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Plano Princípios ▪ O cirurgião-dentista precisa ser capaz de prever os possíveis resultados dos procedimentos a serem realizados, tendo em vista a situação atual e conhecimento científico sobre prováveis efeitos dos diferentes tratamentos; ▪ Ter conhecimento sobre riscos e benefícios dos tratamentos por ele recomendado; ▪ Só deve recomendar tratamentos invasivos quando os benefícios forem maiores que os riscos; ▪ Rever todos os procedimentos e observar a possibilidade de a resolução de determinado problema gerar outro; ▪ Propor alternativas de tratamento, detalhando vantagens e desvantagens e o custo de cada um deles; ▪ Os tratamentos escolhidos devem ser ordenados numa sequência de execução mais adequada, ou seja, a doença é tratada seguindo a prioridade de importância; ▪ O conceito de maiores necessidades guia a ordem na qual o tratamento é realizado, ou seja, o que o paciente precisa mais é realizado primeiro; ▪ A sequência de tratamento deve seguir a seguinte ordem: FASE SISTÊMICA: Determinara a situação de risco médico do paciente, para que ele possa se submeter ao tratamento odontológico com segurança; Durante o exame odontológico, o CD pode diagnosticar alguns problemas sistêmicos, orientando os pacientes a procurarem atendimento médico especializado. Pode-se classificar o paciente em: ASA I, ASA II, ASA II, ASA IV, ASA V e ASA VI. FASE DE URGÊNCIA: Envolve os casos de dor, infecções e inchaços na região de cabeça e pescoço. Eles são tratados antes do plano de tratamento definitivo. Problemas estéticos também podem ser considerados um tipo de tratamento de urgência, em casos de fraturas por exemplo. Somente após a fase de urgência que há apresentação do plano de tratamento do paciente. As alternativas para a resolução de cada problema, tem de coincidir, na medida do possível, com as expectativas do paciente. Além de ter um custo acessível que possibilite a realização. E alguns casos, a alternativa inicialmente pensada pode depender da resposta terapêutica a certos tratamentos, como por exemplo, um tratamento conservador da polpa ou um tratamento periodontal; FASE de controle da doença: Tem por objetivo paralisar a doença ativa eliminando os fatores etiológicos, removendo as condições que impedem a É uma série de tratamentos cuidadosamente planejados para eliminar ou controlar os fatores etiológicos, reparar danos existentes e criar um ambiente bucal funcional e passível de ser mantido. manutenção da saúde e iniciando as atividades de odontologia preventiva. O sucesso futuro de qualquer plano de tratamento reabilitador, depende em quão bem as doenças presentes são tratadas e controladas ao longo do tempo. Como exemplo dos tratamentos, nessa fase, temos a orientação sobre higiene bucal, tratamento periodontal, tratamento endodôntico para controlar processos infecciosos, restaurações de cavidades abertas ou restaurações deficientes ou com excessos cervicais, extrações de dentes que não poderão ser tratados, e ajustes oclusais se necessário; FASE DE REAVALIAÇÃO: O cirurgião- dentista verifica se a resposta dos tratamentos realizados nas fases anteriores permite seguir com o planejamento inicial, ou se alguma modificação será necessária. Trata-se do tempo entre a fase de controle e a fase definitiva, e permite a resolução de quadros inflamatórios e tempo para cicatrização, sendo um processo em andamento que começa com o início do tratamento. FASE DEFINITIVA: É a fase final do tratamento. Nessa fase, tem-se como objetivo retornar a dentição a um estado confortável, estético e funcional que existia antes do início da doença. Muitos procedimentos realizados na fase de controle da doença, como a restauração de dentes cariados, realizaram tanto o controle da doença quanto a restauração definitiva. Por outro lado, determinados procedimentos para melhorar a função e a estética, como o tratamento protético, ortodôntico, restaurador cosmético e cirúrgicos, poderão ser necessários. FASE DE MANUTENÇÃO: Objetiva manter os resultados dos tratamentos prévios e impedir a recidiva da doença. Procedimentos para manter a saúde periodontal, manutenção de um baixo risco de cárie e prevenção de lesões não cariosas devem ser implementados em retornos periódicos. Ela pode revelar a necessidade de ajustes para prevenir futuros problemas ou a oportunidade para reforçar os cuidados domésticos. A frequência dos exames de reavaliação dependerá, em grande parte, do risco do paciente de doenças bucais. Planejando o tratamento restaurador O planejamento do tratamento restaurador requer a consideração de 4 fatores principais: Quantidade e forma de estrutura dental remanescente Além da largura, a profundidade do preparo é fundamental. Em preparos largos e profundos, a necessidade de proteção das cúspides com a restauração se torna maior, quer seja com restaurações diretas de amálgama, quanto com restaurações indiretas. Da mesma forma, nos dentes anteriores, a quantidade de estrutura determinará a realização de uma restauração direta de resina composta, que se comporta muito bem na maioria dos casos, de uma faceta quando a porção vestibular estiver muito