído aspectos relacionados com o cuidar integralmente, 
interagir com o paciente, ter empatia em seu conceito de humanização, aspectos 
lembrados por todos foram bem satisfatórios como, por exemplo, a importância do 
acolhimento e a integração da família no processo de cuidar do paciente. Estes 
aspectos que foram mencionados são essenciais para que a humanização da 
assistência se faça presente na prática do profissional enfermeiro. 
A visão do profissional sobre a importância terapêutica que a família tem para 
o paciente internado em uma UTI e o reconhecimento que ela também é digna de 
atenção, apoio e assistência voltada a atender todas as suas necessidades, sejam 
elas de informação ou apoio emocional, pode ser considerada como um bom ponto 
de partida para a melhoria na assistência pautada na humanização. 
Foi observado que os profissionais reconhecem a UTI como um ambiente 
permeado de normas e rotinas rígidas e que o acolhimento da família não pode ser 
deixado de lado, buscar o entendimento entre paciente equipe e familiares é 
fundamental para a assistência de qualidade e humanizada. 
Outro aspecto relacionado a assistência humanizada está pautado no 
trabalho multiprofissional, ou seja, para a concretização da humanização na saúde 
observa se a importância da participação da equipe multiprofissional e de seu 
envolvimento com os pacientes, familiares, instituição e gestores. 
É possível perceber que para a humanização a comunicaçãoé essencial, ela é 
responsável pelo vinculo, acolhimento por passar segurança para o paciente e seus 
familiares, para a compreensão de todos que prestam a assistência, ou seja, ela tem 
um importante destaque na humanização e a presença da comunicação na 
assistência possibilita um maior desenvolvimento da qualidade da mesma. 
 No aspecto da tecnologia como facilitadora do trabalho todos os profissionais 
acreditam que os aparatos tecnológicos disponíveis na UTI são tecnologias 
facilitadoras do trabalho “ganha se” tempo para outras tarefas na unidade, entretanto 
esse tempo que se “ganha”, em muitos casos não é direcionada ao paciente por 
muitas vezes as atividades burocráticas que estão inseridas no trabalho do 
profissional de enfermagem capturam todo esse tempo que se “ganhou” com os uso 
36 
 
das tecnologias. 
 Quanto ao uso das tecnologias na assistência de enfermagem e se elas 
reduzem as praticas de humanização, os sujeitos das pesquisas foram muito 
enfáticos, determinando que ela não esta relacionada a equipamentos e tecnologias 
ela está relacionada ao profissional o que ele é como pessoa suas crenças e 
valores, sentimentos pautados em experiências de vida, essas experiências o saber 
cientifico da capacitação e atualização, isso pode determinar se esse profissional 
prestara uma assistência pautada na humanização, utilizar ou não tecnologias não 
interfere na assistência humanizada ela deve partir de dentro do individuo de sua 
constante reflexão pessoal sobre a sua assistência prestada a outro individuo. 
 Para estabelecer de uma assistência humanizada dentro de uma UTI, são 
necessários vários aspectos, que perpassam desde do acolhimento do paciente e 
familiares, comunicação, empatia, capacitação, assistência de qualidade aliada ao 
uso de tecnologias os profissionais demonstram possuir saberes e atitudes 
necessários para executar a assistência humanizada, entretanto, os sujeitos ainda 
demonstram que em alguns aspectos se mostram um tanto incipientes um exemplo 
que pode ser observado é quanto a qualificação profissional. 
 Para instituir uma assistência humanizada aos pacientes internados são 
necessárias estratégias para desenvolver saberes elementares e fortalecer os já 
existentes, podemos chegar a conclusão que nem todos os profissionais estão 
completamente preparados para que a assistência humanizada em UTI se 
concretize. 
 Diante disto, para tornar o cuidado humanizado em UTI, não basta investir 
somente na eficiência de aparelhos tecnológicos, o investimento no profissional, e 
também valorizar e incentivar a humanização pelos gestores se torna um dos 
aspectos essenciais para a construção de mudanças quando o assunto é 
humanização na assistência. 
 
 
 
37 
 
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