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Metabolismo do Ferro Recife, 2020 Curso: Biomedicina (BQ312) Profº Paulo Soares – paulo.gsoares@ufpe.br Proibida a gravação, divulgação ou cópia indevida do material dessa aula... ▪ Mineral vital para a homeostase celular. ▪ A sua habilidade em aceitar e doar elétrons o torna imprescindível para diversas reações biológicas: ▪ Captação e transporte do oxigênio aos tecidos (constituição de hemeproteínas). ▪ Composição de enzimas do ciclo de Krebs (cofator da aconitase). ▪ Proteção celular contra dano oxidativo (formação de peroxidases - catalase). ▪ Síntese de DNA e proliferação celular. ▪ Respiração celular (constituição de citocromos). 2+ Fe 3+ Fe Agentes oxidantes Oxidação (perde elétrons) Redução (ganha elétrons) Agentes redutores ▪ Dieta: 1,0-2,0 mg por dia. ▪ Ferro heme → 1/3 do total e é proveniente da quebra da Hb e mioglobina contidas na carne vermelha. Ferro heme orgânico (origem animal) ▪ Dieta: 1,0-2,0 mg por dia. ▪ Ferro não-heme → 2/3 do total . Ferro não-heme inorgânico (origem vegetal) ▪ Hemácias senescentes: Reciclagem do Fe (25 a 30 mg/dia). Hemossiderina ▪ O corpo humano possui cerca de 3 a 4 g de Fe. ▪ Pool corporal total: ▪ 60 a 70%: hemoglobina. ▪ 20 a 30%: estocados na forma de ferritina. ▪ 10%: mioglobina e outros compostos heme, catalases e citocromos. ▪ 0,1%: ligado à transferrina. ▪ Metabolizado todo o tempo: ▪ Captação e Internalização p/ enterócito. ▪ Deslocamento intracelular e transporte para o plasma. ▪ Transporte pelo plasma e recaptação celular. ▪ Transporte do ferro para mitocôndrias. ▪ Proteínas envolvidas: ▪ DMT-1: transportador de metal divalente-1. ▪ HCP-1: proteína transportadora de heme-1. ▪ Dcytb: citocromo b redutase duodenal (ferroredutase). ▪ O ferro não-heme chega sob a forma de Fe3+ e é reduzido a Fe2+ pela Dcytb, que é internalizado na superfície apical dos enterócitos para o seu interior pela DMT-1. ▪ A internalização do ferro heme da dieta é feita pela HCP-1. ▪ Captação e internalização pelo enterócito: ▪ Mesmo com uma dia rica e equilibrada, apenas 5 a 10% do Fe ingerido é absorvido pelo enterócito. ▪ No interior da célula, o ferro heme é liberado da protoporfirina pela hemeoxigenase. ▪ Após o ferro ser liberado, fará parte do mesmo pool de ferro não heme, sendo armazenado na forma de ferritina ou liberado do enterócito para o sangue. ▪ O principal exportador do ferro da célula para o plasma é a ferroportina-1 (FPN1), conhecida como IREG1, que é seletiva para o ferro na forma Fe2+ ▪ No plasma, o Fe2+ externalizado pela FPN1 é oxidado pela hefaestina para Fe3+, que então liga-se a Transferrina. ▪ O Fe2+ que não é oxidado pela hefaestina pode ser feito por uma outra ferroxidase plasmática chamada Ceruloplasmina. ▪ Deslocamento intracelular e transporte para o plasma: ▪ No plasma a maioria do Fe3+ está ligada à Tf. ▪ Sem a Tf o Fe seria facilmente internalizado pelas células→ formação de H2O2 e radicais livres. ▪ A Tf é reconhecida pelo receptor de transferrina- 1 ou 2 (TfR1 ou TfR2) na superfície