destruída, mas a porção lingual proporcionar resistência suficiente, ou uma coroa total quando existir pouco remanescente dental. Necessidades funcionais de cada dente A presença de estresse funcional normal ou uma carga excessiva resultante de uma parafunção deve ser considerada no momento da escolha do tipo de restauração. Pacientes com bruxismo, guias de desoclusão deficiente, facetas de desgaste ou atrição evidente, em virtude de estresse oclusal pesado, são maus candidatos a restaurações tipo faceta nos dentes anteriores ou restaurações de resina composta ou porcelana nos dentes posteriores. Nesses casos, uma cobertura total da coroa dos dentes anteriores e restaurações posteriores metálicas, quer sejam diretas em amálgama ou indiretas fundidas, são as mais indicadas. Embora as indicações das restaurações metálicas indiretas diminuiu, elas apresentam excelentes propriedades, sendo o tratamento de escolha para pacientes com estresse oclusal pesado. O risco de cárie do paciente também influencia na escolha do material restaurador. Pacientes com alto risco de cárie, cujas orientações do profissional não estão sendo seguidas, são bons candidados a receberem restaurações com materiais anticariogênicos, como o cimento de ionômero de vidro, ou restaurações que apresentam melhora do selamento marginal com o tempo, como o amálgama. Necessidades estéticas de cada dente Como os materiais metálicos são superiores em resistência física, resistência ao desgaste e durabilidade, eles são os materiais de escolha nos casos onde se prevê grandes esforços. Analisando os desejos do paciente e a situação presente, o profissional deve decidir se é mais importante durabilidade ou estética. Nos dentes posteriores, quando a estética é uma preocupação principal para o paciente e o estresse oclusal é mínimo a moderado, a resina composta pode ser utilizada. Nos casos de dentes enfraquecidos, onde a cobertura oclusal é necessária e a estética é primordial, o profissional pode lançar mão de restaurações estéticas indiretas ou semidiretas. Objetivo f inal do plano de tratamento Quando o tratamento mais próximo do ideal foi planejado e o tipo de restauração para cada dente relacionado na lista de problema foi definido, o passo final no estabelecimento do plano de tratamento é definir a sequência em que cada procedimento será realizado. A sequência adequada é muitas vezes crítica para o sucesso do tratamento, evitando complicações desnecessárias. A maioria dos tratamentosrestauradores vai cair nas categorias de controle da doença ou tratamento reabilitador definitivo. Os tratamentos restauradores que objetivam o controle da doença consistem de restaurações diretas usando amálgama, resina composta ou cimento de ionômero de vidro. A sequência de tratamento dentro da fase de controle da doença é ditada por três fatores, sendo eles a severidade do processo de doença (os dentes mais sintomáticos, com a lesão mais profunda ou os mais debilitados são tratados primeiro), as necessidades estéticas e o uso efetivo do tempo. Em cada consulta, o tratamento é realizado na área da boca que mais necessita. Aspectos interdisc ipl inares O tratamento do paciente deve ser visto de uma forma integrada, onde os tratamentos nas várias especialidades devem atingir um fim comum, que é a reabilitação oral do paciente. Tratamento endodôntico Os dentes que passaram por tratamento endodôntico e precisam ser reconstruídos com restaurações amplas ou indiretas devem ter condição pulpar e periapical avaliada. Da mesma forma, dentes que apresentam lesão periapical ou que a obturação do canal radicular tenha ficado exposta precisam de um retratamento antes que de realizar a restauração. Tratamento periodontal Deve frequentemente preceder o tratamento restaurador, criando um ambiente mais favorável e facilitando as manobras operatórias. Dentes com prognóstico periodontal insatisfatório não devem receber restaurações extensas até que o tratamento periodontal proporcione um prognóstico mais favorável. O tratamento de lesões cariosas profundas, em geral, requerem uma restauração provisória para a adequação do meio, uma restauração direta de amálgama ou resina ou um preenchimento, o tratamento endodôntico ou a realização de um provisório ou ambos, antes do tratamento periodontal. Tratamento ortodôntico O tratamento ortodôntico pode ser necessário para extrusão dental ou redistribuição do espaço entre os dentes, como ocorre no fechamento de grandes diastemas, melhorar a distribuição de estresse, função ou estética. As doenças cárie e periodontal devem ter sido controladas e os dentes, adequadamente restaurados antes do procedimento. As restaurações indiretas devem ser preferencialmente postergadas até o término da movimentação. Tratamento cirúgico Extrações de dentes impactados ou impossíveis de tratar devem ser realizadas antes do início das restaurações. Isso é particularmente importante nos casos dos terceiros molares, onde o procedimento cirúrgico pode danificar ou deslocar restaurações realizadas nos segundos molares. Fonte: Odontologia restauradora, estética e funcional (TORRES)
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