celular → endocitose mediada por receptor. ▪ Nos endossomas, o Fe3+ é liberado da Tf por uma diminuição do pH endossômico (influxo de H+ por um bomba de prótons) ou pela redução a Fe2+ por uma metaloredutase endossômica (STEAP3), ou, potencialmente, pelo ascorbato. ▪ O Fe2+ é então transportado através da membrana endossômica pelo DMT1, onde se torna parte do pool de ferro lábil (LIP) temporariamente, seguindo: ▪ O estoque de ferritina. ▪ Síntese de heme e centros ferro-enxofre. ▪ Exportado da célula pela FPN1. ▪ O ascorbato intracelular também pode fornecer elétrons para a ferroredução dependente de Dcytb. ▪ Transporte pelo plasma e recaptação celular: ▪ A CTE é importante na conversão do Fe3+ em Fe2+, para ser incorporada ao anel pirrólico na finalização da síntese do heme pela ferroquelatase. ▪ Transportadores ABCB7 da MMI exportam o grupo heme e os centros Fe-S para o citosol. ▪ Transporte de Fe mitocondrial: ▪ A mitocôndria é o único local onde ocorre a síntese do heme e dos centros Fe-S. ▪ O Fe atravessa a MMI através de um transportador conhecido como mitoferrina. ▪ A frataxina regula a utilização do Fe2+ mitocondrial, destinando o Fe3+ à síntese do heme ou dos centros Fe-S → evita a formação de radicais livres na mitocôndria. Mitoferrina ABCB7 ▪ Síntese do HEME: ▪ Para produzir uma molécula de heme são requeridas oito moléculas de glicina e de succinil-CoA. ▪ Uma série de porfirinogênios são gerados em sequência. ▪ Na etapa final o Fe2+ é adicionado para produzir o heme pela ferroquelatase. ▪ O heme regula sua própria produção por reprimir a síntese de ALA (↓) e por inibir diretamente a atividade da ALA-sintase (−). ▪ As deficiências de enzimas na via resultam em uma série de doenças conhecidas como porfirias. ▪ [Fe] intracelular normal: aconitase (ciclo de Krebs) → citrato em isocitrato. ▪ [Fe] intracelular baixa: aconitase perde seu centro Fe-S e transforma-se em apo-aconitase ou IRP-1. A IRP-2 é expressa por vários tecidos e aparece no plasma na falta de Fe. ▪ Se a distribuição de ferro no organismo não estiver em equilíbrio, um excesso ou falta de ferro pode gerar sérios problemas fisiológicos. ▪ Os níveis de Fe no organismo são controlados por mecanismos regulatórios intracelulares e extracelulares (sistêmicos). ▪ Mecanismos intracelulares: ▪ É realizada através de proteínas reguladoras do ferro (IRP tipos 1 e 2) e elementos responsivos ao ferro (IRE). ▪ Os IRE’s são estruturas em alça presentes no RNAm aos quais as IRP’s se ligam: ▪ Extremidade 5’ - inibição da tradução. ▪ Extremidade 3’ – incentivo a tradução. ▪ FPN1 é o receptor da hepcidina e sua interação com hepcidina controla os níveis de ferro nos enterócitos, hepatócitos e macrófagos. ▪ Uma vez ligado, o complexo hepcidina-FPN1 é internalizado e a FPN1 é degradada → acúmulo celular de Fe e bloqueio da liberação. ▪ A hepcidina também inibe a captação do ferro pelos enterócitos, ao inibir a transcrição da Dcytb e DMT-1. ▪ O controle do equilíbrio do Fe também requer uma comunicação entre os locais de absorção, utilização e estoque. ▪ Mecanismos extracelulares (sistêmicos): ▪ É regulado pelo hormônio peptídico hepcidina → regulador negativo do metabolismo do Fe. ▪ A sobrecarga de ferro e estados inflamatórios (infecção) aumentam a expressão de hepcidina nos hepatócidos, enquanto a anemia e hipoxemia reduzem-na. ▪ Inflamação induz a expressão de IL-6 e ativina B no fígado → ativa a transcrição da hepcidina pela via JAK2/STAT3 e pela via de sinalização BMP, respectivamente. ▪ Mecanismos intracelular/extracelular: ▪ A expressão da hepcidina nos hepatócitos é controlada pela via de sinalização do receptor de proteína morfogenética óssea (BMPR), hemojuvelina (HJV), neogenina, TfR2, a proteína de hemocromatose humana (HFE) e BMP6. ▪ [Fe] elevada → aumenta a carga de Holo-Tf → estabiliza o TfR2 ao interromper a interação HFE-TfR1 → induz a secreção de BMP6 → formação de um complexo constituído por BMPR/BMP6/HJV/neogenin/TfR2/HFE para induzir a expressão de hepcidina. ▪ [Fe] baixa → diminui a carga de Holo-Tf → aumenta a expressão de matriptase-2 (MT2) → induzindo clivagem da HJV → desestabiliza a proteína TfR2 e facilita a interação HFE-TfR1 → reduzem a secreção de BMP6 → diminuindo a expressão de hepcidina. ▪ Fatores reguladores da absorção: Diminuem a absorção Fe não heme (inorgânico, de origem vegetal) Fe inorgânico (Fe2+) Bases (antiácidos, secreção pancreática – HCO3 -) Agentes precipitantes (fitatos, fosfatos) Excesso de Fe ( Hepcidina) Eritropoiese Infecção/Inflamação Expressão de DMT-1/FPT nos eritrócitos Chá (Taninos) Aumentam a absorção Fe heme (orgânico, de origem animal) Fe inorgânico (Fe3+) Ácidos (HCl, Vit. C) Agentes solubilizantes (açúcares, a.a.) Deficiência de Fe Eritropoiese Gravidez Expressão de DMT-1/FPT nos eritrócitos CompartimentoFuncional ▪ Fe contido na hemoglobina e mioglobina e envolvido no metabolismo celular (enzimas). Compartimento de Estoque ▪ Fe absorvido que excede o requerido e estocado como ferritina e hemossiderina. Tem como função principal repor o Fe consumido pelo compartimento funcional. Compartimento de Transporte ▪ Fe presente na molécula de transferrina. ▪ As concentrações séricas de Fe diferem com a idade e o sexo: ▪ Método: Colorimétrico – detecção do Fe ligado a transferrina (Ferrozina em meio ácido). ▪ Valor diagnóstico limitado → níveis fisiológicos variam amplamente, ex.: ▪ Variação diurna, com valores mais altos pela manhã. ▪ Ciclo menstrual, com valores mais baixos antes e durante o período menstrual. ▪ Contraceptivos orais, que causam aumento da [Fe] sérico. ▪ Gravidez, que geram flutuações na [Fe] sérico. No entanto, é frequentemente acompanhada de deficiência de Fe, para que a [Fe] sérico caia. ▪ OBS.: Mudanças patológicas nos níveis de Fe sérico ocorrem relativamente tarde quando os estoques de Fe já se tornaram completamente esgotados ou seriamente sobrecarregados. ▪ [Fe] sérico também se altera em condições não associadas a alterações nas reservas de ferro: ▪ Infecções agudas ou trauma rapidamente [Fe] sérico. ▪ Distúrbios inflamatórios crônicos (ex. artrite reumatoide) e doenças malignas também [Fe] sérico. ▪ Importância clínica: ▪ Casos suspeitos de intoxicação aguda por Fe - [Fe] sérico. ▪ Avaliação de indivíduos com risco aumentado de hemocromatose - [Fe] sérico. ▪ Avaliação de anemia microcítica e hipocrômica - [Fe] sérico. ▪ Intimamente relacionada aos estoques corporais de Fe, sejam eles diminuídos, normais ou aumentados. A ferritina é um reagente de fase aguda. ▪ Assim como as concentrações séricas de Fe, os níveis de ferritina sérica também diferem com a idade e o sexo: ▪ Aumento: Pacientes com anemias e inflamação concomitante, malignidade (câncer) ou doença hepática, síndrome hiperferritinêmica (Doença de Still). ▪ Diminuição: Reservas de Fe empobrecidas (Anemia ferropriva). ▪ Quase toda a capacidade de ligação ao Fe no soro é devida à Tf, e cerca de 40% dos sítios de ligação à Tf são ocupados por Fe. ▪ Meia vida longa (7 dias) e menos flutuações que [Fe] sérico. ▪ Detecção direta (Quimiluminescência) ou indiretamente (colorimétrico - CTLF). ▪ Método Colorimétrico: Saturação dos sítios de ligação ao Fe na Tf com padrão de Fe de concentração conhecida – Medida indireta através da [Fe] não ligado (CLLF). 𝐶𝑇𝐿𝐹( Τ𝑔 𝑑𝐿) = 𝐹𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑜 + 𝐶𝐿𝐿𝐹 𝐼𝑆𝑇(%) = 𝐹𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑜 𝐶𝑇𝐿𝐹 × 100 𝑇𝑓 Τ𝑚𝑔 𝑑𝐿 = 0,70 × 𝐶𝑇𝐿𝐹 CLLF – 120 g/dL [Fe] sérico – 105 g/dL Qual a CTLF, IST e Tf sérica??? CTLF = 225 g/dL IST = 46,6% Tf = 157,5 mg/dL ▪ Importância clínica: ▪ Aumento: Deficiências de Fe (Anemias, má absorção). ▪ Diminuição: Sobrecarga de Fe, Má nutrição proteica, resposta de fase aguda e com infecções, doença neoplásica e doença hepática crônica. [Fe] Gravidez precoce - - - - Gravidez tardia ou contraceptivos orais variável - - Sobrecarga de Fe Doença hepática - ou pode ser Hemólise - ou Concentração plasmática Estoque de Fe MedularFe Tf Ferritina TfR [Fe] Deficiência de Fe geralmente Doença aguda - - ou - - Doença crônica - ou - geralmente ▪ Manifestações clínicas: ▪ Palidez cutâneo-mucosa ▪ Taquicardia ▪ Cansaço fácil ▪ Indisposição ▪ Perda de apetite ▪ Sopro sistólico ▪ Insuficiência Cardíaca Testes relacionados ao metabolismo de ferro e investigação de anemia Analito Unidade SI Fator de conversão (SI) Unidade convencional Ferritina (soro) 14–200 g/L 0,445 14–200 ng/mL IST < 50% Vit. B12 (soro) 138–780 pmol/L 1,36 187–1060 pg/mL Folato (soro) 12–33 nmol/L 0,442 5,3–14,6 ng/mL ▪ Causas: ▪ Sangramentos agudos. ▪ Hemólise. ▪ Produção deficiente de hemácias: ▪ Hipoplasia de medula. ▪ Invasão da medula por células neoplásicas. ▪ Ausência de substrato necessário à formação de Hb ou das células. ▪ Evolução temporal da anemia x estoques de Fe (“tripla queda”): ▪ Estoques de Fe. ▪ Transporte de Fe, reduzindo o ferro disponível para a eritropoiese normal. ▪ Hemoglobina, manifestando-se a anemia. Alterações nas hemácias dependem da fase da carência (anisocitose, microcitose e hipocromia) [Fe] sérico Ferritina sérica Tf ▪ Citocinas inflamatórias (IL1 e 6) – “tetra queda”: ▪ Eritropoeiese. ▪ Mobilização da reserva de Fe dos macrófagos. ▪ Absorção de ferro. ▪ Meia vida do eritrócito. ▪ Diagnóstico diferencial entre anemia ferropênica e doença crônica: Analito Ferropenia Doença crônica Associação Normal Ferro (g/dL) > 45 CTLF (g/dL) Normal ou Normal ou 200-380 Ferritina (ng/mL) Normal ou Normal ou 15-200 Receptor TfRs (mg/L) Normal ou Normal 0,8-3,3 ▪ Mascarada por outras doenças como cirrose hepática, diabetes mellitus, dores nas articulações, cardiomiopatia e hipogonadismo. ▪ Diagnóstico: ▪ Ferritina sérica > 1000 g/L. ▪ IST > 50%. ▪ Herança autossômica recessiva ou disfunção no gene da proteína da hemocromatose humana (HFE) → baixas concentrações de hepcidina. ▪ Hemocromatose não-HFE está associada a defeitos genéticos nos genes da hepcidina, FPN1,TfRs e DMT-1. ▪ Consequências: Aumento na absorção e nos estoques de ferro nos tecidos (fígado, pâncreas, articulações, coração e gônadas). ▪ Uma mulher de 64 anos viu seu clínico geral por causa da perda de peso, cansaço e mudança no hábito intestinal (o recente desenvolvimento de fezes soltas). Os seguintes resultados laboratoriais relevantes foram retornados: ▪ Hemoglobina: 9,0 g/dL (12–17) ▪ Células brancas: 5,1 x 109/L (3–10) ▪ Plaquetas: 430 x 109/L (150–450) ▪ Hemoglobina corpuscular média (HCM): 70 fL (80-95) ▪ Volume corpuscular médio (VCM): 23 pg (28-34) ▪ Resultados do estudo de ferro plasmático ▪ Ferritina: 7 μg/L (15–300) ▪ [Fe] sérico: 6 μmol/L (11-30) ▪ CTLF: 60 μmol/L (54–80) ▪ Três amostras de sangue oculto nas fezes foram todas positivas para o sangue. ▪ Um homem de 46 anos foi investigado na clínica de hepatologia devido a testes anormais da função hepática. Ele era conhecido por ter Diabetes Mellitus tipo 2. Os resultados de alguns de seus testes bioquímicos antes da biópsia hepática foram os seguintes: ▪ Plasma ▪ Bilirrubina: 13 μmol/L (<20) ▪ ALT: 192 U/L (<42) ▪ Fosfatase alcalina: 206 U/L (<250) ▪ Albumina: 44 g/L (35–45) ▪ -Glutamil transferase: 224 U/L (<55) ▪ Ferritina: 2343 μg/L (15–300) ▪ [Fe] sérico: 40 μmol/L (11-30) ▪ CTLF: 42 μmol/L (54–80) ▪ IST: 95% (20–50) Referências ▪ MARSHALL, W.J. et al., 2014. Bioquímica Clínica: Aspectos Clínicos e Metabólicos. 3ª ed. Elsevier. ▪ CROOK, M.A. 2012. Clinical Biochemistry and Metabolic Medicine, 8th ed. Hodder Arnold. ▪ AHMED, N. 2016. Clinical Biochemistry. 2nd ed. Oxford Univesity Press. ▪ BECKETT, G. et al., 2010. Clinical Biochemistry. 8th ed.Wiley-Blackwell. ▪ BAYNES, J.W. & DOMINICZAK, M.H. 2019. Bioquímica Médica. 5ª ed. Elsevier. ▪ GROTTO, H.Z.W. 2010. Fisiologia e metabolismo do ferro. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 32:8–17. ▪ LANE, D.J.R. et al. 2015. Cellular iron uptake, trafficking and metabolism: Key molecules and mechanisms and their roles in disease. BBA-Mol. Cell. Res. 1853:1130–1144 ▪ ZHAO, N. 2013. Iron regulation by hepcidin. J. Clin. Invest. 123:2337–2343. ▪ WILKINSON, N. and PANTOPOULOS, K. 2014. The IRP/IRE system in vivo: insights from mouse models. Front. Pharmacol. 5(176): 1–15.
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